Prólogo
Certa vez, tive a oportunidade de estar escutando minha avó contar uma de suas fantasiosas histórias. Era uma noite primaveril e as estrelas chamavam a atenção de todos os que se encontravam na velha mesa de madeira de bancos pesados. Vovó havia chamado todos os meus irmãos e quando os seis finalmente se sentaram ela pode começar.
Foi uma das poucas vezes que ouvi as histórias de vovó, e a única que consigo me lembrar. "Um jovem saiu para caçar uma vez, e ao voltar trouxe consigo um gigante cervo morto, estava orgulhoso de si mesmo, pois eram raros os dias em que seu pai conseguia um animal tão grande para sua família, porém ao deposita-lo na mesa sua mãe fez caírem duas, somente duas, lágrimas pois aquele cervo na mesa de sua casa morto pelas mãos de seu primogênito tinha 10 chifres e era branco. Segundo uma lenda que atormentava os moradores daquela região quem matasse um cervo branco de 10 chifres teria uma morte extremamente violenta.
Assim como a lenda previa o jovem caçador não durou muito tempo, e foi na segunda terça-feira do mês que suas ações póstumas teriam de ser pagas. As três batidas na porta anunciaram a presença de um estranho, a filha mais nova do jovem caçador zelosamente foi atender à porta. O barbudo e o anão chamavam pelo dono da casa, a garota assustada corre em sua busca, quando volta a loirinha está acompanhada de um homem bigodudo que um dia com um sorriso maroto nos lábios derramou duas lágrimas de sua mãe. O anão dá um soco na barriga do dono da casa e o barbudo esmurra a cara do mesmo, não agüentando ele cai no chão e é chutado até a morte. A loirinha, com lágrimas nos olhos, não entende nada e somente assiste a ida dos dois estranhos, mas sua mãe diferentemente da filha berra até ficar sem voz e atrai para si toda a vila.
Ao verem de quem era o sangue no chão da sala choros e tumultos começam a chamar atenção, uma mulher entrou na casa e ao pousar os olhos castanhos, quase pretos, no corpo estendido derramou duas, somente duas, lágrimas. Após sua morte mais nenhum ser humano tinha coragem de enfiar a lâmina em um cervo branco de 10 chifres. E como a própria mãe do jovem caçador disse: Nós nunca saberemos se ele foi morto pela lenda ou por suas dívidas de jogo."
Talvez eu tenha guardado essa história em minha mente porque na época fiquei muito assustada e morria de medo de homens de barba e anões ou porque quando minha avó terminou de relatar o conto ela garantiu-me , com seus olhos ambarinos dos quais eu herdei, que a história era verdadeira porém muito velha, impossível de acontecer novamente. Mal sabia vovó que seis anos antes, um cervo branco de dez chifres havia sido assassinado...
N/A : Sou uma novata no ramo de escrever fanfics, mas já li várias. Espero que tenham gostado da minha introdução. Logo coloco o 1º capítulo. Enfim agradeço a quem leu.
Liby S.
