Capítulo cinco – Revelações

A única pessoa que não poderia ter presenciado a troca de beijos vinha assistindo tudo. Hermione olhava de um jeito estranho para Rony, um olhar decepcionado e espantado.

Ele não sabia o que fazer, parecia chorar. Rony estava um tanto longe e não tinha certeza se ela chorava ou não. Parou de abraçar Pavarti, que não entendeu nada, estava de costas para Hermione. Ela se virou e avistou Hermione, que agora andava para trás.

- Olá – disse Pavarti acanhada.

- Rony... Como você é falso!

- Do que está falando, Mione? – perguntou Pavarti, que se aproximava.

- Eu posso explicar – disse Rony, a voz um pouco trêmula.

- Ah... Pode? – disse Pavarti, virando-se para Rony.

- Não ouse a falar comigo... Seu, seu, seu...SUJO, MENTIROSO! Me desculpe, Pavarti, não queria atrapalhar o romance de vocês dois – e saiu correndo.

Rony ameaçou em correr atrás mas devia explicações para Pavarti.

- O que aconteceu? – perguntou, parecendo braba.

- Eu também não sei.

- Você tem algo com Hermione?

- Não.

- Então por que ela fez aquela ceninha?

- Eu também não sei!

- Como não sabe? Não me faça de idiota!

- Não sei o que ela queria comigo. Não falo com Hermione desde janeiro, estamos quase em março!

- Por quê?

- Por uma série de coisas, que já estavam quase sendo esquecidas... Uma longa história.

- Por que não me conta?

- Porque não sei se vai gostar da história. É um tanto complicado e... Não quero lembrar tudo de novo.

- Trate de lembrar! - impôs Pavarti.

- Vamos para o castelo, já está esfriando demais... Eu conto com calma.

Ele estendeu a mão para Pavarti, que hesitou mas pegou na mão e apertou firmemente.

Seguiram para as acomodações da Grifinória, arrancando olhares curiosos, afinal estavam de mãos dadas. Rony estava confuso, estava encrencado. Assim que Parvati soubesse de tudo simplesmente arrancaria os seus olhos, faria um escândalo no meio de todos. Ele não queria magoar Parvati, muito menos Hermione.

Ela falou a senha rapidamente e parecia que o salão comunal estava mais cheio do que o costume. Todos miraram o casal. Ele procurava Hermione com os olhos mas acho sua irmã olhando desesperadamente para os dois.

- Vem, todo mundo tá olhando... – disse Rony, baixinho. Arrastou Pavarti para um canto, longe dos olhares curiosos. Assim que sentaram, Rony viu sua irmã correndo em sua direção.

- Rony, eu preciso muito falar com você – anunciou Gina, ignorando a presença de Pavarti.

- Agora não dá, eu preciso falar com...

- Não, não, não. O que tenho que falar é mais importante. Parvati, me desculpa... É que... São assuntos de família, você tem que entender – explicou-se Gina.

- Depois eu falo com você – respondeu Rony. – Vamos, aqui não vai dar pra conversar mesmo! – levantou-se. – Vem, Parvati...

- Ronald Weasley! – chamou Gina bem alto.

Ele saiu arrastando Parvati pelo braço e ignorando sua irmã.

- Rony, acho que você deveria falar com a sua irmã...

- Se não conversamos agora, nunca mais, você entende?

- Sim – compreendeu, Parvati.

Rony, que segurava a mão de Parvati, levava-a para a sala que costumava a fazer seu trabalho de Estudo dos Trouxas. Andavam tão depressa que ele ofegava baixinho. Quando estavam próximo, depararam-se com Harry, parecendo aflito.

- Rony, preciso falar com você – disse Harry, não deixando de olhar as mãos entrelaçadas de Rony e Pavarti.

- Eu não posso, tenho um assunto... Tenho que falar com Parvati agora – respondeu um pouco envergonhado.

- Parvati – falou Harry, encarando-a. – Eu realmente preciso falar com o Rony. Vocês terão tempo de conversar, namorar... Discutir a relação.

- Não existe relação, Harry... Depois eu te procuro, Rony – disse ela, aproximou-se do ruivo e deu-lhe um selinho em seus lábios.

Rony, que não esperava, ficou sem ação e Harry extremamente vermelho. Depois de Parvati sumir de vista, Harry puxou Rony em um canto e disparou a falar.

- Você está namorando a Patil?

- Não...

- Então o que foi isso? – perguntou, atônito.

- Eu não sei...

- Primeiro está um falatório na salão comunal que vocês estão namorando, Hermione vem falar comigo desesperada...

- Hermione? – interrompeu Rony.

- Hermione veio falar comigo desesperada – disse novamente, ignorando o amigo -, dizendo que gostava de você. Eu fiquei muito feliz. Contei que você costumava ficar nas arquibancadas no campo de quadribol. Depois de algum tempo ela volta mais desesperada ainda, viu você e a...

"Isso não está acontecendo comigo!", pensou Rony. Como aquilo era possível?!

Ele não sabia o que falava, o que deveria fazer, como deveria agir. Sua mente era uma confusão enorme e turbilhões de pensamentos a bagunçavam ainda mais.

- Você tem o poder de estragar as coisas, hein – caçoou Harry.

- Hermione é louca... Ela fez um escândalo, não gosta de mim, isso é obsessão dela!

- Às vezes eu tenho vontade de arremessar um balaço nesta sua cabeça! Ela gosta muito de você, Rony... Estou falando sério. Fez tudo isso para poupar Parvati, que parece ter algum sentimento por você... Ela quis respeitá-la porque falou dos sentimentos primeiro – explicou Harry.

- Isso não tem justificativa. É muito fácil fazer isso... Não acredito mais nela, Harry... Não quero acreditar. Me dá um pé na bunda e depois vem com estas conversar pra cima de nós dois.

- Hermione foi verdadeira comigo, os sentimentos...

- Harry, não fale idiotices – interrompeu Rony. – Os meus sentimentos? Não contam? Na hora de ela falar que foi um engano não se importou nem um pouco com isso!

- Rony...

- Rony? Você sempre está do lado dela, está é a grande verdade – falou, cruzando os braços.

- Não estou do lado de ninguém, só que vocês realmente se gostam.

- Não sei se gosto mais dela – mentiu o ruivo.

- Está escrito na sua testa "Eu amo a Hermione"! Acho que você está sendo um tremendo babaca, mais do que já é! – falou sorrindo. – Agora, você tem que ver... Falar com a Pavarti.

- Hermione acha que sou uma droga de um cachorro trouxa, só ela fazer sinal que vou correndo atrás dela! É muito fácil colocar a culpa nos outros, é muito fácil mesmo. Por que ela não disse logo de cara? Sobre a Pavarti? Não, ela fez do modo mais difícil e doloroso. Só para dizer depois "Ah, eu também sofri". Merlin, dai-me paciência!

- Olhe pelo lado dela e se isso acontecesse com você? Ou melhor, já aconteceu e você fez a mesma coisa, renunciou. Tá lembrado?

- É diferente, Harry.

- Ah, muito diferente! Você renunciou Hermione por mim, ela fez o mesmo.

- Eu não ficava me insinuando para ela, ficava? É diferente, não adianta arranjar desculpas, ela errou e não estou disposto a correr atrás.

- Olha, Rony. Você vai fazer quinze anos, sabe o que está fazendo, o que está perdendo. Não sou eu quem está mentindo para mim mesmo, é você. Já disse o que tinha que dizer, agora quem escolhe o curso da sua vida é você... Vem, vamos para a Torre.

Os dois seguiram para a Torre da Grifinória. Não falaram durante o percurso, assim que chegaram ele sentou em sua poltrona preferida e Harry se sentou ao seu lado.

Mil pensamentos passavam na cabeça de Rony. Por que Hermione fazia isso com ele? Quando aparentemente tudo se entrava nos eixos ela retornava e fazia com que seu coração se acelerasse de novo, suas pernas ficassem bambas e se sentisse extremamente desconfortável. Se Hermione não tivesse visto tudo seria diferente. Talvez a esquecesse nos beijos de Pavarti. Mas não, o destino toda hora lhe pregava uma peça, fazendo com que Hermione retornasse novamente em sua vida. O destino dele seria aquele, ser atormentado por um amor arrebatador, que o deixava tonto e angustiado. E tinha Pavarti. Ele gostava dela, mas não como Hermione. Como falar com Pavarti agora? Depois das revelações, depois dos beijos... Sua cabeça rodava e desejou que o mundo se acabasse, junto com seus problemas e angústias.

Rony se levantou, estava se sentindo extremamente desconfortável. Os olhares, cochichos... Seguiu para o seu dormitório, lá teria um pouco mais de privacidade.

- Harry, eu vou tomar um banho...

- Tudo bem, vai lá, qualquer coisa estou aqui embaixo. Está muito frio para ficar nos jardins – falou Harry.

- Harry, contou para o Rony? – perguntou Gina, aparecendo de repente.

- Contou – informou o irmão. – E quero tomar um banho agora, Gina...

- E você não vai falar nada? – perguntou incrédula.

- Falar o quê? Não tem nada pra falar, o que tiver que ser será.

Harry fazia sinais estranhos para Gina.

- Rony, você está muito estranho... Achei que faria um escândalo. Ainda bem que Harry falou com você, sempre achei que era melhor, afinal são amigos.

Gina deu um abraço no irmão, não estava entendendo nada.

- Gina, do que está falando? – perguntou Rony, soltando-se delicadamente dos braços da irmã.

- Ora, do que você está falando? – perguntou ela em um sorriso.

Harry se levantou rapidamente, um pouco aflito e inquieto demais.

- Rony, vamos...

- Espere aí, Harry – interrompeu Rony. – Do que mesmo estávamos falando?

- Ai, Rony! Falando do meu namoro! – Gina disse feliz, olhando para Harry, que parecia um tomate.

- NAMORO? QUE NAMORO? – vociferou.

Gina arregalou os olhos e olhou Harry, que devolveu o olhar para Rony.

- Engraçadinho, quase você me pega! Eu e Harry estamos namorando, achei que...

- Namorando? Como assim? NAMORANDO? Você e HARRY! – perguntou, espantado, e alto. Tão alto que muitos olharam o que estava acontecendo. Parecia impossível, seu melhor amigo e sua irmã. Namorando.

- Se isso fosse verdade Harry já teria me contado, não é mesmo? – perguntou, olhando Harry furiosamente.

- Rony, aconteceram umas coisas, eu... – começou.

- Harry, você não contou a ele! Mas nós conversamos ontem sobre isso, hoje de manhã, de tarde e agora ele não sabe! – brigou Gina.

- Não, Gina, aconteceram muitas coisas hoje, eu ia falar. Eu juro, só que... Rony está com problemas...

- Harry, como você pode fazer isso comigo. E você, Virgínia? Hein? Não existe mais possibilidade de diálogo com vocês! Não EXISTE! – falou Rony muito bravo. Subiu as escadas correndo, aquilo era demais para um dia só.

Se estava bravo ficou mais ainda. Harry era seu amigo, sempre quando tinha problemas o ajudava. Sempre quando acontecia algo de novo ele contava a Harry e vice-versa. Mas Harry... Rony não gostou de ser deixado de lado, ainda mais por seu amigo e irmã.

Virgínia sempre foi paparicada por todos os Weasley, principalmente por ele. Por serem os menores da família existia uma ligação muito forte entre eles, assim como Jorge e Fred. Rony e Gina discutiam até aqueles dias mas nunca guardavam mágoas. Ele, superprotetor, sempre fazia com que Gina fosse feliz. Todos aqueles anos de Hogwarts Rony ajudara a irmã de todas as formas possíveis, assim como ela o ajudava também. Mas esconder o namoro era uma traição para ele. Sempre deixou tudo em pratos limpos com os dois. Não havia motivo para esconder tamanha coisa, mas esconderam. Isso fazia com que Rony ficasse pior do que estava, se é que era possível.

Entrou no dormitório batendo a porta e encontrou sorridentes, Jorge e Fred.

- O que foi Rony? – perguntou Fred, desfazendo um pouco o sorriso.

- Estamos aqui para te parabenizar. Quem diria que o nosso irmão. O caçula dos pés grandes conseguiria uma namorada – falou Jorge alegremente.

- As notícias correm rápido, logo Hogwarts inteira já saberá! – completou Fred, bagunçando a cama de Rony.

- Fred, saia daí! Não estou namorando Pavarti, é mentira...

- Mas é o que andam falando por aí – disse Jorge. – Ora, não se envergonhe! Nós, Weasley, somos os garanhões.

- Vocês sabem do namoro de Gina e Harry? – perguntou bastante irritado.

- Ah, então é por isso que está nervoso deste jeito. Até que enfim eles te contaram, sabia que você ficaria nervoso, Gina sempre foi o seu xodózinho.

- Vocês sabiam e não contaram nada pra mim? Todo mundo sabe, menos eu! Por que todo mundo acha que tenho cara de idiota? Por que vocês não me falaram? Eu sou irmão dela TAMBÉM! – reclamou raivoso.

- Justamente porque você faria este escândalo todo! Você é muito ciumento, Rony. Não é assim que as coisas funcionam – respondeu Fred. – Você e Gina sempre...

- Não interessa, eu não estou bravo só por causa disso! Vocês são um bando de traidores, como podem me esconder isso? Como vocês podem calcular os meus sentimentos? Não estou bravo por causa de ciúme, se alguém tem que ficar com a Gina melhor que seja o Harry. Ele é meu amigo, sei do que é capaz e não vai magoá-la. Estou falando que todos vocês me magoaram. Todos, sem exceção.

- Também não é para tanto! – disse Jorge, colocando a mão sobre o ombro de Rony.

- Quem mais sabe disso? – perguntou, afastando-se de Jorge. – Hein, Fred? Quem mais sabe disso?

- Bem, da nossa família, todos sabem agora – contou, temendo a reação do irmão. – Contei para a Angelina....

- E eu para Alícia, que contou para Katie – completou Jorge.

- Vão embora daqui! – exclamou. – Se olhar para a cara de vocês juro que arremesso os dois pela janela. VAMOS! – expulsou.

Os gêmeos saíram mais que depressa e Rony bateu a porta.

"Olhos fechados, pra te encontrar. Não estou ao seu lado, mas posso sonhar. Aonde quer que eu vá, levo você no olhar. Aonde quer que eu vá, pra onde quer que eu vá... Longe daqui, longe de tudo, meus sonhos vão te buscar. Volta pra mim, vem pro mundo. Eu sempre vou te esperar.." Paralamas do Sucesso.

Mais uma noite em claro. Ele simplesmente não dormiu, não cochilou. Tantas coisas em sua cabeça, muitas revelações. Hermione cravada em seu peito, Pavarti em seus lábios. Seus sentimentos eram certos mas as idéias confusas. Era um domingo e assim que o sol apareceu na janela Rony se levantou. Olhou o espelho, estava pálido e com olheiras lilases; resultado de uma noite não dormida e lágrimas desesperadas. Não tinha idéia do que faria, eram seis e meia da manhã e já estava trocado. Decidiu fazer alguns deveres que eram para semana seguinte, quem sabe poderia distrair sua mente com Poções e Feitiços.

Ah, como ele queria conversar com alguém. Geralmente quando se sentia assim, triste, procurava Harry. Mas naquele momento era impossível procurar o amigo, ou ex-amigo. Aliás, Rony nunca se sentiu tão mal daquele jeito. Uma nuvem negra pairava sobre a sua cabeça.

Ficou um bom tempo estudando, estudando, lendo, resolvendo os exercícios. Se alguém lhe contasse que algum dia Ronald Weasley acordaria cedo em pelo domingo para estudar acharia que a pessoa era louca. Nunca foi de entrar em desespero por causa de uma prova, ficar revisando a matéria todos os dias. Nem ele e nem Harry. Hermione que enchia a cabeça dos dois com caraminholas, quantas vezes no ano anterior ficara estudando até tarde. Mas isso lembrava Hermione, conseqüentemente a dor em seu peito.

- Caiu da cama, Rony? – perguntou uma voz, atrás de si. – Preocupado com os N.O.M's? Eu também...

Era Filipe Patriani, monitor da Grifinória, amigo de Hermione. Como o detestava, sendo que Patriani nunca tinha feito nada, ou quase nada. Ele colocou sobre a mesa uma pilha de livros, de diversas cores e tamanhos.

- Que bom que está aqui, faz companhia – continuou, sorrindo com os seus dentes brancos. Para Rony, irritantemente brancos. – Você não é de muito papo comigo, não é mesmo?

- Patriani, se sabe... Por que pergunta? – retrucou amargamente.

- Oh... Eu não tenho nada com Hermione, Rony.

Rony, que estava grifando o seu livro de feitiços, parou e o encarou.

- Eu não estou com bom humor, principalmente com você... Nunca me fez nada mas eu simplesmente eu não vou muito com a sua cara. Sinto muito.

- É uma pena, Harry é muito legal, seus irmãos... Mas sempre existe uma ovelha negra na família, não é mesmo? – alfinetou sorrindo.

Rony bufou alto, pelas regras deveria respeitar o monitor. Ficou tão nervoso que não conseguiu revidar uma resposta inteligente para Patriani e voltou às suas anotações.

Aos poucos, o salão foi se enchendo com vozes e calor humano. Verificou seu relógio, eram nove horas. Sentiu uma tremenda fome, subiu a escada de caracol para guardar seus livros. Encontrou Neville de pijama, Simas se espreguiçando e Harry arrumando a cama.

- Ê, Harry! Nunca ouviu falar em magia? Varinha? – caçoou Simas. Harry sempre arrumava sua cama manualmente. - Olhem só o Rony, dando duro nos estudos! Também está preocupado com os N.O.M's? – perguntou com uma voz sonolenta.

- É, não quero fazer feio – respondeu, colocando seus livros em uma pequena estante.

- Hey, Rony, eu quero conversar com você – falou Harry encarando o ruivo.

- Não tenho o que conversar com você, Potter – disse, frisando a última palavra.

Simas e Neville olharam os dois sem entender nada.

- O que foi? Brigaram? – perguntou Neville.

- Rony, estou falando sério, não quero que as coisas fiquem assim.

- Ah, quer dizer que você vai fingir que confia mais em mim? Como vem fazendo todos estes anos? Por favor, me poupe do seu cinismo... – disse Rony saindo do quarto.

Ah, aquele seria um longo dia. Descendo a escada Rony avistou Pavarti e Lilá, que acenaram alegremente. Com as duas, tomou seu café da manhã. Longe de Hermione, dos seus irmãos e de Harry. Ninguém se aproximaria dele se Pavarti estivesse por perto, isso só aumentava os boatos sobre o suposto namoro entre os dois. Ficou andando com as duas para cima e para baixo. Era estranho andar com as garotas, sentia-se um estranho no ninho. Até que depois do almoço Lilá se separou, deixando Rony em uma situação desconfortável.

Estavam à beira do lago, que estava descongelando aos poucos. Pavarti falava o tempo todo mas seus pensamentos não estavam ali.

- Rony?

- Hum...

- O que você queria falar comigo ontem?

- Ah... Nada demais, besteiras na minha cabeça - ele se aproximou mais de Pavarti e sentiu o cheirinho fraco de morango que vinha de seus cabelos. Começou a alisá-los, ela pareceu satisfeita. Ele, confuso sobre seus atos.

Tinha que falar com ela, mas como? Estava dando a entender que gostava dela, enchendo-a de esperanças. Isso era errado, ainda sofria as conseqüências de ilusões.

- Rony... Você vai ao baile comigo?

- Baile?

- É... Em março, está perto.

- Eu não vou ao baile, tenho um compromisso marcado para o dia do baile. Senhor! - exclamou de repente - Estou atrasado! – disse, levantando-se rapidamente.

- Atrasado? Onde vai? – perguntou Pavarti ainda sentada na grama.

- O trabalho de Estudo dos Trouxas! Marquei com o pessoal e estou hiper atrasado – disse, oferecendo a mão para que Pavarti pudesse se levantar. Puxou-a para cima. Ficou a olhando de pertinho e novamente os seus lábios se tocaram, ele já conhecia o jeito de Pavarti. Como ela segurava a sua cintura, de como seus lábios eram quentes, seus movimentos rápidos e precisos.

Rony parou, amaldiçoando-se, aquilo não era certo. Sorriu timidamente, girou seus calcanhares e avistou Hermione acompanhada de Harry, Gina e Patriani. Provavelmente indo visitar Hagrid. Fingiu que não viu.