Respostas às Reviews:
Lilibeth: Fico feliz que você goste até das minhas histórias-clichê!
Barbara G.: Obrigada!
Magalud: Fico muito honrada com a sua review! Na verdade, eu acho o ritmo desta história bastante irregular. Concordo com você sobre os clichês!
Paula Lírio: He he, eu gosto de dar um susto no leitor de vez em quando!
Baby Potter: Isso, o Harry está bastante carente. Quanto ao Snape, não é bem que ele é inocente, ele é mais inseguro. Você vai ver, neste capítulo.
Fabichan: Vai ser rapidinho, eu te garanto!
Marck Evans: Nem sei como lhe agradecer por me entender tão bem! A publicação dessa historinha meio tola é só mais uma das minhas desajeitadas tentativas de seduzir você...
Capítulo 3
No dia seguinte, Harry passou o dia no laboratório outra vez, picando ingredientes. Depois do jantar, voltou ao quarto. Acabou adormecendo ainda bem cedo, o que o fez acordar por volta da meia-noite. A luz do laboratório ainda estava acesa.
Como não conseguisse adormecer de novo, Harry se levantou e foi até o laboratório. Encontrou Snape dormindo com a cabeça apoiada em uma escrivaninha, sobre um livro entreaberto.
Harry se aproximou do professor. Adormecido, não restava nada de sarcasmo ou sadismo no rosto de Snape. Fascinado, Harry levou a mão aos cabelos oleosos. Pobre Snape, pensou Harry. Eu roubei-lhe o quarto. Ele passa as noites aqui, trabalhando. Não é à toa que está tão magro, tão pálido, tão... sujo. Essas poções grudam-lhe na pele, nos cabelos...
Passou a mão pelos longos cabelos, negros como os seus, e sentiu o corpo do professor estremecer, e os olhos se abrirem em sobressalto.
— O quê...
— Calma — disse Harry, em tom suave. — Você dormiu em sua mesa.
— Ahn. E qual é o problema?
— Você deve estar exausto. Venha para a cama.
— Mas...
— A cama é grande o bastante para nós dois, ainda mais magros do jeito que estamos. Venha.
Snape estreitou os olhos, não acreditando no que ouvia. Mas se deixou conduzir até o quarto e se deitou ao lado de Harry.
oOoOo
Quando Harry avistou a cobra, era tarde demais para fugir. Gritou. A cobra deu o bote e enroscou-se em seu pescoço, sufocando-o. Então a sua mente ficou confusa, e imagens obscuras começaram a surgir diante dele. Um cemitério, e um grupo de pessoas vestidas de preto, com máscaras. A Marca das Trevas se estampou nos céus. Um grupo de Muggles fugia, em pânico. De repente, Harry viu-se agarrando uma menina pequena e lançando-lhe um Cruciatus. A menina se jogou ao chão, contorcendo-se de dor.
— Não! — gritou Harry. — Não sou eu! Não sou eu que estou fazendo isso!
Então mãos fortes o sacudiram.
— Potter! Acorde!
Trêmulo, Harry entreabriu os olhos.
— Professor...
— Um pesadelo, Potter?
— Er... Não sei! Acha que é Voldemort? Que ele está tentando me possuir outra vez?
Snape largou-o e levou a mão ao braço. Harry seguiu-lhe a mão com os olhos.
— Ele o está chamando?
— Está. Já faz alguns minutos. É a primeira vez, desde... aquele dia em que você se feriu.
Harry segurou o braço de Snape, junto à marca, num gesto de solidariedade, como se quisesse extinguir-lhe a dor.
Snape o fitou, surpreso.
— Não sei se é coincidência, mas a dor passou.
Harry afastou a mão. Snape gemeu, e dobrou-se todo, levando a mão ao braço outra vez. Harry voltou a tocá-lo.
— Isso é realmente estranho, Potter. Parece que você tem algum efeito sobre a marca.
— Você... vai atender ao chamado dele?
Snape pareceu refletir por alguns instantes.
— Não acho prudente deixá-lo sozinho agora. E se ele tentar possuí-lo outra vez? Se houvesse alguém que pudesse ficar com você, mas... o Diretor continua em Grimmauld Place e a professora McGonagall foi se encontrar com ele esta manhã e só volta daqui a dois dias. A Ordem está em estado de alerta.
— E só você não está lá?
— O Diretor me encarregou de ficar tomando conta de Hogwarts. Não há mais ninguém aqui além de Filch e dos elfos domésticos.
Tomando conta de Hogwarts e de mim, pensou Harry.
— Bem, eu posso ficar segurando o seu braço — sugeriu Harry. — Talvez isso me ajude a voltar a dormir, também. Se bem que vai ser meio difícil... agora que sabemos que Voldemort não morreu.
oOoOo
Na manhã seguinte, quando Harry acordou, Snape não estava mais na cama. Harry surpreendeu-se por se sentir decepcionado com isso. Afinal, o que queria de Snape? Oh, Merlin. Queria aquelas mãos mágicas massageando-lhe o corpo. Queria aconchegar-se junto àquele corpo esguio e pálido. Aquilo era terrível. O que poderia haver de pior do que... desejar o sádico professor de Poções?
oOoOo
O dia transcorreu sem grandes incidentes. De manhã, Harry começou a ler um livro de contos de Edgar Allan Poe que encontrou nas estantes de Snape. Este ficou um pouco zangado por Harry estar lendo um autor Muggle, mas não lhe tomou o livro. À tarde, foi ajudar Snape com as poções, picando ingredientes e até mexendo o caldeirão durante um certo tempo. No fim da tarde, tomou banho e voltou ao livro de Poe, enquanto Snape tomava o seu banho. Ao sair do banho, Snape encomendou o jantar aos elfos domésticos.
Os dois se sentaram à mesa do laboratório para jantar. Surpreso, Harry olhou para os cabelos do professor.
— Ei... Não estão mais oleosos!
Um certo rubor afluiu às faces do mago mais velho.
— Quando eu saio do banho meus cabelos nunca estão oleosos, menino irritante.
Um longo e constrangedor silêncio se seguiu. Por fim, Harry balbuciou:
— Eu... er...
— Fale, Potter. Será que é tão difícil assim para você formar um pensamento coerente e expressá-lo?
— Sobre a cama...
— Não preciso daquela cama para dormir. Posso materializar uma cama em qualquer lugar que eu queira.
Harry engoliu em seco e baixou a cabeça, sem coragem de insistir.
oOoOo
Harry acordou no meio da noite, suando frio. O mesmo pesadelo. A cobra e as imagens de tortura. Levantou-se e entrou no laboratório de Snape. Encontrou-o sentado em uma das poltronas, contorcendo-se de dor. Correu para junto dele, e segurou-lhe o braço.
Snape o fitou com uma expressão de alívio.
— Por que não foi me acordar? Por que tem de ficar sofrendo aqui, sozinho? Quer bancar o mártir? Depois você diz que eu é que tenho mania de herói!
O mago mais velho parecia atravessá-lo com seu olhar. Parecia incendiá-lo. Por que aquele brilho tão intenso nos olhos normalmente opacos?
— Venha — disse Harry, sempre lhe segurando o braço, e o conduziu até a cama.
oOoOo
Ao acordar na manhã seguinte, Harry sentiu a presença de um corpo quente a seu lado, e aconchegou-se junto a ele. Longos braços fortes o enlaçaram. Um pouco depois, abriu os olhos e recuou um pouco para fitar o professor.
— Bom dia.
— Bom dia — murmurou Snape.
Harry aconchegou-se de novo junto a ele, enterrando a cabeça na curva de seu pescoço.
— Eu gosto do seu cheiro — sussurrou-lhe ao ouvido. — Do cheiro das ervas... e da sua pele.
Snape ergueu a cabeça. Segurou os ombros do menino com firmeza e colou os lábios aos dele, num beijo arrebatado.
Aparentemente sem fôlego, Snape interrompeu o beijo e encarou Harry com olhos flamejantes.
— Desculpe. Eu não devia ter feito isso. — E fez menção de levantar-se.
Mas Harry o deteve, puxando-o para si.
— Não! Volte aqui. Eu... eu quero.
— Você... Quer que eu use um encanto? Eu posso... me transformar em outra pessoa. Em quem você quiser. Posso até ser uma garota, se você quiser. A garota dos seus sonhos... — acrescentou Snape, em voz grave e carregada de tensão.
Harry estreitou os olhos, incrédulo.
— Por que eu iria querer isso?
— Porque... se eu modificar minha aparência... talvez fique mais fácil para você...
— O que você está dizendo? Você acha que... assim... Não estou entendendo. Você acha que eu estou a fim de... er... sexo, mas que só faria com você porque você é o único disponível por aqui? E que eu teria nojo de transar com você?
— E não é assim?
— Não! — Harry o abraçou com força. — Eu... não quero outra pessoa.
Snape afastou o menino com violência.
— Você está com pena de mim, é isso? Quer me dar um tipo de compensação, de retribuição?
— Não! Eu quero você, só isso! Por que não entende?
— Isso não é possível — declarou Snape com toda a segurança de que era capaz.
— Mas é a verdade. E você? Está disposto a transar comigo só para que eu fique bem? Como se isso fizesse parte do meu... tratamento? Está disposto a se sacrificar para me satisfazer?
Com delicadeza, Snape segurou a mão de Harry e a levou até seu membro, completamente ereto e túrgido.
— O que você acha?
Harry o encarou com olhos vidrados.
— Então... me mostre como fazer.
— Eu... não sou muito bom nisso.
— Oh! Só de sentir as suas mãos, e ouvir a sua voz, é tão gostoso... E... eu não tenho ninguém com quem comparar você, porque... é a minha primeira vez.
Dizendo isso, Harry o abraçou e comprimiu os quadris contra Snape, fazendo-o gemer.
Quando os dois já estavam totalmente rígidos e eretos, livraram-se dos pijamas e colavam os corpos um ao outro, em toda a sua extensão, friccionando os membros um contra o outro. A língua de Snape lambia-lhe o lóbulo da orelha, a linha do pescoço, e depois descia até contornar-lhe um mamilo. A mão mágica cerrou-se em torno do membro de Harry e passou a bombeá-lo ritmicamente.
— Severus... — Era a primeira vez que o chamava pelo primeiro nome. Ao ouvir sua própria voz pronunciá-lo e a expressão no rosto de Severus, Harry estremeceu. Imitando os gestos do mago mais velho, Harry circulou-lhe o membro com a mão e passou a bombeá-lo no mesmo ritmo. As línguas se entrelaçavam em uma batalha silenciosa. Os dois corpos totalmente entregues ao prazer um do outro. Era uma experiência arrebatadora, abrir-se totalmente ao parceiro daquela forma. Harry sentia-se repleto de desejo e adoração. A respiração se acelerava, e o coração batia em um ritmo alucinante. Uma fina camada de suor cobria os corpos.
— Harry...
Harry projetou os quadris para frente e seu corpo todo vibrou. Snape o segurou com força contra si, como se quisesse compartilhar do prazer do parceiro. Então, envolvendo a mão de Harry que lhe circulava o membro, fez com que ele continuasse a bombeá-lo até ele mesmo explodir em gozo.
oOoOo
Permaneceram ainda um longo tempo aconchegados um junto ao outro. Enfim, Severus ergueu a parte superior do corpo, apoiando-se no cotovelo. Parecia tenso, levemente ansioso.
— Sabe que o que fizemos é... proibido, não sabe?
— Por quê? Eu já atingi a maioridade — protestou Harry.
— O Ministério proíbe relacionamentos entre professor e aluno. O motivo para isso é que o professor tem poder sobre o aluno, e pode coagi-lo ao relacionamento.
— Você não me coagiu a nada.
— Você e eu sabemos disso, mas eles não sabem. Seria pior se... tivesse havido penetração anal. Mas um simples beijo pode me levar a Azkaban.
— Então ninguém vai saber. Jamais.
Harry fez menção de puxá-lo de volta para si, mas ele resistiu.
— Hora de levantar, sr. Potter.
— Quando eu queria levantar, você não deixava. Agora que eu não quero... Você é mesmo um sádico.
— Já passou muito tempo nessa cama. Vamos tomar o chá — Snape se levantou, abriu um guarda-roupa, retirou um de seus mantos negros e o vestiu. Harry vestiu seu manto ainda na cama.
oOoOo
Depois do chá, os dois saíram das masmorras e do castelo rumo à cabana de Hagrid para colher algumas ervas que haviam acabado no estoque de Snape.
Uma brisa suave soprava entre as árvores. Era bom estar ao ar livre, depois de todo aquele tempo. Harry ergueu os olhos para aquele que antes era o seu professor mais odiado.
— Por que, durante todo esse tempo, mesmo me odiando, você sempre me protegeu?
— A dívida de vida com o seu pai, e muitas dívidas com o Diretor. E o Diretor acha que você é a nossa arma mais poderosa contra o Lord das Trevas.
— Você nunca acreditou nisso, não é?
— Não importa se eu acredito ou não — replicou Snape. — Por que está me perguntando isso? Não acha que eu o desejava desde os onze anos de idade, acha?
Harry corou e não disse nada.
— Eu não sou um monstro — declarou Snape. — Nunca toquei em nenhum de meus alunos antes.
— Eu sei disso — Harry protestou. Seu coração se contraiu. — Por favor, não faça isso.
— Isso o quê?
— Não fale como se fosse algo... sujo.
Os olhos verdes encontraram os negros. Continuaram caminhando, e Snape passou o braço ao redor dos ombros de Harry. Com um sorriso nos lábios, o garoto enlaçou a cintura do mago mais velho.
Talvez fosse melhor não falarem nem pensarem muito naquilo. Tudo era tão novo para Harry.
Depois de muitos dias, o sol tocava a palidez de suas peles. Harry sabia que ainda precisava recuperar sua magia e enfrentar os pesadelos, a guerra e o mago das trevas mais poderoso do universo, mas, enquanto andavam, abraçados, por entre as árvores, Harry sentiu uma estranha tranqüilidade e felicidade dentro de si.
FIM DA PRIMEIRA PARTE
Atualizarei em breve, aqui mesmo. A segunda parte é narrada do ponto de vista do Snape - um Snape bastante engraçado...
