Ano-Novo, Um Novo Amor
Mino ficara feliz ao ver Jabu na festa de Ano-Novo. Eles se cumprimentaram, sentindo-se estranhamente tímidos na presença um do outro. Não tiveram oportunidade de se encontrarem durante a semana... Não podiam negar que sentiram falta dos poucos, mas preciosos minutos que costumavam conversar durante as manhãs... Sentiram saudades... Estavam cada vez mais próximos e seus sentimentos ainda mais fortes, mas tinham medo de uma aproximação maior.
Jabu estava sentado à mesa, conversando animadamente com Seiya. Mino olhava-o, disfarçada, mas ternamente e pensava que até alguns anos atrás aquela cena seria inimaginável: Seiya e Jabu rindo e conversando como amigos de longa data.
- Mino! – Eire a chamou e ela voltou a atenção às amigas. Ao ouvir o nome dela ser chamado, Jabu desviou o olhar para Mino que estava sentada do outro lado da mesa, quase de frente com ele e perdeu-se a admirá-la. Esqueceu-se de tudo o mais a sua volta. Naquele momento tinha olhos apenas para ela.
Seiya parou de comer e olhou para Jabu ao perceber que o rapaz ficara repentinamente silencioso. Arqueou uma sobrancelha e curioso, acompanhou o olhar do Cavaleiro de Unicórnio. Ele viu o exato momento em que os olhos de Jabu e Mino se cruzaram. Um tímido sorriso curvou os lábios da garota e ela corou, baixando a cabeça, para em seguida voltar a atenção às amigas.
Jabu sorrira suavemente e suspirou. Distraído, olhou para o lado e surpreendeu-se ao ver Seiya fitando-o. Endireitou-se abruptamente na cadeira, acordando subitamente de seu transe e tentando esconder sua confusão, pois não fazia a mínima idéia do que estava conversando com o Cavaleiro de Pégaso apenas alguns minutos antes. Jabu voltou a atenção à comida, enquanto tentava fervorosamente se lembrar do que ele estava conversando com o rapaz ao seu lado...
Seiya o encarara com um meio sorriso maroto e um olhar divertido. Percebera a troca de olhares discreta e tímida entre os dois. Já tinha percebido algo na noite de Natal, chegara até a comentar sobre isso com Saori que afirmou que também percebera algo muito especial entre os dois. Seria possível que aqueles dois estivessem...
- Vejo que você e Mino estão se dando muito bem, não é Jabu? – comentou Seiya, não evitando o tom malicioso, enquanto levava o copo de vinho aos lábios. Jabu arregalou os olhos levemente. Voltou-se para Seiya e ao encontrar os olhos castanhos... Sentiu-se estranhamente desconfortável. Não era possível... Será que estava tão na cara assim? Fingindo que não tinha entendido, ele respondeu tentando soar indiferente.
- Sim Seiya. – respondeu, tentando soar indiferente. - Mino é uma garota muito especial... – disse reticente, voltando sua atenção para o prato.
- Só isso? – perguntou Seiya, apoiando o braço na mesa e encarando Jabu, que o fitou novamente.
- O quer dizer? – perguntou incomodado.
- Ora, é só isso que acha de Mino?... "Uma garota muito especial"? – perguntou repetindo as palavras de Jabu.
- Não sei onde está querendo chegar... – desconversou.
- Eu posso parecer desligado, Jabu, mas não sou... – disse Seiya, provocando-o. – Desde o Natal que eu percebi que você e Mino estão... Mais próximos... – Jabu o encarou seriamente. Um brilho de desafio em seus olhos azuis:
- E isso o incomoda, Seiya? – disse e continuou, não conseguindo conter o sarcasmo que fôra aflorado por uma inexplicável pontada de ciúmes: - Achei que estivesse feliz com Sao... – mas foi interrompido bruscamente.
- Hei, não pense tolices! – repreendeu Seiya, surpreso com o rumo dos pensamentos do rapaz ao seu lado. – Mino é como uma irmã pra mim!
-... – Jabu voltou sua atenção para o prato e ficou a mexer a comida com o garfo. Seiya pôde perceber o ciúme no tom de voz de Jabu e viu quando os olhos dele buscaram Mino mais uma vez. Os olhos azuis não transmitiam a mesma felicidade de minutos atrás... Tinham um brilho melancólico.
A garota estava entretida com a conversa com Saori e Eire e não percebeu os olhos azuis pousados em seu semblante alegre. Seiya quebrou o silêncio que se pusera entre eles:
- Está apaixonado por ela, não está? – disse encarando-o. Jabu e suspirou e olhando para Seiya novamente, respondeu:
- Sim... Mas ela ama de você... - pensou, sentindo um aperto no peito, enquanto desviava o olhar mais uma vez. Seiya se surpreendeu com a resposta do rapaz... Curta, direta e intensa... Um simples "Sim", mas carregado de tanto sentimento...
- Por que não fala com ela? – perguntou Seiya. Jabu não respondeu. Olhou para Mino novamente e baixou os olhos, recomeçando a comer enquanto perdia-se em pensamentos. Seiya percebeu que a animação de Jabu se esvaíra um pouco...
Mino voltava caminhando levemente pelo corredor, para dessa forma, evitar que os pequenos acordassem. Uma das crianças havia acordado assustada com as explosões dos fogos de artifício e ela já estava há quase meia hora no quarto tentando fazer o garotinho dormir. Finalmente conseguira e aproveitara para espiar as outras crianças e ver se estavam todos bem.
Entrou na sala sorrindo e seus olhos passearam pelo cômodo. Seu sorriso desaparecera gradativamente ao se dar conta de que Jabu não estava em lugar algum da enorme sala. Onde ele estaria? Será que ele tinha ido embora? Não... Ele não iria embora sem se despedir dela... iria? Aproximou-se de Seiya.
- Seiya. – chamou-o. O rapaz se voltou para encará-la.
- Sim, Mino. – disse olhando para a amiga com um sorriso.
- Não estou vendo o Jabu por aqui... Você sabe se ele já foi embora? – perguntou ela não conseguindo disfarçar a ansiedade. Seiya sorriu. Tinha certeza que ela viera perguntar pelo rapaz.
- Ele não foi embora, não Mino. Ele está lá fora... – respondeu Seiya.
- O que ele está fazendo lá fora? – perguntou ela, olhando pela janela
- Não sei. Mas ele estava um pouco... desanimado... – Seiya jogou verde.
- Desanimado? – Mino ficara confusa. O rapaz parecia tão animado durante a noite. - Você sabe por quê? – perguntou. Seiya se preparara para responder quando Saori aproximou-se e beijou-o no rosto.
- Algum problema, amor? – perguntou Saori, envolvendo a cintura de Seiya com seus braços e pousando o queixo em seu ombro forte. Mino a fitou... Será que Jabu se incomodara com as demonstrações de carinho entre Seiya e Saori? Será que era esse motivo de seu desânimo? Será que... Ele ainda a amava?
- Não Saori. Nenhum problema. – respondeu Seiya passando o braço entorno dos ombros delicados e beijando-a nos lábios de leve. Voltou sua atenção para Mino. – Você gosta dele, não é mesmo Mino? – perguntou ele, sem a menor cerimônia. A moça corou ao ouvi-lo. Seiya e ela se desde que eram crianças e sempre foram francos um com o outro, mas aquela pergunta a pegara de surpresa.
- Seiya! Que pergunta é essa! – repreendeu-o encabulada.
- O que tem demais Mino? – disse Seiya, sorrindo. – Responda: Gosta dele ou não? – Saori desencostara a cabeça do ombro de Seiya ao ver o constrangimento de Mino.
- Seiya! – censurou Saori, vendo Mino ficar ainda mais vermelha. - Não seja indiscreto! – disse beliscando-o no braço.
- Ai! – gritou Seiya afastando-se e esfregando o braço. – Odeio quando faz isso! – reclamou, com o cenho franzindo e fazendo biquinho. Saori sorriu. Adorava provocá-lo. Aquela carinha de menino birrento era uma gracinha. Ela sorriu e se aproximou dele, beijando-o nos lábios fazendo com que a raiva se esvaísse. - Huum... – suspirou e sorriu enquanto a encarava. – Preciso conversar algo importante com Hyoga. – disse Seiya. - Vou deixá-las à vontade. – sorriu para Mino e se inclinou para beijar Saori na testa antes de se afastar. Essa era a deixa para que ela entrasse em ação. Seiya conversara com ela sobre suas suspeitas com relação ao envolvimento de Mino e Jabu. Faltava um empurrãozinho para aqueles dois ficarem juntos.
- Algum problema, Mino? – perguntou Saori, ao perceber que Mino olhava pela janela insistentemente, como se estivesse procurando alguém.
- Não é bem um problema, Saori... Eu estava procurando o Jabu... – ela comentou instintivamente. Ao perceber o que dissera, encarou Saori, e ficou constrangida ao perceber o olhar cúmplice que lhe era dirigido e tentou se explicar. – Eu... Eu... Nã... Não o vi mais de... Depois da ceia e...
– Não precisa se explicar pra mim, Mino. – disse ela. – Seiya me disse que ele não parava de olhar pra você durante a noite toda... – comentou como se não tivesse dito nada demais. Mino a olhou corando, não acreditando em suas palavras. – Você gosta dele, Mino? – ela perguntou suavemente. Desta vez a pergunta não a deixara constrangida. Ela suspirou.
- Que importância tem isso, Saori... – percebeu que sua resposta não era uma negativa... Mas não conseguiria negar o que estava sentindo. Seus olhos transmitiam uma tristeza que ela inutilmente tentava disfarçar – Ele não gosta de mim... – completou pensando que talvez estivesse sendo difícil para Jabu ver Saori e Seiya juntos.
- Não foi o que ele disse a Seiya... – respondeu Saori e piscando para Mino, que arregalara os olhos ao ouvi-la, se afastou, caminhando em direção a Seiya que conversava animadamente com Shiryu e Hyoga.
Mino voltou seus olhos para a janela novamente. Mesmo que o que Saori acabara de insinuar não fosse verdade... Tinha que saber como ele estava... Afinal, tornaram-se amigos e não queria vê-lo triste... Caminhou até a porta e saiu para o pátio à procura do rapaz.
Saori tocou o braço de Seiya e indicou-lhe que olhasse para a porta. Ele e Saori se entreolharam sorrindo ao verem a garota saindo para o pátio. Com certeza fôra atrás do rapaz.
Jabu estava sentando num banco no pátio do orfanato, a cabeça jogada para trás, contra o encosto do banco... Olhava o céu estrelado, tão límpido, que contrastava com a turbulência que sentia dentro de si. Não era possível... Acontecera novamente. Estava apaixonado por alguém que não o amava... Mas que inferno! Será que nunca conseguiria ser feliz?
Pensou em Mino... E como ela devia estar sofrendo vendo Seiya e Saori juntos... Soltou um longo suspiro e fechou os olhos, baixando a cabeça... Ela nunca o notaria... Nunca perceberia o quanto estava apaixonado... Como nunca estivera em sua vida... Nem mesmo por Saori.
Mino encontrou Jabu sentado num banco, no pátio. A cabeça tombada para trás, contra o encosto do banco, enquanto ele olhava para o céu. Ficou alguns instantes a admirá-lo. Viu quando ele fechou os olhos dolorosamente e baixou a cabeça. Seu peito se apertou ao vê-lo daquele jeito. Ele devia estar sofrendo muito com a constante demonstração de carinho entre Seiya e Saori...
Mino baixou a cabeça e suspirou. Aconteceu de novo... Estava apaixonada e não era correspondida. O amava... Como nunca amara ninguém em sua vida... Nem mesmo Seiya. Saori estava enganada. Jabu jamais a notaria...
Mino caminhou lentamente até o banco. O som de seus passos chamou a atenção de Jabu que se endireitou e virou-se em direção ao som. Mino deu um leve sorriso, que foi retribuído por Jabu, mas o sorriso não alcançou seus olhos e a garota percebeu isso. Munindo-se de coragem, aproximou-se, sentando-se ao lado dele no banco.
- Está tudo bem, Jabu? – perguntou ela depois de alguns minutos de silêncio. Jabu baixou a cabeça.
- Sim... – disse ele, mas sua voz soou desanimada. Mino não conseguia mais esconder o que estava sentindo. Mino estava se sentindo mal. Era egoísmo de sua parte, ela sabia. Ele estava sofrendo... Mas ela apenas conseguia pensar que também estava sofrendo...
- Te incomoda vê-los juntos, não é? – perguntou sem conseguir se conter, sentindo um nó na garganta que a estava sufocando, encarou-o. Jabu ergueu os olhos e fitou-a. Ficou surpreso ao encontrar os olhos dela... Eles transmitiam desapontamento ao encará-lo. De repente a conversa que tivera com Seiya lhe voltara à mente. Será que deveria seguir o conselho de Seiya? Será que deveria arriscar-se? – Você ainda a ama, não é Jabu? – perguntou Mino tentando manter sua voz firme. Jabu ficou surpreso com a pergunta e sua indecisão e confusão fizeram com que não conseguisse respondê-la prontamente. Tomando o silêncio como uma confirmação, Mino desviou o olhar, sentindo que o aperto em seu peito aumentava. Seus olhos arderam e ela se levantou antes que não conseguisse mais se controlar e acabasse chorando na frente dele. E isso, era a última coisa queria. – Eu... Preciso entrar... – disse ela. Jabu se assustou com o movimento repentino. Viu-a começar a se afastar e saindo de seu torpor, se levantou e segurou-a pelo braço, firme, mas gentilmente. Mino, pega de surpresa pelo gesto dele, se voltou para fitá-lo.
Os olhos do rapaz se arregalaram ao ver a lágrima desprender-se e escorrer lentamente pelo rosto delicado, até o queixo, pingando sobre sua mão que ainda segurava o braço dela. Sem conseguir se conter, Jabu se aproximou e tomou o rosto dela entre suas mãos, secando-lhe as lágrimas que ela não mais conseguia conter e escorriam livremente. Olhou-a nos olhos e Mino sentiu-se hipnotizada por aquele olhar tão intenso e ardente. Sua respiração estava ofegante. A proximidade com Jabu deixando-a perdida. Não conseguiu se mexer. Os olhos azuis dele se desviaram dos dela para fitar-lhe os lábios vermelhos e entreabertos.
Ao vê-lo focar os olhos em seus lábios, Mino deixou escapar um suspiro e fechou os olhos. Jabu não pôde deixar de sorrir ao ver aquela entrega. Sem mais se conter, ele se inclinou e pressionou contra os dela. A sensação foi indescritível. Pretendia apenas tocar os lábios dela de leve, mas ao senti-la relaxar completamente em seus braços e sentir as mãos pequenas pousando-lhe nas costas, abraçando-o, perdeu o controle e beijou-a com paixão. Mino ofegou e Jabu aproveitou a brecha para aprofundar o beijo, provando de sua doçura. Sentiu-a corresponder e a pressão de seus braços em torno do corpo delicado aumentou. Beijavam-se apaixonadamente.
Afastaram-se relutantes. Estavam completamente sem fôlego. . Jabu estava encantado. Mino tinha o rosto corado e os lábios vermelhos e inchados devido à intensidade do beijo. Ela abriu os olhos e ao fitá-lo, Mino se lembrou de que ele ainda amava Saori. O encanto se desfez e ela se desvencilhou dos braços dele. Como pôde usá-la assim?
Sua expressão magoada o aturdiu. O que havia feito? Mino tremia visivelmente e seus olhos brilhavam pelas lágrimas que se avolumavam...
- Mino... - Jabu tentou se explicar, mas ela o interrompeu.
- P... Por... Que fez iss... Isso...? – perguntou ela entre soluços. – Co... Como... Pô... Pôde... Brincar com m... Meus sentimentos... Assim? – murmurou. Sua voz carregada de mágoa.
- Mino, eu não estou brin... – Jabu se aproximar, mas foi interrompido pela voz mais firme, mas embargada:
- Como pôde?! Mesmo amando Saori... Como... – os olhos do rapaz se alargaram e sem perder tempo, aproximou-se dela, segurando-a pelos braços firmemente, puxando-a contra seu corpo, fazendo se calar.
- Eu não estou brincando com você. – disse seriamente, olhando-a diretamente nos olhos. Mino pôde ver a mágoa brilhando naquele olhar. – Eu não amo a Saori. – continuou falando seriamente. Viu Mino arregalar os olhos e prosseguiu: - Agora tenho certeza de que nunca a amei, Mino. – disse ele, sua voz tornando-se suave, como uma carícia. As mãos que seguravam-na pelos braços, subindo para envolver-lhe o rosto, aproximando-a ainda mais dele.
- O que...? – Mino estava perdida. Não conseguia entender as atitudes de Jabu. Ele se inclinou para ela, tocando-lhe os lábios suavemente.
- Depois que nos tornamos mais próximos eu percebi que nunca amei Saori. – disse ele roçando os lábios nos dela enquanto falava. – Acho que antes disso... Naquele dia... No casamento de Saori e Seiya... Quando pegou aquele buquê, e quando aceitou o abraço dela... – Mino fechou os olhos ao sentir a carícia tão deliciosa em seus lábios. – Eu a admirei. – ela abriu os olhos e o encarou surpresa. Jabu sorriu. – Sim, eu penso em você desde aquele dia.
- Jabu...
- Eu a amo... Desde aquele dia... Em que eu vi aquele delicado sorriso adornar-lhe os lábios após pegar aquele buquê. – disse ele sorrindo gentilmente ao lembrar daquela cena que ficara gravada em seu coração e sua mente. Mino corou e baixou a cabeça. Jabu ficou maravilhado ao ver aquele mesmo sorriso que o encantara naquele dia enfeitar o rosto de Mino novamente. Seu coração disparou. Ele faria o impossível para fazê-la sorrir daquela forma.
- Não lembro de ter te visto aquele dia... – disse ela, evitando olhá-lo. Jabu tocou o queixo dela e obrigou-a levantar a cabeça e a olhar para ele.
- Mas eu me lembro de você... – disse ele se aproximando. – Você estava linda... – comentou docemente, deslizando o polegar pela curva do maxilar dela.
- Eu te amo... – ela disse segurando a mão dele contra seu rosto, fechando os olhos e sorrindo sonhadoramente. Jabu suspirou extasiado e a envolveu em seus braços. Mino descansou a cabeça contra o peito dele e pôde ouvir as batidas aceleradas do coração dele, no mesmo compasso em que o seu batia.
- Estava apavorado de que você ainda amasse o Seiya... – disse ele, exteriorizando seus receios. Mino se afastou um pouco, e olhou-o nos olhos.
- Eu nunca amei o Seiya. Agora sei disso. – disse ela olhando-o diretamente nos olhos. – Eu amo você. – disse sorrindo. Jabu correspondeu o sorriso e estreitou-a em seus braços, tomando-lhe os lábios num beijo intenso, mas delicado e apaixonado. Finalmente se sentia completo. Seu amor era correspondido e poderia ser feliz ao lado da única mulher que realmente amara em toda a sua vida.
Mino estava feliz. Finalmente conhecia a sensação de ser amada... E era uma sensação inebriante. Parecia um sonho. Um sonho maravilhoso.
Seiya se aproximara da janela ao ver Saori parada olhando para algo lá fora. Lenta e silenciosamente ele se aproximou e olhou pela janela, sorrindo ao ver a cena que sua amada presenciava. Saori levou um susto ao sentir os braços fortes envolvendo-lhe a cintura, mas suspirou quando os lábios quentes e úmidos pousaram em seu pescoço. Ela se inclinou para trás, apoiando as costas no peito de Seiya e entrelaçou os dedos aos dele, puxando-lhe as mãos para que a abraçasse mais apertado.
- Você me assustou. – disse ela fingindo indignação. Seiya sorriu e comentou, provocando-a:
- Que coisa feia! – disse ele deslizando os lábios levemente no pescoço dela. – Espionando os outros... – Saori se libertou do abraço e virou de frente pra ele, envolvendo a cintura de Seiya com seus braços. O rapaz e abraçou, deslizando as mãos pelas costas dela.
- Eu queria ver se aqueles dois iam se acertar... – disse ela contra os lábios de Seiya, que sorriu e a beijou suavemente.
- Vejo que seu plano deu certo... – disse ele.
- Eles estavam visivelmente apaixonados... Só precisavam de um empurrãozinho. – disse Saori piscando marotamente para Seiya. Os dois se abraçaram. – Bom, agora que já vimos que nosso plano deu certo... Vamos deixar os "pombinhos" em paz. – disse Saori, puxando Seiya pela mão e indo até o quintal, onde os outros conversavam animadamente.
Jabu abraçava Mino por trás, ambos encostados numa árvore... Admirando o céu magnífico daquela madrugada. Aquele mesmo céu que antes era fitado de forma tão melancólica e dolorosa, agora era cenário propício para a troca de carinhos. O rapaz beijava o rosto e o pescoço dela, enquanto a abraçava mais apertado. Mino sorriu e virou a cabeça para olhar pra ele. Jabu a encarou apaixonadamente e beijou-a de leve. Afastaram-se, as mãos buscando-se e seus dedos entrelaçaram-se fortemente, Mino viu um sorriso divertido cruzar os lábios do rapaz. Estranhou e sorriu:
- O que foi, Jabu? – perguntou ela, quando o sorriso dele se alargou.
- Nada, não... – disse ele, levando a mão dela aos lábios e beijando-a. Mino arqueou uma sobrancelha e ficou de frente pra ele.
- Jabu... – disse ela seriamente.
- Tá bem, tá bem... Eu estava pensando... – ele sorriu novamente.
- Pensando em quê? – perguntou abraçando-o e sentindo os braços fortes envolverem seus ombros. - Fala, Jabu! – disse ela curiosa.
- Pensando que... – ele a fitou intensamente, apertando-a contra si, roçando os lábios nos dela enquanto falava suavemente. – Aquela história do buquê é mesmo verdade... – concluiu com um sorriso maroto. Mino o encarou curiosa e então o que ele havia lhe contado há alguns minutos lhe voltou à mente. Sorriu.
- É... Parece que sim... – disse suavemente. Foi calada pelos lábios dele que tomaram os dela num beijo suave e carinhoso. Jabu não poderia estar mais feliz.
Pensar que tudo isso começara naquele minuto... Que fôra a partir daquele instante que ela começou a entrar em seu coração. Nunca pensou que poderia ser tão feliz e daria o máximo de si para não perder aquela felicidade. Faria a mulher em seus braços feliz e a amaria com todo seu ser.
Fim
Está aí! Um presente de Ano-Novo alguns adiantado!
Espero que tenham gostado de ler esta história tanto quanto eu gostei de escrevê-la! Obrigada a todos que acompanharam esta fic! Espero que este final tenha ficado do agrado de vocês!
Agradeço a todos os comentários e espero voltar em breve com novas fics e conto com os comentários de vocês para me animarem! Feliz Ano-Novo a todos e até a próxima!
