Harry, Rony e Mione correram. Os três, juntos, como sempre fora, contra Voldemort. Mal terminaram de subir as escadarias, quando viram que a entrada para a Torre de Dumbledore estava aberta. Os três correram até lá, quando ouviram o barulho de batalha.
Ao se aproximarem, viram Alvo Dumbledore lado a lado com Voldemort, batalhando um contra o outro um duelo mortal. A verdade é que ali estava uma das decisões daquela batalha toda: Voldemort queria exterminar o único professor que não caiu em seus encantos: Alvo Dumbledore.
Percebendo a gravidade do que estava acontecendo, Harry, Rony e Mione correram na direção da batalha. Dumbledore avistou eles e ficou temeroso:
- Fique longe, Harry! - disse Dumbledore, imperativo. Não havia mais o brilho de bondade e candura em seu olhar. O brilho que havia agora era de força e poder. Voldemort então viu os três:
- Então, Harry Potter trouxe mais dois da sua corja: uma sangue-ruim e um adorador de trouxas. Tudo bem... - disse Voldemort. - Então não preciso mais de você, velho! Avada...
- Espere! - disse Harry - É a mim que você quer, Voldemort! Única e exclusivamente a mim, como sempre quis. Bem, agora você me tem!
- Harry, não! - disse Dumbledore - Você sabe o que está em jogo!
- Sei sim, professor! - disse Harry - E por isso mesmo não quero mais ficar longe dessa batalha! Não quero que essa loucura continue! Alguém tem que parar com isso!
- Então Potter, que tal um desafio? Apenas você e eu, mas valendo tudo o que pudermos fazer um contra o outro.
- Para mim está ótimo! - disse Harry, sacando sua varinha - Já te enfrentei antes... Vi minha morte... Mas não era provocada por você! Você não é páreo para mim!
- Sou o Herdeiro de Slytherin! Posso qualquer coisa!
- Veremos então! - disse Harry, colocando sua varinha em posição de saudação para um duelo de magia - Mas vou deixar uma coisa bem clara! Enquanto eu não morrer, você não poderá fazer nada contra meus amigos!
- Admiro sua coragem, Potter, de ficar cara a cara comigo: você não possui qualidades especiais para me enfrentar, mas mesmo assim vem ao duelo. Aceito isso... Como uma forma de dar alguns minutos à mais de vida para seus amigos. Sempre posso me divertir mais tarde. Agora, prefiro acabar com você, Potter, do que com seus amigos, que podem me divertir depois. Primeiro a obrigação, depois a diversão... Não é assim que se diz?
- Isso mesmo! - disse Harry.
Harry já lutara contra Voldemort uma vez, e o temera. Mas dessa vez, ele tinha respeito por um adversário poderoso e traiçoeiro.
- Feche o círculo de duelo! - disse Harry. - Não pretendo fugir dessa vez! Nem fugir, nem me esconder!
- Está certo! - disse Voldemort - Fecharei o círculo de duelo segundo o Ritual Antigo do Fior!
- Essa não! - disse Rony - O Ritual Antigo?
- Como assim? - disse Mione.
- Fior era uma forma de ordálio utilizado pelos bruxos irlandeses antigamente. Os dois contendores do duelo eram selados magicamente, de forma que não pudessem entrar ou sair, ou até mesmo requisitar ajuda. O círculo só era desfeito quando o Fior encerrasse, quando acontecia a condição de vitória.
- Mas o que tem isso demais?
- Mione! - disse Rony - Esse é um duelo até a morte! Enquanto um deles não "bater as botas", o círculo não vai se desfazer.
- Vamos começar então, Potter! - disse Voldemort.
- Você é quem sabe! - disse Harry.
E o duelo começou.
Os brilhos que se refletiam nas paredes do Círculo eram prova do poder dos duelistas: mesmo usando varinhas irmãs, Harry e Voldemort lutavam de forma completamente diferente. Voldemort pouco se lixava em lançar Maldições para todos os lados. Já Harry procurava de alguma forma desarmar Voldemort. Harry não era um assassino. No que tangia ele, ele não mataria Voldemort, mas apenas acabaria com o duelo e entregaria-o a uma autoridade competente.
Mas Voldemort não tinha tal espírito. Ele não se importava com nada e nem com ninguém. Não temia a Deus e não respeitava os homens. Até aquele momento, tudo estava a favor de Voldemort.
Como ficou naquele momento.
Voldemort conseguiu encaixar, em algum momento, o Crucio em Harry:
- AAAAHHHHH! - gritou Harry.
- Harry! - gritou Hermione.
Naquele momento, Draco e Tenchi chegaram:
- Potter! Não deixa esse maldito cara de cobra te vencer!
- Draco Malfoy, você deveria fazer como seu pai e me servir!
- Aquele bosta? - disse Draco - Não, obrigado! Acho que posso me dar melhor sem virar um monstro e sem ser empalado por isso aqui.
Draco apresentou o sabre de Salazar Slytherin:
- Bonito, não? - disse Draco - É uma pena que eu não vou lhe dar isso. Duvido que Salazar iria gostar que um babaca podre como você ficasse com isso.
- Cale a boca, Malfoy! - disse Voldemort - Aqui... Então confia tanto assim em Harry. Veja só! Crucio!
Novamente Harry gritou. Foi a vez de Tenchi se expressar, enquanto os demais chegavam. Lá estavam todos: Hagrid, Lupin, Sirius, Narcisa, Kyone, Washu, Myoshi, Ryoko, Katsuhito, Aeka e Sassami.
- Harry... Todos aqui passaram agruras por causa desses dois lixos que são Voldemort e Surien! - disse Tenchi - Você, e só você, pode provar agora para Voldemort que ele está errado, que não existe apenas sangue e poder, que tudo pode ser concertado pelo amor e a amizade.
- Harry, não deixa esse babacão de detonar! - disse Sirius - Ele é uma fadinha, uma veela enrustida!
- Harry, você herdou mais do que apenas os olhos de Lilian e os cabelos de Tiago! Você herdou a coragem dos dois, que morreram em pé para te salvar. Tem Aurores lutando lá em baixo esperando que essa loucura acabe. Harry, seja forte! Você consegue. - disse Lupin.
- Calem-se, seus dois idiotas! - disse Voldemort - Acha que ele pode algo contra o Herdeiro de Slytherin, o maior bruxo de todos os tempos? Vejam só! Crucio!
Novamente, Harry gritou um grito de furar os tímpanos.
- Voldemort! - gritou Narcisa - Nós, Malfoy, servimos você bem, imaginando que você fosse fazer algo bom. Só depois daquilo que você me fez, entendemos a verdade. Você não presta! Bem razão tem de sua cara ser como a de uma cobra.
- Narcisa tem razão! - disse Hagrid - Você não pretende jamais unificar bruxos e gigantes! Você pretendia os matar, e depois aos dementadores, aos lobisomens... enfim, a todos aqueles que não fossem seus aliados permanentes!
- Sabia que você dá nojo? - disse Ryoko - E olha que isso é de criminosa, ou ex-criminosa, para criminoso! Você não tem um pingo de honra e dignidade nessa sua cara de bunda. E espero que te ponham em uma Cápsula de Detenção e te ejetem para o mais longe possível do cosmos.
- Você não terá a menor chance! - disse Katsuhito - Pois, assim como aconteceu em Jurai com Kagatto, todos aqueles que mentem sempre caem por terra! Dessa vez, será a sua!
- Como Herdeira do Trono de Jurai - disse Aeka - eu abomino seus atos, e por isso vou lutar até o fim contra você!
- Voldemort, desista! - disse Washu - Mesmo considerando-se o Princípio da Incerteza de Reisenberg, você tem apenas uma chance em 3.216.842.561.321 de ser bem-sucedido.
- Voldemort! - disse Kyone, ferida, apoiada por Myoshi – Renda-se agora e terá direito a um julgamento justo!
- Ahahahahahahahaha! - disse Voldemort - Acham que eu não posso vencer o Potter? Vocês verão! Potter, diga a eles quem é o maior bruxo de todos os tempos! Você não acha que sou eu? Imperio!
Harry foi atingido por uma maravilhosa e familiar sensação, a sensação de que não precisava pensar em nada, sentir nada...
"Fale que é Voldemort!", dizia uma voz no fundo de sua mente.
"Não!", dizia uma segunda voz no fundo de sua mente.
"Fale que é Voldemort!", disse novamente a primeira voz no fundo de sua mente, mais brava.
"Não!", disse novamente a segunda voz no fundo de sua mente, mais decidida.
"O maior bruxo de todos os tempos é Voldemort! Diga!", disse novamente a primeira voz no fundo de sua mente, enfurecida.
"Nunca! O maior bruxo de todos os tempos é Alvo Dumbledore!", berrou a segunda voz no fundo de sua mente, com convicção total.
Harry voltou ao mundo real, ao mundo da dor. Ele observava Voldemort, enquanto se levantava.
- Você sabe, Voldemort, qual a diferença entre você e Dumbledore? Porque ele é mais poderoso que você? Porque ele venceu um inimigo mortal: ele próprio! Você defende o purismo do sangue, mas você mesmo tem sangue ruim na sua veia. Mas não é sangue ruim por ser de trouxa. É sangue ruim por ser de um crápula como você. Você é um bruxo tão odioso, tão patético, que Neville Longbottom vale mais que você. Dumbledore venceu a arrogância de achar que sabe mais que os outros, o medo do desconhecido, ele conseguiu ir mais longe que qualquer pessoa que conheço no respeito mútuo.
- Ele enxerga por trás das aparências. - continuou Harry, arfando, mas recuperando, mesmo que lentamente, suas forças - Por isso, não acreditou naquele circo que você armou para ferrar Hagrid, atirá-lo como "boi de piranha" pela morte da garota do banheiro... Como sei disso? Você me contou! Seu diário, quando você o usou para controlar Gina Weasley, ou não tá lembrado?
- Sua arrogância será sua ruína, Voldemort! - disse Harry, mais aliviado, e prazerosamente vendo o rosto de Voldemort ficar vermelho de ódio – Pois mesmo que eu pereça aqui, sempre existirão pessoas para tomarem meu lugar!
- E existe mais um motivo pelo qual Alvo Dumbledore é melhor que você: ele sabe das limitações dele. Procura melhorá-las, é claro, mas mesmo assim sabe que é uma pessoa limitada como qualquer outra. Até Hermione sabe de suas limitações, e isso torna ela, uma, como você diz, sangue-ruim, melhor do que você. Você não: acha-se perfeito, mas seu Imperio é tão fraco que até mesmo alguém de vontade fraca como eu pode passar por ela sem problemas.
- E agora, vamos terminar esse duelo! - disse Harry - Vamos terminar isso agora! Aqui, em Hogwarts, começou a lenda de Tom Servoleo Riddle!
- Não use esse nome maldito! - gritou Voldemort.
- E aqui, em Hogwarts, - continuou Harry - acabará a lenda de Voldemort, ou antes, de Tom Servoleo Riddle!
O som de seu nome verdadeiro parecia uma chicotada aos ouvidos de Voldemort. Ele voltou-se com ódio em seus olhos para Harry e gritou:
- Agora basta! Vou acabar com você! Tentei poupar-lhe um pouco mais, mas vejo que você não consegue enxergar valor na minha misericórdia. Pois bem, você irá encontrar-se com a sangue-ruim de sua mãe, Potter!
Os dois contendores ergueram as varinhas. Quando Voldemort atacou com "Avada Kedavra!", Harry usou-se de "Expelliarmus!".
O efeito era previsível: o Priori Incantatem, a reversão do feitiço.
Mas esse não foi um Priori Incantatem normal. Uma voz masculina dizia:
- Salazar Slytherin nunca quis matar os trouxas. A falta de confiança era provocada pelos tempos, mas a verdade é que nos tempos modernos os trouxas mostram-se mais sábios, e no momento ideal para verem a magia. Mas quem destruiu com magia sem ela deve ficar. A Punição Eterna deve ser-lhe dada.
Harry então, enquanto ouvia aquelas palavras, ouviu uma lição longínqua das aulas do professor Binns:
"A aula estava tediosa como de costume. Binns tornava até mesmo as primeiras leis bruxas um assunto maçante ao extremo:
- Antigamente, meninos, antes que os dementadores se mostrassem confiáveis, ou ao menos capazes de serem mantidos na linha, existia-se uma pena maior que o ostracismo. Essa punição, chamada de Punição Eterna, ou Gilgul, envolvia o uso de uma magia de Extirpação, chamada Extirpare Maggio, que graças a Deus não é mais ensinada atualmente.
O uso do Extirpare Maggio removia do bruxo qualquer capacidade mágica, tornando-o um trouxa. Ele ficava tão fraco magicamente que ele ficava sujeito aos Feitiços Antitrouxa. Na verdade, tecnicamente, ele passava a ser um trouxa, assim como toda a sua linhagem!"
Harry então percebeu o que tinha que fazer:
- Voldemort, diga adeus a todos os seus poderes! - disse Harry.
- Como? - disse Voldemort.
- Extirpare Maggio! - disse Harry, colocando toda a essência do seu ser no momento.
O que se sucedeu foi incrível: uma grande conta dourada surgiu da varinha de Harry e cruzou até entrar em contato com a de Voldemort. Ao invés de regurgitar feitiços, porém, a varinha de Voldemort se desfez, e o próprio Voldemort foi englobado por luzes douradas, que iam transformando-o em um velho, removendo-lhe sua face serpentínea e devolvendo-lhe um rosto humano:
- O que... você fez comigo! - disse Voldemort.
- Te... dei... o pagamento por sua maldade! - disse Harry. – Extirpei-lhe sua magia.
- Tom Servoleo Riddle, conhecido como Voldemort! - disse Kyone, com um par de algemas em sua mão - Você está preso e sob custódia da Galáxia Policial!
Ali estava encerrando-se a lenda de Voldemort.
Aonde ela tinha começado.
E uma estrela cadente na noite que acabara de se surgir mostrou o início de uma nova era.
