Respostas às reviews:

Youko Julia Yagami: Tem toda razão, Harry é um insensível! Mas ele vai sofrer um pouco neste capítulo! Obrigada pela review!

Paula Lírio: Oiê, Paulinha! Claro que não é só pro Marck, ele foi só a, digamos, inspiração. Tua review me deixou tão animada que resolvi postar a segunda parte hoje!

Fabi-chan: Seu desejo é uma ordem!

Ah, uma outra coisa que eu queria avisar a vocês é que, como pensei que eu não fosse publicar esta história com o meu "verdadeiro pseudônimo" (!), eu usei muitos dos temas que são introduzidos aqui em outras histórias, só que, em geral, de forma mais desenvolvida.

Se vocês gostam do meu estilo, não deixem de visitar a minha homepage. E quem quiser trocar idéias sobre slash comigo e outros autores melhores do que eu, entre no Potter Slash Fics! Veja o endereço no meu "perfil".

Capítulo 2

— Ron, Hermione!

— Oh, olá, Harry — disse Hermione, cobrindo o rosto de Harry com seus cabelos lanosos e beijando-o no rosto.

— Olá, cara — disse Ron.

— Puxa, que legal que vocês vieram. Eu estou mofando aqui, preso a essa cama.

— Argh, e com o morcego seboso na sua cola o tempo todo! — murmurou Ron, em voz baixa.

— Não fale assim, Ron ¾ repreendeu-o Hermione. — O professor Snape está fazendo de tudo para ajudar Harry.

— Ora, isso porque Dumbledore mandou. Senão, ele ia mais é querer picar Harry em pedacinhos e colocar no caldeirão dele!

Harry sorriu. Aquele era o bom e velho Ron.

Hermione fuzilou Ron com os olhos.

— Se vocês querem saber, nós só estamos aqui porque o professor Snape insistiu com o Diretor. Dumbledore nos pediu silêncio absoluto. Na verdade, não era para ninguém saber que você está aqui.

— Nem o pessoal da Ordem? Por quê?

— Não sei, Harry. As coisas estão muito estranhas. Talvez haja suspeita de um espião dentro da Ordem.

— Isso seria horrível — disse Harry. — Como vão as coisas? Eu, aqui, estou por fora de tudo.

— Oh, eles não nos deixam entrar na briga de verdade — resmungou Ron.

Os olhos de Hermione brilharam.

— Nós, os gêmeos e Remus estamos realizando pesquisas para desenvolver um artefato, semelhante ao Mapa dos Marotos, para localizar Voldemort. É pena que Sirius não esteja mais entre nós... Remus diz que foi ele o principal cérebro por trás do Mapa.

— "Remus"? Agora vocês já se tratam pelo primeiro nome, é?

oOoOo

Quando Ron e Hermione saíram, Harry respirou aliviado. Havia sido muito bom revê-los, pudera se distrair por algumas horas, mas a verdade é que os amigos o haviam deixado muito cansado.

Quase não viu Snape entrar no quarto, de tão sonolento que estava.

— A sua poção, Potter.

— Obrigado — disse Harry. — E não só pela poção.

— Por que mais? — perguntou Snape, surpreso, enquanto Harry esvaziava o frasco.

— Por ter chamado meus amigos.

— Oh, achei que só assim eu conseguiria trabalhar em paz esta tarde, sem você ficar se virando de um lado para o outro dizendo que está entediado.

Harry recebeu as palavras duras com resignação. Estava cansado demais até para sentir o golpe. Mas em algum lugar dentro dele algo pareceu morrer. Com dificuldade, notou que o professor estava dizendo algo.

— Parece que a visita deles não lhe fez muito bem, no entanto.

— Só estou cansado. Me deixe dormir.

Snape deu um de seus giros dramáticos e saiu do quarto.

oOoOo

Cerca de duas horas depois, Harry despertou e leu mais dois contos de Sherlock Holmes. Depois, cansado de ler, resolveu tentar se levantar. Colocou os dois pés para fora da cama, e começou a baixa-los até o chão. No instante em que seu pé esquerdo tocou o tapete ao lado da cama, no entanto, este se ergueu do chão e, com uma força descomunal, enroscou-se em seu torso e o empurrou de volta para a cama. Harry deixou escapar um grito de susto.

Snape apareceu no mesmo instante.

— Potter, seu idiota! Eu sabia que você ia tentar se levantar — declarou, com seu ar superior.

— Seu... desgraçado! Você encantou o tapete?

— É óbvio.

— Estou cansado de ficar preso a esta cama! Quero me levantar!

— Amanhã, quando você estiver descansado, podemos fazer essa tentativa. Agora não. Agora você vai ficar aí e comer o jantar que os elfos vão lhe trazer.

Harry teve uma vontade quase incontrolável de mostrar-lhe a língua, mas se limitou a fazer-lhe uma careta.

O professor ainda o fitou por um instante, e Harry notou como ele estava... mais feio do que nunca. Os cabelos ainda mais desgrenhados e oleosos. Mais magro. Mais pálido. Cadavérico.

oOoOo

No dia seguinte, Snape ajudou Harry a se levantar. Quando o garoto se firmou, o professor se afastou e deixou-o andar sozinho.

— Não deve andar muito hoje — disse-lhe Snape. — Quem sabe você quer aproveitar e tomar um banho?

Harry achou que era uma ótima idéia. Snape abriu uma das portas do guarda-roupas e pegou uma toalha. Então abriu outra porta.

— As suas roupas estão aqui. Mandei os elfos trazerem da torre de Gryffindor.

Harry pegou um manto para vestir. Já que já conseguia andar, não iria ficar de pijama!

Snape levou-o até o banheiro, que ficava contíguo ao quarto. Abriu as torneiras da banheira para preparar-lhe o banho e mostrou-lhe onde ficava o sabonete e o xampu.

Harry não pôde evitar o sorriso irônico ao pensar no xampu. Lembrou-se de todas as piadas a respeito dos cabelos oleosos do professor. Será que se usasse o mesmo xampu que Snape seus cabelos ficariam como os dele? Sentiu um arrepio só de pensar.

Quando Snape saiu, Harry tirou as roupas e mergulhou na água tépida. Oh, o sabonete cheirava a uma mistura de ervas. O mesmo cheiro de... Snape. Na verdade, era um cheiro agradável.

Mais uma vez, aquelas associações do professor com uma sensação agradável. Harry sacudiu a cabeça. Devia estar muito doente para pensar naquilo. Devia estar ficando louco.

oOoOo

Saindo do banheiro em passos ainda incertos, Harry atravessou o laboratório de Snape e sentou-se em uma poltrona junto à lareira.

Alguns minutos depois...

— Muito bom, mas que graça tem eu passar o dia sentado aqui enquanto você faz essas suas malditas poções?

— Potter, quando é que vai me deixar em paz?

Os dois trocaram olhares furiosos.

— Desculpe — disse Harry.

— Essas poções são para os feridos da Ordem. Pomfrey me manda encomendas todos os dias por meio de corujas. E aquela — Snape apontou para o único caldeirão de ouro em seu laboratório — é a poção que você toma todos os dias.

— Mas eu não estou dizendo que você não está fazendo a coisa certa. É só que... eu queria fazer alguma coisa também. Não há nada que eu possa fazer?

Snape arqueou uma sobrancelha.

— Picar ingredientes?

— Qualquer coisa, menos ficar o dia inteiro parado!

oOoOo

Picar entranhas de sapo e olhos de escaravelho não era nenhuma maravilha, mas, pelo menos, o distraía um pouco. Quando se cansava, recostava-se na poltrona — Snape montara uma bancada diante de uma confortável poltrona para ele ficar picando os ingredientes — e... observava os gestos precisos e hábeis do professor de poções mexendo o caldeirão, pronunciando os encantamentos ou retirando um frasco das infindáveis prateleiras.

— Potter. — Harry sobressaltou-se. Perdera-se em devaneios observando Snape. — Se está cansado, é melhor voltar para a cama. Quer que eu o ajude?

— Não, não estou cansado. Só estava pensando.

Snape gemeu.

— Quando você pensa é que as desgraças começam a acontecer.

Harry sorriu, e Snape o fitou, ainda mais intrigado.

— Você está cansado — decidiu. — Vou levá-lo para a cama.

Oh, Merlin. A voz grave e aveludada do professor de poções dizendo que ia levá-lo para a cama fez com que algo inesperado — e altamente indesejado — despertasse dentro de Harry. E a imagem de Snape massageando-lhe o tórax com aquela poção verde, junto com todas as sensações que lhe evocavam, veio-lhe à mente.

Como se Harry fosse um bebê e pesasse menos que uma pluma, Snape o pegou no colo e o levou para o seu quarto. Harry fechou os olhos e desfrutou do contato daquele corpo másculo. O cheiro de ervas sempre associado à figura do professor o inebriava ainda mais.

Quando Snape o depositou sobre a cama e se afastou, Harry quase estendeu os braços para ele, não querendo perder o contato.

— Professor...

— O que é?

— Eu... er...

— Fale de uma vez, Potter!

— É que... sabe aquele creme que o senhor esfregou em mim aquele dia? Eu estou sentindo um pouco de dor nas costelas e...

— Dor? Isso é estranho. Seus ossos já consolidaram bem, e isso não deveria acontecer.

— Ahn, talvez seja assim... uma dor psicológica. Ou uma dor fantasma, não é?

A expressão de Snape era um tanto desconfiada. Ainda assim, ele contornou a cama para pegar o frasco. Quando voltou para perto de Harry, este já abrira a camisa. Por um instante, Snape pareceu conter a respiração. Mas logo recuperou seus movimentos seguros, espalhando o bálsamo pelo tórax do menino.

Mais uma vez, aquelas mãos mágicas tocando-o, o fluido penetrando-lhe pelos poros, o aroma inebriante. O toque firme e sedutor, pressionando com a força necessária, nos locais exatos. Era perfeito. Para seu absoluto horror, Harry deu um gemido gutural e viu seu membro enrijescer e ficar ereto.

Snape o fitou, estarrecido. As mãos mágicas tremeram por um instante, antes de retomarem a massagem como se nada houvesse acontecido. Mas não. Havia agora algo de vacilante naquele toque. E a voz do professor não ostentava mais a firmeza característica ao dizer:

— Agora chega, Potter. Procure descansar.

E o mago mais velho se retirou rapidamente do quarto.

TBC