Comentários e Respostas às Reviews do Capítulo Anterior:
Pessoal, este é o último capítulo. No final da semana, vou postá-lo em um só arquivo no meu site, pra quem gosta de guardar as histórias no micro e não gosta de ter vários capítulos.
Lá pelo dia 2 eu pretendo começar a postar aqui uma nova história - é mais longa do que esta mas eu vou fazer em menos capítulos. Fiquem ligados.
Feliz Ano Novo!
Bárbara G.: Espero que agora você se encontre! Obrigada pelas reviews!
Karla Malfoy: É, pena que o pirralho não é tão esperto quanto você! Será que ele tem jeito? Obrigada por ser tão lindinha!
Marck Evans: Espero que tenha gostado do presente e que a gente tenha pela frente muitos anos de amizade e muitos presentes a trocar!
Konphyzck: Ahaha, adorei o teu nome! É mais enrolado que o meu! Concordo com você sobre o Sevvie (pst, cuidado, fala baixo, ele não gosta que a gente chame ele assim!). Foi por causa dele que comecei a escrever fan fictions... suspiro Obrigada pela review!
FabiChan: Espero que goste do final e que volte para ler a próxima história. Prometo que não vou demorar para atualizar! Obrigada pelo incentivo!
Dana Norram: He he, você faz perguntas que fazem a pobre da autora suar frio. Bem se vê que você gosta da Agatha Christie. Seguinte: não dava pra sumir com o corpo do Voldie porque o Lucius e o Pettigrew mantinham uma vigilância pesada sobre ele. (Deu pra engolir? Ahem.)
Baby Potter: Obrigada pelas reviews e boa sorte em suas histórias!
CAPÍTULO 9
— Avada Kedavra — gritou Harry, e o mundo todo pareceu se cobrir com a luz verde mortífera.
Com o impacto do Imperdoável que ele mesmo lançara, Harry caiu ao chão, desacordado.
De todos os lados, começaram a surgir os membros da Ordem da Fênix. O Exército de Dumbledore também se fazia presente: Ron, Hermione, Neville, Luna e até Zacharias. Não havia ninguém ali, contudo, para enfrentá-los: apenas um corpo e um homem sem um braço, petrificado.
oOoOo
Quando Harry acordou, em seu quarto em Grimmauld Place, a primeira figura que avistou foi a do Diretor.
— Harry! Que bom que você despertou. Tenho boas notícias para você. Receio que você tenha perdido a festa, entretanto.
— Festa? Que festa?
— Voldemort está definitivamente morto. E, confirmando a profecia, foi você o autor da façanha. Você e o professor Snape.
— Como assim?
— É uma longa história. Na batalha de Atropos, quando você enfrentou Voldemort, vocês lançaram Avada Kedavra um no outro. Você teve vários ferimentos internos e perdeu seus poderes por algum tempo, e ele entrou em estado de coma. Quando o professor Snape soube do estado dele, se viu em um dilema. Ele poderia não fazer nada, e talvez Voldemort nunca recuperasse a consciência. Mas há rituais que poderiam fazer com que ele recuperasse a consciência e, mais cedo ou mais tarde, alguém descobriria como fazê-lo. Então o professor Snape teve a idéia de executar ele mesmo o ritual para reviver Voldemort, mas de tal forma que, em vez de permanecer vivo, ele perecesse definitivamente. Ora, a melhor forma era, exatamente, revivê-lo com uma quantidade exagerada do seu sangue, Harry. Na dose certa, o seu sangue dava a Voldemort a coragem e a força de que necessitava para executar sua magia negra. Mas em overdose, ele não poderia suportar toda a carga. Você é um mago da luz, Harry, e seu sangue está impregnado das forças da luz. Assim, o sangue que o professor Snape acrescentou à poção reviveu Voldemort, mas, de qualquer forma, mesmo que você não o houvesse atacado, era praticamente certo que ele não resistiria e viria a falecer.
— Oh! Então eu não precisava ter feito nada, na verdade? Severus... O professor Snape... eu pensei que ele era um traidor. Que havia me enganado e... Oh, Merlin. Ele nunca vai me perdoar!
— Harry, ele está muito preocupado com você e, ao mesmo tempo, se sente culpado. Ele tentou minimizar os riscos para você, convencendo Lucius de que o ritual deveria ser privado desta vez, sem a presença de outros Comensais da Morte. Não foi difícil convencer Lucius, pois este vinha mantendo o estado de seu mestre sob sigilo, para não provocar um desânimo nos soldados de sua causa. O professor Snape sabia que, estando só ele e Wormtail, e estando Wormtail ferido, seria mais fácil você escapar. Além disso, ele contou seu plano à Ordem e, assim, pudemos cercar o local. — O Diretor fitou-o com seus olhos cintilantes. — Ele está realmente preocupado, Harry. Eu não sabia que ele lhe tinha tanto afeto.
Harry corou.
— Onde ele está?
— Ele está lá embaixo, assim como todos os seus amigos: Ron, Hermione, Neville, o professor Lupin, Arthur e Molly...
— Oh, Merlin, todos preocupados comigo! Quero falar com todos, mas... poderia falar primeiro com o professor Snape, a sós?
— Vou chamá-lo. Não se levante daí, você ainda está muito fraco.
oOoOo
Severus aproximou-se de Harry devagar. Harry estendeu-lhe a mão, e ele a segurou. Durante um longo instante, permaneceram assim, em silêncio.
— Você devia ter me contado — disse Harry.
— Eu não podia. Se eu lhe contasse, ritual não funcionaria. O sangue fornecido tem de ser de um inimigo, mas não é só isso. Ele não pode fornecer o sangue de livre e espontânea vontade, tem de resistir. Se eu lhe contasse, você iria querer dar o seu sangue.
— Oh! Que ritual mais estranho esse!
— É um ritual antiqüíssimo, totalmente ultrapassado.
Harry riu, e... milagre dos milagres... os lábios de Snape se abriram em um sorriso. Tímido, é verdade, mas um sorriso.
— Harry, me desculpe. Eu não queria tê-lo enganado, tê-lo usado dessa forma. E tive muito medo de perdê-lo. Mas lembrei da profecia. Sabia que, um dia, de qualquer forma, você teria de enfrentar o Lord das Trevas. E achei que não deveria perder a oportunidade de acabar com ele de uma vez por todas.
— Eu também quero lhe pedir desculpas, por não ter confiado em você.
Snape apertou-lhe a mão entre as suas.
- Severus... eu posso lhe fazer uma pergunta?
— Claro, Harry.
— Você e Lucius... Você sabe...
— Lucius foi meu protetor durante meus dois primeiros anos em Hogwarts. Quando ele foi embora, eu sofri muito nas mãos de James e seus amigos. — Na expressão de Snape, dor, ódio e preocupação se misturavam. Era algo fascinante de se observar. — Então eu me apeguei à imagem de Lucius, apaixonei-me por ele. Eu o via nas férias, e ele me levava para as reuniões dos Comensais da Morte, quando estas não eram secretas. Eu tinha muito ódio de Dumbledore por permitir que James e seus amigos fizessem o que faziam comigo. Mas acho que, na verdade, foi para ficar perto de Lucius que me juntei ao Lord das Trevas. Lucius, na verdade, sempre me usou. Eu era, como seu padrinho dizia, o cachorrinho de Lucius. Ele... nunca se importou comigo. Usava-me como um de seus elfos domésticos, como um escravo. Ele dizia que estava sendo magnânimo comigo, me aceitando em sua cama. Que eu era tão feio e repulsivo que ninguém mais me aceitaria.
— Nossa, Sev, isso é muito cruel. Como você acreditava nesses absurdos?
— Meu pai me dizia a mesma coisa, e James e Sirius...
— Sev, você não é feio!
— Oh, eu sei o que vejo no espelho, Harry. Você é que não enxerga bem — disse Snape, com um sorriso torto.
Harry meneou a cabeça, e acariciou a mão de Snape com o polegar.
— Vocês deixaram de ser amantes depois que ele se casou?
— Não. Mas era muito mais difícil nos encontrarmos, e eu tinha muito ciúme. Ele continuou me tratando como um lacaio. Ele confiava em mim; eu sempre fui uma das poucas pessoas em quem ele confiou, porque eu sempre estava ali, para ajudá-lo em tudo. Quando vi o que eram realmente os Comensais da Morte e os planos do Lord das Trevas, quando... quando me forçaram a participar daquilo tudo... Harry...
— Não precisa me contar, se não quiser, Sev.
— Foi horrível, Harry, eu não quero mesmo me lembrar. Quando não pude mais agüentar, procurei Dumbledore. Ele me aconselhou a manter o vínculo com Lucius. E só por isso continuei a vê-lo. Mas não sentia mais nada por ele a não ser desprezo e repulsa.
Harry apertou-lhe a mão com força.
— Ele continua solto, não é?
— Sim. Provavelmente vai tentar comandar os Comensais da Morte e ainda nos causará muitos problemas. Magos como ele e Bellatrix são muito perigosos e não podem continuar à solta.
— Mas agora você não será mais espião e não precisará mais vê-lo.
Os olhos de Snape brilhavam intensamente ao fitar o menino.
— Ciúmes? De mim?
— Eu quero você só pra mim.
Severus roçou os nódulos dos dedos na face de Harry.
— Sabe, Harry, você foi, na verdade, o meu primeiro amante. Porque o que havia entre mim e Lucius era apenas um pesadelo macabro, do qual estou feliz de ter acordado. Eu só pude admitir para mim mesmo que amava você quando quase o perdi, na batalha de Atropos. Até então, eu não me dava conta de que o que sentia por você, que eu achava que era uma mistura de ódio, ressentimento, admiração... por tudo o que você aprendeu nos dois últimos anos, e pela coragem que você demonstrava... e um estranho instinto protetor que você sempre despertou em mim, mesmo quando eu o odiava. Eu nunca parava para analisar meus sentimentos por você, porque... bem, porque não tinha coragem. Mas quando Dumbledore me trouxe você aqui, desacordado, e disse que você e o Lord das Trevas haviam lançado Avada Kedavra um no outro, você não tem idéia do desespero que senti.
— Quanto a mim, eu o odiava, sim, porque achava que você me odiava. Mas vendo a forma como você cuidava de mim, foi como se a barreira de ódio que eu tinha erguido contra você desmoronasse de uma só vez. Foi tudo muito rápido, Severus.
— Quando você começou a se aproximar de mim, eu não devia ter cedido. Não era correto. Não me importo mais com a diferença de idade, e acho também que, embora muito jovem, você tem a maturidade suficiente para assumir um relacionamento. Mas algo me dizia que eu iria ter de... usá-lo... como o usei. Eu nunca vou me perdoar por ter feito isso, Harry. E entendo se você também não me perdoar.
— Você fez o que tinha de fazer!
— Mas eu coloquei a sua vida em risco.
— Eu não sou frágil, Sev. Eu sou um mago poderoso e teria todos os recursos para me defender.
— Ah, mas eu o enganei, e o feri. Nada pode apagar isso da minha alma.
— E eu não confiei em você.
— Com muita razão. Eu não mereço a sua confiança, nem o seu perdão. Eu não mereço você.
— Sev... Não fale assim. A minha vida e a sua é mais um conto de terror do que um conto de fadas e, de um jeito ou de outro, às vezes querendo, às vezes não, nós machucamos um ao outro. Mas agora o monstro está morto, e nós podemos recomeçar tudo... do jeito certo.
Um brilho de esperança se acendeu no fundo dos olhos negros.
— Você é mesmo muito teimoso, Harry Potter. E eu fico grato por isso, porque não sei mais viver sem a sua magia.
Severus inclinou-se e depositou um beijo terno nos lábios de Harry.
— As aulas recomeçam daqui a dois dias. Vamos ter três meses de aulas de reposição, e depois... você não será mais meu aluno. Até lá, não poderemos nos encontrar... Você sabe.
— Três meses. — Harry suspirou. — Vai ser uma longa espera.
Severus levou a mão às suas vestes e retirou de dentro uma caixinha. Abriu-a, e retirou dali algo reluzente. Pegou a mão de Harry, e enfiou-lhe em seu anular um anel formado por uma serpente de olhos de esmeralda.
Então mostrou a Harry o seu próprio anel, com um leão de olhos de rubi.
— Ninguém além de nós consegue ver esses anéis, por isso não precisa se preocupar. Mas que eles sejam, para nós, um sinal de um compromisso.
— Eu acho que isso quer dizer que você me ama, não é? Eu também amo você.
Uma sobrancelha negra se ergueu.
— Só mesmo um tolo Gryffindor como você seria capaz disso!
Severus capturou-lhe novamente os lábios em um beijo doce e terno.
FIM
