Nota da autora: Esta é uma sidestory da Recomeço (fan fic disponível na Harryoteca). Você não precisa ler o Recomeço (apesar que seria bom =-=) para entender este romance, basta saber que Persephone é uma personagem nova (assim como Melane, professora de D.C.A.T.) e que Harry e Rony estão tendo aulas de Estudo dos Trouxas devido a uma detenção.

Sou R/Hr até debaixo d'água e esta é a minha primeira fic sobre os dois. Que mais? Ah, o meu Word é uma coisa muito louca. Ele troca, SEM A MINHA AUTORIZAÇÃO Merlin por Merlim e Parvati por Pavarti, então peço que não reparem a bagunça!

Aproveitem a leitura! =)

Capítulo Um - O livro de transfiguração

Entraram na sala comunal, vazia, por sinal. Todos estavam nos corredores fazendo um burburinho, mas ele tinha esquecido seu livro de transfiguração em cima de uma poltrona.

- Achou? – perguntou a garota.

- É eu me distraí e esqueci... – disse um pouco acanhado.

O garoto a olhou, como estava linda naquela tarde. Aproximou-se, ela deu um sorriso tímido. Estava sendo movido pela emoção. Deu mais um passo em direção a ela, colocou sua mão, que estava mais gelada que o costume, no rosto fino dela. Desta vez foi ela que aproximou. Estavam tão perto um do outro que podia sentir a respiração da garota um pouco ofegante. Inclinou a cabeça, a garota fechou os olhos e ele fez o mesmo. Os lábios encostaram. Beijavam-se apaixonadamente.

Sentia-se nas nuvens, era tudo o que mais queria em sua vida. Ela passou os braços em volta de seu pescoço. Já ele carinhava os longos e compridos cabelos da amada.

O mundo poderia acabar ali que morreria achando-se o homem mais feliz da face da Terra. Com a mulher que amava em seus braços, beijando apaixonadamente. Pôde sentir as mãos suadas da amada em seu pescoço, estava tão bom, senti-la como nunca ninguém havia sentido antes.

Até que sua mochila pesada, que mantia-se presa em apenas um ombro, caiu no chão. Fazendo com que a garota em seus braços se assustasse e interrompesse o beijo.

Sentiu-se pálido e o coração na boca, apenas um fio de força o sustentava em pé, cabelo em desalinho e boca entreaberta.

Ela, menos assustada do que alguns segundos antes, os olhos ligeiramente abertos, as mãos finalmente haviam parado de suar.

Olhavam-se agora, ambos constrangidos.

- Eu... Eu.. É – começou o garoto.

Ela o olhou, parecendo assustada, confusa, com o rosto vermelho.

- Eu.. – tentou continuar, mas não conseguiu.

- Eu acho que escutei alguém me chamar... – disse, envergonhada. – Mais tarde a gente se fala...

"Mas não tem ninguém aqui", ele pensou.

Virou-se rapidamente e saiu pelo buraco na parede. Ele olhou para os lados, não encontrou ninguém a não ser ele mesmo no salão comunal da Grifinória. "Eu sou um perfeito idiota", praguejou-se baixinho. Ficou alguns minutos tentando entender o que havia acontecido, foi então que verificou seu relógio e notou que estava super atrasado para a próxima aula.

Da última vez que alguém tinha chegado na aula de Poções atrasado rendeu menos 40 pontos valorosos para a Grifinória. Apanhou seu livro de Transfiguração, saiu pelo buraco e começou a correr.

Correndo, de qualquer jeito, em direção as masmorras. As escadas de Hogwarts não ajudaram muito, quando estava próximo da Ala Norte do castelo, subindo apressadamente a escadaria de pedra, ela se moveu, atrasando-o mais ainda. Depois de alguns minutos, correndo contra o tempo e pelos corredores gelados de Hogwarts, deparou-se com a enorme porta de madeira velha, com batedores pesados de ferro. Tomou um pouco de ar, bateu e logo em seguida, abriu a porta, que rangeu alto, rasgando bruscamente o silêncio.

Severo Snape olhou com certo prazer ao vê-lo chegar atrasado. O grifinório engoliu seco, todos os alunos olharam para trás, censurando-o.

- Ronald Weasley, está atrasado dezesseis minutos! Vai colocar a desculpa nas escadas? Virou rotina chegar atrasado ou é impressão minha? – perguntou, aproximando-se. – Da próxima vez será suspenso durante UMA SEMANA nas minhas aulas! – ameaçou, chegando mais perto, tanto que pôde sentir a respiração gélida do professor. – Não importam os N.O.M's , o azar será todo seu, Weasley. Sente-se!

Vasculhou toda sala, só havia lugares vagos onde os sonserinos estavam sentados. Sentou-se ao lado de Persephone, a grifinória mais sonserina que já tinha conhecido.

Acomodou-se como pôde, despejando suas coisas de qualquer jeito. Persephone olhou para ele com seus olhos azuis nublado por trás dos óculos.

Os dois tempos de Poções arrastavam-se mais do que o costume. Durante o decorrer da aula Rony teve que encarar olhares chamuscantes dos grifinórios, sentados do outro lado da classe.

Mexia desanimadamente o seu caldeirão, imaginando quanto tempo mais teria que ficar ali.

- Ronald... – sussurrou Persephone, mexendo freneticamente a poção em seu caldeirão.

Ele a olhou pelo canto do olho, sorria discretamente.

- O que você andou fazendo? – perguntou em um sussurro. - Ronald?

- Não lhe devo satisfações – respondeu, um pouco mais alto do que programara.

- Você não é tão insuportável quanto ao Potter James e aqueles outros.

- Aqueles outros são meus amigos! - exclamou mais baixo do que a última vez.

- Quer olhar para frente, Snape pode perceber...

O tempo todo ela falava, concentrando-se em seu caldeirão. Já ele olhava para Persephone, sem se preocupar com o malvado professor e sua poção fedida.

- É estranho olhar para frente sendo que estou falando com você.

- Então trate de se acostumar.

- Weasley, por que não está mexendo sua poção? Quer perder mais pontos?

Ele se endireitou e começou a mexer a Poção para Animar que havia começado na aula anterior, corretamente. Depois de alguns minutos, ela voltou a falar.

- Sou uma excelente observadora.

Rony suspirou. Snape começou a falar, aproveitando, virou para trás, varreu a sala com seus olhos e não encontrou Hermione. "Onde ela se enfiou?", perguntou a ele mesmo.

Finalmente, depois de seu experimento ter ficado mais grosso do que previsto, Snape anunciou o fim da aula. Levantou-se um pouco estabanado, colocou a poção de qualquer jeito em um frasco, não se importando se ela lhe escorria pelos dedos, passando pelo pulso e sujando a manga de seu uniforme. Queria ver Hermione novamente. Meteu o vidro e o caldeirão um pouco sujo, já que o feitiço de limpeza não havia dado certo muito certo. Colocou a mochila no ombro esquerdo e encaminhou-se para a porta. Esbarrando em algumas mesas e alunos que se arrumavam para sair dali. Quando já estava na porta sentiu alguém puxando bruscamente suas vestes.

- Hey, não vai me esperar mesmo?- brincou, Harry.

- Estou com pressa – respondeu restrito, caminhando para fora da classe.

- O que há com você?

- Do que está falando?

Harry levantou as mãos para o alto.

- Vem, vamos para aula de Transfiguração – chamou Harry, puxando para esquerda.

- Não, eu não vou.

- Como, não vai? – disse, arrastando Rony de qualquer jeito. – Você me diz que esqueceu um livro no salão comunal, Hermione vai junto. Ela falta na aula e você chega atrasado. O que foi? Brigaram?

- Não posso te explicar agora, tenho que ir atrás dela – disse, acelerando o passo, tentando livrar-se do companheiro.

Harry percebendo tudo, tratou de alcançar Rony e o prensou na parede.

- O que está havendo? O que você tem? Onde está Mione?

Ele o empurrou amigavelmente e correu em direção as escadas. Nem ele sabia para onde suas pernas o levavam, no caminho topou com vários alunos do terceiro ano, que subiam as escadas em direção à sala de Poções.

A mochila parecia estar mais pesada, mas ele prosseguia. Entrou mais uma vez no salão comunal, largou sua mala de qualquer jeito em uma das poltronas. Subiu a escada que levava até o dormitório feminino. Olhou em todas as portas até que na última do corredor escuro havia uma placa escrito "5º ano letivo". Com o coração palpitando e respiração ofegante, abriu a porta sem ao menos bater. Não havia ninguém lá. Fechou a porta, sua busca estava apenas no começo.

Rony procurou Hermione por todos os lugares que conhecia. Não ligava o falo de não ter assistido a última aula, de estar correndo pelos corredores, não se importava com a possibilidade de perder mais pontos para Grifinória, ficar suspenso, ser levado para diretoria. O que importava era achar Hermione, coisa que ele não estava conseguindo. Já era quase cinco horas da tarde, dali alguns minutos todos seriam dispensados. Tomou o rumo para a biblioteca, novamente. Segundo lugar que havia procurado. Ela não estava lá. Com tristeza, voltou para a Ala Sul, onde eram as acomodações da Grifinória.

Consultou o relógio, cinco e meia. Assim que chegou avistou Gina. Tentou passar despercebido mas ela já vinha em sua direção.

- Rony – chamou a irmã.

- Gina, não quero falar agora.

Ele se surpreendeu quando a irmã não o encheu de perguntas como de costume. Subindo a escada, percebeu o quão estava suado e cansado. Abriu a porta do seu dormitório desejando imensamente um banho frio. Entrou no quarto, dirigindo-se para o seu baú.

- Rony – disse a voz familiar de Harry.

- Nossa, nem tinha visto você aí.

Harry estava sentado em cima de sua cama, com uma cara estranha. Ele começou a encará-lo. Rony olhou nos olhos de seu amigo, de certa forma, não queria contar o estava se passando.

- Você viu Hermione? – perguntou Rony, apanhando alguma coisa no baú.

- Quer fazer o favor de olhar pra mim – pediu Harry.

Ele se levantou e fechou a porta, porque Rony havia largado aberta.

- Eu beijei Hermione – contou.

Harry o encarou de forma estranha.

- Você o quê?

- Beijei Hermione. Ela saiu e foi embora, procurei por todos os cantos mas não sei onde ela foi parar – contou, apressadamente.

Harry o olhava com os olhos arregalados. Balançou a cabeça e finalmente sorriu.

- Eu realmente não tenho palavras.

- Nem eu – concordou, sentando-se na cama de Harry. – O que eu fiz de errado? Se ela não tivesse gostado teria me chutado, empurrado, xingado. Mas ela... Ela ficou me olhando daquele jeito e disse, sei lá... Falou que alguém estava a chamando e foi embora. Achei que ela estaria na aula do Snape, mas não estava! Por que ela não me chutou, esmurrou? Ela apenas deu às costas e foi embora, sem dizer uma palavra!

- Ela também não assistiu a última aula... – contou Harry, sentando-se de frente para Rony.

- E agora, o que eu faço?

- Rony, se ela não tivesse gostado ela não teria correspondido ou algo parecido, mas ela não fez. Ela deve ter gostado.

- Então por que saiu inventando uma desculpa esparramada?

- Deve ter se sentido confusa, eu não sei.

Rony se esparramou na cama, encarando o teto, praguejando-se infinitamente.

- Eu não deveria ter feito isso...

- Não seja bobo, seu louco. Logo ela aparece e vocês conversam. Agora... Vai tomar um banho, você está fedendo! – disse ele rindo.

Rony levantou e arrancou a parte de cima do uniforme suado e jogou na cara de Harry.

- Eu estou o quê? – perguntou, tampando a respiração de Harry com a sua camiseta fedorenta. – O quê, não estou te ouvindo?

Harry produzia sons abafados e ele se divertia muito.

- Okay, eu tenho piedade, coisa que você não tem, quando chega dos treinos de quadribol e esfrega suas meias no meu nariz.

- Vai ter revanche! – gritou Harry, quando Rony saía do quarto.

Rony e Harry desceram para o jantar. Mas Hermione não apareceu em nenhum momento. Harry tentou tranqüiliza-lo, porque Virgínia também não estava presente, poderiam estar conversando. Mesmo assim, Ronald permaneceu ansioso.