Capítulo 12

Os cinco

Hermione tentava acordar Harry enquanto ouvia as vozes do outro lado do arco. Não podia ver nada por causa da luz, mas o som chegava perfeitamente.

Ela não tinha mais sua varinha e Harry também estava sem a dele. Ele com certeza tinha sido vítima de um estupefaça e ela não poderia acordá-lo sem o contra-feitiço. Resolveu deixá-lo por uns instantes enquanto contornava o arco.

Quatro cavaleiros rubros estavam reunidos ao lado de Aline, nenhum deles usava mais seus capuzes. As descobertas-tardias continuavam presas dentro da cúpula de fios dourados, Hermione sabia que Rony estava lá, mas não conseguia vê-lo.

Agachada e tentando não se atrapalhar com o vestido de Tonks, ela viu o quinto cavaleiro rubro descer pela mesma escada por onde tinha sido puxada por Aline. Ele trazia Phillipe com violência e o jogou dentro da cúpula. Depois, tirou também sua máscara, deixando à mostra um rosto tão familiar a Hermione quanto o do outro cavaleiro, que tinha visto da primeira vez. Novamente, um rosto sério de um homem provavelmente de boa criação e família rica.

- Consegui recuperar um, mas a outra, a garota, fugiu. – ele comunicou.

Um dos seus colegas deu um passo à frente para encará-lo.

- Você deixou que escapasse? Como? Não poderia sair daqui!

- Poderia, pelos mesmos portais por onde nós nos movemos.

- Mas ela não sabe a magia que aciona os portais!

O quinto cavaleiro abriu um sorriso:

- Ela não precisa.

Todos os outros olharam para ele com curiosidade.

- Ela pôde absorver a magia do portal. Ela conseguiu copiar a magia que estava ao seu redor.

Todos sorriram também, com grande satisfação.

- Bem, acho que podemos nos dar ao luxo de perder um deles. Se formos rápidos, aquela garota tola e inexperiente não conseguirá buscar ajuda até que terminemos.

- Mas ela fugiu com a menina Weasley. – o quinto cavaleiro completou.

O outro olho para Aline e berrou:

- Você deveria ter matado a todos quando teve a oportunidade! Dissemos bem que não queríamos a interferência da chamada "Ordem da Fênix". Pelo menos o tal de Potter já está fora do jogo.

Hermione voltou correndo até Harry, queria certificar-se de que ele ainda estava vivo. Estava, mas o que o cavaleiro rubro tinha dito indicava que não tinha sido um simples estupefaça que o tinha derrubado.

- E a Granger? – Hermione ouviu a mesma voz ainda gritar. Em poucos segundos, Aline aparecia atrás do arco e a arrastava para a frente.

- Aqui está. – disse, derrubando-a no chão, a saia vermelha fazendo barulho.

Hermione, ao cair, conseguiu ver Rony sair do meio das descobertas-tardias e se aproximar dos fios dourados que contornavam da cúpula. Podia ver seu rosto aflito.

Mas os olhos de Hermione desviaram-se para outra direção. O anel de Aline brilhava com uma luz constante. Aline percebeu o interesse dela.

- O meu anel. 'Encontrei-o na casa dos Black'. – falou em tom de falsete. – Não! Eu o ganhei dos cavaleiros. Ele brilha mais forte à medida que eu me aproximo deles ou eles de mim. Entende agora, Hermione, por que eu estava me guiando pela sua luz?

Hermione não teve tempo de responder. O cavaleiro rubro que falava até então se abaixou para olhá-la e, ao ficar tão perto dele, ela pôde reconhecê-lo.

- Você é o gerente de um dos maiores bancos da Inglaterra! Eu o vi em uma conferência da turma de economia em minha universidade!

O homem se levantou rindo.

- Ernest Dennehy, madame. Encantado. – completou, em tom sarcástico. – Belo vestido.

Hermione colocou-se de pé sob a mira da varinha de Aline. Olhou para os quatro outros homens de vestes negras.

Reconheceu o dono de um importante jornal, Adam Brooks, que uma vez fora dar uma palestra em sua universidade. Ao seu lado, um conceituado médico, o Doutor Peter Holden, famoso psicanalista que ministrara um curso para a sua turma. O terceiro cavaleiro era um político influente, Frank Mason, que Hermione tinha visto visitar o prédio onde estudava na companhia de...

Ela soltou uma exclamação. Isso explicava como ela já tinha visto todos aqueles homens antes, o último cavaleiro era o reitor de sua universidade, William Dickerson.

Era isso que Lupin quisera dizer quando contou, naquele primeiro dia da volta dela ao Largo Grimmauld, que os cavaleiros rubros estavam infiltrados em muitas empresas importantes. Jornais, bancos, universidades, hospitais e até no governo. Decidiu conseguir mais informações.

- Não podem ser só vocês cinco que estão contra todo o mundo bruxo. – gritou.

Dickerson se aproximou dela rindo.

- Somos. Mas não estamos contra todo o mundo bruxo. Só a Ordem da Fênix realmente se importa conosco. Por isso, decidimos primeiro acabar com vocês e depois seguir com nosso plano, conquistar mais gente.

- Sim. – Holden deu um passo na direção de Hermione. – Acabar com vocês e conseguir ainda mais uma coisa que vai garantir nossa vitória.

Hermione olhou sem entender.

- Nunca lhe explicaram por que nós queremos as descobertas-tardias, senhorita Granger? – Dickerson provocou. – Sei que a excluíram, deixando-a no mundo trouxa, mas pensei que já tivessem tido a oportunidade de lhe contar tudo. Afinal, faz mais de uma semana que a senhorita perde aulas. O que me lembra...

Ele virou e olhou perigosamente para Aline.

- Você excedeu seu prazo.

Aline devolveu um olhar assustado.

- Senhor, eu juro, eu tentei...

- Cale-se! Eu tinha lhe dado uma semana, lembra-se? Foi o que eu lhe disse, naquela noite, no gramado da universidade do Potter. Eu disse que você deveria matá-lo em uma semana. E veja, passou o prazo e ele ainda nem está verdadeiramente morto.

- Mas está quase, senhor, eu juro...

- Pare de jurar! Sei que falta pouco tempo para que o veneno comece a agir. E eu não acho que ele vá conseguir, sozinho, encontrar o antídoto, ainda que esteja em abundância por aqui. De qualquer forma... Mason!

Mason endireitou sua postura. Dickerson continuou:

- Mostre a ela o que acontece com quem não segue as ordens.

Hermione virou o rosto, mas pôde ouvir os berros. Aline foi submetida à Maldição Cruciatus por muitos minutos. Quando achou que ela não agüentaria mais a tortura, Hermione ouviu o feitiço sendo interrompido e a respiração ofegante de Aline. Olhou para ela, estava caída no chão.

- Agora... Imagino se estamos dentro do horário. – Dickerson cruzou as mãos e andou pelo extenso local. Depois, parou olhando o arco. – Tragam um para experimentarmos.

Brooks andou até a cúpula e puxou lá de dentro uma das amigas de Hermione, Clarissa. Clarissa chorava e berrava para que a soltassem, mas não foi atendida. Sua pouca experiência fez com que ela não se lembrasse de pegar sua varinha, que foi arrancada de seu bolso por Brooks.

- Devo jogá-la através da barreira? – ele perguntou a Dickerson, que pareceu considerar a pergunta.

- Não! – Hermione se levantou e se colocou na frente de Clarissa. – Essa barreira pode ser mortal!

Os quatro cavaleiros soltaram altas risadas. Aline continuava caída no chão.

- Não importa. – Holden declarou em voz alta. – Nós apenas sabemos que, em uma determinada hora do amanhecer, essa barreira pode ser atravessada por quem conhece o feitiço que a abre. Nós não conhecemos o feitiço, mas uma descoberta-tardia pode, sem qualquer problema, absorvê-lo e copiá-lo.

- A coisa toda é muito segura, sabe? – debochou Mason. – Nós apenas não temos certeza do horário.

- E o que é o sacrifício de um ou mais sangues-ruins quando se tem um propósito tão alto em mente? – Holden perguntou.

- A questão, senhorita Granger – Dickerson explicou -, é que esta espada é muito importante para nós. Ela nos dará o poder de criar campos de força contra os trouxas, e eles serão fundamentais para quando quisermos tomar os prédios mais importantes, as sedes das empresas e dos governos. Não podemos continuar sem essa espada, nenhuma magia tem tanta força que nos permita fazer isso com nossas próprias varinhas.

- Esse lugar é um templo. Um templo de bruxos das trevas que vieram antes de nós e que nos deixaram a espada de herança. Nós devemos pegá-la e depois submetê-la a um ritual naquele salão que a senhorita viu lá em cima, quando foi capturada... pela primeira vez. – Dennehy frisou as últimas palavras.

- Se você sacrificarem as descobertas-tardias, como explicarão suas mortes? Acham que poderão se livrar dessas acusações, com a Ordem atrás de vocês? – Hermione berrou.

Dickerson colocou a mão direita no bolso e tirou de lá um envelope.

- Acho que não teremos problema. – ele desdobrou o papel que vinha dentro e o segurou a uma distância suficiente para Hermione ler.

"Eu tinha que fazer isso. A dor da guerra passada não pára de me atormentar. Espero que me perdoe, mas não acho que sentirá minha falta.

Harry"

Hermione não entendia. A letra era de Harry e o lacre, agora aberto, tinha sido magicamente fechado por sua varinha. Não restaria qualquer dúvida, para quem quisesse testar, que aquela carta tinha sido mesmo escrita por ele uma vez que o lacre fosse analisado. Mas por quê?

- O caro senhor Potter enlouqueceu com as lembranças do seu passado e, antes de se suicidar, atacou um grande grupo de trouxas que participava de uma viagem. Ou não foi essa a desculpa que esses sangues-ruins deram para suas famílias para abandonarem suas casa por tanto tempo?

Tinha sido exatamente essa a mentira que as descobertas-tardias tinham dado a seus pais quando tiveram que se refugiar no hotel dos Blacks. Os pais ainda não sabiam que eles eram bruxos, mas não estranharam uma viagem de confraternização promovida pelas duas universidades.

- Potter foi à viagem com os amigos, mas não pôde se controlar. Ele perdeu a cabeça. O Doutor Holden não encontrará problemas para explicar publicamente o assunto. E a cobertura do caso ficará a cargo do jornal de Brooks. Ele evidenciará todas as provas. – Dickerson relatou seu plano.

- Onde você conseguiu essa carta? – Hermione murmurou, entre os dentes.

- Aline a conseguiu.

Aline estava sentada no chão, o rosto pálido e suado. Estreitou os olhos e soltou um longo suspiro.

- Aquele garoto, Phillipe. Aquele da nossa faculdade. Ele tinha essa carta. Eu a roubei.

Hermione não achou que isso explicava a situação, mas Dickerson não parecia interessado em suas dúvidas. Ele conversava em voz baixa com Brooks.

Nesse momento, Hermione olhou na direção da cúpula e percebeu uma agitação diferente. Ela apertou os olhos e pôde ver Rony organizar as descobertas-tardias, fazendo-as prepararem suas varinhas. Para desviar a atenção dos cavaleiros rubros, ela começou a gritar:

- Você nunca irão escapar dessa. A Ordem irá atrás de vocês!

- A Ordem não conseguiu nem reparar que nós estávamos tão próximos das descobertas-tardias! – Holden berrou.

Hermione olhou disfarçadamente para a cúpula. A agitação continuava. Percebeu que Aline olhava para lá também.

- Então, por que não fizeram o serviço logo? Por que mandaram essa infeliz se aproximar de mim? – a acusação desviou o olhar de Aline da cúpula para Hermione.

- Não podíamos arriscar, precisávamos de Aline infiltrada para descobrir até onde a Ordem sabia de nossas ações. Aline é descoberta-tardia também, apenas decidiu pelo lado certo da guerra.

- E fui treinada por eles, um treinamento infinitamente superior ao que a Ordem deu a esses pobres coitados! – Aline mostrou orgulho, como se esquecesse que, havia poucos minutos, tinha sido torturada.

Hermione, mais uma vez, espiou a cúpula.

- Então você os acha mal preparados?

- Certamente.

- Que pena.

Os cavaleiros rubros perceberam tarde demais o que tinha acontecido. As descobertas-tardias, com seu poder, tinham absorvido a magia da cúpula dourada, que, sem nenhum cavaleiro a mantendo sobre eles, tinha menos eficácia que da primeira vez. Todos estavam fora dela e, como se tivessem ensaiado, dispararam feitiços sobre todo o local.

Hermione agarrou Clarissa pelo braço e a levou para trás do arco, sua saia voou enquanto ela corria. O susto foi não encontrar mais Harry lá.

Rony orientou as descobertas-tardias pela escada e para fora do lugar antes de ir procurar Hermione. Os cavaleiros rubros e Aline estavam caídos no chão. Rony passou por eles e seguiu para trás do arco.

- Harry! – Hermione disse assim que viu o namorado chegar. – Ele sumiu!

Rony não teve tempo de responder, Clarissa o puxou para o chão a tempo de evitar que fosse atingido por um feitiço. Dickerson tinha conseguido se recuperar e vinha atrás deles.

Os três fugiram contornando o arco. Ao passar por Aline caída no chão, Hermione conseguiu alcançar a sua varinha, que tinha sido tirada por ela. Eles se esconderam atrás de algumas rochas e Hermione enrolou a saia ao redor de suas pernas. Dickerson procurou abrigo atrás de outras, de onde lançou vários feitiços para acordar os outros quatro cavaleiros rubros.

Os dois lados aguardavam em silêncio, protegidos pelas rochas. Hermione, Rony e Clarissa não ousavam espiar os movimentos dos cavaleiros rubros.

Mas a voz que chegou até eles veio de suas costas, e não do esconderijo dos cavaleiros rubros. Os três olharam para trás para encontrar Draco apontando sua varinha e segurando, sobre o ombro esquerdo, o corpo entorpecido de Harry.

- Ah, não. Você não. – Hermione disse, apontando a varinha para Draco. – Seria possível? Depois de tudo... Tudo o que você passou na primeira guerra...

- Silêncio! – Draco ordenou com a voz baixa e, em seguida, deitou Harry no chão. Rony fez um movimento na direção do amigo, mas Draco ergueu o braço para impedi-lo.

- Ele vai acordar logo. – afirmou.

- Ele foi vítima de um veneno. – Hermione informou, com a voz fraca.

- Eu sei. Ouvi quando aquele canalha falou. Ele também disse que o antídoto estava em abundância por aqui. Imaginei que só poderia ser o veneno conhecido como três elementos. Ele é composto de líquidos, é aquecido a altíssimas temperaturas e, para ter efeito, deve ser deixado sob o efeito de fortes ventos.

- Água, fogo, ar... – Hermione sussurrou.

- Já descobriu, não, Granger? Dez pontos para a Grifinória. – Draco riu.

- Você o curou com terra. – Hermione respondeu, contrariada. Rony olhou para o braço de Harry e viu que Draco tinha coberto um corte com muita terra. A terra circulava na corrente sanguínea de Harry.

- Isso só pode ser perigoso! – exclamou.

- Não é, a terra vai apenas anular o efeito do veneno, vai ser consumida por ele e não causará qualquer dano ao corpo de Potter. – Draco completou. – Passar tanto tempo sob a guarda do professor Snape pode ser bastante proveitoso, Weasley.

Rony fez uma expressão de nojo e se afastou de Harry.

Hermione soltou uma pequena exclamação. Ela tinha acabado de espiar sobre as rochas na direção dos cavaleiros rubros.

- O que foi? – Rony perguntou, preocupado.

Hermione não respondeu. Vindo do local de onde tinham fugido, ouviram uma voz retumbante exclamar selatus e uma luz forte violeta preencher a gruta.

Quando a luz diminuiu, Hermione se levantou, ignorando a proteção das rochas. Rony também se ergueu para tentar fazê-la voltar, mas, olhando para frente, também permaneceu em pé. Draco os imitou. Levantando-se também, viu todos os cavaleiros rubros presos dentro de uma cúpula de fios prateados, parecida com a que eles tinham usado nas descobertas-tardias.

E, no topo da escada grande e fina que chegava ao local, Alvo Dumbledore com sua varinha em punho.

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N/A: Eu estou pensando se é muita sacanagem parar o capítulo por aqui... Hum...

Sah-Beta-Black: Foi mal nada, menina!!! Você pegou todos os errinhos que sempre passam despercebidos! ;)

Lily: Ahá, férias!!! Então aparece logo por aqui. E calma... Harry e Gina... Calma...

Alessa: O fã-clube do Draco é maior do que eu imaginava! E, pelo jeito, "Draco Black" fez o maior sucesso, não?!

Gaby: A galera do mal sempre engana porque a tática deles é serem os mais simpáticos e confiáveis. A Aline toda amiga da Mione... humpf.

Ana: Eu nunca vou ser capaz de fazer respostas tão longas quanto as suas reviews, mas posso tentar! Ei, eu não sou sacana (tá, eu sou... hihihihi). É por um bom motivo, tem que ter emoção! Você gosta do Riddle? Girl, você é totalmente Sonserina!

Eu dei tanta, mas tanta risada quando você disse que eu tinha que arrumar um açude para a Gina cair desacordada! Eu vou arrumar logo uma jacuzzi, hahahaha. Agora você quer me deixar com peso na consciência? Não é justo! Eu revelei os shippers logo de cara, eu avisei! E eu não sabia que eu estava fazendo um Draco sexy e sedutor, foi sem querer. Acho que eu tenho um dom natural com esse personagem, sei lá... (hahahaha). Menina, não diga isso, não diga que "a fic da Babi é boa, mas é H/G". Vamos fazer assim: concentre-se nas partes de que você gosta, o Draco sexy e sedutor, R/Hr, etc... Aí eu prometo que eu te compenso por ter esperado Draco e Gina juntos. Mas ainda não vou te contar como vou fazer isso... Só vou contar quando terminar essa fic porque vou precisar de tempo para... Opa! Estou quase revelando! Aguarde ;)

Isabelle: Não, não!!! Longe da janela! Eu estou postando logo!!!

Tarsila: Ah, você foi a única que sacou o jogo da Aline... E eu tentando disfarçar...

Beijos a todas!!! Obrigada!!!