STFD - MEU PRIMEIRO NATAL
CAPÍTULO TRÊS
Thanks: Nay, Jess, Aline Krux, Cris, Rosa, Claudia, Kakau, Nina, ,Nessa Reinehr, Di Roxton
Veronica surpreendeu-se ao ver Summerllee, obviamente aguardando por ela, à saida da choupana.
"Bom dia minha querida."
"Bom dia professor. O que faz aqui tão cedo?"
"Resolvi que gostaria da companhia de uma dama e você foi a escolhida" - Brincou ele.
"Sinto muito, mas eu preciso pegar o Thomy."
"Deixe o pequeno com Marguerite." – Sorriu Summerllee – "Ela está se saindo muito bem."
"Eu sei professor, mas ele está tão estranho."
"Ele está com ciúmes. Isto é óbvio."
"Por quê?"
"Porque Thomy acha que está tendo que dividir o que sempre foi dele." – Sorriu o biólogo estendendo o braço para a moça. – "Vamos dar uma volta querida."
E então Summerllee levou Veronica para um longo passeio.
Com Thomy firmemente agarrado a sua mão Marguerite saiu da choupana de Assai. Tinha uma aparência cansada e os músculos doloridos resultado da noite mal dormida.
Olhou para Thomy que parecia tão exausto quanto ela. O tufo de cabelos estava todo desgrenhado, o rostinho amassado e ele bocejava.
"Viu o que você fez pirralho?" - Thomy encolheu-se percebendo que desta vez a herdeira estava realmente brava.
"Eu, Marguerite Krux tendo que trocar fralda suja. Você vai se comportar muito bem ou eu vou te dar um chute no traseiro e você vai voltar para sua 'mamá' sem pensar."
Ela o puxou pela mão e o menino corria com as perninhas curtas tentando acompanhar os passos rápidos da herdeira.
Marguerite nem sequer hesitou. Entrou arrastando Thomy para dentro da cabana onde o caçador se encontrava roncando.
Olhou para ele com inveja de seu sono tranquilo.
"É todo seu!" - Disse em alto e bom som, jogando o menino em cima de John, que acordou na hora.
"Mas que diabos está acontencendo?" - Acordou zonzo, com a criança tamborilando os dedinhos em seu tórax, o encarando, enquanto viu somente a sombra da mulher deixando rapidamente o lugar. - "MARGUERIIIIIIIIIIIITE!!!!"
Roxton agarrou rapidamente as calças colocando por cima das ceroulas. Colocou a camisa mal abotoando um botões e pegou Thomy como um saco de batatas correndo atrás dela que seguia furiosa e apressada já do outro lado da aldeia
"Marguerite, calma."
"Calma? Você colocou esse pirralho pra ficar comigo e me largou. Sabe quanto eu dormi esta noite? NADA."
"Mas ele queria você."
"E você nem pra ajudar. Dormiu que nem um rei. Agora é você quem vai ficar com ele e não se atrevam a me procurar." - Apontou para eles - "Nenhum dos dois."
Marguerite saiu batendo o pé enquanto os rapazes se entreolharam.
"Vocês ficaram deitados juntinhos e acordados? Invejo você garoto."
Não vendo outra solução, John pegou o garoto no colo, e caminharam de volta ao seu dormitório.
"Pelo jeito não comeu nada ainda não é rapaz? Nem sequer acordou direito...Vamos cuidar disso...Então, me conte uma coisa, ela dorme de camisola?"
"Oh graças a Deus" - Marguerite pensou vendo o botânico fumando seu cachimbo tranquilamente. - "Summerllee!" - Gritou correndo em sua direção.
"Oh Marguerite! Bom dia. O que houve?"
"Uma catástrofe!"
"Santo Deus, diga logo!" – Assustou-se Arthur.
Sem fôlego ela conseguiu prender a atenção do homem.
"Eu... Thomy... Thomy e eu...".
O botânico fez uma expressão de alívio, parecendo saber do que ela iria se queixar.
"Mas que exagero Marguerite, Thomy só quer ficar perto de alguém que lhe dê atenção."
"Exagero????... Espere aí, eu não dou atenção para o macaquinho, o senhor está enganado!"
Summerlee sentiu vontade de rir, mas conteve-se.
"Bem, então, o que tanto a incomoda não é só o fato de que ele só queira estar com você?"
Marguerite ia dizer algo, mas decidiu calar-se.
"Arthur, eu gostaria que não zombasse da minha situação, eu não sou a babá dele! O que eu tenho? Mel? Colheres diferentes? Bananas?!?!?!"
"Não é nada disso minha cara, ele apenas viu em você a imagem que não estava encontrando em Verônica de uns tempos pra cá. Está tentando puni-la por ter, na cabeça dele dividido a atenção com outra criança."
"HÁ!" - ela debochou. - "Não me faça chorar, estou profundamente tocada com a história, mas acontece que esta noite, eu não dormi sequer um minuto em paz!".
Aproximando-se dos dois Roxton não se continha em gargalhadas. - "Como é que Marguerite fazia rapaz?"
"Rooommmm" - Thomy parecia imitar um ronco. Roxton estava se acabando.
"Ali está ele professor!!! O sujeitinho impertinente! Eu não ronco!"
"Há! Há!" – Provocou o caçador – "Você diz que não ronca, mas tenho aqui uma testemunha absolutamente confiável que prova o contrário, certo moleque?"
"Rooommmm" – concordou o garoto.
Challenger havia feito um ótimo trabalho com a jovem mãe e seu bebê. Deixou instruções valiosas que permitiriam que ambos se recuperassem plenamente em pouco tempo.
Naquela manhã os moradores da casa da árvore despediram-se de seus amigos da tribo Zanga recheados de presentes e mantimentos que foram colocados em uma padiola. Como um rei, Thomy logo se acomodou em cima dela devidamente carregada por Malone e Roxton.
Até que ele resolveu caminhar. Os homens mal tiveram tempo de parar e ele já estava pulando maio desequilibrado para fora da padiola.
O garoto correu para a herdeira segurando sua mão. Todos notaram que sorrateiramente foi puxando Marguerite de forma que ela ficasse lado a lado com Veronica e ele mesmo entre as duas. As vezes resvalava a mãozinha na mão da loira. Quando percebia que ela baixava os olhos para ele balançava ostensivamente a mão da herdeira, abrindo um sorriso para Marguerite.
Todos, especialmente Summerllee continham um sorriso ao perceber a intenção dele.
Ao chegarem a casa da árvore, prepararam a refeição do dia. Foi Ned quem trouxe a comida do garoto, que imediatamente tomou-lhe o pratinho das mãos indo sentar-se bem junto a Marguerite, certificando-se antes de que havia chamado a atenção de quem pretendia.
Os dias que precederam o natal foram ao mesmo tempo animados e misteriosos.
Animados por que todos se uniram para enfeitar a casa da árvore para a festa que se aproximava.
Roxton e Malone trouxeram uma pequena árvore que havia sido atingida por um raio durante a tempestade, quase seis meses antes. Seus galhos estavam ressequidos e não tinha mais nenhuma folha. Enfeitaram com pedaços de tecidos, folhas secas, flores e tudo o mais que pudesse torna-la mais alegre.
Thomy contribuiu emprestando seus fantoches que foram devidamente amarados nos maiores galhos. Também fez questão que se colocasse algumas colheres pequenas.
Marguerite fez cordões de pipocas que caiam dos galhos e que misteriosamente iam sumindo da árvore. Ela então renovava os cordões que continuavam sumindo.
Challenger poliu um pedaço de cobre que Malone cortou em forma de estrela para colocar no topo.
Roxton cortou alguns toquinhos rústicos de madeira que Veronica pintou com tintas vegetais feitas por Summerllee.
Misteriosos porque ao partirem de Zanga todos eles trouxeram pacotes cujo conteúdo não foi visto pelos outros e ao retornarem a casa da árvore vez por outra se escondiam para organizar os presentes para os amigos sem que a surpresa fosse estragada.
E a casa da árvore passou a ter áreas restritas aos moradores preocupados em preservar seus segredos.
Challenger proibiu qualquer um de entrar em seu laboratório O único que ele levava até lá era Thomy que havia se tornado seu cúmplice.
Marguerite trancou seus aposentos e tolerava apenas o garoto, mesmo assim porque a seguia quarto adentro quando percebia que a loira estava por perto.
Roxton tinha sua grande caixa de madeira na base da casa da árvore, devidamente trancada com cadeado e de cuja chave ele jamais se separava. Mais uma vez o único a conhecer seus segredos era o mais novo morador.
Summerllee guardou os presentes em seu quarto. Assim como Challenger, ele sabia que apenas uma pessoa se atreveria a entrar lá, tendo ele recomendado o contrário. Nessa ocasião qualquer um que passasse do lado de fora escutaria uma animada conversa entre aquele idoso senhor e uma criança cujo idioma ninguém entendia praticamente nada.
Malone teve mais problemas em manter seu esconderijo. Seu quarto e de Veronica não era local apropriado para guardar seus segredos. Após muito pensar encontrou um lugarzinho reservado próximo a área da maquinaria do elevador cuja manutenção era de sua responsabilidade. Por causa do princípio hidráulico do elevador, um único e pequeno espaço havia permanecido seco. E Ned pegava Thomy que escondia os presentes naquele cantinho.
Sem opção em sua própria casa, Verônica espalhou seus presentes as vezes em lugares bem visíveis. Se não estivessem tão preocupados em procurar objetos escondidos, os outros moradores não teriam dificuldades em descobrir os presentes que iriam ganhar de sua anfitriã.
Em uma das raras vezes em que Verônica se deu ao luxo de cochilar na espreguiçadeira da sala, Thomy puxou Marguerite que sentou metros adiante, aproveitando para costurar algumas peças de roupa para o natal. Por alguns momentos ele permaneceu a seu lado, até que lentamente se aproximou de onde a loira estava.
Marguerite o olhava por cima da costura.
Devagar ele cutucou levemente o braço da moça, mas ela não se mexeu. Cutucou uma segunda vez, um pouco mais forte e quando ela se virou, rapidamente ele abaixou tentando evitar ser visto. Verônica abriu levemente os olhos e viu Marguerite tentando conter o riso, ao mesmo tempo em que via o tufo de cabelos abaixado perto de si.
A jovem fechou novamente os olhos e aliviado por achar que não tinha sido descoberto, o garoto retrocedeu. Finalmente pegou uma varetinha de madeira e voltou a aproximar-se, usando-a para talvez, permanecer a distância mais segura.
Devagar cutucou-a novamente com o pauzinho. Quando não houve reação concentrou-se ainda mais e aumentou um pouco a pressão. Ao sentir que ela abria os olhos, correu para Marguerite abraçando-a ao mesmo tempo em que se certificava de que Verônica estava olhando.
Apesar de achar curioso aquele comportamento e de Summerllee explicar-lhe porque ele estava agindo daquela forma, Veronica não estava confortável. O garoto era tão agarrado a ela que sentia falta de estarem tão próximos quanto até dois ou três dias atrás.
Mas Thomy dormiu, e o inesperado aconteceu.
Como sempre bastou coloca-lo no berço que ele se cobriu e abraçou o leão Edward, dormindo em seguida.
Veronica ficou parada na entrada do quartinho, observando o garoto, sentindo saudades de seus abraços e de seu carinho.
Ned chegou por trás elaçando-a pela cintura.
"Ele é teimoso não é?"
"A quem terá puxado?"
"Você."
"Eu não sou teimosa."
"Não?" – Ele a virou puxando-a para mais perto já mordiscando-lhe o lóbulo da orelha.
"Você está mal intencionado Ned." – Sussurrou ela.
"Pelo contrário. Minha intenção é a melhor de todas." – Beijaram-se apaixonadamente já sentindo o desejo tomando conta de ambos. Sem interromper o beijo, Malone carregou-a no colo até a cama onde puxou o lençol sobre eles. Era um hábito que tinham adquirido ao longo do tempo para evitar qualquer olhinho curioso.
"Ned pare." – Sussurrou ela mal se contendo.
"Alguma coisa errada?"
"Temos companhia." – A moça levantou o lençol e eles puderam ver o menino de olhos fechados embrenhando-se entre eles para finalmente acomodar-se abraçado a Verônica.
"Ele não fazia isso desde que o deixamos com Roxton e Marguerite."
"E quando vinha para nossa cama era sempre no meio da noite." – reclamou ele.
"Desculpe Ned." – Ela acariciou o rosto do rapaz.
"Tudo bem." – Sorriu ele beijando-a suavemente – "Mas eu decidi que vou dormir agarradinho a você e assim será, mesmo que tenhamos que fazer um sanduiche. Chega pra lá rapaz."
E Ned e Verônica dormiram abraçados tendo como recheio um garotinho muito ciumento.
CONTINUA....
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