Olá Pergaminhos e Seguidores da Justiça, Mr.Bones trazendo o capitulo 10 da minha fanfic Aquele que Voltou.

Neste arco vamos acompanhar Sebas no reino Dracônico, o que será que a Rainha Draudellion pensará ao encontrar outro dragonóide, espero que gostem, comentários são bem vindos.

Com vocês

Aquele que Voltou

Capítulo 10: Um passeio relaxante

Após ser dispensado por seu mestre, Sebas imediatamente começou a se preparar para partir, seguindo até o posto onde Tuare estava de serviço.

— Boa noite, Tuare, como passou o dia? – disse o mordomo de forma polida.

— Muito bem Senhor Sebas, já encerrei as tarefas diárias e estava me preparando para o jantar, o senhor me acompanha?

Essa era uma das poucas oportunidades que tinham para ficar juntos. Por causa dos serviços em Nazarick e da mansão em E-Rantel, Tuare estava bastante atarefada, e mesmo com o anel de sustento, suas obrigações ainda eram mentalmente exaustivas. Diferentemente das outras empregadas que lutariam por uma hora a mais de serviço, Tuare tinha decidido em suas horas de folga se aperfeiçoar nas inúmeras tarefas exigidas na Grande Tumba de Nazarick.

Apesar de suas aulas com Yuri Alfa terem acabado, ainda estava longe de possuir a eficiência das empregadas homúnculos, por isso ainda passava horas praticando seus deveres. Como chefe das empregadas em E-Rantel, ela deveria ser o exemplo de disciplina e dedicação.

Servir a Grande Tumba de Nazarick era um ato de amor, amor compartilhado por todos os seus habitantes. Tuare sabia disso, assim como ela sabia que se alguma falta lhe fosse atribuída, refletiria diretamente em Sebas Tian, seu salvador. Um ato impensável para Tuare, pois apesar de se dedicar de corpo e alma ao Rei Bruxo e à Grande Tumba, tudo isso só era relevante pois vinha depois de Sebas. Para ela, o austero mordomo era a coisa mais importante em sua vida, e se fossem necessárias horas intermináveis de sacrifício para ter minutos a mais com ele, tudo valeria a pena.

Durante o jantar, Sebas repassou suas ordens a Tuare e em menos de duas horas ambos estavam prontos para a partida. No dia seguinte um último encontro para repassar as instruções entre todos que receberam a missão e logo estavam a caminho.

Tuare ficou decepcionada ao saber que não fariam todo o caminho até o Reino Dracônico, tal viagem levaria semanas, semanas junto a Sebas. Foi decidido que usariam um portal até a distância de um dia de viajem, o bastante para serem percebidos pelas patrulhas que levariam a notícia de que um emissário do Reino Feiticeiro chegava.

Sebas se sentava regiamente em seu acento e Tuare estava à sua frente tentando não demonstrar a empolgação que sentia, pois apesar do nervosismo por estar em missão oficial, ela estava extasiada por viajar para um país estrangeiro. A empregada sempre viveu em E-Rantel, sua infância se passou em uma vila não mais distante do que um dia de viagem, então tudo era uma aventura, ainda mais acompanhada de Sebas.

Alguns quilômetros após sair do portal, Sebas e Tuare foram abordados por uma patrulha que parecia estar de serviço a mais tempo do que deveria.

— A-Alto! Quem se aproxima? – gritou de forma assustada o homem que parecia ser o chefe da patrulha.

Os soldados nunca tinham visto uma carruagem tão deslumbrante. Sua aparência dizia realeza em todos os sentidos, feita com um material negro desconhecido e detalhes em dourado. O óbvio brasão do Reino Feiticeiro em sua lateral, bem como o fato de ser puxada por Devoradores de Alma e guiada por um Elder Lich tornavam a pergunta do chefe da patrulha redundante.

Um ser parecido com um goblin, mas vermelho, usando um fraque com cartola e sentado ao lado do cocheiro morto-vivo se manifestou.

— Está é a comitiva levando o Emissário do Reino Feiticeiro na função de embaixador até a capital do Reino Dracônico. Solicitamos uma audiência com sua majestade a Rainha Draudillon Oriculus, a fim de tratar de assunto oficial em estabelecer contato diplomático.

O chefe da patrulha estava confuso, afinal as comitivas representantes de reinos que vinham até o Reino Dracônico geralmente eram formadas por várias carruagens com dignatários e servos, escoltadas por dezenas de cavaleiros. Enquanto isso, ali estava uma única carruagem, sem escolta, e mesmo com os mortos-vivos que a guiavam, a imagem de simplicidade que passava parecia involuntária.

— Não fomos informados de sua vinda, mas como dignitários, os… senhores, receberão uma escolta até a capital e enviaremos um mensageiro com sua solicitação. Bem-vindos ao Reino Dracônico.

O diabrete ao lado do cocheiro apenas fez uma reverência sem tirar a cartola, coisa que revelaria seus pequenos chifres, já que não queriam assustar seus anfitriões.

Dentro da carruagem, o mordomo estava satisfeito com o desenrolar do primeiro contato. Ele imaginava que talvez fosse necessário intervir na conversa, mas aparentemente a fama do Reino Feiticeiro o precedeu.

— Acho que foi tudo bem, senhor Sebas.

— Não precisa ser tão formal comigo aqui dentro, Tuare. Mesmo não sendo uma viagem de lazer, podemos aproveitar o passeio.

O nível de vergonha chegou ao insuportável para Tuare enquanto ela corava até parecer um tomate, pois a situação começava a lembrá-la cada vez mais de uma viagem romântica.

Entre conversas e assuntos corriqueiros, Tuare reparou que as janelas ficaram escuras e o som que vinha do lado de fora havia desaparecido. Se não fosse pelo leve chacoalhar da carruagem, ela poderia ter pensado que estavam parados. Algo havia acontecido, mas como Sebas não demonstrou reação negativa ou se deu ao trabalho de explicar o ocorrido, a empregada apenas aproveitou o momento em sua companhia. Do lado de fora, caos era a palavra.

Algumas horas após o encontro com a patrulha, aconteceu o que todos os cavaleiros que faziam a função de escolta improvisada temiam, uma emboscada.

Apesar de estarem longe das zonas de batalha, muitas vezes os demi-humanos enviavam grupos para testar a segurança do reino, procurando pontos fracos na sua vigilância, atacando pequenas vilas menos protegidas e fazendo um lanchinho eventual.

Este grupo em particular era formado por Gnolls e um Hobgoblin, em torno de quinze atacantes, o suficiente para derrubar qualquer patrulha na borda do reino. Quanto mais próximo da capital, mais fortes eram os cavaleiros, e este pequeno grupo de cinco protegendo uma carruagem puxada por animais que eles nunca tinham visto antes parecia pedir para ser atacado.

O Diabrete sentado ao lado do cocheiro já havia percebido a aproximação dos atacantes a centenas de metros, mesmo dentro da floresta, achou que seria rude avisar que seriam atacados. Ele esperou até estarem a apenas algumas dezenas de metros para informar que o serviço de escolta deixava a desejar.

— Formação! Formação, droga! Não deixe esses demi-humanos chegarem na carroça – gritou o chefe da patrulha.

— Senhores, não desejo me intrometer em seu serviço e nem causar um incidente diplomático, mas como estamos com pressa, peço que me deixem cuidar deste empecilho – disse o diabrete após silenciar o interior da carruagem.

Sem desacelerar, o pequeno demônio usou um chicote para golpear a trela dos dois Devoradores mais à frente da carruagem, soltando-os. Estes então se separaram e foram de encontro ao grupo atacante.

O que se seguiu foi uma série de gritos vindos da floresta, a princípio de ataque e de fúria, depois de desespero e medo. Apenas um gnoll saiu correndo em direção à estrada, faltando-lhe parte da cabeça e um braço, tentando fugir em vez de atacar. Vendo esta cena, o cavaleiro mais próximo golpeou a criatura, mais para acabar com seu sofrimento do que para se proteger.

Tudo não durou mais do que alguns minutos. Os devoradores retornaram às suas posições na frente da carruagem e magicamente se atrelaram novamente. Os cavaleiros só podiam pensar - 'o que estamos escoltando?'.

Algumas horas depois, chegava ao castelo da capital um mensageiro com seu cavalo quase esgotado, trazendo a notícia de que o embaixador do Reino Feiticeiro estava próximo.

Na sala do trono, o nervosismo era palpável.

— Como isso pôde acontecer? Somos tão insignificantes a ponto de mandarem apenas uma carruagem? Sem mensageiros, sem uma grande comitiva… a não ser que aquela única carruagem seja mágica e maior por dentro do que por fora, contendo um batalhão de funcionários – dizia a rainha andando de um lado a outro, desejando fortemente um copo de vinho.

— Não penso que seja assim, Vossa Majestade.

— Explique-se, senhor Primeiro-Ministro! – exclamou a rainha com óbvio desdenho jocoso. Apesar de suas posições, a rainha e o primeiro-ministro mantinham uma convivência bastante liberal em suas conversas.

— Acredito exatamente o contrário do que sua Majestade pensa. O Reino Bruxo enviou uma única carruagem contendo apenas uma comitiva privada com o embaixador e sem escolta para demonstrar, principalmente, sua força.

— Não entendo sua colocação – a rainha falou de forma mal humorada.

— Com uma comitiva pequena, eles demonstram que não precisam de vários nobres para abrir negociações de tratados ou relações amistosas, inclusive eu soube que, em Re-Estize, a primeira Ministra Albedo seguia desacompanhada em sua visita, com comitiva mínima. Parece que eles acreditam que somente países fracos tentam impressionar com quantidade. Sobre a segurança, eles não precisam de escolta porque não correm perigo, se a descrição do mensageiro está correta, então as criaturas que puxam a carruagem são Devoradores de Almas, somente um destruiria um exército e parece que são quatro puxando, então eles fazem as duas funções. Não ter mensageiros indica a intenção de uma conversa direta, pois se fôssemos avisados antes, prepararíamos recepções e bailes para agradar o convidado, nobres tentariam impor suas influências antes mesmo que a rainha pudesse conversar com o embaixador. Então todas essas nuances na verdade indicam que o Rei Feiticeiro leva a senhora e o reino em grande estima.

— Oooh! O Rei Feiticeiro deve ser incrivelmente inteligente para planejar algo assim! – disse a rainha com um humor um pouco melhor e certo alívio.

Dentro da Grande Tumba de Nazarick, o ser supremo Ainz Ooal Gown teve a leve sensação de querer espirrar, o que era impossível para um esqueleto, já que ele não tinha nariz, ou pulmões, ou sequer respirava