-Olha mamãe! Uma borboleta! – disse enquanto corria atrás da borboleta
Sua mãe sorri para sua filha. Esta continuava correndo até que tropeça em uma pedra e cai no chão, ralando o joelho. Abraça a perna e tenta segurar o choro. Já tinha 10 anos, não podia viver chorando por ralar o joelho. Sua mãe vai até ela e ajoelha ao seu lado.
-Está tudo bem Kagome? - diz preocupada
-Sim mamãe. - diz sorrindo forçadamente
-Não precisa sorrir se não quiser. Sei que está doendo. – diz sorrindo
Kagome abaixa a cabeça e fecha os olhos. Mas logo levanta do chão e estende a mão para ajudar sua mãe a levantar.
-Eu estou bem mamãe. – diz sorrindo
Sua mãe aceita a ajuda e levanta, voltando a caminhar pelo parque. Logo chegam a uma pequena praça. Kagome abre um enorme sorriso e puxa a roupa de sua mãe.
-Mamãe... posso brincar?
-Claro Kagome.
Kagome sorri mais ainda e sai correndo em direção ao balanço, seu brinquedo favorito. Sua mãe senta em um dos bancos e fica a observar sua filha se divertir.
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-Novamente! – disse observando um papel que tinha a foto de uma mulher deitada em uma cama de hospital
-Eu... sinto muito senhor – disse abaixando a cabeça
-Você sentir muito não vai tira-la de lá! – disse sem tirar os olhos do papel
-Eu prometo que vou melhorar! Dê-me mais uma chance. – disse levantando a cabeça e fitando seu senhor
Sesshoumaru finalmente para de olhar o papel e fita seu mais novo estagiário. Já era a terceira pessoa que ele não cuidava direito, e sempre pedia mais uma chance. Não era um sentimento muito comum dele sentir, mas tinha pena do pobre rapaz parado a sua frente. Com certeza tinha passado no teste por pura sorte. Levanta da cadeira em que estava sentado e para em frente ao seu estagiário. Este o encara com certo receio.
-Vou pensar no seu caso.
-Muito obrigado senhor. – disse já saindo da sala de Sesshoumaru
Sesshoumaru suspira e se joga em sua cadeira. Volta a olhar o papel que tinha em mãos.
-Acho meio difícil você conseguir uma quarta chance...
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-Eu estou cansada... – disse sentando ao lado de sua mãe
-Podemos voltar pra casa?
-Podemos – disse levantando do banco
Sua mãe também levanta e começa a andar. Kagome corre e pega na mão de sua mãe, andando ao seu lado. Logo chegam ao apartamento. Moravam em um pequeno apartamento no centro de Tóquio. Kagome sobe as escadas correndo e para em frente à porta ofegante. Sua mãe logo aparece no topo das escadas e joga as chaves para Kagome. Esta as pega e abre a porta. Passa correndo e se joga no sofá. Sua mãe logo entra e tranca a porta.
-Está com fome Kagome?
-Estou! – disse levantando somente os braços
-Está bem. – disse indo até a cozinha
Kagome vira o corpo para o lado e pega o controle remoto. Liga a televisão e vai passando os canais até que encontra um que está passando desenho animado. Aumenta um pouco o volume e coloca o controle na mesinha de centro da sala. Pega uma almofada e coloca a cabeça em cima desta, olhando a televisão. Dez minutos depois sua mãe volta com seu almoço. Kagome senta no sofá e coloca a almofada no colo, colocando o prato em cima desta.
-Não suje a almofada. – sua mãe diz colocando um copo com refrigerante na mesa de centro
-Pode deixar – disse com a boca meio cheia, causando algumas risadas em sua mãe
-Kagome, vou ali no supermercado. Vai querer ir?
-Não... tenho que fazer o dever de casa.
-Tudo bem então. Eu volto logo.
-Ta bom.
Sua mãe a beija e sai do apartamento, trancando a porta. Desce as escadas e ruma em direção ao supermercado. Kagome termina de almoçar e desliga a televisão. Pega o prato e o copo e os leva até a pia. Coloca-os dentro desta e ruma até o seu quarto. Pega sua mochila e começa a fazer o dever de casa. Enquanto isso, no apartamento acima do de Kagome, a dona deste encontrava-se na varanda com um maço de cigarros e um isqueiro. Coloca um dos cigarros na boca e o acende com o isqueiro. Assim que tira o cigarro da boca, este escorrega de sua mão, caindo na varanda do quarto de Kagome. Kagome havia brincado neste pela manhã, e acabou deixando um bolo de papel na varanda. O cigarro caiu bem em cima dos papéis, começando a pegar fogo. Kagome não percebeu, pois estava prestando mais atenção em seu dever de casa. Passados dez minutos, o fogo começou a pegar a cortina do quarto dela. Kagome começa a sentir cheiro de queimado e olha para trás. Arregala os olhos quando vê o fogo consumindo sua cortina. Pega a primeira coisa que vê pela frente, um bicho de pelúcia, e joga no fogo. Isso só fez o fogo aumentar. Kagome começa a entrar em desespero e sai do quarto, fechando a porta. Suspira e caminha até o sofá, sentando neste. Mexia as mãos nervosamente. Queria que sua mãe chegasse logo. De repente escuta um barulho um pouco alto e a porta de seu quarto cai no chão, começando a queimar. Kagome dá um berro, chamando a atenção de seu vizinho. Este sai de seu apartamento e começa a bater na porta. Kagome continuava gritando e chorando. O seu vizinho correu de volta para sua casa e se pendurou na varanda, olhando para a varanda vizinha e vendo o fogo. Arregala os olhos e corre para o telefone, ligando para o bombeiro.
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Aquele lugar estava realmente agitado. Eram muitos acidentes para poucos salvadores. Sesshoumaru escuta baterem em sua porta. Olha para esta.
-Entra. – disse sem muita animação
Um rapaz entra correndo e para em frente a mesa dele.
-Um incêndio... em um apartamento no centro de Tóquio – disse ofegante
-Já sei quem vou mandar... pode se retirar.
-Sim senhor... – diz saindo da sala e fechando a porta atrás de si
Sesshoumaru suspira e levanta, caminhando em direção a pequena porta que tinha em sua sala. Bate e entra sem esperar a permissão. Encontra seu estagiário parado na janela observando seu local favorito, o mundo humano.
-Inuyasha?
Este se assusta e vira para ver quem lhe chamava. Toma um susto ainda maior quando vê seu superior ali.
-Sim? – pergunta meio temeroso
-Acabei de tomar uma decisão – disse sentando em uma pequena cadeira que ali havia
-Decisão?
-Será sua quarta e última chance.
Inuyasha abriu um sorriso e correu até seu superior.
-Diga, o que tenho que fazer? É homem ou mulher? Quantos anos?
-Pare de fazer tantas perguntas! – disse irritado, o que fez Inuyasha encolher-se um pouco – Está acontecendo um incêndio em um apartamento no centro de Tóquio. Dentro dele está uma menina que possui 10 anos. Sua missão é salvar essa menina. Se conseguir, finalmente será anjo da guarda. Se com o passar do tempo você se mostrar um bom anjo, poderei realizar seu maior sonho: Conhecer o mundo humano pessoalmente.
Inuyasha abriu um sorriso maior ainda. Pegou a mão de Sesshoumaru.
-Muito obrigado senhor. Prometo que dessa vez não se arrependerá!
-Vá logo! – disse puxando sua mão de volta
Inuyasha levanta e sai correndo pelos corredores daquele imenso lugar. Porque o céu era tão grande?! Continuou correndo até que teve visão do apartamento que pegava fogo. Sentiu o coração acelerar. Respirou fundo e deu alguns passos para trás. Pegou um bom impulso e pulou.
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-E agora?
Olhou a sua volta. Somente a cozinha estava sã e salva, mas logo também seria consumida pelo fogo. Seria este o seu fim? Morrer sozinha... em um incêndio?
-Eu não vou morrer... seu que meu anjo vai me salvar!
Olhou mais uma vez a sua volta e tossiu. A fumaça já estava começando a lhe fazer mal. Escutou um barulho e se assustou. Este havia vindo de seu quarto... provavelmente era algo caindo, pensou. Escutou algumas tossidas e alguém resmungando. Colocou somente a cabeça para fora do cômodo em que se encontrava e sorriu. Não sabia se era fruto de sua imaginação, mas queria acreditar que não. Inuyasha colocou o braço sobre o nariz e olhou a sua volta. Seus olhos pairaram na cozinha, onde viu uma criança olhando para ele. Sorriu e tentou andar por entre o fogo para chegar lá. Havia conseguido chegar até a cozinha, mas havia ganhado uma queimadura no braço esquerdo.
-Você está bem? – perguntou agachando-se e olhando-a de cima a baixo
-Estou... – responde fazendo o mesmo
-Temos que sair daqui... – falou tirando os olhos dela e observando o local. Olhou para a janela da cozinha e sorriu.
-Vamos pular pela janela – disse já a pegando no colo
-Você é... meu anjo? – perguntou encarando-o
-Se eu conseguir te salvar sim. – disse sorrindo
Kagome sorriu de volta e o abraçou pelo pescoço, apoiando a cabeça no seu ombro.
-"Ela é tão bonitinha... pena que é nova demais..."
Andou até a janela e se pendurou nela. Abraçou a menina mais forte e pulou. Escutou Kagome dar um grito e afundar a cabeça no seu cabelo.
-Não vamos cair... não precisa ter medo...
Kagome levanta a cabeça e o encara. Pousam suavemente no chão, atrás de algumas árvores. Inuyasha coloca Kagome no chão.
-Tenho que ir.
-Mas já? Fica comigo...
-Estarei sempre com você...
-Mas eu não vou poder ver você... nem falar com você... – disse com os olhos rasos de lágrimas
-Por favor... não chore – disse secando uma lágrima que escorria pelo rosto da menina
-Posso saber seu nome?
-Inuyasha... e o seu?
-Kagome...
-Então até mais, Kagome.
-Até...
Ela o observa pegar impulso e logo sumir na imensidão azulada do céu. Sorri consigo mesma e corre de trás das árvores. Vê vários carros de bombeiros e muita gente querendo ver o que estava acontecendo. Vê também sua mãe chorando sem parar. Começa a correr até ela.
-Mamãe!!!!!
Esta para de chorar e olha para o lado. Vê sua filha correndo e suspira aliviada. Agacha-se e abre os braços. Logo Kagome chega perto desta e a abraça forte.
-Desculpe Kagome... eu te deixei sozinha num momento como esse.
-Eu não estava sozinha – diz sorrindo para sua mãe, que fez uma cara interrogativa – Meu anjo estava comigo... foi ele que me salvou.
Ela sorri e abraça sua filha mais forte.
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Sorri com o último comentário feito pela menina que acabara de salvar. Uma leve brisa bate, fazendo seus longos cabelos negros voarem.
-Uma linda cena que ficará guardada na minha memória para sempre – diz sorrindo
Inuyasha se assusta e olha para trás. Vê Kikyou, um anjo como ele. Possui longos cabelos negros, lisos e olhos castanhos. Qualquer homem a deseja, mas só tem olhos para Inuyasha. Ela estava ali há mais tempo que ele.
-O que quer agora? – diz voltando a olhar para baixo
-Observar a grande paixão da minha vida.
-Faça como quiser.
Kikyou sorri e senta ao lado dele, apoiando a cabeça em seu ombro. Inuyasha suspira e sorri, lembrando da menina que talvez seria sua protegida. Escuta passos e uma tossida. Os dois olham para trás e encontram Sesshoumaru.
-Inuyasha... preciso falar com você. Siga-me. – diz dando as costas e começando a caminhar. Inuyasha levanta e o segue. Logo chegam a sala de Sesshoumaru. Este manda Inuyasha se sentar, fazendo o mesmo.
-Bem... finalmente você conseguiu fazer algo certo, não acha?
Inuyasha permanecia calado e fita a mesa de seu superior.
-Pois bem... aquilo que eu lhe prometi esta valendo a partir de agora. Considere-se um anjo da guarda.
Inuyasha encara Sesshoumaru e o vê sorrindo. Abre um sorriso ainda maior e levanta da cadeira, caminhando até ele. Sesshoumaru percebendo o que ele iria fazer, segura a mão.
-Não precisa agradecer... agora vá observar sua protegida!
Inuyasha afirma com um movimento de cabeça e sai da sala de Sesshoumaru. Volta ao local onde estava e o encontra vazio. Suspira aliviado e senta-se. O sol já havia se posto, dando lugar para uma linda lua cheia aparecer. Olha para baixo e vê o apartamento em que esteve algumas horas atrás. Estava vazio. Onde elas poderiam ter ido? A casa de um parente talvez... começou a procurar desesperadamente por ela, até que a achou em um outro apartamento bem próximo do que antes ela morava. Forçou um pouco os olhos e teve visão de dentro do apartamento. Viu Kagome já deitada em uma cama. Parecia adormecida. Sua mãe e uma outra mulher estavam na sala conversando. Sorriu e resolveu fazer uma visita a menina. Mais uma vez pegou impulso e pulou. Parou em frente à janela e a abriu somente movimentando uma das mãos. Entrou silenciosamente no quarto e fechou a janela. Caminhou até a cama e sentou-se na beirada desta. Estava nervoso. Seria a primeira vez que faria isso, e se não desse certo, ficaria preso para sempre. Decidiu arriscar. Colocou uma das mãos na testa dela e fechou os olhos. Logo tudo a sua volta começou a desaparecer, dando lugar a um lindo campo cheio de flores. Abriu os olhos e olhou ao redor. Havia dado certo. Suspirou aliviado e sentiu algo puxando sua roupa. Olhou para baixo e viu Kagome sorrindo. Sorriu também e os dois sentaram-se.
-Como conseguiu entrar no meu sonho?
-Posso fazer isso quando quiser.
Kagome sorri e pula em cima dele, fazendo-o deitar no chão. Ela deita em seu peito.
-Adoro você!
Inuyasha sorri e fica a afagar os cabelos dela. Sente os olhos pesarem e os fecha. Tudo a sua volta começa a voltar ao normal. Inuyasha estava com os olhos fechados e sente algo o puxando. Estava cansado demais pra resistir, então deixou-se ser puxado. Kagome o deitou na sua cama e apoiou a cabeça em seu peito, adormecendo novamente... Quando amanheceu, encontrou-se sozinha na cama. Não sabia se ele tinha mesmo a visitado, se tinha usado-o como travesseiro, mas uma coisa tinha certeza: Agora não estava mais sozinha.
CONTINUA...
Olá! Depois de três meses, estou eu aqui de volta. Já tinha essa idéia há algum tempo, mas estava com preguiça de digitar. Já comecei o capítulo 2, mas não garanto que o terminarei rápido. Espero que gostem desse meu novo fic e que mandem reviews. Kissus pra vocês!
Kizuna-chan