Tenchi acordou com os primeiros raios do sol, e foi então que ele reparou na grandiosidade do Castelo de Hogwarts: ao olhar pela janela, viu ao longe a Floresta Proibida de um lado, e do outro o Lago por onde havia passado para chegar até o Castelo de Hogwarts. Ele levantou-se e, ao pegar suas vestes, reparou que suas gravatas já carregavam as cores vermelha e dourada e que em suas vestes já estava marcado o brasão da Grifinória.
Harry e Rony acordaram logo em seguida:
- Bom dia, Tenchi! - disse Harry.
- Bom dia, Harry, Rony!
- Bom dia! - disse Rony - Nossa, estou morrendo de fome! E então, vamos tomar café?
Tenchi e Harry decidiram, junto com Rony, que era melhor não arrancar Neville, Simas ou Dino da cama. Enquanto desciam, Rony disse.
- É melhor irmos logo, antes que a louca da Hermione comece com aquela história do "fale" outra vez.
- Fale? - perguntou Tenchi.
- Não é fale! É F.A.L.E.! Frente de Apoio para a Libertação dos Elfos! - disse Hermione, bem atrás de Harry e Tenchi.
- Ah, não, Mione! Você não vai voltar com essa piração de novo, vai? Quantas vezes vou ter que te dizer: ELFOS - GOSTAM - DE - SEREM – ESCRAVOS!! ENTENDEU?
Hermione nem deu bola, e desceu as escadarias de Hogwarts, deixando Rony com aquela cara de meu-Deus-que-é-isso.
Para Tenchi, foi um pouco difícil, mas ele chegou logo ao Salão Principal, que já estava razoavelmente movimentado. Harry e Rony encontraram Mione lendo o Profeta Diário enquanto mastigava algumas bolachas de aveia e mel:
- Procurando a Skeeter, Mione? - disse Rony.
- Nah... Ela sabe que não deve se meter à besta comigo. Ela não vai voltar a por gente no fogo por um bom tempo!
Tenchi então passou a se servir de sanduíches e chá preto, o que era totalmente exótico para alguém que normalmente comia arroz como café da manhã. Mesmo assim, morto de fome, Tenchi foi comendo tudo o que podia. Logo em seguida, Sassami entrou com suas novas amigas, Tammy e Tiffany.
- Oi, Tenchi! - disse Sassami.
- Que bom ver você, Sassami! - respondeu Tenchi - E então, como está!
- Ótima!
No momento em que Sassami disse isso e se sentava para tomar café, começou a tradicional revoada das corujas procurando seus donos. Edwiges e Pichi desceram, com Pichi tentando esnobar Edwiges e dando um rasante sobre a cabeça de todos até chegar em Rony:
- Pássaro estúpido! - disse Rony, pegando (para falar a verdade, quase enforcando) Pichi - Eu já te falei zilhões de vezes: não fica se exibindo!
- Algo para você, Rony? - disse Harry.
- Não... A não ser que esse penoso babaca tenha deixado cair por aí! - disse Rony, revistando Pichi, que fez uma cara de ofendido quando Rony mencionou isso.
Edwiges também não tinha nada para Harry, e o mesmo valia para Musashi com Tenchi e para Aoi com Sassami. Mas um grupo de corujonas de igreja carregavam um grande volume:
- Não acredito! De novo? - disse Rony.
- O que tá acontecendo? Quem precisa de tudo aquilo? - disse Sassami.
A resposta veio quando Neville se aproximou da mesa de Hogwarts, com seu rosto redondo e rosado. O pacote despencou com tudo, quando as corujonas já arriavam no peso. Foi quando, de dentro do pacote, um sapo saiu, quase matando Sassami de susto:
- Trevo! - gritou Neville de alegria, quando viu o seu sapo em meio às suas coisas - Pensei que você tivesse fugido de mim pra sempre!
- Mas vejam só que panaca! E dizem que isso é um bruxo! - disse uma voz desdenhosa.
Tenchi observou novamente Draco Malfoy, que parecia ainda mais corajoso, resguardado pelo brasão verde e prata da Sonserina e por seus guarda-costas.
- Escuta aqui, Malfoy: ou você some daqui, ou eu te arrebento! – gritou Rony.
- Weasley, se eu fosse você, ficava no seu lugar! - disse Draco.
- Malfoy, a não ser que você queira ver essa sua cara amassada, é bom você sair de perto! - disse Harry - Neville sozinho vale mais que a Sonserina inteira!
- Que... um panaca com o Longbottom? Não me faça rir! - disse Draco.
- Senhor Malfoy, a que devo a honra de você visitar a mesa da Grifinória? - disse uma voz.
Katsuhito se aproximava da mesa da Grifinória, junto com a Profª McGonagall:
- Acho que lhe fiz uma pergunta, senhor Malfoy! Gostaria de uma resposta! - disse Katsuhito, com sua voz obviamente tranqüila.
- Isso só diz respeito a mim, velho! - disse Malfoy.
- Bem, senhor Malfoy, não sei o que o senhor imagina que eu sou - disse Katsuhito, com o tom de voz um pouco mais elevado - mas não vou admitir desrespeito de aluno nenhum, mesmo que seja um Malfoy. E acho que 15 pontos a menos para a Sonserina e uma detenção por agressão verbal a um professor vai ensinar-lhe isso!
Malfoy não sabia o que dizer, e seus "guarda-costas" também não. Simplesmente se retiraram, enquanto McGonagall continuava a entregar seus horários de aula:
- Beleza! Manhã toda lá fora: Herbologia com a Lufa-Lufa e... é, parece que vamos ter esse carma... Trato de Criaturas Mágicas com a Sonserina! - disse Rony - Depois almoço e... DUPLA DE POÇÕES COM A SONSERINA! - estupefez Rony - Não acredito! Logo no primeiro dia vamos ter que ver o maldito Snape?
Tenchi viu quem era Severo Snape: de olhar esguio, pele macilenta, nariz de gancho e cabelos sebosos, era o tipo de cara que Tenchi tinha certeza ia ODIAR:
- Eu trocaria o Snape por duplas com a Trelawney, se pudesse! – disse Harry, amuado. - Ela pelo menos podemos ignorar...
- Bem, não podemos fazer nada! - disse Hermione, consultando seu relógio - Vamos nessa, temos 10 minutos para pegarmos nossos materiais e descermos para as aulas da manhã.
Tenchi acompanhou os demais e foi até a Torre da Grifinória, colocou todas os materiais em sua mochila e foi até a Estufa Três, aonde os aguardavam os alunos da Lufa-Lufa.
A professora Sprout, Tenchi reconheceu, era uma bruxa que sabia dar uma aula descente: baixinha e gordinha, era muito querida por todos os alunos, mesmos aqueles que não eram da casa da Lufa-Lufa, da qual era diretora. A primeira coisa que ela apresentou foi uma série de plantas na mesa grande:
- Bem, garotos, temos uma flor perigosa para trabalhar hoje, alguém sabe qual é ela? - disse Sprout, segurando um vaso com uma flor de cor roxa tendendo ao preto.
- Lótus Negra, professora. - disse Neville, na única aula na qual ele sabia alguma coisa.
- Exatamente. Agora, para que a utilizamos?
- A Lótus Negra é ingrediente imprencidível em quase todos os antídotos mais poderosos conhecidos. Ela também é um planta muito perigosa: pode induzir ao coma e até mesmo matar, caso se inale por muito tempo o pólen da mesma. - disse Hermione, como se tivesse socado o seu exemplar de "1000 Ervas e Fungos Mágicos" em sua cabeça.
- Isso mesmo, senhorita Granger. - disse a Professora - Agora, aconselho a manterem o nariz o mais longe possível das plantas. Mesmo uma rápida inalação pode provocar um poderoso mal-estar, e acredito que vocês não desejam perder suas aulas de hoje, não? Bem, vamos começar com o despetalar da Lótus Negra: as pétalas também liberam um veneno de contato perigoso, por isso usem suas luvas de couro de dragão. Nós vamos secá-las ao sol, para usá-las em Poções de Esquecimento. Fiquem seis por tabuleiro: temos bastante Lótus Negra aqui, e lembrem-se de jogar nos vasos ao lado as flores despetaladas, pois iremos trabalhar elas depois.
Harry, Rony, Mione e Tenchi dividiram a bancada com Justino Finch-Fletchley e Ernie McMillian. Enquanto despetalavam as flores, Ernie disse:
- Bem, Potter, sobre o que aconteceu no final do ano passado... Bem, queria dizer que não acredito que você tenha matado Diggory. Acho que você não queria tanto assim esse prêmio.
- Como assim, o que aconteceu no ano passado?
Rony e Ernie McMillian explicaram a Tenchi sobre como Harry "entrou de gaiato" no Torneio Tribruxo, e como, no final do mesmo, Voldemort acabou por matar Cedrico Diggory para ficar apenas com Harry.
- E foi um choque para nós da Lufa-Lufa... Mas, pelo menos ele morreu feliz, quando tinha conseguido se superar, mais do que superar a outros. - terminou Ernie.
Tenchi continuou despetalando suas flores, mas não sem deixar de sentir certa piedade por causa de todos da Lufa-Lufa, pois sabia que a Lufa-Lufa era uma casa que nunca teve grandes glórias em nada, e que Diggory era um herói para eles, pois ele era o supra-sumo: tudo que um aluno da Lufa-Lufa poderia ser, Diggory era.
A aula terminou e para Tenchi, tudo estava indo muito bem para ele até ali. Isso até que foram para a Cabana de Hagrid, o meio-gigante, para terem sua primeira aula de Trato de Criaturas Mágicas.
Até encontrarem-se com Draco Malfoy.
- E então, Potter, será que o seu homem-elefante vai ter coragem de mostrar aquela carona?
- Malfoy, vai ver se eu tou na esquina! - respondeu Harry.
Draco fez que ia sacar sua varinha, quando com extrema velocidade Tenchi sacou a sua do coldre e disse:
- Expelliarmus! - fazendo a varinha de Draco voar longe.
Crabble e Goyle já estavam afim de avançar sobre Tenchi, mas foi quando Hagrid chegou:
- Ei, ei! O que está acontecendo aqui?
- Foi o japonês aí que começou! - disse Goyle, com sua voz gutural.
- Mentira! - gritou Rony - Malfoy ia sacar sua varinha, quando Tenchi o desarmou!
Crabble e Goyle começaram a estralar os dedos de sua forma tradicionalmente ameaçadora:
- Não quero saber de brigas, vocês! - disse Hagrid - Andem, andem, temos muito sobre o que aprender e pouco tempo para aprendermos!
Hagrid levou-os para o picadeiro, aonde Tenchi teve uma surpresa:
- Ryo Oh-Ki!? - disse Tenchi, ao ver um bichinho com corpo de gato mas pernas e "bigodes" de um coelho.
- Não sabia que conhecia os cabbits, Masaki! - disse Hagrid, admirado.
- Bem, como já disse, esses são os cabbits, ou gatelhos, como iremos chamar a partir de agora. Os gatelhos são animais mágicos criados por bruxos antigos, mais ou menos como os crupes. Eles foram criados com o propósito de serem animais de estimação, como os crupes, pufosos e amassos. Agora, vejamos, vamos começar a cuidar deles com uma boa alimentação.
Tenchi viu de tudo na mesa de comida às quais Hagrid para poder dar de comida aos gatelhos, mas Tenchi, já bem experenciado com Ryo Oh-Ki, sabia exatamente o que dar ao gatelho:
- Tó, garotão! - disse Tenchi, pegando um grande maço de cenouras e o entregando ao seu gatelho - Come tudo!
O gatelho ficou todo emocionado e começou a atacar as cenouras em grande velocidade. Todos observaram Tenchi. Rony foi o primeiro a pegar mais um maço de cenouras e entregar ao seu gatelho, que como os demais tinha cor marrom-terra.
- Como você sabe sobre os gatelhos, Masaki? - perguntou Hagrid. Malfoy observou Tenchi atentamente, interessado, com um olhar de esgelha bastante maligno que não agradava Masaki.
- Bem... eu... é que meu avô costumava cuidar de gatelhos na propriedade do daimyo de nossa região...
Todos pareceram aceitar essa explicação, menos Harry, Rony, Mione e Draco.
Para sorte de Tenchi (ou não), a aula de Hagrid foi bastante rápida e divertida, o que afastou de todos o seu conhecimento excessivo sobre gatelhos. Foi quando o sinal tocou e todos voltaram para as torres para, após lavarem-se rapidamente, irem almoçar. E depois do almoço, Poções.
Novamente com a Sonserina e, o que é pior, com Severo Snape, diretor de Sonserina.
Tenchi viu pela primeira vez a sala de aula de poções: fria, mal iluminada, com grandes potes contendo coisas nojentas imersas em líquidos nojentos, não era o tipo de coisa que ele gostasse de ver.
Snape chegou com seu estilo tradicional "calem a boca, seus débeis mentais". Em seguida fez a chamada e, ao chegar no nome de Tenchi, o observou, com uma cara horrenda:
- Senhor Masaki... Veio transferido, suponho eu! Acho que Dumbledore permitiu essa... "circunstância especial"... por seu avô ser o novo professor de DCAT. - disse esse último com uma cara de nojo - Bem, devo salientar-lhe que não vou pegar leve com o senhor, pois tenho mais o que fazer do que auxiliar pessoas que não se interessam por minha aula, ainda mais esse ano que tenho que preparar... certos... alunos... - disse isso mirando tanto Harry quanto Neville - para suas provas dos N.O.M.s, mesmo sendo pessoas totalmente incapazes de fazer uma mistura de água com açúcar em um copo.
Os sonserinos riam com prazer: Tenchi viu Draco conversando aos sussurros com Pansy Parkinson, uma garota que mais parecia um buldogue, e com seus armários, Crabble e Goyle. Tenchi nem se importou, pois Snape começou a ditar os ingredientes de mais uma de suas várias poções, uma poção de Agilidade Mental (algo que, definitivamente, Crabble e Goyle precisava urgentemente, pensou Tenchi com seus botões).
A poção não parecia muito mais complexa do que as que Hermione lhe ensinara no período de preparação e Tenchi tinha todos os ingredientes dispostos no estojo de ingredientes de poções que adquirira no Beco Diagonal.
Claro que Tenchi não contava com algumas coisas:
Tenchi descobriu, tarde demais, o que Draco cochichara com Goyle: o garoto, que estava mais próximo de seu caldeirão, colocou alguma coisa no caldeirão de Tenchi, que explodiu em uma nuvem de fumaça e cores hipnóticas, com um silvo como o de algo que cozinhava na água. A poção inundou Tenchi e Rony, que começaram a encolher: Rony apenas o braço, mas no caso de Tenchi foi o corpo inteiro. Quando o professor Snape reparou, Tenchi já estava do tamanho de Sassami:
- Garoto tolo! - esbravejou Snape - Deve ter pensado que ser neto de Katsuhito Masaki lhe dava alguma vantagem! Vejo que colocou muita unha de rato. São 15 pontos a menos para Grifinória! E o que está esperando, Weasley? Leve-o para a Ala Hospitalar agora! E você, Potter, para variar achando que se os outros se dão pior do que você, você se sentiria melhor? São menos 20 pontos para Grifinória por causa disso! - essas últimas palavras, Tenchi percebeu, Snape disse com um sibilo de prazer na voz baixa e normalmente monocórdica.
Tenchi estava do tamanho de um bebê quando Rony ergueu-o com o braço bom, enquanto Hermione e Harry recolhiam os seus materiais e os de Rony:
- Maldito Crabble! Maldito Malfoy! Eu sei que aqueles dois aprontaram para cima de você! - rosnava Rony - Ah, se esse ano eles aprontarem mais uma comigo, eu racho a cabeça daquele loirinho veela!!!
- Não adianta fazer nada agora! - disse Tenchi, percebendo que sua voz saia esganiçada e baixinha - Onde fica a Ala Hospitalar?
- Já estamos chegando! - disse Rony.
Rony empurrou com tudo a porta da Ala Hospitalar: nesse momento Tenchi estava do tamanho de um gato bebê.
- Madame Pomfrey! - gritou Rony.
- O que... Meu Deus! Traga-o rápido para cá! - disse Pomfrey.
Pomfrey obrigou Tenchi a abrir a boca, e com um conta-gotas colocou na boca de Tenchi uma gota (que para Tenchi tinha o tamanho de uma bola de futebol) de uma poção com gosto de wasabi. Tenchi parou de diminuir.
- Agora, vamos à cura mesmo! - disse Pomfrey, pegando outra vez o conta gotas e pingando na boca de Tenchi uma gota de uma poção de cor azul-claro, com gosto de peixe podre.
- Urrrcc! - disse Tenchi, ao engolir a poção.
- O que espera? Suco de abóbora? - disse Pomfrey, enquanto colocava em Tenchi o pijama da Ala Hospitalar (que ficou IMENSO no Tenchi naquele tamanho).
Rony tomou um cálice de poção e seu braço afetado começou a inchar, até voltar ao tamanho normal.
- Porque eu não começo a crescer? - disse Tenchi, ainda do tamanho de um gato bebê.
- Você foi imerso totalmente... Tem que esperar a poção parar de fazer efeito em seu organismo. Até lá, vai ficar encolhido desse jeito.
Tenchi olhou para o teto e pensou:
- Onde é que eu estava com a cabeça na hora que aceitei esse plano estúpido?
