Novamente Harry acordou gritando, a dor terrível entorpecendo os sentidos. Por sorte, apenas Rony e Tenchi, que dormiam ao seu lado, ouviram seus gritos:
- Harry, o que aconteceu? - disse Tenchi.
- Não foi o... - disse Rony, temeroso.
- Xadrez, Rony! - disse Harry, o que praticamente era a senha para encrenca entre os três.
Os três desceram, quando Hermione também desceu logo em seguida.
- Ouvi você gritar, Harry? O que houve?
- Já vou contar...
Harry contou a eles tudo sobre o sonho que teve:
- Então realmente Voldemort e Surien conseguiram criar um super-biomorfo? – disse Hermione horrorizada.
- É o que parece... Isso, ou minha cicatriz está defeituosa! – disse Harry.
- Só existe uma forma agora: contarmos a Dumbledore! - disse Rony. - Ele precisa saber o que está acontecendo, ainda mais se o seu sonho for verdadeiro, Harry.
- Mas como vamos chegar lá? - disse Hermione - A Capa não cabe nós quatro, e é altamente ilegal sairmos à noite da Torre da Grifinória. E além disso, não temos o Dobby...
- Temos que arriscar! - disse Harry. - Vou buscar o Mapa do Maroto.
Harry subiu rapidamente a escadaria. Logo em seguida, Harry sacou o Mapa e, apontando com a varinha, disse:
- Juro solenemente não fazer nada de bom!
O mapa mostrou-se para Harry. No momento seguinte, Hermione virou-se para Harry e disse:
- Você sabe que não deveria continuar com esse Mapa, Harry! – disse Hermione - Você sabe que você deveria ter entregado ele à professora McGonagall.
- Mione, se eu o entregasse, a professora ia fazer muitas perguntas, e com certeza eu seria obrigado a dizer que foram os irmãos do Rony que me deram... E toda a história.
- Tá legal, mas mesmo assim, como ele vai nos ajudar, esse mapa... - disse Hermione.
- Assim. - disse Harry, mostrando com a varinha um lugar no mapa, próximo à torre de Grifinória. Exatamente naquele momento, um pontinho escrito "Madame Nor-r-a" passava por lá.
- A Madame Nor-r-a! - disse Tenchi - Se tivéssemos saído, com certeza ela teria nos pego, e o Filch também!
- Agora, vamos esperar ela dar meia volta e sair do corredor da Torre.
Demorou alguns minutos até que o ponto da Madame Nor-r-a desaparecesse das proximidades da Torre, e naquele momento Harry, Rony, Mione e Tenchi saíram fazendo o mínimo barulho. O castelo parecia a Tenchi particularmente aterrador durante a noite, ainda mais quando, a qualquer momento, eles poderiam dar de cara com algum dos professores... Como acabariam de dar:
- Boa noite, Tenchi! O que estava fazendo fora da Torre de Grifinória! - disse uma voz familiar para Tenchi, carregada de uma certa severidade.
Tenchi olhou para trás:
- Harry, temos problemas! - disse Tenchi.
- Acabei de perceber! - disse Harry.
Exatamente atrás dos quatro no mapa, acabara de aparecer um ponto escrito "Katsuhito Masaki"!
- Tenchi, acho que lhe fiz uma pergunta! - disse Katsuhito, em seu tom calmo e imperativo.
- Precisamos falar com o professor Dumbledore! - disse Tenchi.
- Por que?
- Harry teve mais um daqueles sonhos estranhos os quais nós comentamos com você, sabe? - disse Rony.
- Sim, senhor Weasley... Mas, não poderiam ter esperado até amanhecer?
- Eu não iria conseguir dormir direito, professor Masaki - disse Harry - pensando que Voldemort pode estar planejando algum tipo de ataque em massa contra Hogwarts, e sem podermos fazer nada!
- Hum... - disse Katsuhito - Certo. Venham comigo.
Os cinco foram até a Sala de Dumbledore. Ao entrar, pegaram o próprio diretor de Hogwarts dormindo diante de uma bacia prateada, cheia de runas desconhecidas. Tenchi observou o conteúdo da bacia: era branco-azulado, e não era possível determinar se era líquido ou gasoso. De certa forma, lembrava a névoa espessa que se via quando se estava no alto do Fuji-san (o monte Fuji) no inverno. Foi quando a fênix que estava ao lado de Dumbledore começou a cantar:
- Quieto! - disse Rony baixinho - O professor vai acordar e...
- Não há problema, senhor Weasley! - disse Dumbledore, ao acordar - Eu estava realmente pensando em muitas coisas... E acho que o jovem Harry sabe o que estou querendo dizer.
"Deve ser... que ele estava usando a Penseira.", disse Harry. Harry já conhecia a Penseira da época da terceira tarefa do Torneio Tribruxo: era uma bacia de prata que guardava uma boa parte dos pensamentos de Dumbledore, que depois podia com tranqüilidade analisá-los. Talvez fosse isso que ele estava analisando. Foi Hermione quem abriu a boca para falar:
- Professor... Isso é uma... Penseira?
- Sim, senhorita Granger. Vejo que, como de seu costume, está bem informada sobre o que pode ser obtido de conhecimento através dos livros. Creio que foi em Um guia de artefatos de magia, seu uso e construção, não? Não se preocupe... Quando se formar, provavelmente conseguirá até mesmo construir sua própria Penseira se continuar sendo essa aluna aplicada que é... – Hermione corou de leve com o comentário final.
- Mas acho que vocês não vieram para minha sala apenas apreciar Fawkes e minha Penseira.
- Professor Dumbledore, - disse Katsuhito, com o mesmo tom sério anterior - eu peguei eles andando fora da cama durante a noite pelo Castelo. Sei que pelos regulamentos eles teriam que perder 50 pontos cada um para a Grifinória e detenção...
Harry e Hermione tremeram: temiam que o pesadelo do primeiro ano se repetisse.
- ... porém, como me disseram que necessitavam falar com o senhor, decidi por bem deixá-los falar, e depois você decidir qual seria a punição adequada para eles.
- Pois bem... - disse Dumbledore - Podem me contar o que quiserem.
Harry contou aos dois o sonho que teve, do começo ao fim, ressaltando todos os detalhes. Katsuhito parecia chocado, embora Dumbledore estivesse absurdamente calmo, como se tudo que Harry estivesse contando fosse alguma travessura que ele e seus amigos estivessem pensando em fazer.
Quando Harry terminou o relato, ele disse:
- Hum... Muito interessante. Agora, Harry, você deve ter percebido que hoje vocês não tiveram aula de Poções...
- Sim... Parece que o professor Snape estava doente.
- Não estava... Harry, você e seu amigo Rony devem saber que eu perguntei se Snape estava disposto a fazer o que fez da outra vez... Bem, essa pergunta foi porque Snape realmente atuou como nosso espião durante a primeira Ascensão e Queda de Voldemort. Snape realmente fez parte dos Comensais da Morte, mas após entender seus crimes, Snape passou para o nosso lado, correndo riscos diários. Voldemort suspeitava que Snape era um traidor, mas não fez nada contra ele desde seu retorno porque temia possíveis retaliações que poderiam vir a ocorrer se ele tocasse em Snape, que era meu protegido. Porém, recentemente vocês sabem que ele gerou o que eles chamam de Filhos da Amálgama, conhecida pela sua amiga Washu como biomorfos. Mas mais surpreendente foram as revelações que Snape me fez na Ala Hospitalar...
- Ala Hospitalar?
- Sim... Hoje a noite, quando todos estavam jantando, o senhor Malfoy terminou de jantar mais cedo. Não sei se vocês repararam, desde que ele teve aquele sonho, os senhores Crabble e Goyle tem sido afastado deles, da mesma forma que outros alunos da Sonserina, como Nott e por aí afora. Essa foi uma recomendação que eu fiz a ele para que evitasse o contato com alunos cujos pais ele soubesse eram homens de Voldemort. Ele desceu para as masmorras sozinho quando...
"'Tenho um trabalho de História da Magia, e outro de DCAT para entregar... Posso trabalhar neles hoje. Até mesmo porque, não tenho com quem jogar Snap Explosivo mesmo.', pensou Draco Malfoy enquanto retornava sozinho para a entrada das Masmorras da Sonserina.
Draco Malfoy estava preocupado: sabia que vários alunos da Sonserina, não todos, mas vários deles, eram filhos de Comensais da Morte. Dois de seus melhores ex-amigos (se ele podia dizer que teve amigos), Vicente Crabble e Gregório Goyle, eram reconhecidamente filhos de Comensais, como ele próprio era um filho de Comensal. Da mesma forma Arnold Nott, um garoto franzino e esquivo, de olhar esguio e nariz adunco, que conhecia muito mais sobre venenos do que toda a Sonserina junta ('e se ele vencia Sonserina, o que dizer das demais casas de Hogwarts?', pensava Draco). E tinha o tal Ephraim Maddiney, um aluninho do primeiro ano extremamente pentelho, que se fosse bom em Feitiços como o era em bravatas seria capaz de mandar Flitwick de volta aos bancos escolares.
Esse conhecimento era bom agora, pois depois que sua mãe e ele deserdaram seu pai da família Malfoy (ela era A VERDADEIRA Malfoy, a NASCIDA Narcisa Malfoy), eles eram visados pelos Comensais. Por segurança, Dumbledore colocara Narcisa em segurança em uma Torre secreta de Hogwarts, à qual apenas Draco e o diretor eram capazes de entrar.
Draco estava cheio de ver o nome Malfoy sujo em trapaças, inclusive internamente: não admitia mais se envolver com as Trevas, agora que seu pai ficara insano, primeiro transformando sua mãe em uma aberração, e depois transformando-se ele próprio em uma aberração. A verdade era que, pela primeira vez em sua vida, Draco estava se questionando se a ambição valia tudo aquilo... Se os fins REALMENTE justificavam os meios.
Draco foi pensando em sua vida: agora ele sabia o que o Potter sentia, o que era ser vaiado e xingado. Muitos não o perdoavam pelas sacanagens que ele fazia com seus demais colegas de escola. E não sem razão não perdoavam: Draco conseguira ser tão crápula que agora ele via o rebote de tudo. Nesse ponto, aquele terceiro-anista, o Gutenmeyer, sempre fora esperto, Draco notara agora. Ele não tinha UM PROBLEMINHA sequer com ninguém de nenhuma Casa Rival: ficou sempre quieto na dele, aprendendo o que tinha que aprender...
Draco teve seu pensamento cortado, quando ele tropeçou em algo:
- Que di... - ele pensou, quando ele voltou-se e viu que não tinha tropeçado em algo, mas sim em alguém.
No professor Snape.
- Professor! - disse Draco, preocupado - O que aconteceu?
Snape estava totalmente arrebentado: tinha marca de garras, ferimentos que Draco obviamente notou que estavam envenenados, luxações, quebraduras, torções... enfim, ele parecia ter sido significativamente espancado, açoitado e esfaqueado.
- Preciso... falar... com... Dumbledore... Malfoy! - disse Snape, esforçando-se.
- Fique calmo! - disse Draco, quando viu Blás Zabini, que tinha acabado de terminar sua refeição:
- Malfoy, o que aconteceu?
- Zabini, chame o professor Dumbledore. Diga que o professor Snape foi encontrado por mim espancado, e que eu estou o levando até a Ala Hospitalar, e que ele deve nos encontrar lá!
- Certo! - disse Zabini, correndo para procurar o professor Dumbledore.
- O que aconteceu? - disse Draco.
- Eu... descobri... monstros... amálgama... fortes... Surien... Galáxia... Policial... veículos estranhos... magia poderosa...
- Faça silêncio! - disse Draco - Você tem que se poupar. Já conseguiu chegar em Hogwarts às custas de grande esforço. Deveria poupar-se um pouco mais. Agora, deixa ver o que eu posso fazer. - disse Draco.
Draco então conjurou magicamente uma padiola e colocou Snape nela. Depois, arrastou-o para a Ala Hospitalar de modo que ninguém visse.
- Foram os homens do Lorde que fizeram isso?
- Não... Draco... Lúcio... enlouqueceu... se transformou... ele... não... mais... humano...
- Mantenha-se lúcido, professor, até chegarmos na Ala Hospitalar! Estamos quase lá! Fala comigo!
- Draco... não... cometa... erro... pai... eu... evite... Lorde... evite... Comensais... evite... amigos... filhos... Comensais.
- Dumbledore já me disse isso! E mesmo que ele não me dissesse isso, tenho uma séria impressão de que isso seria necessário cedo ou tarde.
- Narcisa... Proteja... Narcisa...
- Mamãe?
- Seu... pai... quer... transformá-la... novamente... filha... amálgama...
- Nada disso! Dessa vez, ele não vai conseguir realizar essa loucura!
Chegaram na Ala Hospitalar, aonde Alvo Dumbledore já os aguardava, assim como Madame Pomfrey e todos os recursos de uma das melhores medibruxas do mundo..."
- Ele me contou então exatamente que Lúcio Malfoy agora não era mais um bruxo, ao menos não um humano.
- Então - disse Katsuhito - Surien conseguiu criar a raça perfeita?
- Não. - disse Dumbledore - Parece que essas criaturas surgem das pessoas as matando, como uma espécie de larva. Mas, por algum motivo, ela ainda mantêm sua consciência original, o que torna-as mais insanas e, por tabela, mais perigosas.
- Mas Voldemort está mesmo preparado para uma batalha em massa? – disse Hermione - Quer dizer, ele não se importa se seus homens irão morrer ou não?
- Alooouuuu! Terra chamando Hermione - disse Rony - Claro que não! Você-Sabe-Quem não está nem azul se todos os seus Comensais morrerem, desde que ele consiga o poder que ele tanto deseja. Voldemort usa tudo e todos como peões em um jogo de xadrez em que todos perdem e apenas ele ganha. Ao menos é assim que ele vê as coisas.
- O senhor está certo, senhor Weasley. - disse Dumbledore - Tom Riddle sempre usou seus colegas. Todos aqueles que estudaram com ele sabem que ele só usava tudo e todos para alcançar seus objetivos, que incluíam a total dominação das pessoas ao seu redor.
- Bem, mas se Vocês-Sabem-Quem - disse Tenchi - está realmente preparado para uma batalha, o que podemos fazer?
- Nos preparar! - disse Dumbledore - Como viemos nos preparando.
