Sr. Winner...? Sr. Winner, é o senhor?
"205 A.C.
07
Aquele que Matou Treize Khushrenada"
Harry Ludwig, o líder dos soldados a quem os três pilotos Gundam se associaram, era afinal um homem bem honesto. Aos vinte e nove anos, era um soldado explêndido, e idealista. De origem inglesa, já morara na Terra quando pequeno, na época em que a Final War acontecia e a Presa Branca ameaçava destruir o planeta. Assim, sua família achara melhor ir para as colônias. Já fora a qualquer lugar da Terra, a qualquer colônia do espaço, e por isso tinha uma experiência de vida bem grande para a sua pouca idade. Seu único problema era a aparência: óculos de lente muito grossa, em que era quase impossível ver seus olhos azuis, cabelos louros esparramados e mal-arrumados, uma pose rebelde e a falta de certos modos. Justificava-se: até em esgoto europeu ele já morou.
Desde o começo adquirira uma adoração muito forte por Heero, afinal, estava ali diante do salvador das colônias e da Terra: seus dois lares. Ensinava o garoto a mexer em armas, correr, atirar, consertar naves e Mobile Suits. E, com o que ficava mais impressionado, era que Heero o via fazendo uma vez e aprendia logo na primeira vez que ia tentar fazer igual. Claro. Embora não se lembrasse, já fora o maior dos soldados. Aliás, ainda é.
Ludwig bateu na porta, chamando.
Sr. Yuy?
Hum? ouviu de lá de dentro.
O senhor vai treinar hoje?
A porta de abriu, e detrás dela veio um sorriso de um verdadeiro Heero.
Claro. Vamos.
Era esquisito para Ludwig ensinar ao próprio superior. Este, porém, encarava tudo na maior normalidade, inocente, mas parecendo cada vez mais nervoso diante do assunto de uma guera. Afinal, dentro das suas escassas memórias um tanto esquecidas, não tinha nenhuma idéia do que seria uma nação, ou pior, um mundo em guerra. Até mesmo transpassava o mundo, porque a guerra envolvia as colônias também.
Saíram naquele dia, indo até o lado aposto da colônia, aonde havia uma zona de treinamento de tiroteio, isolada da parte civil.
Duo dormia em seu quarto, cansado. Com motivos, afinal, trabalhara dois dias inteiros, quase sem descanso, dando ordens aos homens da seção de montagem e manutenção dos Mobile Suits, das naves e das armas em geral. Estava adquirindo um espírito de líder que nem ele mesmo imaginara ter antes: o seu jeito e a sua descontração faziam com que os subordinados trabalhassem muito melhor. Coisa que Quatre, abalado e preocupado, não estava conseguindo fazer ultimamente.
Este estava com o coração batendo rápido, impressionado com a pessoa que via em seu monitor, e que tentara estabelecer comunicação com ele. As palavras 'Sr. Winner' eram muito mais formais que há dez anos atrás.
Srta... Relena... Peacecraft.
Sim! - ela parecia tentar segurar as lágrimas. E fazia isso com elegância de decendente nobre. Enfim encontrei o senhor! Passei esse últimos mês procurando-o, mas não o vi em lugar nenhum! E a sua promessa?
Quatre havia prometido a Relena Peacecraft que se encontraria com ela quando voltasse a ser um simples soldado. Uma promessa assim como fez com Lucrezia Noin, e que gostaria de fazer também a todas as suas irmãs, mas que não era possível, já que elas eram muitas, espalhadas pelas colônias.
É... ele sorriu. Nem tive chance alguma.
Estão todos desconfiados de mim. Dizem que tenho ligações com o senhor.
Mesmo? Já era de se esperar Aurey Mallaica é um segundo Treize Khushrenada, tal é a sua esperteza.
Quatre via nos olhos dela uma vontade de dizer algo, e ele sabia exatamente o que era: 'Quero Heero de volta!'. Ele mesmo não soube porque não falou na hora que estava com Heero Yuy consigo, desmemoriado, mas vivo. Relena nunca fora a garota mais linda, aos olhos de Quatre, mas agora ela estava realmente pior. Os olhos cansados demonstravam noites em claro, e a voz fraca traduzia os anos que insistiu para a sua tão sonhada paz mundial. Sim, idolatrava Relena. Iria a qualquer lugar para fazê-la vencer. Ela era tudo o que ele tinha fracassado: filha de um homem rico, a herdeira da família, que fez jus ao seus dois sobrenomes ao mesmo tempo. Quatre nem obedecer seu pai conseguiu. Se por fora o sorriso, por dentro a amargura.
Acho que devo avisá-la de algo... começou, mas foi interrompido.
E eu também! E é essa a maior causa do meu contato com o senhor. Sally Po e Lucrezia Noin foram capturadas!
Quatre levantou-se da cadeira onde estava.
Capturadas!
Sim! Foi o Sr. Aurey Mallaica. Ele acredita que as duas estavam conspirando contra o governo.
Mas... na verdade, estavam.
Relena olhou-o, parecendo sentir-se ingênua. Continuou:
É mesmo? Com o senhor? É incrível! Estou sem saber de nada o que acontece na Terra, pois quem me passa as informações é a OZ II, e não é muito confiável...
- E como soube que estou aqui?
Eu ainda tenho um pequeno controle do que acontece entre a Terra e as colônias, porque tenho um grupo de cientistas de um satélite. Me informaram que o senhor estava aí, e procurei por toda a colônia, até localizá-lo.
E lhe informaram que eu estava sozinho?
Disseram que não tinham certeza, a única certeza era o senhor. Por que, está acompanhado?
Então ela não sabia mesmo de Heero. Nem de Duo ela sabia. Ah, e quando soubesse... A alegria perdida em dez anos seria recuperada. Não agüentou mais segurar, e nem era mais preciso mesmo.
Srta. Peacecraft... venha até essa colônia, e imediatamente!
O quê? Mas... tenho assuntos mais importantes a serem tratados aqui, e.
Acredite, por favor. Ele é muito mais importante, eu sei.
Noin tirou a franja dos olhos mais uma vez, e olhou para o teto novamente. Levantou-se, caminhou mais uma vez pelo quarto escuro, parou e ficou em pé. Sally dormia na pequena cama, não que estivesse realmente cansada, mas não havia mais nada para fazer.
Mehnen, um grande edifício no extremo-norte da Ásia, era a prisão oficial dos sentenciados políticos. Lozalizada num lugar extremamente frio, era isolada e longínqüa, não havia nem vestígio de civilização por perto.
No pequeno quarto, com cheiro de cimento novo e ar empoeirado, Noin e Sally eram mantidas juntas. Com cerca de cinco metros quadrados, tinha duas camas, um banheiro isolado e uma pequena janela em que era impossível abrir o vidro. Dela, via-se o branco da neve lá fora.
Sally acordou, se remexeu na cama e tossiu com força.
Droga! exclamou. Sou alérgica a esse cheiro!
Mas viu que Noin nem prestou atenção.
Hey... insistiu, se levantando. Noin, querida? Noin?
O... quê? ela voltou à realidade, assustada.
Onde você estava, hein? Sally sorriu.
Noin sorriu também e sentou-se ao lado dela. Ficaram ambas caladas até a major dizer:
Estava pensando na batalha, nos pilotos Gundam, no Sr. Zechs ou em tudo junto?
Em... tudo junto, talvez. e abaixou a cabeça.
Calaram-se novamente. Noin passou então da expressão triste para a irritada.
E Mallaica? Não nos deu resposta alguma! Fazem três dias que solicitamos a ajuda da Srta. Peacecraft, mas não aconteceu nada!
Ele é mesmo um canalha.
Canalha, mas inteligente. Você viu o poder militar que ele tem? Inclusive essa prisão enorme, e tudo sobre custódia dele! Como conseguiu tanto poder passando pela OZ II?
Sally olhou-a, chocada.
Ele não é da OZ II? Tudo isso não pertence a ela?
Provavelmente não.
Está dizendo que ele é um conspirador?
Acha que um homem com tanto poder político e militar divide isso com outros? Noin foi ficando cada vez mais brava. Até um homem nobre como Treize Khushrenada, ou até o Zechs, não divide esse tipo de coisa.
Sally suspirou.
Poder é poder. Ninguém resiste.
Noin pensou um pouco.
Mas Quatre e a Srta. Relena resistiram. depois sorriu. Ah!, pilotos Gundam! Esses meninos são mesmo os melhores, não? Quatre é nobre e Relena aprendeu praticamente tudo o que ela sabe com Heero. Eu realmente queria que aqueles cinco garotos tomassem o poder da Terra e das colônias.
Mas eles nunca tiveram cabeça pra isso. foi a resposta preocupada de Sally. Você se lembra muito bem do incidente da Verdade Revelada.
Será que o povo não os ama mais?
Pelo menos o da Terra, não parece.
E as colônias?
Como saber?
Os pensamentos de Noin ganharam uma nova preocupação.
Já faz quase um mês que os três foram para o Espaço. Acho que estão tentando se comunicar com a gente. Não sabem que fomos presas.
A major ia dizer algo quando ouviram ruídos vindos do quarto vizinho, que estava desocupado. Puseram-se à escuta. Noin então foi até a parede e encostou o ouvido nela, afim de ouvir melhor. Reinava o mais absoluto silêncio.
O que é? Sally se aproximou mais também. Novos presos?
Poderia ser, mas está muito quieto agora, não acha?
Mais um minuto de preocupação. Quase pararam de respirar. Depois disso, a major concluiu, voltando novamente à cama e sentando-se.
Bobagem. Deve ter caído alguma coisa ali.
Sozinha?
Sei lá, Noin, às vezes pode ser corrente de ar.
Não houve tempo para Noin se acalmar. Uma voz gritou do outro lado:
Se não quiserem se machucar, se afastem dessa parede!
A tenente se jogou do outro lado do quarto quando houve uma explosão. Sally caiu da cama em que estava, e toda a vista ficou dissolvida em pó cinzento. Noin então levantou a cabeça, com os cabelos completamente sujos de poeira, e viu quem era. Teria gritado se o pó permitisse.
Era um jovem moço oriental, que usava roupas chinesas pretas, de luta. Tinha uma imensa trança fina de cabelos lisíssimos, negros, e dois olhos pretos serenos. Esboçava um sorriso.
Era Wufei.
Se a surpresa de Noin já foi grande, a de Sally foi ainda maior. Arregalou os olhos e contemplou, assustada. Wufei sorriu.
Que surpresa toda é essa? Parece que nunca viram uma fuga por explosão!
Mas o alarme começou a tocar. Luzes vermelhas piscavam por todos os lados, com um barulho ensurdecedor. O chinês tratou então de gritar, bem mais sério:
Vão ficar aí? Vamos!
E começou a fuga. Correram pelos intermináveis corredores, até que encontraram guardas de uniforme da OZ II. Wufei, prevenido, trouxera três pequenas armas: entregou uma a Noin e outra a Sally, e ficou com uma. Os três experientes atiradores conseguiram deter dez soldados, matando dois deles na hora. Continuaram correndo, sem sequer trocarem uma palavra, apenas correndo e fugindo da luz vermelha piscante... Pararam em frente a uma porta. Wufei abriu-a com uma senha, eles entraram, e então ele a trancou. A sala estava completamente escura e não havia luz vermelha nem alarme.
Eu alterei o sistema para que essa sala não ficasse dominada pelo controle central. Wufei informou, bem mais informado sobre tecnologia do que a poucos anos atrás.
E apenas as encarou. Não perguntou se estavam bem, o que tinha acontecido, o que Mallaica fizera, há quanto tempo elas estavam ali... nada. Apenas seus olhos serenos e negros transpareciam uma tranqüilidade maior que o normal.
Sally foi quem se atreveu a falar primeiro.
Wu...fei...? É... você?
Ele confirmou com a cabeça e disse:
Depois reclamam que eu digo que vocês são fracas. Foram capturadas com tanta facilidade!
É mesmo? Noin riu, recuperando-se do choque. E o senhor, Chang Wufei-sama? Como vai a vida?
Normal. ele apenas disse. Eu e Nataku não fizemos nada de glorioso nesses últimos anos. Nem lutamos mais.
Quer dizer que você ainda tem o Shenlong? a tenente voltou a perguntar.
Tenho. Por quê?
Nada... É porque o Duo e o Heero estavam sem Gundams. Quatre os detinha guardados.
Wufei encarou-a como se não tivesse ouvido direito.
Duo... Quatre... e Heero...? Duo Maxwell, Quatre não-sei-oquê Winner e Heero Yuy?
Raberba. corrigiu-o rápido Noin.
Sim, o que for.
É! ela deixou escapar uma exclamação de felicidade e satisfação. Encontramos a todos, e Heero ESTÁ VIVO! Ah, e agora já achamos você também! Só nos falta um piloto Gundam para formarmos o time de novo!
Wufei sentiu por dentro certa alegria. Não conseguiu deixar de sorrir. Ele mesmo ficou impressionado como ele gostava da presença dos outros pilotos Gundam, e isso ficou bem nítido nesse momento.
Falta o tal do Barton. Wufei disse, não dando importância ao nome.
Trowa Barton! Noin fez questão de corrigí-lo mais uma vez.
É... esse aí.
Sally apenas contemplava o jovem chinês, e não dissera nenhuma palavra durante essa conversa. Reparou como ele estava alto e belo, com a longa trança chinesa lhe caindo nas costas, confundindo-se com seu traje completamente negro. Já conhecia Wufei o sabia que ele era o pior tipo de pessoa com que se dar bem: arrogante, solitário, anti-social e mal-humorado, e acompanhado do seu forte censo de integridade (coisa que ela não compreendia direito o que queria dizer). Em resumo, se achava superior, e Heero e Treize Khushrenada foram as únicas pessoas que ele tratara como iguais.
Queria abraçá-lo agora, assim como Noin fizera com Heero, mas sabia que isso era impossível, fora de cogitação. Por um momento desejou que Wufei tivesse perdido a memória também, assim ela, Sally, cuidaria dele e o ensinaria a viver de novo, com humildade e amor pelas pessoas.
O que faz assim, tão pensativa? a atenção de Wufei passou para Sally.
E...eu? era como se ela tivesse acordado. Ora, nada.
Está me encarando tanto.
É que percebo como você cresceu. A criança virou homem?
E a jovem virou velha?
Noin segurou um riso com a mão, e Sally corou e se enfureceu.
Velha?! Como assim velha?
Ah, desculpe. Wufei sorriu. Eu não sabia que você ia ficar tão brava assim.
E lançou-lhe um olhar diferente, um olhar que a fez corar mais ainda. Houve um silêncio ali. Foi quando alguém bateu com força na porta trancada.
Estão aí? perguntou uma nervosa voz do lado de fora. Major Po e Tenente Noin, serão condenadas se não se entregarem! Em nome da OZ II e de Aurey Mallaica!
E quem se importa com Aurey Mallaica?! foi o grito enfurecido de Wufei de volta. Se não discutirem, poderão terminar essa história com vida!
Mais batidas. Os soldados não haviam se intimidado.
Vamos detonar tudo! gritou novamente a mesma voz, batendo mais forte. Repetindo, Major Po e Tenente Noin, entreguem-se! E você, que está junto delas, também será preso por conspiração!
Wufei voltou-se para um caminho que deveria ser a tubulação de ar quente. Abriu a tampa sem dificuldades (deveria tê-la aberto antes), e entrou, chamando as duas para virem atrás dele.
Está certo que aquela tubulação era importante, serão todos dentro do prédio morreriam congelados, mas ali estava demais. Passando por um caminho estreito, os três iam agachados e de modo desconfortável, e um ar quente e sufocante, com um cheiro metálico, corria pelo caminho completamente escuro. Wufei demonstrava resistência, mas as duas não. Sally ia logo atrás do piloto Gundam, e Noin depois dela. Depois de um tempo ali dentro, a major parou um pouco, ofegante.
Sally. Noin perguntou na escuridão. Tudo bem? Hey, Wufei, Sally parou!
Eu sei. elas sentiram ele chegar perto. Mas falta metade ainda. Agüente mais um pouco, por favor, senão você não sai viva daqui, Sally.
A doçura com que ele dissera isso a motivou. Chamou-a até pelo nome e disse "por favor", preocupado com o bem-estar dela. A mente semi-consciente de Sally a mandou continuar, motivada por aquela voz. Continuaram a andar. O caminho era agora mais estreito ainda, e era preciso rastejar-se para passar. Enfim, Wufei parou. Disse, aliviado.
Chegamos.
Abriu uma portinhola e saiu. O vento frio passou pelo estreito caminho, mas os três persistiram. Wufei desceu primeiro, carregou Sally para fora e depois ajudou Noin a descer.
Estavam diante de uma porta, num pequeno corredor. Não havia ninguém ali e parecia que o alarme parara de soar, e tudo estava silencioso e escuro. Num canto do corredor, três casacos brancos.
Foi você quem preparou tudo isso? Noin perguntou, impressionada, quando Wufei lhe entregou um dos casacos. Ela o vestiu: era quentíssimo, pesado e ia até os joelhos. Entregou um também a Sally e pôs um deles em si, depois ajudou a major a andar. Foi em direção à porta. Disse, respirando fundo:
Aqui, vamos sair dessa prisão.
Sair de Mehnen? Noin suspirou mais profundo ainda. Nessa neve? Tem planos para fugirmos?
É claro. Wufei pareceu irritado com a pergunta óbvia. Nataku está comigo.
Mas como nós duas vamos?
Está com medo que eu deixe vocês aqui?
Não! Não é isso... é que.
Eu trouxe uma pequena nave. E eu quero por tudo destruir essa maldita prisão. Por isso, enquanto vocês duas fogem, eu e Nataku acabaremos com esse lugar.
A voz fraca de Sally interrompeu:
Mas... vai destruir tudo? E os prisioneiros?
Vão junto.
Wufei! gritou Noin.
É tudo o que eu posso fazer. ele disse com frieza. Além disso, eu não gosto de matar pessoas inocentes, mas eu não acho que as pessoas presas aqui são inocentes. Se são prisioneiros políticos, então têm tudo a ver com a política mundial e a guerra. Parem de ser ingênuas, nem todo mundo é como vocês duas... parou um pouco. Depois, acrescentou. Foi a sorte que ouvi um dos soldados falar que vocês estavam aqui. Vim especialmente para destruir esse lugar, e o faria com vocês aqui dentro.
Houve um silêncio de reflexão. Finalmente, Wufei deixou Sally aos cuidados de Noin.
É agora. Vou trazer a nave com o Nataku, deixarei ela aqui e depois vou atacar o outro lado. Enquanto isso, vocês fogem.
Tudo bem. Sally concordou, com a voz rouca.
Wufei abriu a pesada porta, e o vento fortíssimo e frio invadiu o corredor. Depois, passou e a fechou de volta.
Foi questão de minutos para a terra tremer e vir aquele barulho de passos de uma grande máquina. Depois, ela veio quase como que voando, e parou diante de Mehnen.
Noin abriu a porta com dificuldade. Viu ali, os pés do imenso Gundam Shenlong e uma pequena nave. Com as forças que lhe restavam, carregou uma quase desmaiada Sally, correndo um direção à nave, na neve macia e que lhe afundavam os pés. Tiros do esquadrão de defesa de Mehnen miraram o Gundam, e ele começou seu plano de destruição.
Noin conseguiu chegar à nave. Abriu a porta e se jogou lá dentro, depois com custo se levantou, pôs Sally num banco e sentou no banco do piloto. Ligou a nave, suas mãos tremiam, e então começou a voar. Passou pelos tiros, e por tudo. Conseguira.
Wufei levou a mão ao peito, imensamente aliviado por elas estarem a salvo agora. Não foi difícil derrotar uma prisão que mal era preparada para defender-se de um inimigo poderoso. Só depois, quando a destruiu completamente, foi que chegaram as tropas de apoio. Ele fugiu. No caminho, gritou:
Eu sou Chang Wufei, piloto do Gundam Shenlong, habitante das colônias! Já matei um líder da OZ e vou fazer isso de novo! FAREI A AUREY MALLAICA O MESMO QUE FIZ COM TREIZE KHUSHRENADA!!!
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Por Kitsune-Onna
