N/A: Eu ire/ili a fic, e...bom, me desculpem, ela está mesmo péssima!
Mas eu prometo que vou tentar melhorar. Esse capítulo é narrado por Draco,
ok? E tbm é acompanhadopela música 'Bom dia, Anjo' do Jair Oliveira. Eu
recomendo, pq é mto linda!! Obrigada por todas as reviews que me mandaram;
foi isso que me fez querer continuar a fic! Ah, e para eu continuar
escrevendo, please, deixem reviews! B-jinhus, Anna
iCapítulo dez: Bom dia, anjo!/i
Ao chegar em casa e deixar a bolsa em uma das cadeiras, Gina dirigiu-se à cozinha, onde eu preparava o jantar.
"Draco, com certeza rosa não fica bem em você!" zombou ela da minha cara ao me ver com seu avental cor de rosa, um pano de prato pendurado no ombro, e em frente ao fogão cozinhando.
"Engraçadinha."
Gina caminhou até o fogão, aproximou-se da panela, sentiu o cheiro, e me deu um rápido selinho.
"Parece estar boa a comida. Onde você aprendeu a cozinhar tão bem?"
"Sabe, minha mãe queria uma menina, e quando eu nasci ela me criou como uma. Me pôs vestido, avental, me ensinou a cozinhar, passar, costurar, e eu sou gay." Diante da cara de espanto dela, eu sorri confirmando que aquilo tudo fazia parte do humor de pai ansioso de primeira viajem. "Livro de receitas, segunda gaveta, embaixo da prateleira onde fica o microondas, contando de baixo para cima."
"Uau! Que bom que, finalmente, você conseguiu falar 'microondas'!"
"E então, como foi seu dia?"
"Ótimo. Um pouco cheio e turbulento, mas foi bom. Ah, eu comprei umas roupinhas, você precisa ver. Estão no sofá, junto com minha bolsa. Ai meu Deus...Eu estou precisando de um banho, e é exatamente isso que eu vou fazer!"
"Está bem."
Segundos depois que Gina saiu da cozinha, ela voltou e parou na porta com os sapatos na mão.
"Você se importa se eu usar pijama e pantufas? É que eu andei o dia inteiro com esses sapatos, e grávidas não podem andar muito de salto alto, então..."
"Srta. Weasley," eu andei até ela como se fosse um advogado pronto para fazer perguntas importantes para o réu no tribunal. "você pode usar sapatos baixos, que eu sei que você tem." eu a abracei "Mas terá que usar algo - fora o pijama - pois depois nós iremos sair, e nem adianta reclamar!"
"Mas..." Antes de Gina dizer qualquer coisa, eu a trouxe mais para perto e a beijei.
* * * * * * * *
Gina estava de roupão, indo para o banheiro, enquanto seu celular tocou.
"Droga! Quem vai me ligar a essa hora da noite, e bem no segundo em que eu estava indo tomar banho?" exclamou em voz alta.
"Alô?"
"Gi?"
"Ah...oi Mione, tudo bem?"
"Tudo ótimo!"
"Qual o motivo de tanta empolgação?"
"Lembra que eu te falei que eu estava atrasada?"
"Hã?"
"Meu ciclo..."
"Sim, lembro. Você me disse que tava grávida, e desesperada."
"Pois então...ALARME FALSO! Ai, graças a Deus. Quando eu cheguei em casa cheia de sacolinhas, o Harry me perguntou o que era aquilo, e quando eu fui responder, senti sangue escorrendo por minhas pernas, e corri pro banheiro. Lógico que ele mexeu nas sacolas e descobriu o que tinham. Mas depois eu expliquei tudo para ele, e de certa forma, ele também ficou aliviado e um pouco decepcionado."
"Bom, parabéns! Mas se você não se importa, eu estou indo pro banho."
"Tudo bem, amanhã eu te ligo, ok?"
"Combinado! Beijo."
"Beijinho."
Gina sorriu e balançou a cabeça, como falando "Essa Hermione...".
********
Depois de um ótimo jantar, saímos para passear. O frio era cortante, e tanto eu quanto Gina usávamos, além de um casaco grosso, um sobretudo bem quente. Ela usava um vestido preto grudado ao corpo, o que deixava à mostra a pequena barriga, casaco preto, e um sobretudo caramelo. Eu usava uma camisa cinza, calça preta, casaco preto, e sobretudo preto. E ambos tinham um sorriso alegre no rosto.
Tínhamos acabado de sair do teatro, e caminhávamos sem rumo pela ruas, apenas olhando as vitrines das lojas fechadas com suas luzes e enfeites de natal. As pessoas que caminhavam pelas ruas de Londres tinham estilos, vidas, sentimentos, humores diferentes. Era engraçado como cada um era diferente do outro, ninguém eram iguais, nem mesmo os gêmeos idênticos comendo o mesmo sanduíche que passaram na nossa frente. Eu e Gina ficávamos nos divertindo, sentandos em um banco da praça, analisando cada rosto que passava, cada pedaço de conversa que escutávamos, cada roupa esquisita que era usada, enfim. Mesmo sendo noite, muitas pessoas e carros circulavam pela cidade. Mas uma hora isso começou a enjoar, e de repente Gina se levantou, e me puxou pela mão, correndo. Três ou quatro ruas depois, paramos enfrente a um cinema velho, onde provavelmente, só existiam filmes em branco e pretos, e alguns até mudos.
"Gina, mas que diabos você..." eu tentei perguntar, mas fui interrompido pelo diálogo de uma senhora muito simpática na bilheteria, e de uma Gina muito alegre sobre as maravilhas do cinema antigo, que aquele era o último da cidade, compra de ingressos, e a última coisa que eu ouvi antes de ser arrastado para dentro de uma das salas foi um 'Tchau, divirtam-se, e parabéns pelo bebê!' da senhora da bilheteria.
O filme era realmente muito engraçado, e o cinema mudo muito bom. Eu só havia ido ao cinema uma vez na vida, quando era muito pequeno, e o filme era colorido, e muito chato. Esse não, tinha alguma magia que nos fazia rir, e sempre pedir por mais. Eu adorei, e Gina mais ainda. Por já ser tarde, haviam apenas nós, um casal de adolescentes que só se amassavam no cinema, dois casais de idosos, e por sinal muito simpáticos e cheios de vida, um cara gordo, que depois de se empanturrar de pipoca dormiu, uma mulher de seus trinta anos que parecia estar muito triste, e um homem mais ou menos dessa idade também que tinha cara de poeta. Em meio à pipocas e gargalhadas, principalmente nossas, o filme acabou, e enquanto saíamos, Gina comentou.
"Eles não formam um belo casal?"
"Quem? O cara gordo e a velha da bilheteria?"
"Seu bobo! Não, eu to falando daquela mulher e do cara com cara de poeta."
"É, eles formam. Mas e daí?"
"Espera um pouco. Escuta só, isso!"
"...De todas as mulheres, a mais triste que já conheci foi você. A mais bela, e cativante, foi você. Em meio a tantas pessoas, agradeço por ter te conhecido. Por ter encontrado o verdadeiro amor. Por ter olhado em seus olhos, e visto arder a paixão em morada de melancolia. Agradeço pelo vento frio que te trouxe até este lugar quase esquecido. Agradeço por Deus te criar. Agradeço pelo mundo existir. E agradeço por me apaixonar." Joshua, o homem com cara de poeta - e que de fato, era poeta - havia feito aquela poesia na hora , e falava com a moça triste do cinema.
"Desculpe, mas eu não pude me segurar ao ver a mais bela dama chorar. Gostaria de tomar um café comigo? Talvez eu consiga fazer toda essa sua tristeza passar." Perguntou Joshua para a moça, que se chamava Julianne. Esta apenas sorriu, enxugou as lágrimas, e aceitou o braço que era oferecido pelo poeta. "Meus caros amigos, gostariam de presenciar o início de uma grande paixão, ou apenas o começo de uma grande amizade?"dirigiu-se o poeta a nós. Gina ficou sem fala e um pouco envergonhada, então eu respondi que aceitávamos.
Havia uma cafeteria ali perto, e fomos os quatro para lá. Depois de feitas as devidas apresentações, graças a espontaneidade de Joshua, já estávamos os quatro rindo e conversando. Quando o relógio apitou meia noite e meia, decidimos que deveríamos ir.
"Bom..." disse eu olhando o relógio "Creio que teremos que ir embora, meu amor. A noite realmente foi ótima, mas Gina está grávida e temos que ir." Na menção da palavra "grávida", Julianne começou a chorar.
"O que houve?" perguntou Gina preocupada.
"Na...nada. Podem ir. Tivemos uma ótima noite, obrigada mesmo! Eu adorei vocês!"
"Julianne, aqui está o meu celular."ela lhe entregou um papel. "Nós realmente precisamos ir. Mas amanha você vai me ligar, e nos encontraremos novamente para conversar, está bem?"
Julianne concordou, nos despedimos, e voltamos para casa com um sorriso no rosto. Aquela parecia ser a melhor noite de toda minha vida. Eu nunca havia me divertido tanto quanto naquela noite. Em questão de horas, eu fiz mais coisas do que fazia em um mês. Enquanto atravessávamos uma praça para podermos chegar em casa, neve começou a cair. Uma neve fina e fria, mas macia, e romântica. Paramos, e com a neve caindo ao redor de nós, nos beijamos. Eu queria que aquele momento durasse para sempre. Essa foi a última coisa que me lembro antes de aparatar dentro de nosso apartamento, Gina caminhar até o rádio, começar a tocar uma música calma e gostosa, e nós dançarmos por um bom tempo.
"Draco, eu to cansada." disse ela
"Tudo bem, meu amor!" eu apaguei as luzes, ascendi a lareira, e deitamos no sofá. Minutos depois, enquanto eu ainda acariciava seus longos cabelos ruivos, ela dormiu, e vendo que não seria muito confortável dormir no sofá e ainda abraçado a alguém, eu a levei para o quarto, e a deitei na cama. Nesse momento Gina acordou, levantou-se levemente, pegou sua camisola em cima da poltrona do meu quarto, e foi para o banheiro se trocar. Eu fui para meu closet e também fui por o pijama, mas quando ia começar a vesti- lo, senti duas mãos em minha cintura, como alguém me abraçando por trás, e era Gina, que me disse no ouvido: "Você não precisará desse pijama essa noite!".
iEm lençóis brancos você dorme E eu em meu canto te admiro Em teu descanso você brilha Os teus encantos, meu suspiros Não acorde ainda, seja meu anjo Guarde minha vida embaixo de teus lençóis brancos/i
Eu estava sentado em minha poltrona, vestia a calça do pijama, e observava ela, ainda nua, deitada na cama, toda enrolada nos lençóis brancos. Parte de suas coxas aparecia, seus ombros também, assim como seu rosto e cabelo. Eu apenas a admirava, com medo de tocá-la, ela acordar, e me ver naquele estado de pura admiração, paixão e perdição. Mesmo dormindo ela me arrancava suspiros apaixonados. Eu estava absorto naquela doce perdição. Não queria que ela acordasse ainda. Queria continuar admirando aquela imagem divida, sem que ela mudasse um fio de cabelo do lugar. Queria continuar admirando meu anjo guardando minha vida embaixo de seus lençóis. Embaixo daqueles lençóis estavam a mulher da minha vida, e meu filho.
iSonhe melodias e acorde cantando Deixe que o dia siga teus planos Os teus planos.../i
Eu desejava que, tanto Gina quanto o bebê, estivessem tendo ótimos sonhos. Sonhos com esse lindo dia em passaram juntos se divertindo. Agora ele sabia o que deveria sempre fazer: deixar o dia seguir seus planos. Pôr nas mãos do destino, que ele vai saber o que fazer!
iQuando acordar "bom dia!" A madrugada vem te olhar tranqüila E vai avisar o dia Que pode te acordar "Bom dia, anjo!"/i
Quando ela acordasse eu daria um "Bom dia" bem carinhoso, e demonstrando todo o amor que eu sentia. Mas por enquanto, a madrugada observava tranqüila o anjo mais lindo de todos descansar, e quando já estivesse na hora do anjo levantar, ela avisaria o dia que já podia acordá-lo. E a minha parte seria a mais fácil e a melhor...apenas um "bom dia!"
i"Bom Dia, Anjo!"/i
Enquanto eu pensava, o tempo passava, e de repente, chegou a hora do sol raiar, e exatamente como eu pensei, assim que a madrugada o avisou, o dia foi acordar o meu anjo. Ao primeiro raio de sol que entrou pela janela, ela se moveu, e preguiçosamente, abriu os olhos. Eu já estava ajoelhado ao lado da cama, e quando ela me viu, sorriu. A minha parte era fácil, mas aquele simples sorriso me desarmou totalmente, e segundos depois, após sair do transe, eu respondi com um afetuoso "Bom dia, anjo!".
iCapítulo dez: Bom dia, anjo!/i
Ao chegar em casa e deixar a bolsa em uma das cadeiras, Gina dirigiu-se à cozinha, onde eu preparava o jantar.
"Draco, com certeza rosa não fica bem em você!" zombou ela da minha cara ao me ver com seu avental cor de rosa, um pano de prato pendurado no ombro, e em frente ao fogão cozinhando.
"Engraçadinha."
Gina caminhou até o fogão, aproximou-se da panela, sentiu o cheiro, e me deu um rápido selinho.
"Parece estar boa a comida. Onde você aprendeu a cozinhar tão bem?"
"Sabe, minha mãe queria uma menina, e quando eu nasci ela me criou como uma. Me pôs vestido, avental, me ensinou a cozinhar, passar, costurar, e eu sou gay." Diante da cara de espanto dela, eu sorri confirmando que aquilo tudo fazia parte do humor de pai ansioso de primeira viajem. "Livro de receitas, segunda gaveta, embaixo da prateleira onde fica o microondas, contando de baixo para cima."
"Uau! Que bom que, finalmente, você conseguiu falar 'microondas'!"
"E então, como foi seu dia?"
"Ótimo. Um pouco cheio e turbulento, mas foi bom. Ah, eu comprei umas roupinhas, você precisa ver. Estão no sofá, junto com minha bolsa. Ai meu Deus...Eu estou precisando de um banho, e é exatamente isso que eu vou fazer!"
"Está bem."
Segundos depois que Gina saiu da cozinha, ela voltou e parou na porta com os sapatos na mão.
"Você se importa se eu usar pijama e pantufas? É que eu andei o dia inteiro com esses sapatos, e grávidas não podem andar muito de salto alto, então..."
"Srta. Weasley," eu andei até ela como se fosse um advogado pronto para fazer perguntas importantes para o réu no tribunal. "você pode usar sapatos baixos, que eu sei que você tem." eu a abracei "Mas terá que usar algo - fora o pijama - pois depois nós iremos sair, e nem adianta reclamar!"
"Mas..." Antes de Gina dizer qualquer coisa, eu a trouxe mais para perto e a beijei.
* * * * * * * *
Gina estava de roupão, indo para o banheiro, enquanto seu celular tocou.
"Droga! Quem vai me ligar a essa hora da noite, e bem no segundo em que eu estava indo tomar banho?" exclamou em voz alta.
"Alô?"
"Gi?"
"Ah...oi Mione, tudo bem?"
"Tudo ótimo!"
"Qual o motivo de tanta empolgação?"
"Lembra que eu te falei que eu estava atrasada?"
"Hã?"
"Meu ciclo..."
"Sim, lembro. Você me disse que tava grávida, e desesperada."
"Pois então...ALARME FALSO! Ai, graças a Deus. Quando eu cheguei em casa cheia de sacolinhas, o Harry me perguntou o que era aquilo, e quando eu fui responder, senti sangue escorrendo por minhas pernas, e corri pro banheiro. Lógico que ele mexeu nas sacolas e descobriu o que tinham. Mas depois eu expliquei tudo para ele, e de certa forma, ele também ficou aliviado e um pouco decepcionado."
"Bom, parabéns! Mas se você não se importa, eu estou indo pro banho."
"Tudo bem, amanhã eu te ligo, ok?"
"Combinado! Beijo."
"Beijinho."
Gina sorriu e balançou a cabeça, como falando "Essa Hermione...".
********
Depois de um ótimo jantar, saímos para passear. O frio era cortante, e tanto eu quanto Gina usávamos, além de um casaco grosso, um sobretudo bem quente. Ela usava um vestido preto grudado ao corpo, o que deixava à mostra a pequena barriga, casaco preto, e um sobretudo caramelo. Eu usava uma camisa cinza, calça preta, casaco preto, e sobretudo preto. E ambos tinham um sorriso alegre no rosto.
Tínhamos acabado de sair do teatro, e caminhávamos sem rumo pela ruas, apenas olhando as vitrines das lojas fechadas com suas luzes e enfeites de natal. As pessoas que caminhavam pelas ruas de Londres tinham estilos, vidas, sentimentos, humores diferentes. Era engraçado como cada um era diferente do outro, ninguém eram iguais, nem mesmo os gêmeos idênticos comendo o mesmo sanduíche que passaram na nossa frente. Eu e Gina ficávamos nos divertindo, sentandos em um banco da praça, analisando cada rosto que passava, cada pedaço de conversa que escutávamos, cada roupa esquisita que era usada, enfim. Mesmo sendo noite, muitas pessoas e carros circulavam pela cidade. Mas uma hora isso começou a enjoar, e de repente Gina se levantou, e me puxou pela mão, correndo. Três ou quatro ruas depois, paramos enfrente a um cinema velho, onde provavelmente, só existiam filmes em branco e pretos, e alguns até mudos.
"Gina, mas que diabos você..." eu tentei perguntar, mas fui interrompido pelo diálogo de uma senhora muito simpática na bilheteria, e de uma Gina muito alegre sobre as maravilhas do cinema antigo, que aquele era o último da cidade, compra de ingressos, e a última coisa que eu ouvi antes de ser arrastado para dentro de uma das salas foi um 'Tchau, divirtam-se, e parabéns pelo bebê!' da senhora da bilheteria.
O filme era realmente muito engraçado, e o cinema mudo muito bom. Eu só havia ido ao cinema uma vez na vida, quando era muito pequeno, e o filme era colorido, e muito chato. Esse não, tinha alguma magia que nos fazia rir, e sempre pedir por mais. Eu adorei, e Gina mais ainda. Por já ser tarde, haviam apenas nós, um casal de adolescentes que só se amassavam no cinema, dois casais de idosos, e por sinal muito simpáticos e cheios de vida, um cara gordo, que depois de se empanturrar de pipoca dormiu, uma mulher de seus trinta anos que parecia estar muito triste, e um homem mais ou menos dessa idade também que tinha cara de poeta. Em meio à pipocas e gargalhadas, principalmente nossas, o filme acabou, e enquanto saíamos, Gina comentou.
"Eles não formam um belo casal?"
"Quem? O cara gordo e a velha da bilheteria?"
"Seu bobo! Não, eu to falando daquela mulher e do cara com cara de poeta."
"É, eles formam. Mas e daí?"
"Espera um pouco. Escuta só, isso!"
"...De todas as mulheres, a mais triste que já conheci foi você. A mais bela, e cativante, foi você. Em meio a tantas pessoas, agradeço por ter te conhecido. Por ter encontrado o verdadeiro amor. Por ter olhado em seus olhos, e visto arder a paixão em morada de melancolia. Agradeço pelo vento frio que te trouxe até este lugar quase esquecido. Agradeço por Deus te criar. Agradeço pelo mundo existir. E agradeço por me apaixonar." Joshua, o homem com cara de poeta - e que de fato, era poeta - havia feito aquela poesia na hora , e falava com a moça triste do cinema.
"Desculpe, mas eu não pude me segurar ao ver a mais bela dama chorar. Gostaria de tomar um café comigo? Talvez eu consiga fazer toda essa sua tristeza passar." Perguntou Joshua para a moça, que se chamava Julianne. Esta apenas sorriu, enxugou as lágrimas, e aceitou o braço que era oferecido pelo poeta. "Meus caros amigos, gostariam de presenciar o início de uma grande paixão, ou apenas o começo de uma grande amizade?"dirigiu-se o poeta a nós. Gina ficou sem fala e um pouco envergonhada, então eu respondi que aceitávamos.
Havia uma cafeteria ali perto, e fomos os quatro para lá. Depois de feitas as devidas apresentações, graças a espontaneidade de Joshua, já estávamos os quatro rindo e conversando. Quando o relógio apitou meia noite e meia, decidimos que deveríamos ir.
"Bom..." disse eu olhando o relógio "Creio que teremos que ir embora, meu amor. A noite realmente foi ótima, mas Gina está grávida e temos que ir." Na menção da palavra "grávida", Julianne começou a chorar.
"O que houve?" perguntou Gina preocupada.
"Na...nada. Podem ir. Tivemos uma ótima noite, obrigada mesmo! Eu adorei vocês!"
"Julianne, aqui está o meu celular."ela lhe entregou um papel. "Nós realmente precisamos ir. Mas amanha você vai me ligar, e nos encontraremos novamente para conversar, está bem?"
Julianne concordou, nos despedimos, e voltamos para casa com um sorriso no rosto. Aquela parecia ser a melhor noite de toda minha vida. Eu nunca havia me divertido tanto quanto naquela noite. Em questão de horas, eu fiz mais coisas do que fazia em um mês. Enquanto atravessávamos uma praça para podermos chegar em casa, neve começou a cair. Uma neve fina e fria, mas macia, e romântica. Paramos, e com a neve caindo ao redor de nós, nos beijamos. Eu queria que aquele momento durasse para sempre. Essa foi a última coisa que me lembro antes de aparatar dentro de nosso apartamento, Gina caminhar até o rádio, começar a tocar uma música calma e gostosa, e nós dançarmos por um bom tempo.
"Draco, eu to cansada." disse ela
"Tudo bem, meu amor!" eu apaguei as luzes, ascendi a lareira, e deitamos no sofá. Minutos depois, enquanto eu ainda acariciava seus longos cabelos ruivos, ela dormiu, e vendo que não seria muito confortável dormir no sofá e ainda abraçado a alguém, eu a levei para o quarto, e a deitei na cama. Nesse momento Gina acordou, levantou-se levemente, pegou sua camisola em cima da poltrona do meu quarto, e foi para o banheiro se trocar. Eu fui para meu closet e também fui por o pijama, mas quando ia começar a vesti- lo, senti duas mãos em minha cintura, como alguém me abraçando por trás, e era Gina, que me disse no ouvido: "Você não precisará desse pijama essa noite!".
iEm lençóis brancos você dorme E eu em meu canto te admiro Em teu descanso você brilha Os teus encantos, meu suspiros Não acorde ainda, seja meu anjo Guarde minha vida embaixo de teus lençóis brancos/i
Eu estava sentado em minha poltrona, vestia a calça do pijama, e observava ela, ainda nua, deitada na cama, toda enrolada nos lençóis brancos. Parte de suas coxas aparecia, seus ombros também, assim como seu rosto e cabelo. Eu apenas a admirava, com medo de tocá-la, ela acordar, e me ver naquele estado de pura admiração, paixão e perdição. Mesmo dormindo ela me arrancava suspiros apaixonados. Eu estava absorto naquela doce perdição. Não queria que ela acordasse ainda. Queria continuar admirando aquela imagem divida, sem que ela mudasse um fio de cabelo do lugar. Queria continuar admirando meu anjo guardando minha vida embaixo de seus lençóis. Embaixo daqueles lençóis estavam a mulher da minha vida, e meu filho.
iSonhe melodias e acorde cantando Deixe que o dia siga teus planos Os teus planos.../i
Eu desejava que, tanto Gina quanto o bebê, estivessem tendo ótimos sonhos. Sonhos com esse lindo dia em passaram juntos se divertindo. Agora ele sabia o que deveria sempre fazer: deixar o dia seguir seus planos. Pôr nas mãos do destino, que ele vai saber o que fazer!
iQuando acordar "bom dia!" A madrugada vem te olhar tranqüila E vai avisar o dia Que pode te acordar "Bom dia, anjo!"/i
Quando ela acordasse eu daria um "Bom dia" bem carinhoso, e demonstrando todo o amor que eu sentia. Mas por enquanto, a madrugada observava tranqüila o anjo mais lindo de todos descansar, e quando já estivesse na hora do anjo levantar, ela avisaria o dia que já podia acordá-lo. E a minha parte seria a mais fácil e a melhor...apenas um "bom dia!"
i"Bom Dia, Anjo!"/i
Enquanto eu pensava, o tempo passava, e de repente, chegou a hora do sol raiar, e exatamente como eu pensei, assim que a madrugada o avisou, o dia foi acordar o meu anjo. Ao primeiro raio de sol que entrou pela janela, ela se moveu, e preguiçosamente, abriu os olhos. Eu já estava ajoelhado ao lado da cama, e quando ela me viu, sorriu. A minha parte era fácil, mas aquele simples sorriso me desarmou totalmente, e segundos depois, após sair do transe, eu respondi com um afetuoso "Bom dia, anjo!".
