Rony e Harry corriam pelo vilarejo de Hogsmeade, procurando evitar os Comensais e Biomorfos. Quando eles viraram uma rua, porém, eles deram de cara com um grupo razoavelmente grande de Comensais e Biomorfos:

- Vocês não irão passar! - disse um dos biomorfos, que tinha um rosto semi-reptiliano e grandes garras coriáceos nas mãos e pés de três dedos.

- Harry... - disse Rony - Como vamos passar por eles?

- Eu sei lá! - disse Harry.

A batalha começou. Harry e Rony, devidamente armados com seus melhores feitiços, começaram a batalha, mas ficava cada momento mais difícil o uso de mágicas. Além disso, os biomorfos nada sentiam da magia: para eles, parecia que estavam sendo apenas atingidos por moscas:

- Droga, esses caras não caem? - disse Harry, quando um grande vulto negro passou por eles e se atirou contra um dos Comensais. No meio do salto, o vulto, na forma de um cão gigantesco, tomou a forma de um homem que se projetou contra o Comensal, portando uma varinha.

- Sirius! - gritou Harry.

- Não se esqueça da gente! - disse alguém atrás deles.

Bicuço desceu, levando Lupin e Kyone em suas costas. Kyone, sempre eficiente, já desceu com suas pistolas engatilhadas e em posição:

- Galáxia Policia! Não se mexam ou serei obrigada a abrir fogo! – disse Kyone.

Não que ela imaginasse que eles estivessem preocupados com aquilo. Eles apenas riam, enquanto muitos outros comensais e biomorfos pilotavam vassouras por cima deles, em direção a Hogwarts.

- Droga! - disse Lupin.

- Vocês... - ia dizendo Rony.

Se não fossem seus reflexos de jogador de quadribol, com certeza ele teria sido eviscerado pelo biomorfo. Lupin não exitou:

- Biomorphos Reversivus!

O raio explodiu no peito do biomorfo, nacauteando-o.

- Valeu, Washu! - disse Lupin, baixinho.

- Lupin, isso ainda não acabou! - disse Kyone, enquanto os demais Comensais vinham para cima.

- Não tão rápido! - disse Sirius - Legio Estopora!

Uma série de pequenos raios explodiram no peito de uma meia dúzia de Comensais, que caíram duros no chão, nocauteados. Mas haviam muito mais de onde esses apareceram:

- Legio Estupora! - disse Harry e Rony juntos. Os dois, mais jovens que Sirius, conseguiram nocautear muito mais Comensais, enquanto Kyone estuporava todos os que podia com sua pistola de Laser. Em questão de segundos, essa batalha estava acabada. Mas foi quando:

- Crucio! - disse alguém no meio das sombras. O raio foi disparado contra Kyone, que urrou de dor como ela nunca tinha sentido, dor como ela nunca sequer imaginava fosse possível de existir.

Foi quando eles viram ele: baixo, careca, com ambas as mãos em forma de luvas metálicas, e um sorriso de um rato ardiloso no rosto.

- Rabicho! - disse Sirius, enquanto Harry, Lupin e os demais iam recolhendo Kyone.

- Nada feito! - disse Rabicho, apontando a varinha para os demais. - A detetive da Galáxia Policial não vai sobreviver! Eu vou matá-la!

- Você e qual exército, Rabicho? - disse Sirius, usando-se do Feitiço Escudo para proteger os demais enquanto eles deslocavam Kyone, que ia se levantando lentamente.

- Aluado! - disse Sirius - Sobe no Bicucinho, pega a Kyone e leva ela para Hogwarts ou para a Yagami.

- OK! - disse Sirius, enquanto Harry e Rony colocavam Kyone no hipogrifo cinzento.

- Nada disso! Ela vai morrer! Avada...

- Maximus Expelliarmoria! - disse Sirius.

A varinha de Rabicho voou longe, enquanto o próprio Rabicho a largava:

- Maldito Almofadinhas! - disse Rabicho.

- Lave a boca com sabão grosso antes de falar meu nome, verme nojento! - disse Sirius - Você traiu a todos nós!

- Sirius! - disse Rabicho - Não vou esquecer desses seis meses de Askaban! - disse Rabicho - Você vai sofrer o equivalente a todos os seis meses que sofri lá!

- Você ainda tá devendo a todos nós, Pettigrew. Eu passei quatorze anos lá, se você não se esqueceu disso! Quatorze anos! Mas você há de me pagar cada segundo... Pegue sua varinha! - disse Sirius.

- O que?

- Pegue sua varinha! Não vou vencer um paspalho que mal saiu das fraldas desarmado! - disse Sirius. - Vamos, pega logo! Defenda-se como homem, ou será que ficou tanto tempo como rato que agora é um rato completo?

- Você vai me pagar pelo que está dizendo, Black!

- Me obrigue, Pedrinho! - disse Sirius, ironizando.

- Crucio! - disse Rabicho, começando o duelo.

- Reversorius! - disse Sirius.

Rabicho viu apenas a Maldição voltando-se contra ele, atingindo-o com uma sensação terrivelmente familiar para ele.

- Gostou, Rabicho? - disse Sirius - Quer um pouquinho mais?

- Maldito... - disse Rabicho - Niger Fierus!

Sirius sentiu suas roupas pegando fogo, mas com uma chama invisível, embora altamente quente. Sirius apenas sentia sua pele começando a tostar e aquele cheiro de pele queimando.

Sirius rolou no chão, tentando apagar aquelas chamas, embora soubesse que havia o risco de colocar fogo em tudo próximo, o que, obviamente, incluía suas roupas. Conseguiu apagar as chamas, mas estava todo dolorido, e pústulas de pús cobriam toda a extensão afetada pela Maldição das Chamas Invisíveis.

- Isso foi golpe baixo, Rabicho! - disse Sirius.

- Aprenda uma coisa, Almofadinhas! Eu jogo para vencer, não importa a que preço!

- É... eu devia ter me lembrado... Afinal de contas, graças a você, que ficou livrinho, mofei doze anos em Askaban e vivi durante dois anos como foragido da Justiça. Graças a você, Harry não sabe sobre os próprios pais, e passou dez anos achando que era um trouxa, tendo uma vida desgraçada. Graça a você, Cedrico Diggory foi morto e quase que Harry teve o mesmo destino!

- Não me preocupo com eles! Ninguém se preocupou se Você-Sabe-Quem quase me matou...

- Você se envolveu com ele porque quis, agora tem que pagar as conseqüências...

- Chega desse papo tolo! Explosivum! - disse Rabicho.

Uma bola de energia explodiu diretamente no peito de Sirius, que voou por alguns metros, caindo de costas no chão. A explosão da carga energética fez com que ao menos uns dois pares de costelas de Sirius se partissem como gravetos. Por muito pouco, a queda no chão, combinada com as costelas partidas, não perfuraram o seu pulmão. A queda deixou o seu corpo todo dolorido, o que, somado com a dor no seu peito, quase o desacordaram.

Mas Rabicho não queria que Sirius desacordasse, e achou ótimo que ele tivesse resistido, pois assim ele mataria Sirius com mais prazer. Usando as mãos prateadas, Rabicho ergueu Sirius, o pescoço do mesmo sendo travado, retirando-lhe a respiração:

- Viu só, Almofadinhas? - disse Rabicho, enquanto deixava as mãos que estrangulavam Sirius bem à mostra - Um presentinho de meu mestre ao seu servo fiel, que lhe deu a carne para ressuscitá-lo.

- Então... você... participou dessa... loucura... - disse Sirius, com dificuldade, devido ao sufocante aperto de Rabicho e às costelas partidas.

- Isso mesmo, caro Sirius! É o que acontece àquele que o ajuda...

Enquanto as mãos sufocavam Sirius, tirando-lhe a consciência aos pouquinhos, ele imaginou que tal mão não era normal... Era mágica! Mas como a desfazer? Enquanto sua consciência enuviava-se, Sirius voltava no tempo, quando tinha apenas quinze anos, quando era apenas o Almofadinhas, o "gostosão de Hogwarts". Aluno não muito dedicado, mas muito inteligente, e que nunca deu ponto sem nó. Então, ele estava de volta à sala de Flitwick:


"- Bem, meninos! - dizia Flitwick, com sua tradicional vozinha esganiçada - Hoje, estudaremos um feitiço muito complexo, mas ao qual pode ser salvador em situações de crise. Alguém sabe porque o Finite Incantatem não é muito útil contra encantamentos? Lupin?

- O Finite Incantatem - disse Lupin, com aquele tom "eu-devorei-o-Livro-Padrão-de-Feitiços-da-5a-Série" - não é capaz de vencer certos encantamentos avançados, que criam objetos permanentes, principalmente os raríssimos encantamentos que produzem objetos puramente mágicos.

- Muito bom, senhor Lupin! - disse Flitwick - Bem, é importante ,que antes de usarem o feitiço que iremos aprender hoje, utilizem o Interregnum Maggio, o feitiço de Detecção de Feitiços para sabermos como iremos usar esse feitiço. O nome dele é Anullario Mageia, o Feitiço de Rompimento do Encantamento. Ele elimina um único encantamento de alguém ou de algo que não seja inerente ao mesmo, ou seja, não tenha sido encantado como normalmente é feito. O porém é... esse feitiço é muito perigoso, pois um contragolpe dele pode até mesmo matar seu usuário se mal feito..."


"Então", pensou Sirius, de uma hora para outra, muito mais consciente do que já estivera antes, "vou ser obrigado a usar o Anullario Mageia. O problema é que não vou conseguir detectar o encantamento. Mas, na situação atual, vou morrer de qualquer jeito. E, se brincar demais, até mesmo o contragolpe leva eu e o Rabicho!"

Sirius sabia que era uma situação desesperadora, ou jamais faria isso de forma tão arriscada. Colocando os restinhos de consciência que tinha na mão e na cabeça, esquecendo-se completamente da dor que sentia no peito, ele ergueu lentamente a varinha até o ponto aonde as duas mãos prateadas de Rabicho se encontravam para o enforcar. Rabicho notou a varinha e disse:

- O que pretende, Sirius? - disse ele, vitorioso - Me matar? Pode ter certeza que eu te mato antes!

Rabicho apertou ainda mais seu pescoço, encostando ambos os punhos prateados na varinha:

"Te peguei, Rabicho!", pensou Sirius. Sussurrando lentamente, Sirius disse:

- Annulario... mageia...

E deu-se.

No mesmo instante, as mãos de Rabicho soltaram Sirius. O ar entrou violenta e generosamente no pulmão de Sirius, que respirou o ar como um sopro de vida, como se ele nunca tivesse respirado antes. Seu pescoço estava dolorido, mas nada estava partido. Ele virou-se então para Rabicho.

Ambas as mãos começaram a, lenta mas inexoravelmente, desfazer-se em cinzas. Rabicho gritava em dor, como se seu próprio corpo estivesse se desfazendo em cinzas, chorando a perda de um poder que o deixava sem nada.

Sirius recuou lentamente, e apoiou-se em uma árvore. Apontando a varinha para seu peito, disse "Férula". Bandagens colocaram parcialmente os ossos partidos nos seus locais certos. Depois disso, com sádico prazer, observou o desespero de Rabicho, que parecia digladiar-se, como se quisesse que a mão voltasse ao normal a todo custo.

- Viu só, Rabicho? - disse Sirius - Cadê seu grande mestre agora? Ele não vai te salvar, porque o Harry vai mandar aquele cara de cobra pro espaço!

- Cala a boca! - gritou Rabicho - Eu ainda posso me vingar. - e começou a se concentrar, querendo se transformar em rato.

- Nem pense nisso, carinha! - disse uma garota com seios fartos, cabelos verde piscina e uma grande e intimidadora espada de energia nas mãos.

- Boa, Ryoko! - disse Sirius.

- Deixa eu ver seu estado. - disse Washu, colocando um grande band-aid sobre o peito de Sirius.

- Obrigado!

- E quanto a esse aqui? - disse Ryoko.

- Disso aqui ele não vai precisar! - disse Sirius, apanhando a varinha de Rabicho e a partindo com um estalido seco.

- Yagami pode conter ele? - disse Ryoko.

- Eu instalei alguns supressores de animagia nas celas. - disse Ryoko - Eles irão suprimir as capacidades de animagia de qualquer animago. Não será possível para ele passar de uma forma para a outra enquanto estiverem lá.

- OK! - disse Ryoko - Bem, carinha, acho que vamos dar uma voltinha. Você vai gostar muito.

Ryoko então pegou Rabicho pelo colarinho das vestes e subiu para Yagami, que estava estacionada logo acima deles.

- Onde está Kyone? - disse Washu.

- Em Hogwarts. Harry e Rony a levaram. Ela foi atingida por Crucio! – disse Sirius.

- Bem, acho que não podemos fazer mais nada. Hogsmeade está limpa. - disse Washu.

- Mas todas as forças de Voldemort...

- Foram para Hogwarts.

- Droga! - disse Sirius.

Ele ia tentar se transformar, mas estava ferido e fraco demais para seguir:

- Acho melhor usar isso! - disse Washu, entregando uma vassoura Firebolt para Sirius.

- Como?...

- Simples: enquanto os Comensais vinham, eu parei Yagami na frente deles, capturando algum e tomando-lhes as vassouras e varinhas. Separei algumas e coloquei no meu bolso interdimensional. Agora, vou poder estudar melhor a magia terrestre.

- Bem, e você, como vai voar?

- Com isso...

Washu tirou de dentro do bolso da camisa uma vassoura Nimbus XP.

- Bem esperta. - disse Sirius.

- Agora, vamos nessa. Não se preocupe comigo. Analisei o padrão de todos os jogadores de quadribol que vimos e consegui alcançar a perfeita capacidade de vôo.

- Você diz isso agora! - disse Sirius, rindo - Vai ver só quando os balaços estiverem soltos!

Os dois riram e voaram em direção a Hogwarts.