Essa história é uma fanfic sem nenhum intuito de interagir com o conteúdo original ou para fins lucrativos, todos os personagens e universo pertencem a George R. R. Martin. Apenas uma forma de satisfazer minha criatividade.

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Jon Snow POV

Winterfell, 289 DC.

Abrindo lentamente como pálpebras dos meus olhos, bocejei e esfreguei minhas mãos no rosto, virei minha cabeça em direção à janela e ainda não vi nenhum sinal da alvorada, então pensei por mim mesmo que seria mais um dia como outro em minha vida.

"Minha vida..." então só pensar nela, não pude negar o sentimento de um buraco que há em min. Um menino de oito dias de seu nome que tem um estilo de vida cruel a ponto de refletir própria sua existência dessa maneira. Meu nome é Jon Snow e vivo minha vida como o bastardo de Winterfell, tento viver ao menos, já que o mundo é cruel com os bastardos. Em Winterfell, se as pessoas me ignorassem como ar, eu teria uma vida muito melhor, mas isso não é a realidade. Tenho um pai amoroso, porém ausente com seu trabalho, pois ele é o diretor do norte, a região com maior tamanho e que pode se igualar em tamanho de terra com o muito os reinos juntos, mas também, o reino mais pobre e o menos populoso, devido ao seu estilo de vida cruel ao frio e a fome, sem falar de bestas, pragas e bandidos.

O inverno que pode durar anos e sua crueldade são dezenas de vezes pior que o verão no Norte. Meu Pai não tem o luxo de passar o tempo que gostaria comigo e meus irmãos, já que tem que manter esse reino funcionando e em equilíbrio o máximo possível. Cresci com meu irmão Robb, éramos inseparáveis mesmo com sua mãe fazendo de tudo para nos distanciarmos um do outro, mesmo eu tendo muito ciúme dele por ser um verdadeiro Stark, ainda eu o amava e fiz o possível sempre para ajuda-lo, porem a realidade de um bastardo fala mais alto, após o pai ter ido a guerra da rebelião dos Greyjoys a 2 anos atrás e trazer um menino Greyjoy como seu prisioneiro, Robb logo se apegou ao menino e se afastou de mim, já que o Greyjoy não perdia tempo em insultar meu status bastardo. No começo, ele não queria mais minha companhia e isso na época que me fez chorar noites inteiras pedindo ajuda e carinho de uma suposta mãe que eu nem sabia se existia.

Podia ir ao pai chorar, porém isso só faria a dama Catelyn ter mais ódio voltado a mim e tornaria ainda mais minha vida um inferno, logo meu coração começou a endurecer pois um dos poucos pilares que eu faria querer viver uma vida era meu irmão e sua mudança de atitude não me ajudou muito. Um tempo depois que ele se afastou, começou a me tratar como um nascido abaixo alguém dele, me chamando de bastardo e como minha presença era um insulto a ele, assim como o Greyjoy que a motivava agir. Eu tinha meus talentos com a lamina e nos últimos dois anos tive que contê-los, já que não podia ter o luxo de ter mais retaliação sobre mim, eu era melhor do que Robb na espada, mas uma vez que ganha-se dele em público, eu teria uma semana de inferno atrás de min, lady Catelyn faria de tudo para minar o caos em cima de mim nessa semana por vingança, apenas por eu demonstrar algum talento superior ao seu filho mais velho, então eu deixava Robb me vencer, que acabava em comentários de Lady Catelyn dizendo que um bastardo nunca ganhará de um filho legitimo, claro que isso não acontecia quando o pai estava perto por perto, e Robb também seguia seu exemplo dizendo que sempre é superior às minhas habilidades como espadachim.

Minha irmã Sansa também não me ajudou muito com essa vida, éramos muito próximos quando crianças, costumávamos brincar eu, Robb e Sansa. Robb fez papel de vilão e eu o cavaleiro que iria salvar Sansa, que era a princesa na torre. porém isso não seguiu alguns anos depois, após aprender o status de bastardo, querendo muito a aprovação de sua mãe, começou a se afastar e me insultar, logo ela me evitava em todos os lugares e nem olhava mais para mim, suas únicas palavras em relação a mim era como eu era uma mancha na família, e nem deveria chegar perto dela, muito menos falar com ela, quando Lady Catelyn testemunhava situações assim, eu a sempre vi sorrindo.

Mas nem tudo estava perdido, eu tinha duas pessoas que amavam muito nesse castelo e um deles era minha irmã mais nova, Arya, amamos um outro como nenhum dos meus outros irmãos. Arya era sempre repreendida por Lady Catelyn por nossa proximidade, porém mesmo depois dos castigos, a lobinha tinha o sangue quente e nunca parava de me ver ou ligava para quem era a mãe que me deu à luz. Nosso pai vivia falando que ela era única em seus filhos com sangue de lobo e dizia ser sua irmã, Lyanna Stark, encarnada em aparência e comportamento.

Apesar de Arya ter apenas 4 anos, ela foi minha luz nesse buraco nos últimos dois anos. Ela sempre fugia da septã que a treinava na arte das damas do sul, que era dança, costura, no entanto, a lobinha negava ferozmente ser uma dama e sempre fugia das suas aulas, eu tive que ajudar algumas vezes, e sempre brincávamos escondidos de lady Catelyn. Ela negava ou não se importava com meu status bastardo e dizia que eu era o irmão que ela mais amava, ela mesmo me defendeu em público para o desagrado de lady Catelyn muitas vezes.

Tinha outro irmão, Bran, eu também o amava, mas a mudança de Sansa e Robb me endureceu no coração, e não amava mais ninguém do que Arya, mas mesmo assim, eu demonstrava meu carinho pela criança Bran sempre que tinha uma chance, já que lady Catelyn não gostava de mim por perto de sua criança de 2 anos.

Meu Pai era a segunda pessoa que mais amava no castelo, era meu guia sempre que tinha uma chance, eu sempre evitava falar da minha situação no castelo já que como diretor do norte, ele sempre teve outras preocupações do reino ao invés de cuidar de sua criança bastarda, que era atormentada por sua esposa, e eu tinha medo de que minhas reclamações fariam tudo piorar, então sofria em silencio. Claro que mesmo o amando, guardava um certo rancor por ele, ele sempre me tratou com respeito e me defendeu de coisas injustas quando estava por perto, até mesmo deu duros castigos a Robb e Greyjoy por me ofender em público quando Lorde Stark testemunhou o comportamento das crianças, mas isso não impediu de continuar com as ofensas fora dos olhos do lorde de Winterfell.

Alguns tempo depois, os dois herdeiros começaram a fazer travessuras, e as consequências desses atos começaram a cair sobre meus ombros, mesmo eu não tendo nada a ver com os ocorridos, já que culpar uma criança bastarda das ações de filhos legítimos era como visto como algo certo para eles e eu nem podia mesmo me defender, mesmo que eu defenda sempre era visto como um mentiroso e era acusado de tentar incriminar o filho mais velho dos Starks, fazendo Lady Catelyn mostrar que tem razão quando diz , bastardos são mentirosos, traiçoeiros e cobiçam os filhos legítimos, tentando pegar tudo o que é deles por direito.

Eu guardo um rancor do meu pai, pois mesmo que eu seja um bastardo ainda sou seu filho e querendo ou não, ele me deixar viver nesse buraco cheio de pessoas que são contra minha existência e nega dizer qualquer coisa sobre minha mãe, diversas vezes pensei em fugir de Winterfell, queria saber quem era minha mãe para ter um rumo de quando sair do castelo, mas meu pai sempre negou e eu só podia chorar e ansiar por essa suposta mãe quando eu passava frio nas noites que o norte fazia nos lembrar que estamos na parte de cima do continente, e diferente dos meus irmãos, meu quarto não fez parte do sistema de aquecimento de águas termais que há em baixo do castelo, na verdade meu quarto era pior que os dos empregados, e lady Catelyn fez questão de me fazer lembrar que não era seu filho, minhas roupas não eram sempre adequadas para o frio, eram todas gastadas e finas para uma noite fria, e se isso não bastava apenas para a senhora de Winterfell a me atormentar, ela pediu para os seus servos sulistas colocarem um "pouco" de sal na minha comida, então minha companhia durante as noites eram o frio, a fome e o choro pela minha mãe desconhecida. Mesmo sendo uma criança de 8 dias, já havia descoberto como a vida pode ser dura e me perguntava por que existir, se tinha feito algo que merecia o que eu vivia? e na noite passada não foi diferente, e só de pensar que não pode deixar de mostrar minha frustração aparecer e apertar meus punhos. Ontem eu era mais uma vez culpado por ações de Robb e Theon.

Flashback -

Eles roubaram um servo que tinha acabado de receber suas moedas, e o motivo de um filho de senhor do norte para roubar moedas junto como herdeiro de Pyke? Simplesmente diversão do perigo e conseguir gastar dinheiro no bordel com Theon sem que Lorde Stark desconfie, Theon tentaria uma prostituta e Robb ficaria observando e se divertindo com o amigo, no entanto foram pegos esgueirando para sair com a bolsa de moedas. O servo já tinha percebido o desaparecimento e informou em desespero a outros servos e guardas que por sua vez foram atrás do ladrão rapidamente, depois de pegá-los, levado a senhora Catelyn, a senhora de Winterfell bolou um plano já que seria um escândalo o fato do filho herdeiro de Winterfell roubar um servo ser público, e não ajuda outro fato de que o servo já tinha havia informado o desaparecimento de suas moedas para outros no castelo, ela precisava de um culpado agora. Ela também não poderia tolerar tal comportamento de Robb, mas isso ela resolveria depois. Então ela deu a ordem para alguns servos para me chamar quando eu estava limpando o estabulo com Hodor, fui até seu encontro já imaginando o que poderia ser, assim que entrou na sala, vi das guardas sulistas e um dos servos de Catelyn, olhando-me com olhos complicados, Lady Catelyn com uma carranca, Theon com um sorriso de zombeiro e Robb com um olhar em direção ao chão, negando a me olhar nos olhos, percebendo que seria mais um dia que eu disse:

[- Lady Catelyn, como posso ajudá-la?] Eu perguntei com uma voz neutra

Lady Catelyn ainda com uma carranca e com uma voz cheia de raiva e nojo gritou.

[- VOCÊ, SEU BASTARDO! COMO OUSA ROUBAR O SERVO, É ISSO QUE RETRIBUI DEPOIS QUE OS STARKS O ACOLHERAM? VOCE DEVIA CONGELAR FORA DO CASTELO COMO UM BASTARDO DEVERIA!]

Eu fiquei com o rosto pálido, ela sempre me tratou mal e me insultou, mas me acusar de roubo e que eu deveria congelar fora do castelo? Eu tremia e disse tentando esconder minha voz tremula e as lagrimas que vinha dos meus olhos, eu mais uma vez percebi a realidade que o mundo colocou sobre mim.

[- Lady Catelyn, eu não entendo, por que está me acusando de roubar um servo?]

Não mudando a expressão e a voz, ela deu um tapa na mesa aumentando a severidade de sua voz ainda mais.

[- Você criatura do mal, você roubou um servo que acabou de receber. Há provas de seus atos vil, você será punido como deve uma criança maligna, todos nessa sala viram você roubando ao pouco tempo, você nega BASTARDO?]

Não podia mais negar minhas lagrimas, quem eu estou enganando? Eu já entendi o que estava acontecendo, mesmo eu, uma criança não mais de 10 dias, sabia estava ciente da situação e o porquê ela estava fazendo tudo isso, certificando de seu filho saia impune do roubo e certificando que seus servos façam parte do ato. Levantei toda a dignidade que há dentro de min, uma vez que meu pai me ensinou sobre honra e lutar pelo o que é certo e disse.

[- Lady Catelyn, eu estava no estábulo com Hodor a tarde inteira, ele pode confirmar isso!] Eu exclamei

Minha voz saiu toda tremula, tinha lagrimas escorrendo do meu rosto. Não estava com raiva, não podia, era uma situação perdida e os únicos sentimentos de uma criança de 8 dias diante da situação é medo e desespero, mesmo diante de sua inocência. Lady Catelyn zombou de min e disse:

[- BASTARDO! VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE HODOR ESTE ENVOLVIDO NISSO TAMBÉM?] Ela gritou mais uma vez.

Isso foi um choque em mim, como essa situação levaria a punição de outra pessoa inocente? Eu sabia que Lady Catelyn nunca gostou da vó Nan, ela desprezava a cultura do norte e conseguiu ao longo dos anos mudar a maioria dos servos de Winterfell para seus servos sulistas e seguidores dos setes e alguns dos poucos que sobraram tinham um respeito igual ou maior por vó Nan do que a própria senhora de Winterfell. Catelyn odiava isso, ela tinha raiva da mulher mais velha com toda a sua cultura do norte e suas histórias cheias de fantasias, Lady Catelyn afirmava que isso iria corromper seus filhos e negar os verdadeiros deuses com fantasias de hereges. Porém ela não podia fazer nada, o pai foi muito firme em relação a vó Nan, Catelyn nunca poderia agir sobre ela, ela tinha que apenas tolerar, e eu aqui sendo seu bode expiatório para salvar a reputação de seu filho e criando uma abertura para agir sobre a vó Nan? Hodor era um rapaz de uma palavra apenas, mas ele era verdadeiramente leal e amável, a única palavra que sai de sua boca é um discurso de emoções e ninguém em Westeros teria essa capacidade, como eu deveria deixar alguém inocente sofrer o mesmo destino que eu? eu era inocente, mas era uma causa perdida, não importa como eu grita-se, nunca sairia bem da situação e pioraria ainda, tinha medo do rumo que isso iria tomar, minha única alternativa seria causar menos danos possíveis, eu estava olhando para o chão pensando nisso tudo, como poderia olhar para alguém nesse estado humilhante, estava pensando se eu seria uma criança mais feliz fora daqui ou se minha existência era realmente um mal e nojo para o mundo e as pessoas próximas a mim. Depois de todos esses anos com as palavras do meu pai que me ensinou sobre honra e fazer o que é certo? certo seria falar a verdade, mas isso só levaria a situação a mais loucura, que já estava toda contra mim, um bastardo negando seu próprio roubo com 5 supostas testemunhas? Nesse dia descobrir que honra não vale nada as vezes.

Levantei minha cabeça e olhei nos olhos dela, meu olhar era de como eu, uma criança de 8 anos merece tal destino? Que a desconcertou por um momento e logo depois voltou a carranca, eu finalmente abri a boca e disse.

[- Não, Hodor não está envolvido nisso, eu menti, eu roubei sozinho as moedas para comprar doce em Wintertown.] Eu disse numa voz mais neutra que consegui.

A sala ficou em silenciar, como guardas e o servo que sabia da verdade não podia deixar de ter um olhar mais complicado. Robb apertou suas mãos, ele não negaria e com amargura na garganta deixou seu meio-irmão ser culpado por ele, mesmo sabendo que seu pai nunca deixaria impune, mas deixou sua mãe lidar com a situação, Theon abriu um sorriso mais largo depois disso, como poderia não ter, ele tinha o bastardo para levar a culpa por suas ações e de Robb.

Lady Catelyn tinha um olhar de aprovação em seu rosto e disse:

[- Como eu disse bastardo, temos provas, toda a sala viu você roubando, agora saia, vamos informar a Lorde Stark para ver que faremos com você, roubo costuma ter uma mão perdida como punição.] Disse ela zombando

Eu me assustei, como todos os da sala, como poderia, como mulher adulta insinuando que uma criança perde sua mão? E como eu, até Theon me olhou assustado. Eu simplesmente corri para fora da sala desesperado, corri o mais rápido que pude, passei por todos no castelo que se perguntaram por que o bastardo tinha tal comportamento, meu objetivo era alcançar o mais rápido possível a Godswood, era o único lugar que me acalmava e um pouco dos lugares em Winterfell que a senhora Catelyn não gostava de estar.

Sozinho vi a arvore coração, andei até ela, tinha certeza que se eu pudesse me ver agora, me veria com um olhar sem vida no meu rosto, andei lentamente, parei de chorar e com o mesmo olhar, me ajoelhei na frente da arvore, e fiquei olhando para o rosto na arvore, deve ter passado horas por que quando desviei o olhar pela primeira vez, já era noite e frio, e em uma escala que eu já deveria estar dormindo, olhei mais uma vez para a árvore e disse a mesma pergunta que me fiz mentalmente desde que cheguei na frente da arvore

"- Por que eu tenho que passar por tudo isso?"

Flashback - fim

Atualmente -

Comecei a chorar em silencio, e em desespero eu disse baixinho:

[- Mãe... Por favor me salve desse mundo... por favor mãe...*SOLUÇO* me salve mãe...]

Isso durou horas porque o sol já estava em uma posição que indicava o fim da manhã, e ainda estava com um olhar sem vida, como não poderia, eu estava com medo de perder minha mão pela ameaça de Lady Catelyn. Sai do meu estado quando ouvi uma batida na porta, era Jory. Eu abrir e logo percebi seu olhar de nojo em minha direção, "então o boato já se espalhou pelo castelo..." pensei. Jory quebrando o silencio disse com uma voz que combinava com seu rosto

[- Jon SNOW, Lorde Stark o convoca ao seu solar.] Ele disse

[- Sim, Chefe da guarda, me dê 1 minuto.] Eu disse e fui colocar alguma outra roupa.

Depois de trocar de roupa, fui ao solar acompanhado de Jory. Eu, uma criança de 8 dias sendo tratada como um criminoso? eu tinha fama de ter um comportamento péssimo já que era culpado pelas ações dos herdeiros, e ainda tinha os rumores e fofocas que diziam que os bastardos tinham esses comportamentos. Então nunca questionaram a minha culpa e a senhora Catelyn certificava de as testemunhas dos crimes nunca acusar os herdeiros quando eram pegos. Mas o olhar dos servos mudou, não era mais aquele olhar de desdém de antes, seus olhos tinham raiva, nojo e satisfação por eu ser escoltado, ouvia alguns comentários e me esforcei para não chorar pelo o que escutava.

[- Viu o bastardo? roubando nessa idade, já mostrando sinais de crimes, quem a impediria de matar crianças Starks no futuro?] Disse uma voz que não reconheci.

Quando eu ouvi isso, eu não poderia mais sentir o chão em meus pês, estava furioso e desesperado, "como eu ousaria machucar meus irmãos?" pensei, eu mesmo nunca machucaria Robb, mesmo depois do que ele fez, tenho nojo dele e pena do caminho que está tomando junto com o Greyjoy, mas nunca me vi querendo machuca-lo, muito menos mata-lo. Lady Catelyn teme que um dia possa tomar Winterfell de Robb, mas nunca quis Winterfell, nunca pensei em ser um senhor, senhor não deve ser um privilégio, é uma responsabilidade e um fardo. Eu sempre tive um sonho de ser um Stark e ser reconhecido pelo mundo como tal, tive esse sonho desde o momento que descobrir o que a palavra bastardo significava, mas nunca um senhor, e muito menos pelos custos dos meus irmãos.

Fazendo o máximo para ignorar todos os olhares durante o caminho, nunca desejei tanto que meu quarto fosse próximo a solar do meu pai como agora, então poderia andar e fingir que o mundo não era o mundo. Chegando, Jory entrou primeiro e logo depois me chamou, quando entrei e vi meu pai e lady Catelyn ambos me avaliando, meu pai com a pura raiva no rosto e sua esposa com um olhar de nojo, passou um minuto e ninguém falou nada, depois de um tempo meu pai falou

[- Jory, escolte Lady Stark até seu quarto, por favor.] ele disse

[- Ned, me lembro de pedir para ficar.] ela retrucou nada contente com o rumo da situação

[- Catelyn isso se trata do meu filho, agora se você nos der licença...] ele disse, não conseguindo esconder toda a decepção em sua voz pela situação.

[- Ned, isso passou dos limites, espero que você aja como eu disse.] Ela disse com raiva e começou a andar para a porta, porém não deixou de apreciar minha existência na forma dela antes de sair.

[- E VOCE SEU BASTARDO, É MELHOR NEM CHEGAR MAIS PERTO DE ARYA E BRAN, VOCÊ É UMA AMEAÇA PARA NOSSA FAMÍLIA!] Ela gritou

Eu não conseguia pensar em nada e só tinha um olhar vazio, estava sendo destruído o tempo todo e de todos as direções, me perguntava se existia algum deus, e queria perguntar se minha existência poderia ser melhor do que causar o desdém nas pessoas em minha volta, eu sabia que era inocente, mas o abuso psicológico de tudo isso estava me afetando.

[- SAIA DAQUI AGORA CATELYN! VOCE NUNCA MAIS OUSA FALAR ASSIM COM ELE NA MINHA FRENTE!] ele gritou com um tom que nunca tinha ouvido do meu pai antes, isso me assustou, já o vi decepcionado comigo cuja travessuras de Theon e Robb resultavam em mim como culpado, mas nunca ouvi nem metade da voz que ouvi agora, o meu pai estava com tanta raiva que ninguém nunca no castelo deve ter visto em tal estado.

Catelyn ficou o rosto de branco com a raiva do meu pai, ela começou a chorar e saiu da sala, e depois que Jory fechou a porta. Olhei para meu pai, não baixando sua voz ele começou a dizer.

[- JON OQUE ACONTECEU? POR QUE VOCE REVOLVEU ROUBAR UM SERVO? QUERO QUE ME EXPLIQUE, PORQUE EU NAO CRIEI UM FILHO PARA SER UM LADRAO!] Ele trovejou e eu me encolhi.

Sempre tive um sonho de ser um orgulhoso Stark e ser reconhecido como alguém que trouxe ou trás orgulho para seu irmão e pai, talvez sua mãe um dia que descobrir quem era ela, mas a realidade é outra, uma vez um menino que sonhava ser um Stark um dia, mas agora, o mesmo menino sendo tratado como a vergonha da família.

Eu assim podia chorar, não encarando o olhar do meu pai, como eu deveria? Queria contar a verdade ao meu pai, queria que seu pai soubesse que ele não era uma decepção, mas como ele poderia? o mundo estava contra ele, nada que ele dissesse poderia ajudá-lo, todos os servos testemunhariam contra ele, e ele já não tem uma fama muito precária no castelo. Ele só podia dizer:

[-Eu descul...*SOLUÇO*.. pe Pai...*SOLUÇO*.] Eu estava chorando, eu não podia aliviar a situação, nem contar a verdade, imagine o bastardo acusando o filho verdadeiro de ser o verdadeiro ladrão, ele seria morto ou jogando numa masmorra pelo rosto da vida, ele temeu só de pensar. Ele então poderia tentar minimizar o máximo possível para não colocar Hodor também na mesma situação.

[- Pai...*SOLUÇO*... eu roubei o dinheiro para comprar doces, me desculpe, eu fugi do estabulo quando Hodor não estava olhando, *SOLUÇO* Hodor não tem nada a ver com isso, não o culpe...*SOLUÇO* eu embora vou pai... não serei mais uma vergonha para seu casamento...*SOLUÇO* e uma decepção para sua família... eu irei embora...*SOLUÇO*]

Eddard Stark POV

Winterfell, 289 DC, no mesmo momento.

Eu ouvindo essas palavras, fiquei ali pálido na hora, uma criança dizer tais palavras... como alguém com 8 dias de nomes poderia sobreviver fora dos muros do castelo? o mundo não seria o mundo com tais coisas se isso fosse possível... seu rosto de raiva antes de passar uma expressa de preocupação e início de desespero. Como não poderia? Seu amado sobrinho/filho fez algo que nunca imaginou que poderia fazer, Jon não foi criado para isso e mesmo que nos últimos dois anos com a mudança estranha no comportamento mais rebelde, que se metia em encrencas e ele tinha que dar seus sermões a ele uma vez ou outra, mas isso eu achei normal devido ao afastamento do seu primo/irmão mais velho, por mais que eu que conversei com Robb para permanecer junto com seu irmão, que era também um lobo mesmo sendo com status bastardo, nunca consegui que meu primogênito reaproximasse de Jon. Uma vez em minhas tentativas, Robb me disse que Jon não merecia está ao seu lado por ser um bastardo, claro que foi um dia inesquecível para o meu herdeiro e eu certifiquei de que a punição fosse memorável, ele nunca falou mais do status de Jon em minha frente depois disso, mas não seguiu o conselho de se aproximar de irmão novamente, assim, eu só podia suspirar devido a situação.

E agora eu olhei para o menino em sua frente, se perguntando onde eu errei em sua criação para ele se comportar do jeito que ele agiu, mas agora está dizendo que quer ir embora. Pensei na minha irmã, a irmã que amava e agora tudo que restou dela foi essa criança que amo como meu próprio filho, e deixei chegar nessa situação, eu mudei meu tom de raiva na voz para uma de preocupação e disse:

[- Jon... Eu...] eu disse lentamente tentando encontrar uma solução para a situação, mas o pequeno Jon de 8 dias me interrompeu.

[- Pai antes disso, você pode me dizer sobre minha mãe ?!] Jon disparou sem deixar chance de Ned falar, ele estava desesperado, planejando ir embora e tentar viver em algum lugar diferente fora do castelo, ele não quer ser mais o mal do que já é dentro do castelo e de sua família, agora com essa situação, ele não poderia mais ficar, ele precisa ir embora.

[-*SOLUÇO* Eu preciso de um rumo na minha vida agora, *SOLUÇO* preciso encontrá-la.] Jon continuando dizendo enquanto chorava e soluçava.

[- Jon... me descul...] Eu dizia com cuidado com meu coração quebrando a cada palavra do menino que criou desde que era um bebê.

[- PORFAVOR PAI!] Jon cortou seu pai outra vez e olhou pela primeira vez em seus olhos.

[- Eu não posso meu filho...] Eu finalmente falei cheio de dor e Jon capitou isso, ele mais uma pergunta com a voz tremula e enquanto começava a jorrar lagrimas dos seus olhos ainda mais.

[- Ela Está Morta...?] Jon me perguntou na esperança de que eu poderia dizer a ele que ela estava viva pois, já que sempre evitei falar sobre ela a todo custo, já que as memorias de Lya me traziam muita dor.

[- Sim filho... Ela morreu a muito tempo, mas sempre disse que te amava mais doque tudo.] Eu me engasguei para soltar essas palavras, nem consegui olhar para Jon

Quando percebi o silencio que estabeleceu na sala, eu levantei o olhar para Jon, e acabei vendo uma das coisas mais marcantes em minha vida... um menino de oito dias de seu nome, deixando suas lagrimas escorrendo em seus olhos, mas em seus olhos, aqueles olhos, mostravam algo que eu nunca vou esquecer na vida, um olhar sem vida.

O menino desmaiou depois, eu fiquei ali paralisado com a visão de alguns momentos atrás, como não deveria, como a criança que era o filho de sua amada irmã chegou mostrar um olhar de como toda a esperança de seu mundo desabou, era como se ele não tinha mais vontade de viver, "que tipo de vida ele viveu embaixo do meu teto para chegar a isso? isso não está certo! Tinha algo acontecendo aqui e eu tenho que descobrir", eu corri para Jon no chão logo depois que sai do meu estado atordoado, tinha ficado enraizado no momento que o menino caiu no chão, quando cheguei ao seu lado, levantei-o para ver se machucou na queda, mas felizmente seu corpo estava bem, no entanto, eu temia seu estado psicológico agora. Não tive muito tempo para pensar nisso, pois a porta se abriu, era mestre Luwin que entrou sem bater com um rosto que mostrava que algo aconteceu. Ned sabia se perguntou oque houve, o mestre se assustou com Jon desmaiado no colo do Lorde Stark e então falou.

[- Lorde Stark, o que tinha com o menino? Vim aqui, pois sua esposa passou mal e foi levada a enfermaria, ela está bem, no entanto, ela tem algo para te dizer pessoalmente.] Ele terminou com uma expressão solene, mas depois olhou para Jon com preocupação. Ned pegou isso e tinha mil ideias do que ouve, pela expressa do mestre Luwin, com certeza seria algo que Ned ficaria feliz.

O que faria um homem feliz depois de sua esposa desmaiar e ir para a enfermaria? um Filho! seu quinto filho! mas ao mesmo tempo ele estava preocupado com a situação de Jon, e olhou para o menino, seu rosto mesmo inconsciente não encobria seus sentimentos e a voz soando em sua mente não ajudava muito "Prometa-me Ned! Prometa-me que vai protegê-lo... NED prometa-me... meu fil...",

Precisa ver o que está acontecendo em seu próprio teto mais tarde, para ver o que fez essa criança cair nesse estado, Jon estava cheio de traumas que levaria para o resto da vida, ele sabia isso com aquele olhar da criança. Se Jon se comportasse como uma criança revoltada a ponto de roubar, ele poderia entender, deixaria furioso, porém Ned faria Jon aprender com seus erros e corrigir seus comportamentos.

No entanto, havia mais coisas que ele presava descobrir sobre Jon, eu sabia que o que eu vi hoje no rosto da criança me assombraria pelo resto da vida. Eu pensei numa solução radical para descobrir oque está acontecendo em minha própria casa, mesmo que tenha que executar alguém se descobrir uma pessoa tramando contra Jon, entreguei a criança ao mestre e dei um último olhar no meu menino, "Espero que eu esteja certo com essas ações que vou tomar...", eu pensei

Mestre Luwin notou isso, mas permaneceu em silencio, alguns momentos depois, eu pedi para Luwin levar Jon ao seu quarto e fui para a enfermaria, eu queria ter felicidade de ter a notícia de seu quinto filho agora.