Harry berrou. Sua cabeça latejava de dor. Sua cicatriz pegava fogo de tanta dor. Pode ouvir apenas a voz de seus amigos:
- Harry, você tá legal? - Harry reconheceu a voz de Rony.
- Está bem, Harry? - disse uma outra voz, esta por sua vez de Tenchi.
Harry abriu os olhos: percebeu Tenchi e Rony sobre ele, Rony com seu pijama de lã escocesa e Tenchi com seu robe de seda preta sobre o pijama pesado. Neville, Dino e Simas também estavam ao seu redor.
- Você está bem, Harry? - disse Rony novamente.
- Ouvimos você gritar! - disse Neville - Tá passando mal?
- Não... Acho que foi só... um pesadelo... Acho que preciso distrair a cabeça. Rony, que tal um xadrez? - disse Harry, com um olhar expressivo, enquanto colocava os óculos.
- Tudo bem! - disse Rony, entendendo a "senha". Aparentemente, Tenchi também entendeu.
- Ei, esperem por mim! - disse Tenchi, enquanto apanhava seu jogo de xadrez de bruxo. Dino, Neville e Simas, passado o susto e dando de ombros com relação às estranhezas do famoso companheiro de quarto, foram dormir.
Rony e Harry já estavam em uma mesa bem iluminada próxima à lareira do Salão Comunal da Grifinória. E, talvez por ter ouvido os gritos de Harry, Hermione também estava lá:
- O que foi, Harry? - perguntou Tenchi.
- Minha cicatriz... Ardeu de novo! - disse ele.
- E...
- A cicatriz do Harry dói toda vez que ele sente que Voldemort está perto! - disse Rony - Algumas vezes ele até sonha com Voldemort. Foi numa dessas vezes que ele ouviu, pela primeira vez, Surien.
- E foi assim que Dumbledore imaginou que...
- Na verdade, acho que a sua carta, Tenchi, - disse Hermione – confirmou as suspeitas que Dumbledore tinha em relação ao sonho de Harry.
- Bem, seja como for, qual foi esse sonho, Harry? - perguntou Rony.
Enquanto jogavam, Harry contou a Rony, Tenchi e Hermione o sonho. Nesse meio tempo, Sassami acordou e desceu, abraçada a Ryo Oh-Ki, e ouviu a maior parte do sonho.
- Entendeu, Tenchi... Lucio Malfoy se transformou em um biomorfo! - disse Harry - Agora, eu não entendo o que Surien pode ter dito como o primeiro de uma raça!
- Tenchi? - disse Sassami - O que está havendo?
Tenchi esqueceu que Sassami não estava por dentro do que estava acontecendo.
- Olha, Sassami! Depois eu conto...
- Nada disso! - disse Sassami decidida, com Ryo Oh-Ki ao seu colo - Agora você vai me contar o que está acontecendo!
Tenchi, conhecendo bem Sassami, contou tudo.
- Uau! - disse Sassami, preocupada - Tenchi, isso tá ficando perigoso! Aeka e o vovô deveriam ser informados! Isso pode ficar perigoso demais!
- Você deveria também avisar Dumbledore desse sonho, Harry! – disse Hermione.
- E aquela sua amiga espacial, Tenchi, a Washu, também deveria ser avisada! - disse Rony.
- OK! - disse Tenchi - Mas vamos por partes, então.
- Acho que deveríamos falar primeiro com Dumbledore! Aonde será que ele dorme? - disse Harry.
- Acho que há um quarto anexo ao escritório do diretor, acho que li isso em Hogwarts: Uma história! - disse Hermione.
- Eu posso dizer aonde Dumbledore dorme, senhorinha Granger! – disse uma vozinha esganiçada por trás deles. A voz estava acompanhada de uma criaturazinha que parecia uma boneca grande e bem feia, vestindo uma combinaçãzo absurda de roupas. Harry reconheceu de imediato os grandes olhos, que pareciam duas bolas de tênis, e as orelhonas de morcego.
- Dobby? - perguntou Harry.
- Dobby estava aqui, senhor, acendendo e abastecendo a lareira, senhor, quando Dobby ouviu Harry Potter gritar. Depois Dobby ouviu o Wheezy que dá suéter para Dobby perguntar se Harry Potter estava bem, e Harry Potter reponde que sim e diz que quer jogar xadrez, senhor. "Jogar xadrez durante a madrugada?", pensou Dobby, "Isso não está certo! Harry Potter deve ter coisas a dizer para o Wheezy que deu suéter para Dobby"...
- Pode me chamar apenas de Rony, Dobby. - disse Rony.
- Então, Dobby se escondeu, senhor, e esperou Harry Potter descer para jogar xadrez com Rony, senhor. Antes, Dobby teve que se marcar com brasa quente, senhor, pois sabia que estava sendo um elfo malvado ouvindo segredos de Harry Potter!
Dobby mostrou as mãos com marcas de carvão em brasa:
- Não precisava fazer isso, Dobby! - disse Hermione, estupefata.
- Oh, não, senhorinha Granger! Dobby precisava sim! Dobby sabia que era um elfo feio ouvindo segredos dos alunos! Dumbledore não gostaria que Dobby saísse por aí, como um duende desqualificado, ouvindo os segredos dos alunos!
- Dobby, a Mione está certa! - disse Harry - Você não precisava fazer isso! Mas tudo bem, agora você já fez, mas não precisa fazer mais!
- Harry Potter é piedoso, permitindo que Dobby não precise se castigar quando Dobby ouvir os segredos de Harry Potter. Mas Harry Potter pode ter certeza que seus segredos estarão seguros com o Dobby, senhor.
- Volte ao que interessa, Dobby! - disse Rony.
- Bem, então Dobby ouviu Harry Potter contar ao Rony que deu suéter ao Dobby que teve sonho com Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! - ao dizer a alcunha de Voldemort, Dobby tremeu-se todo - Também ouvi Harry dizer que precisava falar com Dumbledore, senhor, e com o senhor Masaki de DCAT e com a senhorita Masaki de Etiqueta Mágica, e com uma amiga vinda das estrelas. Dobby ouviu bastante, sobre inclusive o... - Dobby então quase colocou sua mão no fogo procurando uma brasa quente, mas teve suas mãos recolhidas por Tenchi e Sassami.
- Não precisa fazer isso, Dobby! - disse Hermione, enquanto Tenchi e Sassami recuavam Dobby da lareira - Os Malfoy não são mais sua família!
- Tem razão, senhorinha Granger, mas é que é difícil a um elfo doméstico esquecer-se de se castigar quando faz ou fala algo ruim de um amo ou de um ex-amo, como o... senhor Malfoy... - Tenchi e Sassami tiveram que forçar Dobby contra um dos puffs espalhados pelo chão do Salão Comunal para que Dobby não tentasse se castigar. Quando Dobby conseguiu se recompor, ele disse - Dobby ouviu então sobre o senhor Malfoy, e sobre o Demônio Surien, e sobre Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, e sobre a bondosa senhora Malfoy...
- Bondosa? - disse Hermione.
- A senhorinha Granger não vai falar mal da senhora Malfoy! – disse Dobby com ímpeto, o que lembrou Hermione de quando Winky respondia a ela sobre o falecido Bartô Crouch. Novamente, Dobby se recompôs e disse – Desculpe, senhorinha Granger, mas a senhora Malfoy era bem diferente do senhor Malfoy. Educada, requintada, até bondosa com o Dobby... Claro que ela nunca oferecia meias para Dobby, mas Dobby não era maltratado, nem tinha que pregar as orelhas no forno, muito menos tinha que cozinhar-se em uma panela de água fervente, ou macetar os ossos com o martelo de amaciar carne, ou...
- Tá, entendemos! - disse Rony, enojado com o ponto aonde a crueldade de alguém podia chegar com um elfo doméstico.
- Bem, a senhora Malfoy era diferente: dizia para Dobby o que queria e como queria, e não se preocupava se o Dobby errasse. Na verdade, normalmente, quando o próprio Dobby se castigava, ela fazia o mesmo que a senhorita Granger, não permitindo que o Dobby se castigasse. Ela gostava do Dobby, e foi com horror que Dobby viu o que o senhor Malfoy fez à senhora Malfoy. E agora, o senhor Malfoy quer ser o soldado mais poderoso Dele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Dobby não vai permitir que isso aconteça! –disse Dobby - Dobby irá indicar aonde Dumbledore está, senhor, para que Harry Potter e seus amigos possam contar a ele o que está acontecendo, senhor.
Dobby saiu desabalado pela passagem da Mulher Gorda;
- Espera Dobby! - disse Harry, correndo atrás. Tenchi, Rony, Hermione e Sassami correram em seguida.
- Se o Filch nos pegar, estamos fritos! - disse Rony.
- Ah, não, senhor! Dobby não deixará Harry Potter e seus amigos serem pegos por Filch, senhor! Dobby conhece bem os caminhos de Hogwarts, senhor! Dobby é um elfo doméstico, senhor, e para limpar e mudar roupas de cama e abastecer lareiras e organizar tudo antes que os alunos cheguem e fazer tudo o que um bom elfo doméstico tem que fazer, senhor, Dobby precisa ser rápido. E para Dobby ser rápido, senhor, Dobby precisa conhecer bem os caminhos do castelo, senhor, conhecê-los até melhor que Dumbledore, se isso for possível, senhor. Melhor até mesmo que o senhor Filch, senhor. E Dobby conhece bem os caminhos do castelo, senhor. Dobby sabe como chegar rápido e sem chamar a atenção de Filch até aonde Dumbledore está, senhor!
Então eles correram, e chegaram diante da entrada para a Sala de Dumbledore:
- Varinhas mil-folhas! - disse Dobby rapidamente, e a gárgula abriu-se, dando passagem para a escadaria, que subia ela própria enquanto os seis ficavam sobre ela. Estranhamente, pareceram notar que havia barulho e luz na sala de Dumbledore, mesmo sendo 3 da manhã.
Eles então entraram, e viram:
- Malfoy? - disse Rony.
- Senhorinho Malfoy?! - disse Dobby, como se temesse ser chicoteado por um de seus ex-amos.
- Ah, vejo que trouxe o jovem Harry, Dobby! - disse Dumbledore – E acho que ele, e seus amigos também, têm algo a nos contar!
Na sala estavam, além de Draco Malfoy e Alvo Dumbledore, Katsuhito Masaki e Aeka. Em um canto, ouvindo tudo e prestando atenção a tudo, estava Severo Snape.
- O que você está fazendo aqui, Malfoy? - disse Harry.
- Estou aqui a pedido do diretor da minha casa para contar sobre um... sonho... que tive hoje! - disse Draco - Acho que agora, Potter, é minha vez de lhe perguntar o que VOCÊ está fazendo fora da cama tarde da noite.
- Aliás, - disse Severo Snape - é estranho que Potter tenha conseguido descer da Torre da Grifinória, que todos sabemos ficar no alto do castelo, até aqui, sem ser percebido pelo Sr. Filch. Acredito eu que o senhor Potter tenha tido a ajuda de certos... itens... que são de sua posse.
Harry sabia que Snape conhecia sobre a Capa de Invisibilidade que era de sua posse desde o primeiro ano, a Capa que herdara de seu pai. Da mesma forma, Snape sabia sobre o Mapa do Maroto, um mapa mágico do Castelo de Hogwarts que havia preparado por seu pai e seus amigos, e fora-lhe dado à dois anos pelos Gêmeos Weasley.
- Não, professor Snape... - disse Dumbledore - Acredito que foi nosso Dobby aqui quem ajudou o jovem Harry a chegar aqui!
Dobby levou as mãos às orelhas, obviamente planejando torcê-las, quando disse:
- Não é necessário isso, Dobby! Estávamos precisando conversar com o senhor Potter de qualquer forma. Além do mais, acredito que o senhorinho Malfoy ao qual você chamou queira lhe dizer algumas coisas...
Dobby foi meio que à distância se afastando de Draco, até que ele disse:
- Obrigado... Por ter ajudado a cuidar de minha mãe...
- Senhorinho Malfoy! - disse Dobby.
Draco deu um abraço forte em Dobby:
- Creio que já tivemos nossa sessão sentimental suficiente para o dia de hoje. - disse Snape - Voltemos ao que interessa.
Harry observou que Snape tinha um brilho no olhar, que lembrou o dia em que, na Ala Hospitalar, Dumbledore perguntava se Snape estava disposto a correr o mesmo risco que antes.
- Bem, acho que o jovem Draco poderia começar contando seu sonho para nós. - disse Katsuhito, em um tom conciliador.
- Não compreendo é porque a senhorita Masaki, de Etiqueta Mágica, deveria estar aqui entre nós. - disse Snape.
- Senhor Snape, minha neta Aeka estudou muito na Academia Imperial de Artes Arcanas no Japão sobre a Defesa contra as Artes das Trevas, para ser uma geisha. Uma geisha não pode ter apenas gestos e risos afetados, mas deve ser capaz de defender a si própria e àqueles a quem serve.
- Senhor Malfoy, conte o seu sonho para nós! - disse Dumbledore.
- Está bem...
"Draco estava diante de Hogwarts, enquanto uma batalha acontecia, mas uma batalha estranha, com magias e veículos estranhos, que flutuavam no céu e disparavam raios de luz um contra os outros, como se aqueles raios fossem versões mais poderosas da Maldição Imperdoável da Morte, a Avada Kedavra. Ele próprio estava renegando toda a escuridão que tinha em sua alma, lutando do lado dos que queriam paz, mas que foram enfiados em uma guerra pelos que desejavam a destruição. Aqueles a quem, até pouco tempo, Draco idolatrava.
Ele observava o homem de fronte a ele. Alto, loiro, de linhas idênticas às suas. Ele portava sua varinha e dizia-lhe:
- Draco, você é um completo incompetente, como sua mãe! Deveria estar fazendo como eu, servindo com a própria vida seu Mestre!
Draco protegia sua mãe, que já sofrera demais, após ter sido transformada, contra sua vontade, em uma aberração, um monstro.
- Não vou lhe perdoar, pai, pelo que fez a mamãe! - disse Draco, apontando-lhe a varinha - Você me ensinou bem, mas antes eu era o aprendiz, mas agora eu sou o mestre!
Lúcio observou a varinha de Draco e riu, uma risada fria e sem vida:
- Draco, se fosse tão bom nas artes das trevas quanto o é em suas bravatas, você seria sem sombra de dúvidas um desafio ao Lorde, coisa que definitivamente você não é! Para falar a verdade, você sequer é um desafio para mim! E eu irei provar!
Lúcio Malfoy começou a se contorcer, enquanto uma criatura parecia brotar de dentro dele. Era mais alta que Lúcio, e utilizava um elmo ósseo prateado sobre a cabeça. Os cabelos, de um loiro-branco doentio, eram amarrados em rabo-de-cavalo na sua cabeça. O elmo, prolongado em um bico de rapina, não ocultava a boca de dentes de tubarão que serrilhavam em sua boca, com um sorriso maníaco. Sua pele era dura e queratinada, óssea, como o dos insetos, mas formando placas e escamas, como se fosse um peixe ou uma tartaruga, formando algo semelhante a uma armadura completa. Da metade dos braços, duas protuberâncias na forma de espadas brotavam, afiadas. Suas mãos, com cinco dedos como a dos humanos, terminavam porém em garras. Um grande couro unia os braços ao peito, tal qual as asas cartilaginosas de morcego. As pernas eram grossas, e os pés coriáceos tinham garras em seus três dedos. De suas costas, saia um grande ferrão, e da ponta do ferrão, uma espécie de agulha, como o de uma seringa de injeção.
Draco estacou de medo. Não apenas medo, mas um horror irracional, indescritível, como se sua mente estivesse se recusando a acreditar que uma criatura como aquela podia existir. A verdade, porém, é que tal criatura existia, era viva, e pior, lhe falava, em tom de escárnio:
- Gostou da minha nova forma, filho? As lâminas foram retiradas de um rabo-córneo húngaro, enquanto as proteções peitorais de um meteoro chinês. Tenho os sentidos de um dementador, e enxergo também pelo calor. Sou a suprema forma de vida! Sou capaz ainda de usar a magia, mas sou forte o suficiente até mesmo para me dar ao luxo de a dispensar, já que não há criatura mais poderosa que eu!
Draco não sabia o que falar... Apenas gritou. Gritou por muito tempo, até sentir algo golpeando-lhe o peito e o rasgando, e o trespassando, saindo por suas costas: a protuberância fincou-se em seu peito e o rasgou, e o sangue foi saindo lentamente de seu corpo, até que ele esvaiu-se totalmente... junto com sua vida..."
- E então eu acordei... - disse Draco - Nos últimos tempos, papai estava muito contente, e fazia grandes planos... Mas não nos informava qual era esses planos. Aquela loucura que ele fez com minha mãe provou-me que os "grandes planos" dele não incluíam nem a mim nem à minha mãe. Para ele, parece que somos "descartáveis" - disse Draco, enojado. Pela primeira vez em sua vida, Harry notou que Draco não tinha mais aquela voz arrastada e fria, de tédio, que normalmente ele possuía: sua voz agora era cheia de revolta e raiva, e um fogo que não parava de arder, mas que doía muito enquanto ardia. Mas era uma chama fria, uma fúria fria.
- Fui comunicado pelo senhor Zabini que o senhor Malfoy se encontrava gritando. Ao encontrá-lo, percebi que ele estava fraco, estranho. Pensei por bem trazê-lo ao senhor, professor Dumbledore. - disse Snape.
- E fez bem em o fazer, Severo. - disse Dumbledore - Agora, acho que é a vez de Harry contar o que tem a nos contar.
Harry contou o que ouviu e viu: sobre os veículos, sobre Voldemort estar criando novos monstros biomórficos, sobre Lucio Malfoy ter se oferecido como o primeiro deles... Tudo...
- Humm... Muito bem, Harry, Draco, acho então que é hora dos senhores Tenchi e Katsuhito Masaki e das senhoritas Aeka e Sassami revelarem toda a verdade sobre o aliado de Voldemort, Surien, e sobre si próprios.
- Deixa que eu farei isso, professor Dumbledore! - disse Katsuhito.
Katsuhito contou então tudo sobre ele, Jurai, a Galáxia Policial, o Poder Jurai, as princesas Aeka e Sassami, Ryoko, as Detetives Kyone e Myoshi, Washu, o Grande Gênio Científico e tudo o mais. Contou sobre como conheceu Dumbledore durante a queda de Grindelwald, e de como soube que Surien havia sido libertado por Voldemort. Também explicou tudo sobre a poderosíssima tecnologia Jurai. Conforme ouviam a história completa, mesmo os três, Harry, Rony e Mione, ficavam fascinados e intrigados pelos detalhes da história.
- E é isso! - disse Katsuhito - Imaginávamos que Surien poderia estar aproveitando pessoas como Narcisa para criar criaturas incrivelmente poderosas.
- Fascinante. - disse Snape em seu tom monocórdico - Agora, porque Jurai não usa seu poder para invadir a Terra e atacar Surien? Creio que isso seria de grande interesse desse Império espacial.
- O problema, senhor Snape, - disse Aeka - é que eu, na condição de princesa do Império Jurai, e os meus antepassados, mantemos um édito de não-interferência em culturas e tecnologias que são atrasadas em relação à de Jurai. Mesmo para que possamos realizar essa nossa missão, com a qual estamos colaborando com a GP, temos trazido tecnologia elevada, evitamos a usar ou até mesmo a demonstrar. Mesmo Yagami, a nave que funciona como base para as duas agentes da GP no Setor do Sistema Solar, Kyone e Myoshi, foi oculta nas proximidades de Hogsmeade. Todas as ações foram planejadas de forma a evitar que sejamos descobertos. Mesmo a ação de Kyone e Myoshi para salvar a mãe de Draco foi feita de forma a não chamar a atenção das autoridades bruxas...
- Bem, acho que então a senhorita sabe que está violando, entre outras leis, o Estatuto do Sigilo da Magia e o Código do Mal-Uso da Varinha. – disse Snape.
- Tecnicamente, Snape, - disse Dumbledore - Katsuhito, Aeka, Sassami e Tenchi são tão bruxos quanto os demais presentes nessa sala, sim, inclusive a senhorita Granger. - claro que o comentário desagradou DEMAIS Snape – Porém, isso não vem ao caso. O que importa é que estamos todos lutando contra dois inimigos poderosos: um que conta com artes mágicas e poderes terríveis em grande quantidade e força. O outro possui conhecimento maligno e a índole para o usar. Ambos estão unidos, sendo que será difícil vencê-los pela magia ou pela tecnologia.
- E como venceremos então aquele cara-de-cobra do Voldemort? – perguntou Draco.
- União! - disse Dumbledore - Sei que vocês aqui nessa sala tem suas diferenças. - disse Dumbledore, olhando Draco e Hermione, Draco e Rony, Draco e Harry e Snape e Harry - Mas estamos todos no mesmo barco agora. Se não pararmos agora Voldemort e Surien, Hogwarts cairá, e não haverá lugar seguro no mundo, ou mesmo no Universo, contra Surien e Voldemort. E até mesmo o poderoso Império de Jurai irá cair. E não haverá esperança não apenas para a Terra, mas para todo o Universo.
- Então, - disse Draco - o que temos que fazer?
- A primeira coisa - disse Dumbledore - é deixarmos esse segredo entre nós, e apenas entre nós. Tal segredo poderia vazar para Voldemort, que não sabe quem é quem e quem pode o que dentro dessa batalha. Provavelmente, como Katsuhito disse, já deve estar sabendo que eles possuem o Poder Jurai, e que há agentes da GP sabendo de seus movimentos em Hogsmeade e tudo mais, mas não sabe sobre Washu e sobre como ela sabe sobre a magia.
- A segunda coisa é vocês se unirem. Antes que achem estranho, não estou pedindo para que sejam amigos de uma hora para a outra, e estaria sendo hipócrita em pedir-lhes isso de imediato, embora esse seja meu maior desejo. Mas pensem em termos de uma união tácita: todos nós aqui sofremos muito por causa de Lorde Voldemort ou de Surien, e mesmo os poucos entre nós aqui que não conheceram diretamente os horrores provocados por eles ouviram falar de tais horrores, e sabem discernir o que está em jogo.
- Acho que isso deve bastar para que todos aqui entendam a seriedade do que está se passando.
Dumbledore não precisou perguntar, e nem os demais precisaram responder: era tudo claro como a água límpida das fontes mais cristalinas. Apenas precisaram olhar um para a cara do outro: a resposta estava clara nos olhares.
- Bem, Severo, acho que o senhor Malfoy pode aproveitar o resto de noite para descansar um pouco. Sei que amanhã é Sábado, mas o reforço na dedicação para a preparação para os N.O.M.s vai exigir que o senhor Malfoy esteja descansado.
Snape apenas olhou Dumbledore e dirigiu-se a Draco, retirando-se. Draco então pegou sua gravata da Sonserina e arremessou-a para Dobby antes de sair:
- Tenho muitas dessas! Essa é um presente! E agora sem as artimanhas do Potter para te libertar! Acho que mamãe gostaria disso, depois de tudo o que você fez por ela! - disse Draco. Dobby colocou a gravata verde e sable em seu pescoço e a ajeitou com carinho.
- Ele puxou realmente o lado Malfoy da família, o senhorinho Malfoy.
- Como assim? - perguntou Harry.
- Acho que você pode ir contando isso, Dobby, enquanto leva o senhor Harry e seus amigos de volta para a Torre da Grifinória. Acho que também vou descansar e pensar em tudo o que ouvimos.
- Nós também! - disseram Aeka e Katsuhito ao mesmo tempo.
- Certo, professor Dumbledore, senhor! Venha, Harry Potter, senhor! - disse Dobby.
Quando eles voltaram aos corredores escuros do castelo, Harry perguntou em voz baixa:
- Que história é aquela de que puxou ao lado Malfoy da família? Pensei que todos os Malfoy fossem ruins...
- Não fale mal da família Malfoy! - disse novamente Dobby, como se tivesse se ofendido com a colocação de Harry - Desculpe, Harry Potter, senhor, mas Dobby achou que o que ele vai contar agora fosse fato conhecido. Agora Dobby terá que contar e depois, senhor... Dobby vai engolir carvão em brasa como castigo! - disse Dobby, estremecendo, como se ainda fosse um elfo doméstico dos Malfoy.
- Não vai precisar não! - disse Rony - Como assim, que isso era fato conhecido? O que é fato conhecido?
- A família Malfoy, senhor, sempre foi muito rica, e sempre soube realmente muito das artes das trevas, senhor. Mas a verdade é que nem sempre ela foi má como agora, senhor. - eles perceberam que Dobby tinha um ímpeto de tentar levar a mão às orelhas, tentando as torcer, coisa que Hermione impedia a cada vez que ela percebia que Dobby tentaria o fazer. Parecia que estava revelando muitos segredos sobre os Malfoy naquela noite - Não, senhor, mesmo todos vindos de Sonserina, alguns foram tão honrados quanto muitos grifinórios, ou até mesmo mais.
- Tá brincando! - disse Rony.
- Não, Rony. O Dobby está certo! - disse Harry - Rabicho era um dos maiores homens de Voldemort, e em que casa ele estudou? Grifinória!
- Entendeu, senhor Rony que dá suéter ao Dobby? Nem sempre os Malfoy foram ruins. Sempre foram de sangue puro, e nunca admitiram que na família entrasse alguém de sangue como o da senhorita Granger... - dessa vez, foi mais difícil para Hermione segurar as mãos de Dobby para que ele não tentasse arrancar as próprias orelhas fora - Desculpe, mas quase fui ingrato com a senhorinha Granger que ajuda a Winky...
- Não se preocupe! - disse Hermione - Não dou a mínima para essa história do sangue.
- Bem, os Malfoy realmente não admitiam ninguém com sangue comum na família, mas aceitavam-os como empregados, e não queriam sempre assassinar os trouxas como o desejavam agora. O problema foi o senhor Malfoy.
- Como assim?
- Na verdade, o legítimo Malfoy, o herdeiro, ou melhor, herdeira dos Malfoy por sangue mesmo é a senhora Malfoy?
- Como? - disse Hermione - Mas normalmente é a mulher que troca de nome no casamento, não o marido!
- Hermione, às vezes, no mundo dos bruxos - disse Rony - um bruxo de uma linhagem mais pobre, segundo o conceito de sangue puro e status e toda essa baboseira, pode pedir ao pai da noiva para usar o nome da família de linhagem mais nobre. Em muitos casos, para que o nome mais tradicional não se perca, é permitido isso. Na minha família mesmo, a legítima Weasley entre os meus avôs é a minha avó paterna!
- O Rony que dá o suéter ao Dobby está certo, senhorinha. Narcisa tinha linhagem mais nobre entre os bruxos que Lucio, que era apenas um Domenician. Lucio então deu um dote gordo ao antigo senhor Malfoy, senhorinha, no qual também constava o direito dele usar o nome Malfoy para si. O antigo senhor Malfoy, como todos os Malfoy, era ambicioso, senhorinha, e aceitou o dote de Lucio, e deu-lhe o nome Malfoy. O antigo senhor Malfoy gostava de entender as artes das trevas, mas não para as usar, e sim para se proteger delas. - disse Dobby, enquanto passavam por um quadro de medalhas - Ali, vejam vocês mesmos!
Em um ano muito antigo, do meio do século, estava escrito na lista de professores, junto com o quadro dos alunos formandos: Defesa Contra as Artes das Trevas - Aesclepius Malfoy.
- O avô de Draco foi professor de DCAT? - disse Rony.
- Sim, senhor Rony. Aesclepius era seu nome. Dobby o serviu apenas quando Dobby era jovem e o senhor Aesclepius velho. Ele era costumaz como senhor: ele elogiava Dobby quando fazia o que era certo, mas castigava Dobby sem piedade quando ele errava. O senhor Aesclepius foi diretor de Sonserina por muito tempo, até deixar Hogwarts. Na sua época de Sonserina, o senhor Lucio e e a senhorinha Narcisa se conheceram.
- Então foi na época em que meu pai esteve em Hogwarts? - disse Harry.
- Isso mesmo! - disse Dobby - O pai de Dobby, Bobby, contou muito sobre o senhor Aesclepius para Dobby. A época foi boa para Dobby, mas pena que durou pouco. Dobby tinha apenas 6 anos quando o senhor Aesclepius faleceu e o senhor Lucio tornou-se o senhor Malfoy. Então passou a ser uma época negra, até Harry Potter libertar Dobby com estratagema inteligente, senhor.
- Então é isso! - disse Harry - Os Malfoy podem não ter sido gente das mais legais, mas o lixo de família que eles são agora...
- ... é culpa do senhor Lucio, senhor! - dessa vez não teve como segurar: Dobby pegou sua orelha esquerda com ambas as mãos e começou a torcer. Antes que ele começasse a ganir de dor, Tenchi e Hermione tamparam sua boca, e Harry e Rony soltaram suas orelhas de suas mãos.
- Dobby! Pensei que tinha mais força de vontade! - disse Hermione. - Ainda mais para Lucio Malfoy?... Francamente, ele não merece tal preocupação por parte sua.
- Eu sei, senhorinha, mas é o que eu falei antes: até mesmo para Dobby, depois de tanto tempo livre, é difícil tentar dizer algo mais revelador sobre sua antiga família sem se ver obrigado a se castigar. É do nosso feitio! Como é do feitio da senhorinha não querer que o Dobby faça mal para ele e não querer que os outros façam mal ao Dobby. Isso é do feitio do Dobby. Mas eu ia dizendo, depois que o senhor Lucio entrou, a vida ficou muito difícil para todos, principalmente para nós, os elfos. O senhor Malfoy possui mais vários empregados como o Dobby, senhorinha, e os tratava tão mal quanto ao Dobby, senhorinha! A vida era terrível! O dia em que Dobby não era castigado ou não tinha que se castigar por nada, senhorinha, era comemorado pelo Dobby como se fosse a final do quadribol com a Inglaterra vencendo e pegando o pomo! A verdade é que o velho Dobby sofreu muito, mas muitos outros ainda estão sofrendo no lugar de Dobby, senhorinha! Eu sei disso! E mesmo a senhora Narcisa nada mais podia fazer, pois ela própria era tratada pelo senhor Lucio como um elfo doméstico, senhorinha! Ela própria era humilhada e espancada! Não era raro que o senhor Malfoy a espancava na frente dos elfos, senhorinha! "Você gosta tanto deles! Talvez eu devesse a transfigurar em um deles! Ou ao menos deixar-lhe com orelhas longas o suficiente para que você as pendurasse na chaminé!", dizia o senhor Lúcio!
Mais uma vez, Harry teve que conter a mão de Dobby para ele não torcer sua própria orelha, e Hermione também tinha que segurar a outra mão para que Dobby não tentasse se enforcar com ela, e Tenchi e Rony tinham que obstruir seu caminho para que ele não tentasse se evadir para bater-se contra a parede:
- Mas era assim a vida de Dobby com os Malfoy, senhorinha Granger! Era terrível! E o senhorinho Draco tentava não o imitar, mas era obrigado! Por isso disse que o senhorinho Draco é bom! O senhorinho Draco não é do feitio que Harry Potter e seus amigos imaginam, senhor! Porque Dobby sabe o que Harry Potter e seus amigos imaginam do senhorinho Malfoy! Ele é ambicioso, sim! Mas não é mal!
- Acho que estou começando a entender o que você quer dizer... – disse Harry.
Eles terminaram o trajeto para a Grifinória, e Dobby deu a senha:
- Ferrão de Antares!
A Mulher Gorda, meio que sonâmbula, deslocou o quadro para abrir a passagem para a Torre da Grifinória. O fogo estava começando a se apagar de novo:
- Dobby tem que reabastecer novamente a lareira da Grifinória! E Dobby deveria ter reabastecido a da Lufa-Lufa! Dobby tem que se pendurar depois no texugo do Brasão do Salão Comunal da Lufa-Lufa...
- Não, Dobby! - disse Harry - A culpa foi nossa! Você não precisava ter nos esperado, podia ter avisado que tinha trabalho e ido embora, a gente dava um jeito!
- Harry Potter é piedoso e nobre, senhor! Não põe culpa no Dobby! Dobby vai reabastecer a lareira da Grifinória e depois vai correndo reabastecer a da Lufa-Lufa! - enquanto Dobby ia saindo, após reabastecer a lareira da Torre da Grifinória, Harry disse.
- Dobby, quanto ao que você ouviu hoje, por favor, não conte a mais ninguém, nem mesmo à Winky!
- Oh, não, Harry Potter, senhor! O que Dobby ouviu hoje foi segredo do professor Dumbledore e de Harry Potter e dos amigos de Harry Potter e do senhorinho Malfoy, senhor! E Dobby irá preferir pendurar-se pelas orelhas em um dia de tempestade com trovões na Torre de Astronomia do que denunciar esse segredo, senhor! - disse Dobby, saindo.
- Vocês acham que Dobby iria contar? - disse Tenchi, enquanto Sassami voltava direto para o quarto: ela estava muito cansada e tinha muito trabalho no dia seguinte com os deveres de casa.
- Não... - disse Rony - Além disso, ele não daria um estandarte de torre bonito!
- Rony! - disse Hermione.
- Brincadeira, Mione!
Todos deram algumas risadas e foram dormir o restinho de noite que podiam.
Enquanto isso, na Yagami, muitas coisas eram desenvolvidas para facilitar o que viria.
