Capítulo 3:

Draco sobrevoava a cidade e dirigia-se para a sua Mansão. O vento batia-lhe na cara e os seus cabelos loiros esvoaçavam alegremente, tapando-lhe várias vezes a visão. Nada que o inquietasse particularmente. Tinha aprendido, ao longo dos anos, a controlar a vassoura habilmente, deixando de ser o garoto que entrara na equipa de Quadribol apenas por suborno. Agora, voava. E voava bem.

Na sua cabeça, passavam flashes da recente batalha. As mortes dos colegas não o afectavam minimamente. Sempre fora insensível, e continuaria a sê-lo sem a mínima dúvida. Só que estava preocupado com o que o seu Lord lhe diria. Certamente seria acusado de má organização. Tinham perdido muitos homens. Uns, mortos, outros, capturados. E essa era a segunda razão para a sua preocupação. Tendo a Ordem vários prisioneiros, poderiam extorquir destes últimos várias informações preciosas sobre Lord Voldemort e o seu paradeiro. E isso não era bom. Nada bom.

Já se figurava no seu horizonte a imponente casa que herdara com a morte do pai. Tinha sido um grande choque para si. Não por amor ao progenitor, mas por considerá-lo invencível até ao momento em que o vira sucumbir às mãos de Dean Thomas. Mas a vingança estava feita. O imbecil tinha sido morto pelas suas próprias mãos, ou varinha, neste caso. E a Ordem ainda não tinha conhecimento do facto.

Ao aterrar por fim no seu jardim, ajeitou as vestes outrora distintas e que estavam agora imundas de pó e sangue. O sangue de Brad Morris, derramado durante a luta corpo-a-corpo. Não conseguiu evitar o sorriso maléfico ao lembrar-se do desespero da Weasley fêmea quando o seu namoradinho cairá inerte no chão. Sabia que tinha provocado a ira na ruiva, mas isso não o afligia em nada. Era, aliás, fonte de divertimento.

Um bom banho, uma boa refeição e uma boa noite de sono esperavam-no. Não querendo admitir, estava completamente exausto. A batalha tinha sido longa e fatigante tanto a nível físico como psicológico. E mal o Lord o contactasse, as coisas iriam piorar para o lado dele. Esperava era que isso não acontecesse rapidamente, já que não estava com cabeça para discussões, acusações e, quem sabe, algum género de punição.

Quando por fim se deitou, adormeceu automaticamente. E então, o Lord apareceu-lhe em sonhos. Castigava-o com Crucius, injuriava-o psicologicamente, tratando-o por verme e dizendo que Harry Potter era muito melhor que ele. À sua volta, todos os comensais mortos riam, apontavam o dedo e chacoteavam. Acordou sobressaltado, e olhou para o relógio que se encontrava sob a sua mesa-de-cabeceira. Incrivelmente, tinham passado 8 horas desde que se deitara. Já não tinha sono, mas sentia o corpo dorido. Ao tomar banho no dia anterior, encontrara no seu peito várias marcas das agressões de Brad. Aquele imbecil tinha tido o que merecia.

Levantou-se e despiu o pijama, encontrando-se só de calcinhas. Um estalido forte ecoou pelo quarto e o vulto de Lord Voldemort surgiu na sua frente, nariz quase tocando em nariz. Não era, sublinhe-se, uma sensação agradável.

- Vista-se, Malfoy. Não creio que esteja em trajes apropriados para a séria conversa que teremos. – A sua voz forte e assombrosa bradou por todo o aposento, fazendo Draco estremecer. O Lord estava com uma expressão indecifrável. Ora os olhos pareciam querer saltar-lhe da cara devido à raiva que sentia, ora um sorrisinho zombeteiro lhe surgia na boca. Malfoy apressou-se a vestir um manto elegante, o primeiro que encontrou e que lhe assentava particularmente bem. Usara-o da última vez que necessitara seduzir uma das mais fortes aurores conhecidas. O Lord parecia lembrar-se do mesmo.

- Não será usando vestes sexy que me aliciará, Malfoy. – E gargalhou alto, as suas risadas congelando o ambiente.
- Não seria certamente a minha intenção, senhor.
- Deixemo-nos de conversa fiada. O que aconteceu nestes três dias foi muito grave, Malfoy.
- Eu sei, meu amo. Peço perdão pelas vidas perdidas e...
– Ora, Malfoy! Pensei que tivesse herdado a inteligência de seu pai, mas às vezes espanto-me pela negativa. Eu não me preocupo com a morte deles. No fundo, mereciam. Eram todos uns cães que tremiam ao ouvir o meu nome. Existe muita gente por aí capaz de desempenhar o papel de meus servos muito melhor que qualquer um deles. Os bons, como você, souberam defender-se.
- Muito obrigado, Lord. Não esperava que me elogia...
- E NÃO ELOGIAREI! A forma como foi organizada a defesa do quartel-general foi uma lástima, isto para não dizer pior.
- Mais uma vez, peço perdão, senhor. Mas fomos surpreendidos e...
- Lord Voldemort não gosta de pedidos de desculpa. São sinal que algo correu mal. Já deveria saber disso.
- Claro que sim, mestre. Foi lapso meu, não voltará a acontecer.
- Sábias palavras, Malfoy. Agora, terá um longo trabalho pela frente. Temos que recrutar novos aliados, o que não será complicado. Esses animais, são todos possuídos pela sede de poder. Basta prometer-lhes algo, que serão prontamente nossos. E, quando não forem mais necessários, serão recompensados como merecem. Com a morte. – De novo, as gargalhadas de Voldemort se fizeram ouvir, desta feita acompanhadas pelas do próprio Draco. Ser alvo de tamanha confiança por parte do Lord, sentir que este se apoiava em si, era um grande orgulho.
- Novos planos terão que ser arquitectados. Um novo quartel-general terá que ser encontrado. Confio em si, Malfoy. Não me quererá decepcionar de novo.
- Obrigado pela confiança, meu mestre. Não o defraudarei.
- Assim o espero. Quanto a mim, refugiar-me-ei no local do costume. Será lá que me poderá encontrar. Ah, Parkinson o acompanhará neste novo trabalho. Se quiser, poderá contactar outras pessoas para o ajudar.

E desapareceu tão rapidamente quanto havia surgido. Draco sorriu. Ter Pansy consigo era um aliciante. E um belo aliciante.

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- Triiiiim, Triiiiim, Triiiiim. – O som de um despertador invadiu o pequeno quarto onde uma jovem ruiva dormia.
- Maldito aparelho trouxa. – A mulher murmurou, irritada. Na sua face, vestigens de uma noite de choro. De facto, Gina não se lembrava de ter chorado tanto como o havia feito. Aquando da morte dos familiares, a dor tinha sido insuportável, mas surpreendentemente não derramara uma única lágrima. Protegera-se com uma carapaça e dava a imagem de ser intocável. Com Brad, não conseguira fazer o mesmo. O namorado era quem sempre a apoiara, quem sempre estivera do seu lado, quem lhe dera amor e carinho. E agora, estava morto. Morto por Draco Malfoy.

Mais lágrimas molharam o seu rosto, mas Gina prometeu a si mesma não voltar a lacrimejar. Iria vingar a morte de Brad, iria mostrar a sua dor de uma forma mais útil. Malfoy vai arrepender-se de ter nascido.
Quando saiu do quarto, cruzou-se com Padma. Esta também tinha o semblante carregado, mas quando a viu esboçou-lhe um sorriso terno. Gina era querida por todos os companheiros e entre as duas tinha-se criado um laço muito forte de amizade. Não foram precisas palavras para Padma mostrar a Gina que estaria sempre do lado dela, que a apoiaria sempre, em todos e quaisquer momentos. Um abraço forte provou-o.

Tinham passado a noite na Sede da Ordem por uma questão de união e de apoio mútuo. Haviam perdido vários elementos importantes, como Brad, e Dean continuava desaparecido. Mas sabiam que estavam em vantagem na luta final. Voldemort perdera mais servos do que os inimigos que derrotara e estava cada vez mais próximo de ser encontrado. E então, Harry faria o resto. Gina tinha pena do amigo. O peso em cima das suas costas era por vezes maior do que o que podia suportar. A humanidade dependia dele. E Harry sabia que não podia falhar. E isso atordoava-o imenso.

Padma e Gina desceram juntas para a Sala de reuniões. Como seria de esperar, já Harry e Hermione estavam a estudar os prejuízos que a batalha lhes infligira. Outros, como Luna e Neville, preparavam o pequeno-almoço. Todos olhavam para Gina com pena e a ruiva detestava que isso acontecesse. Mas nada fez. Aquele momento era de união e nunca tinham estado tão próximos de alcançar o seu objectivo. E Gina ainda tinha a vantagem de saber que conseguiria vingar-se de Malfoy. Apenas não o mencionaria a ninguém.

- Perdemos 5 homens. Dennis, Eleanora, Antonio, Anna e... Brad não estão mais connosco fisicamente. Dean continua desaparecido. Mas temos que continuar unidos e lutar. Nós vamos vencer. – Harry estava comovido, mas não queria dar mostras disso. Achava que tinha que se mostrar forte e dar o exemplo. A morte dos colegas doía sempre, mas era por eles que tinham que lutar e vencer Voldemort.
Ninguém respondeu e Harry compreendeu que todos pensavam nos colegas e amigos que tinham falecido. E foi nesse silêncio que todos se sentaram e se alimentaram. Gina mal tocou na comida e de nada valeram os esforços de Padma para que a amiga comesse. Quando a ruiva se levantou e se dirigiu para a porta da saída, Harry achou que devia intervir:

- Gina, onde você vai?
– Vou... apanhar ar. Preciso estar sozinha.
- Cuidado, Gina. Eu não sei se é aconselhável andar sozinha e...
– Harry, obrigado, mas eu sei me defender. E não vou fazer nada mais do que passear um pouco.

Não era totalmente verdade, mas Harry pareceu acreditar na versão da amiga e não se lhe opôs, ficando a ver Gina afastar-se, enfiando-se pelo mato adentro. A floresta onde a ruiva estava era considerada um dos paraísos do mundo bruxo. Numerosas e grandiosas árvores compunha a vista, e o belo chilrear dos pássaros completava o cenário. Gina ficara contente quando soubera que a Ordem ali se iria instalar, e desde então passava muito do seu tempo preambulando pelos extensos carreiros de terra. Foi numa dessas caminhadas que encontrou aquilo para onde agora se dirigia. Uma pequena gruta, mas super confortável, onde desde então passara inúmeras situações inesquecíveis. Fora lá que Brad a beijara pela primeira vez, a pedira em namoro e em casamento, e aquela caverna era considerado o seu 'Ninho de amor'.

Quando alcançou por fim a grutinha, o coração disparou-lhe, batendo a um nível alucinante. Gina estacou, e olhava para aquela pequena porta com medo. Tinha tantas boas recordações daquele lugar, tantas com o rosto de Brad, que pensar em entrar ali seria um suicídio. Mas a ruiva sabia que tinha que o fazer, se quisesse vencer a tristeza e seguir em frente, seguir com a vingança. Avançou, com pequenos passos, e empurrou levemente a pequena porta que, juntos, Gina e Brad tinham construído. Era incrível o espaço que aquela gruta tinha por dentro. Parecia, até, uma pequena casa. E estava decorada como tal. Brad conjurara vários móveis, algumas molduras com fotografias de ambos. Fazendo um grande esforço para não chorar, Gina foi tocando aqui e acolá, mas decidiu deixar tudo como estava. Fazia mais sentido assim e era, de alguma forma, uma homenagem ao noivo.
Acendeu uma vela vermelha e o cheiro a canela invadiu o ar. Gina inspirou fundo, sentindo o aroma inalar-se nas narinas. De seguida, sentou-se numa das cadeiras que ali se encontravam e tirou a varinha do bolso. Sabia que o que faria a seguir teria implicações futuras e que não poderia voltar atrás. Mas estava a disposta a fazer aquilo. Por Brad.

Ela estava usando os feitiços mais fortes que conhecia, mas ele desviava da maior parte e ainda ripostava. Depôs de pensar um pouco, sem nunca deixar de estar alerta e lançar feitiços, resolveu usar a mesma técnica que ele, um feitiço simples. Sai detrás da parede em que se tinha escondido e grita Petrificus Totalis! E logo de seguida, um Crucio e mais dois feitiços que Draco nem lendo os lábios conseguiu adivinhar quais eram, só sabia que doíam e muito.

Gina sabia agora que tinha sido uma excelente ideia lançar sobre Malfoy aquele feitiço rastreador. Tinha quase a certeza de que ele não percebera, ou teria feito o contra-feitiço logo que a ruiva tinha acabado com o Petrificus Totalis. Inspirou fundo uma vez mais, com a apreensão estampada no rosto. Afinal, nunca fizera aquilo antes e não tinha a certeza se funcionaria. Afastando os pensamentos negativos, murmurou:

- Rasteo Draco Malfoy!

De início, nada aconteceu. Gina já estava até a desanimar quando várias luzes surgiram à sua frente, tomando as mais diferentes formas, para no fim se dirigirem de novo à varinha de Gina. Esta, tremeu levemente na mão da ruiva, e Gina não sabia se era consequência do feitiço ou se era a sua própria mão que tremia.
O coração batia agora mais depressa que nunca. A varinha expeliu então, novamente, alguns raios que depressa formaram as palavras: Diagon-Al, Gringotts. Logo de seguida, as palavras desapareceram. Gina não hesitou um segundo e desaparatou no banco dos bruxos.
Surgiu na frente de um duende particularmente feio no momento seguinte. O ser olhava-a de uma maneira super desagradável, e Gina apressou-se a desviar o olhar. Apesar de agora ser uma guerreira corajosa, odiava ainda que a olhassem fixamente. Procurou Malfoy, e acabou por encontrá-lo, sentado num sofá e rodeado de outras pessoas. Entre as quais, Pansy Parkinson. "Que fazem eles aqui?", Gina não pode evitar de pensar.

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- Entendido, então? Não podemos decepcionar o Lord. – Malfoy falava agressivamente para as pessoas que o rodeavam. Olhava-os de forma superior, considerando-se sem dúvida melhor que todos eles juntos.
- Certamente, Draquinho.
- Parkinson, poupe-me os seus comentários. – E depois, em voz baixa, murmurou algo como 'estamos em trabalho', e que só a ela era dirigido. – Muito bem, vão. Eu fico esperando aqui. Já sabem, se algo correr mal, acho que uns quantos Crucius resolvem a questão. Se mesmo assim eles recusarem, chamem-me.

Achava de facto que tinha sido uma excelente ideia aliciar os Duendes de Gringotts a fazerem parte do gang de Voldemort. Além de possuírem poderes que pouca gente conhecia, ainda podiam roubar dinheiro que os Comensais usariam para aliciar outras pessoas a fazerem parte do ciclo do Mestre. Ficou sozinho, enquanto via os companheiros afastarem-se. Observava com avidez Pansy, a última do grupo. Tinha se transformado numa mulher fabulosa, se falarmos apenas de corpo. As suas coxas roliças e o peito desmedido despertavam a cobiça de todos os homens. E Malfoy não era excepção. Mas ele era o único que a tinha, enquanto os outros ficavam pelo desejo. Até nisso, lhes era superior. Subitamente, sentiu-se observado. Olhou para um lado, depois para o outro, mas nada viu. Pensou então tratar-se de impressão sua e continuou com os pensamentos cada vez mais indecentes.
Gina, escondida atrás de um pilar, pensava o quão burra tinha sido. Apesar de puder saber onde Malfoy estava sempre que quisesse, e apesar de já ter lugar para o aprisionar, não tinha ainda criado nenhuma emboscada onde o loiro pudesse cair. Sabia que tinha que ser algo muito bem planeado, afinal um Malfoy astuto como aquele era não se deixaria facilmente enganar.
Remoía os pensamentos, mas quanto mais pensava, menos luzes tinha. Suspirou resignada quando o Duende da chegada se dirigiu a ela de forma rude:

- O que faz aqui?
– Creio que o banco é público, certo?
– Sem dúvida, garota. Mas não é lugar para se admirar jovens cavalheiros.
- Ora, não diga disparates. Eu estou... eu estou apenas a tentar relembrar-me do número do meu cofre. Já viu como é, memória de burro...
– Sei... – Murmurou o duende pouco convencido, mas não disse nada mais e foi-se embora.

"Criatura idiota." Ginevra estava enervada, cada vez mais. O seu plano estava a ir por agora abaixo, ele que tão bem havia sido planeado. Um feitiço transportador não funcionaria, afinal, Malfoy era pesado demais para que Gina conseguisse efectuar o feitiço com sucesso. Revirou os olhos, resignada, quando uma súbita ideia lhe surgiu do nada. Lembrara-se de umas palavras de Brad, durante uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, que Harry introduzira na Ordem:

- "Ainda hoje me surpreendo com a ideia de Voldemort, no Torneio Tribruxo. Transformar algo em um botão de transporte foi sem dúvida uma das suas melhores ideias. Não resultou porque Harry foi extremamente corajoso. Mas é sem dúvida uma ideia que nós mesmos pudemos usar contra ele. E os seus seguidores. Harry... Você sabe como criar botões de transporte? Pode nos ser útil."
Harry sorrira, e dissera: "Brad, excelente ideia!". Pesquisaram durante algum tempo em livros e, com a ajuda de um manuscrito de Dumbledore, rapidamente todos adquiriram a faculdade.

"É isso!" Gina sorriu, vitoriosa. Não duvidava nem um bocadinho que tinha sido Brad quem enviara aquela mensagem, onde quer que ele estivesse. Agora só falta arranjar um objecto, de que Malfoy não desconfie nem um pouco. "Já sei, um bilhete... amoroso!" Tirou um pequeno pedaço de pergaminho da mala, e escreveu 'Para Draco Malfoy' numa caligrafia cuidada. Rabiscou algo na parte de dentro do bilhete. E então, mais encolhida do que nunca, murmurou o feitiço que aprendera e praticara vezes sem conta, seguindo-se a localização do local e a hora do transporte. Marcou-a para dali a 5 minuto. Se tudo corresse bem, o bilhete chegaria às mãos de Malfoy durante esse tempo. Chamou o duende horroroso, lembrando-se das suas palavras de à pouco.

- Perdão senhor, tinha razão. Eu estava aqui exactamente para observar aquele moço. Estou apaixonada por ele há anos, mas nunca lhe disse nada. Não tenho coragem, entende?
- E o que tenho eu a ver com isso?
- Poderia entregar-lhe este bilhete por mim, sem mencionar o meu nome. Ele descobrirá assim que o ler.
- E o que ganharia eu com isso?
- A gratidão eterna de uma moça como eu. Mas, se isso não chegar... - E remoendo na mala, encontrou alguns galeões que estendeu ao Duende. Não estava rica, mas ultimamente o dinheiro era muito mais do que antes.
- Tudo bem, eu faço isso. – Ainda de cara feia, o duende arrancou o bilhete e o dinheiro da mão da ruiva. – É aquele cavalheiro loiro ali, senhorita?
- Esse mesmo. Não é lindo?

Gina não sabe quem fez uma maior careta, se ela se o duende. Com toda aquela conversa, já haviam passado 3 minutos. O duende dirigiu-se então a Malfoy, murmurou-lhe algo ao ouvido, passou-lhe o papel para a mão, e saiu.

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"Então eu tinha razão." Pensou divertido. "Sou realmente o desejo de todas as mulheres. O engraçado é que não vejo nenhuma por aqui. A moça deve ter tido vergonha." Repetiu novamente o gesto de há pouco, ao percorrer todo o hall do banco com os olhos. Contemplou então o bilhete com indiferença. Sabia que cativava inúmeras mulheres, que caíam rendidas a seus pés após uma ou duas promessas de amor eterno. E mesmo sem promessas, o seu aspecto físico fazia a diferença. Era tão fácil enganá-las...
Abriu então o bilhete, onde apenas uma frase estava escrita:

"Nos veremos em breve."

Que significaria aquilo? Draco nem tempo teve pensar no assunto, já que no mesmo instante uma sensação que já conhecia se apoderou do seu corpo e se sentiu sugado.