N/A: Então, aqui está o segundo e último capítulo dessa fic que eu gostei muito de escrever, particularmente... Espero que vocês também gostem! Preparem-se para um tanto de dor e sofrimento, tá certo? Mas, como eu disse, não vou mais fazer o casal sofrer como em Mer Girl (isso não é propaganda... mas se colar, colou!).
...x...
Estava deitado. Abriu os olhos. Passou a mão no lado de Gina da cama e estava vazio.
- Draco?
"É sobre sua esposa..."
- Draco, você acordou?
"Ela sofreu um acidente..."
- Cara, olha pra mim...
"Sinto muito, senhor... Ela faleceu..."
- Draco, acorda, cara!
Blaise Zabini estava do lado da cama e o segurava pelos ombros. Queria gritar que o soltasse, mas ao abrir a boca sentiu ânsias, o quarto girou. Só virou para o lado e vomitou. Blaise se afastou um pouco, mas deixou uma das mãos na nuca do amigo.
- Calma, cara.
Voltou a deitar a cabeça no travesseiro e passou as costas da mão na boca.
- Tá tudo bem, cara. Fica calmo.
Draco meramente dirigiu o olhar ao amigo, depois ficou encarando o teto.
- Blaise, o pai dela quer falar com você. – disse Pansy entrando no quarto – Deixa que eu fico com ele.
Blaise deu uma olhada em Draco e saiu, depois de apertar de leve a mão da esposa. Ela apontou a varinha para o chão e murmurou um "Limpar", depois sentou-se na beirada da cama e pegou uma das mãos de Draco, largadas ao lado do corpo.
- Precisa de alguma coisa?
Ele não respondeu, nem deu sinal de que notara a presença de Pansy.
- Tudo bem, não precisa falar nada. Tente dormir.
Pansy continuou segurando a mão de Draco, mas ele nem notara. A voz do policial ecoava em sua cabeça, fazendo-a latejar. "Ela faleceu." Gina estava morta. Sua Gina, morta para sempre. Mas como?
Ele não percebeu que tinha perguntado em voz alta, até que Pansy começou a falar.
- Ela estava dirigindo muito rápido na ponte, quando veio outro carro na contramão. Ela desviou dele e... Jogou o carro no rio. Ela não... Não conseguiu soltar o cinto, Draco.
Ele fechou os olhos com força e cerrou os punhos. Respirou fundo e conseguiu falar.
- A família dela...?
- Blaise mandou uma coruja. Eles estão lá embaixo. Mas não precisa descer, Blaise e eu estamos cuidando de tudo.
Draco nem se imaginava tendo de reconhecer o corpo dela, escolhendo um caixão... Sentiu um nó na garganta.
- Por favor, me deixe a sós com ele, Sra. Zabini.
Draco reconheceu a voz de Severo Snape.
- Claro, senhor.
Pansy deixou o quarto e Snape permaneceu de pé em frente à cama. O nó na garganta de Draco doía demais e ele não conseguia respirar. Já estava vermelho quando Snape abaixou-se ao seu lado e falou:
- Respire, Draco.
Draco engoliu o nó e deixou escapar um soluço, ao mesmo tempo em que duas lágrimas grossas desciam por suas têmporas. Snape tocou seu ombro.
- Você precisa dormir. – tirou um frasco do bolso – Tome.
Snape fez Draco tomar a poção, depois voltou a segurar seu ombro com firmeza.
- Descanse, Draco.
Sem querer nem poder resistir, Draco logo caiu num sono profundo e sem sonhos.
...x...
Mais uma vez acordou e sentiu o lado vazio da cama, mas agora havia luz no quarto. Pansy entrava com uma bandeja de café da manhã. Lembrou-se que deveria ter preparado uma para Gina ontem. Como pôde esquecer do aniversário deles? Sentiu-se tomado pela culpa e novas ânsias o ameaçavam.
- Você precisa comer, sente-se.
- Não quero.
Pansy colocou a bandeja no lado de Gina da cama, e Draco ficou profundamente irritado com aquilo.
- Há quanto tempo você não faz uma refeição decente?
- Não estou com fome, Pansy.
Ela suspirou.
- Tudo bem. Pelo menos você está falando...
Draco olhou no relógio. Eram duas e cinco da tarde.
- Você deve querer ir ao sepultamento, não?
Ele sentiu mais voltas no estômago.
- Quando vai ser?
- Às três e meia.
Draco tomou fôlego e saiu debaixo das cobertas. Olhou no calendário: 24/11.
- Me deixe tomar um banho e podemos ir.
- Tudo bem.
Pansy saiu do quarto e Draco começou a se despir, quando se lembrou que ontem deveria ter tomado aquele banho com Gina. Abriu o chuveiro com água fria e ficou lá embaixo parado por um tempo, onde se permitiu chorar algumas lágrimas, levadas pela água...
...x...
Blaise e Pansy não permitiram que ele Aparatasse no cemitério, e o levaram no carro deles. Lembrou-se que a levava de carro para o trabalho todos os dias.
Chegando ao cemitério, pararam bem ao lado da capela onde se dava o velório. Na porta havia várias pessoas, mas Draco nem notou. O caixão estava bem no meio da capela. Lá estava cheio de velas e rosas, e ele se lembrou que deveria ter enfeitado o quarto com elas ontem. Todos pararam ao ver o marido vestido de preto parado na porta. Ele deu um passo à frente, e o ar parecia suspenso. Molly enfiou o rosto nas mãos e soluçava baixinho, e todos os outros Weasley tinham olhos inchados e vermelhos. Draco deu um segundo passo e sentiu aquele gelo na espinha outra vez. As poucas pessoas que estavam perto do caixão se afastaram, e ele finalmente chegou perto dela.
Gina parecia dormir, e Draco teve que se segurar para não lhe tocar a ponta do nariz e dizer "Acorda, princesa...", como costumava fazer nos primeiros anos de casamento. Então lembrou-se de como havia sido grosso ao acorda-la ontem. Sentiu mais uma vez o nó na garganta. Se não estivesse tão concentrado no rosto sereno de Gina, teria notado quantas pessoas estavam ali. Muitas. Também teria notado quando Molly se aproximou dele e ficou ao seu lado. Só notou quando sentiu alguém apertar sua mão, e foi quando viu a sogra ao seu lado. Ela nem olhava para ele, mas quis mostrar que estava ali. Ele apertou sua mão de volta, silenciosamente agradecendo o gesto.
Depois que a Sra. Weasley se afastou, ele sentiu necessidade de tocar sua amada, mas não pôde. Sabia que ela estaria fria demais, e não podia sentir aquela pele fria. Inevitavelmente, lembrou-se de quantas vezes chegou em casa cansado e Gina lhe massageava as costas e os ombros com aquelas mãos quentes. O quê ele não daria para sentir aquelas mãos com vida novamente?
Ele tentou não se lembrar que brigaram naquela noite, mas falhou miseravelmente. Gina havia morrido com raiva dele, e isso era terrível. Mas ela tinha toda razão de estar. No último ano havia sido o pior marido possível, e isso o matava agora. Gina merecia muito mais, e ele não havia dado tudo. Errara em não aproveitar o que havia de melhor em sua vida, e agora, ela não estava mais lá. E odiava-se mais ainda por só perceber isso agora. Se ao menos tivesse uma outra chance... Uma chance de se redimir, de fazer valer cada minuto ao lado dela...
Blaise tocou seu braço, trazendo-o de volta à realidade. Alguém começara a fechar o caixão. Ele ouviu soluços e gemidos, e voltou seu olhar para ela. Seu rosto estava coberto por um finíssimo véu, mas ele o tocou com a ponta dos dedos, depois, sem pensar, inclinou-se e beijou-lhe a testa fria, sussurrando com desespero crescente:
- Eu te amo, princesa... Me perdoe...
Em seguida, Blaise o afastou do caixão, para que fosse fechado. Depois, seguiram com o cortejo que a levou até sua sepultura, Draco logo atrás dela.
Rapidamente, o caixão foi içado dentro da cova e as pessoas foram indo embora. Blaise parou ao lado dele.
- Vamos embora?
- Me espere no carro só um minuto.
- Tudo bem.
Blaise e Pansy foram para o carro e Draco ficou sozinho. Bem, quase sozinho. Rony também ficara. Ele olhava para o túmulo fechado e tinha as mãos no bolso. Pareceu hesitar muito antes de falar.
- O quê você vai fazer agora, Malfoy? – ele não tinha emoção na voz; na verdade, mal tinha voz.
Draco suspirou.
- Eu... Não sei.
- Mamãe disse que... Que se você precisar de alguma coisa, que pode... Pode ir até a Toca.
Draco engoliu em seco e confirmou com a cabeça.
- Obrigado.
- A Gina te amava de verdade, Malfoy. Ela era feliz com você.
Outro nó se formou na garganta de Draco e seu coração parecia estar sendo esmagado por duas mãos fortes. Rony olhou uma última vez para o túmulo da irmã.
- Porcaria... – murmurou, e foi embora.
Draco ajoelhou-se no chão e tocou a lápide recém-colocada.
"Virginia Molly Malfoy – 1981-2008"
Sentiu que nunca se perdoaria, e que teria que viver com isso para sempre. O nó machucava muito, doía, assim como o coração. Então se levantou e foi embora.
...x...
Ao chegar em casa, pediu aos amigos que o deixassem sozinho, no que foi atendido. Na mesa da cozinha, encontrou um frasco e um bilhete.
"Poção do Sono. Imagino que vá querer dormir."
Era de Snape. Pegou a poção e foi até o bar, tomou uma dose de firewhiskey e subiu. Livrou-se das vestes negras e abriu o armário. Viu então a camisola de Gina, que ela havia tirado bruscamente antes de sair. Pegou uma calça de pijama, vestiu e foi para a cama com a camisola na mão. Tomou a poção, deixou-se cair na cama e abraçou a roupa de Gina.
Em seu pensamento, não conseguia formar nada conexo, nada sensato. Só pensava o mesmo que todos aqueles que perdem alguém amado pensam: que ela havia ido embora, que não voltaria, e que ele nunca mais a veria de novo, por mais que quisesse. E isso doía.
- Merda... – murmurou antes de apagar.
Teve um sonho: recebia uma carta de Gina, que dizia:
"Se eu voltar, você promete mudar? Promete ficar comigo?
Promete me ouvir e me deixar dormir nos seus braços?
Promete sempre me acordar com carinho?
Se eu voltar para você, promete voltar para mim?"
Então ele respondia no verso da carta:
"Prometo."
E a carta se dissolvia em luz...
... Luz no rosto, incomodando.
"Droga, esqueci a cortina aberta..."
Ele se levantou, a cabeça pesada, e caminhou até a janela, fechando a cortina, depois se virou para a cama.
"Gina fica linda quando dorme..."
- ...
Draco arregalou tanto os olhos que chegou a doer.
"Isso não pode... como...?"
Chegou perto e tocou de leve as costas da ruiva na cama. Sentiu que era verdade. Ela estava lá! Gina voltara!
Tinha que avisar Molly. Quando foi pegar um pergaminho, olhou o calendário: 23/11.
"Não é possível, hoje é dia vinte e cinco!"
Então lhe ocorreu uma idéia muito idiota, mas muito feliz: "É uma segunda chance."
Lançou um olhar carinhoso para a ruiva na cama, acostumando-se com a idéia de ter a mulher de volta, mesmo sem ter ainda se acostumado a não ter. Depois desceu para a cozinha, quando se lembrou de olhar pela janela. O carro estava lá, intacto.
"Por Merlin..."
Correu para a cozinha e foi fazer o café da manhã de Gina, depois foi ao jardim e colheu algumas margaridas. Deixou as duas primeiras torradas queimarem, como sempre, depois sentiu o cheiro bom do café fresco. Preparou tudo numa bandeja e subiu para o quarto. Gina havia mudado de posição.
"Aposto que já acordou."
Ignorando isso e deixando a bandeja numa cadeira, ele se deitou em frente a ela e encostou seu nariz no dela.
- Princesa... Princesa, acorde, vamos...
Gina soltou um gemido baixo e abriu os olhos, vendo um par de olhos cinzentos apaixonados. Como ele amou ver aqueles olhos se abrindo outra vez...
- Bom dia – disse a ele.
- Bom dia... Feliz aniversário, amor.
- Pra você também...
Draco lhe deu um beijo longo, como desejava tanto fazer.
- Tome seu café enquanto eu tomo um banho, tá bem?
- Tá...
Draco levantou da cama e trouxe a bandeja para a cama. Em seguida, colocou uma torrada na boca de Gina, antes de entrar no banheiro.
Ela comeu aquela torrada e foi juntar-se a ele no banho.
Eles não foram trabalhar e ficaram o dia todo juntos. À noite saíram para jantar, e quando voltaram, o quarto estava cheio de velas e rosas...
Mais tarde, Gina está deitada com a cabeça no peito de Draco, envolta em seus braços. Draco diz:
- Me perdoa por ter sido um idiota esse ano?
- Não, tá tudo bem... Seu cargo é muito importante e...
- Dane-se o meu cargo! Você é minha mulher, minha princesa...
Gina rolou sobre ele e lhe beijou os lábios.
- Tudo bem, eu te perdôo! E não vou recusar uma mudança, que tal?
- Eu prometo mudar. Prometo ficar com você. Prometo te ouvir e te deixar dormir nos meus braços. Prometo sempre te acordar com carinho. Prometo voltar para você.
Gina o olhava com uma paixão renovada e emocionada.
- Draco, só promete que vai me amar sempre.
- Prometo. – ele nem pensou antes de responder.
- E promete que vai amar nossos filhos?
- Prometo. – ele pestanejou, desconfiado.
- Ótimo, porque logo, logo vai ter um chegando...
Draco sorriu, olhou longamente todo o rosto ansioso de Gina e a abraçou muito forte. E prometeu fazer com que essa segunda chance valesse mesmo a pena.
...Fim...
N/A: Humm... Então... Cabou-se! Foi curta, né? E eu bem que prometi, nada de finais Shakespearianos!!! Obrigada a todo mundo que leu isso! Eu queria passar as emoções q se sente ao perder alguém, mas é difícil... Tentei imaginar como eu reagiria se acontecesse comigo... Não consegui, pq eu não sou o Draco!!! Se fosse eu, iria me chorar até desidratar... Enfim... Agora vou mandar os beijos:
Lina e Cris: agora eu não me lembro, mas acho que a Lina foi a primeira a ler... e me deu mta força!!! A Crisleu e até apontou uma coisa mto sensata: a Pansy diz p/ Draco q ela e o Blaise cuidaram de tudo, do funeral, essas coisas. Aí a Cris disse: "Mas pq eles? Não podia ser o Harry ou a Hermione? O Blaise não tinha nada a ver com os Weasley..." Bem, não tinha mesmo, mas eu imaginei que, quando o Draco desmaiou, a primeira pessoa que a polícia avisou foi o Blaise, q certamente eraquem responderia pelo Draco, como seu melhoramigo. Agora,quando alguém morre, a última coisa que a família quer fazer é cuidar dessas burocracias, por isso, Blaise tomou conta, eos Weasley não fizeram objeção, pronto! Faz sentido, né? Obrigada pela dica, Crisinha!
Saudações, mosqueteiras!!! Uma por todas e todas por uma!!!
Carol Maphoter: ela me disse que acha que temos o estilo de escrever parecido... Pense numa pessoa q ficou feliz!!! Fui eu! Aliás, falei no tel com ela outro dia... Gente, carioca conversando é mto bom!!! Fala sério... Te adoro, Porrilda!!!
Maki (num sai arroba aki!): q me mandou um e-mail mto fofo comentando a fic... Muito obrigada, querida! Fiquei feliz, bem muito!!! Beeeeijos!!!
Carol Malfoy Potter: Vc num é a Porrilda, é? Se for, além de vc ter um sério problema em manter seu nick, me fez cometer uma gafe linda te agradecendo duas vezes... Mas, se não for, valeu mto pela review! Viu só? A Gina morreu, mas voltou... Espero q não tenha te decepcionado, e q não queira me matar... hehehe!
Biba: adoreeei seu e-mail, moça!!! Eu não disse que não ia mais sacanear os dois? Tá certo que esse capítulo não foi um mar de rosas, mas acabou bem, né? Hehe... Fiquei mto feliz q gostou!!!
Mtos abraços p/ toooodo mundo da Caixinha que eu adoro!!! Vcs são a alegria da internet!!! É isso aí!!!
Iupiiiii!!!!!!!!!
Mais beijos de pavê, da Pavê!!!
P.S.: tow cantando mentalmente o refrão de Pais e Filhos... Tem a ver, né?
