Capítulo 6
Feliz Aniversário
- Parabéns, minha querida!
Quando os primeiros raios de sol entraram pela sua janela naquela manhã, iluminando-lhe todo o quarto, Gina já estava sentada e completamente desperta. Há uns minutos atrás, Lizza puxara-a para um abraço, ainda nem tinha acordado. Nem se lembrara que dia era. Limitará-se apenas a afastar a amiga com brusquidão, pronta para voltar a dormir. Depois fora acordada por um forte barulho no seu quarto, a chegada grandiosa dos gêmeos que tinham imediatamente partido para cima da cama aos saltos. Gina sempre se perguntara aonde iam eles buscar tanta energia. Mas só quando a mãe entrara com a grande bandeja e seguida por algumas corujas bastante carregadas é que ela conseguira raciocinar, pondo o sono de lado.
O sol, os presentes, a maior parte da família reunida. Se Rony parasse de se arrastar de um lado ao outro do quarto com os olhos fechados e a resmungar por o terem acordado, tudo seria perfeito. E se a mãe não a tivesse abraçado daquela maneira, sufocando-a, as coisas seriam ainda melhores. Sentiu o ar abandonando os seus pulmões lentamente e esforçou-se para conseguir respirar, enquanto Molly tagarelava com um enorme sorriso no rosto.
- Então meu amor, mais um aninho não é? Estou tão contente por você!- Gina fez uma careta aos gêmeos que se abraçavam fortemente, imitando aquela cena com algum exagero. – Então, o que queres fazer hoje? Podemos ir onde quiseres! Já falei com a Ann, a Liza pode ficar o dia todo contigo. E claro que se ela quiser pode dormir aqui contigo. O teu pai teve que sair cedo, veio cá te dar um beijo, mas ainda estavas a dormir.
Gina sorriu. Pensava que tinha sonhado quando de manhã acordara com a lembrança do seu pai a aproximar-se da cama e a ficar algum tempo junto dela. Adorava quando ele fazia isso. Um dos raros momentos em que conseguiam estar apenas os dois a conversar um pouco. Claro que se tornara um bocado difícil agora que o pai tinha de contornar Liza para chegar junto dela.
- Estava a pensar em irmos ao Beco Diagonal. Aproveitávamos para comprar o teu presente, não é?
Quando a mãe a soltou, ainda falando, Gina pode olhar com atenção as três corujas aos pés da sua cama. Errol, Betty e uma coruja de Hogwarts, cada uma delas trazendo um ou mais embrulhos. Quando Molly percebeu que estava a ser completamente ignorada, seguiu o olhar entusiasmado da filha até encontrar também ela os pacotes.
- Oh, estava-me a esquecer completamente! A tua prima não se esqueceu do teu aniversário desta vez, como podes ver. Acho que a Evy está finalmente a ganhar juízo… mas estou realmente preocupada com o que poderá estar dentro desse embrulho azul. – Sempre em silêncio, junto de Liza, o sorriso de Rony (já acordado) tornara-se meio pervertido. Só Merlin poderia dizer que espécie de pensamentos tinham atravessado a sua mente ao ouvir aquelas últimas palavras da mãe. - Os rapazes mandaram os seus presentes de Hogwarts. Errol não conseguiu com todos os embrulhos, tiveram de usar uma das corujas da escola. – Gina destapou-se apressadamente, alcançando o pequeno monte junto de Liza (que já se apressara a sentar-se na cama para seguir a ação de perto e poder guardar as suas observações para quando elas estivessem sozinhas). – Não te entusiasmes muito. Com a originalidade destes rapazes provavelmente vai ter sapos de chocolate e feijões de todos os sabores para todos os dias dos próximos meses.
Fred e Jorge franziram as sobrancelhas, contrariados. Para eles não havia qualquer mal em receber uma montanha de sapos de chocolate. Se fossem suficientes para um ano ainda melhor. Apenas supondo que tantos sapos de chocolate sobrevivessem por mais de um ou dois dias nas mãos dos gêmeos Weasley.
Gina deixou de seguir o que se passava à sua volta, estava demasiado ocupada a desembrulhar o presente da sua prima. Uma pequena caixa da mesma cor do papel que a embrulhara. Uma caixa demasiado elegante para qualquer doce e demasiado pequena para um livro ou qualquer objeto bruxo que a prima lhe poderia oferecer. Então o que seria? Abriu a caixa cuidadosamente e afastou os pequenos papéis azuis que a enchiam. Sentiu todos os olhos do quarto presos em si, à espera que ela revelasse o presente misterioso. E quando ela finalmente o tirou da caixa, segurando-o apenas com as pontas dos dedos, todos esses olhos se arregalaram. O presente da prima era talvez a coisa mais bonita que ela já vira na vida. Mais bonito até que todas as roupas e jóias caras que Liza usava. Nas suas mãos, Gina segurava agora um cordão de ouro com um pendente em forma de coração.
Era bastante leve e brilhante. Tão brilhante que ela tinha medo de o olhar diretamente, como se fosse um pequeno sol. Lembrou-se subitamente do sol que brilhava sobre o Celeiro na última tarde em que ela e Draco haviam se encontrado. Naquela tarde em que eles tinham simplesmente corrido pelo Celeiro, perseguindo-se um ao outro. Desejou mais do que nunca que ele estivesse ali. Ter-se-ia ele lembrado do seu aniversário?
O silêncio incomodava-a. Rapidamente desviou o seu olhar da jóia tão cativante, afastando também a lembrança de Draco. Voltou a sua atenção novamente para a caixa, em busca de uma mensagem da prima. Não demorou muito a achar um cartão branco com um leve relevo azul. Não teve tempo de o ler. Antes de poder sequer analisá-lo com atenção, Liza resolvera mais uma vez ser inoportuna, acabando com toda a magia do momento. Discretamente, tão discretamente que Gina mal a notara, retirou-lhe o presente da mão, levando-o consigo em busca do espelho mais próximo. Assim que se deu conta do que acabara de acontecer, Gina correu atrás dela, achando-a por fim no banheiro. Quando olhou para o espelho viu Liza segurando os seus cabelos castanhos, sorrindo orgulhosa. A bela jóia repousava no seu pescoço como se sempre tivesse pertencido ali. Só nessa altura Gina notou os oito diamantes que delimitavam o coração de ouro. Agora era impossível não os notar. Estranhamente aquele colar parecia completá-la. Toda ela era luz agora. Os seus cabelos misturavam-se com o ouro e os seus olhos brilhavam com os diamantes. Nessa altura, nem a pequena ruiva conseguiu detectar qualquer vestígio de sombra no seu sorriso. Nessa altura Liza era simplesmente brilho, harmonia e felicidade. E nem Gina conseguiu deixar de se sentir contente por ela.
- Eu disse-te que nos íamos perder. Eu avisei-te. Mas não, claro que não! A doce e maravilhosa Gina não pode prestar atenção aos conselhos do idiota do irmão mais velho! E agora onde estamos nós? – Gina encolheu os ombros, finalmente encarando o irmão. Rony parecia prestes a explodir. - Não sabes, pois não? Bestial! Queres saber de uma coisa? Eu também não! Ótimo. A sério Gina, de todos os aniversários de qualquer membro da família, este está a ser o melhor. Quer dizer, perdermo-nos no Beco Diagonal! Não é uma coisa que acontece todos os dias, não é?
- Espera até voltarmos para casa. Aí vamos os dois desejar nunca termos sido encontrados.
Rony virou as costas à irmã soltando um grito de raiva e fazendo com que todos os estranhos feiticeiros que atravessavam a rua parassem para olhar para eles. Gina encolheu-se sobre os olhares de todos aqueles homens e aproximou-se do irmão que a cobriu com um braço, arrastando-a para longe daquela multidão. Enquanto caminhavam pela rua sombria, Gina notou que grande parte daqueles feiticeiros pareciam não querer mostrar as suas caras.
- Rony?
- Diz?
- Estás muito chateado?
- Estou.
Rony arrastou-a para um pequeno espaço entre duas lojas. Um pequeno caminho que ligava aquela rua a uma outra, também desconhecida. O cheiro ali era quase insuportável. Rony encostou-a a uma parede e segurou-a pelos ombros, olhando-a diretamente nos olhos.
- Gina… acho que já percebeste que não estamos exatamente no Beco Diagonal, certo? - A irmã acenou. - Também já reparaste que gênero de pessoas que freqüentam este lugar, certo? - Gina voltou a acenar, tentando compreender a que ponto queria o irmão chegar. – Acho… acho que é melhor se tu ficares aqui. E eu for procurar ajuda. Não te quero a andar no meio desta gente.
Gina olhou-o incrédula. Ele não podia estar a falar a sério? Ia deixá-la sozinha ali? Ficar simplesmente ali à espera que ele aparecesse. E se ele não viesse? Como poderia ela aguentar a espera? Começou a sentir-se nervosa. Sentiu as suas mãos a tremerem e enfiou-as dentro dos bolsos, tentando esconder o seu medo de Rony. Apalpou os sapos de chocolate que guardara antes de sair de casa e que insistiam em tentar fugir. Ao menos não morreria de fome tão cedo.
- Eu não demoro muito, prometo. Basta ficares aqui, sem que ninguém te veja. Se quiseres ficas com o meu sobretudo para não teres frio. Gina por favor, fala comigo.
- Eu não quero ficar sozinha. Eu vou contigo.
Rony abanou a cabeça bruscamente como se tivesse acabado de entrar num qualquer estado de negação. Passaram algum tempo em silêncio, Rony concentrado nos seus pensamentos e Gina observando-o. Rony era estranho. Passava mais da metade do tempo em que estava acordado a ajudar os gêmeos a dificultar-lhe a vida e depois tomava uma qualquer atitude que a fazia arregalar os olhos e desconfiar se aquele era mesmo seu irmão. Mas Rony era assim, fechado sobre o seu próprio mundo e não permitindo a entrada de ninguém. Se analisasse bem as atitudes de Rony, até que ele era parecido consigo. Ele tinha é sorte por haver mais um Weasley a seguir dele, principalmente sendo uma menina. A sua vida teria sido horrível se ele fosse a única cobaia dos gêmeos.
- Gina, eu não te quero deixar sozinha, mas antes escondida aqui sem mim que a andar por estas ruas comigo. Eu prometo-te, eu juro-te que vou tentar achar ajuda o mais rápido possível. Não deve ser assim tão difícil achar alguém minimamente simpático no meio destes deformados cheios de complexos.
Gina sorriu ao ouvir aquele comentário, embora duvidasse bastante das possibilidades dele ser verdadeiro. Levantando a cabeça e olhando o irmão nos olhos, acenou. Ao menos que desse alguma confiança ao irmão que parecia tão decidido a protegê-la.
- Tens frio?
- Não.
Rony acenou e passou a mão pelos cabelos ruivos de Gina. Depois se levantou e abandonou-a, andando rapidamente. E foi ali que Gina ficou durante muito tempo, encolhida no chão, tentando permanecer invisível a todos os que passassem. Já estava a pensar em ir atrás de Rony quando uma voz conhecida lhe chamou a atenção. Voltando a cabeça, pode ver um homem loiro de aspecto ameaçador. E atrás dele estava um rapaz também de cabelos loiros que ela conhecia muito bem.
Draco debruçou-se sobre o papel, ignorando os pulos do elfo, ao seu lado. Releu tudo o que já tinha escrito e por fim assinou. Olhou para o envelope que Dobby lhe trouxera, negro como todos os outros, e franziu as sobrancelhas em desagrado. As tradições da casa diziam que todas as cartas escritas por um Malfoy deviam ser enviadas dentro de um envelope negro. Mais uma das formalidades da família. Draco sempre cumprira essa ordem, mesmo sabendo que o seu pai provavelmente nunca saberia das cartas que ele enviava a Gina. Mesmo tendo nascido entre os Malfoy e sendo um, Draco nunca possuíra o perfil que Lucius procurava. O pai sempre se encarregara de lhe deixar isso bem claro. Como precaução, Draco decidira há muito tempo agir como o pai queria, mesmo não gostando da maioria das coisas que era obrigado a fazer.
Desta vez seria diferente. Se a sorte estivesse com ele, o seu pai nunca descobriria a existência daquela carta, então porque não dar um pouco de alegria a Gina naquele dia? Nem que para isso tivesse de fazer coisas como usar envelopes cor-de-rosa. Estendeu o envelope ao elfo sem o olhar.
- Muda-o de cor. Algo mais vivo…
- Sr. Malfoy, Dobby acha que seria melhor para o menino se deixasse isso para depois. Mestre Lucius não vai ficar muito contente se o senhor chegar atrasado.
- Se Dobby parasse para pensar um bocado percebia que o mestre nunca pediu a sua opinião.
Draco lançou a sua pena sobre a escrivaninha. Machucou o envelope e encostou-se na cadeira, encarando o teto. Não valia a pena continuar assim. O elfo interrompia-o de cinco em cinco minutos. Talvez ele não tivesse culpa. Muito provavelmente Lucius mandara-o ali para que ele deixasse o filho realmente irritado e o levasse a tomar uma atitude de um verdadeiro Malfoy. Um verdadeiro Malfoy. Como se Draco pudesse abrir um dicionário e descobrir qual a definição dessa palavra tão temida. Olhou para o elfo com uma expressão ameaçadora, tentando demonstrar-lhe assim que não gostava mesmo nada dos seus comentários. A julgar pela cabeçada que a criatura dera na mesa de cabeceira, logo em seguida, fora bem sucedido.
Sacudiu a cabeça tentando esquecer a súbita vontade que sentiu de matar o elfo. Tinha de pensar que aquilo fazia parte da natureza dele. Se o pobre tinha nascido com um neurónio a menos e com uma tendência suicida, que ninguém o culpasse por isso. Quando o elfo por fim acabou a sua dura tarefa, Draco voltou a estender-lhe o envelope machucado, que em segundos estava novamente impecável e transfigurado para um azul cobalto suave.
- Perfeito. Agora, falta o presente.
Olhou para o envelope azul como se este lhe pudesse trazer alguma inspiração. Nada. A sua mente estava completamente vazia. Não tinha idéia nenhuma do que poderia dar a Gina. Ao seu lado, Dobby torcia as mãos, fazendo um grande esforço para permanecer calado.
- O que se dá a uma menina que faz oito anos? - O elfo deu um grande sorriso, preparando-se para responder. Para aquela pergunta ele tinha uma resposta.
- Bem, Dobby acha que meninas como Miss. Parkinson querem jóias.
- Não. Ela não é como a Pansy. É mais especial…
- Hum… se ela não é como senhorita Parkinson, Dobby acha que ela deve ser uma boa menina.
Draco arregalou os olhos. Tinha mesmo ouvido aquilo? O elfo teria percebido o acabara de dizer? Se o seu pai estivesse ali, Dobby não viveria para ver mais um nascer do sol. Ele acabara de dizer que Pansy era uma má pessoa. Viu-o encolher-se e levar as mãos à boca como se tivesse dado conta do que dissera.
- Sabes o que acabaste de dizer?- disse Draco procurando soar ofendido.
O elfo correu imediatamente para junto do candelabro, para voltar à sua prática de mortificação corporal. Assustado e horrorizado com o que acabara de fazer. Antes que pudesse começar às cabeçadas, Draco tirou-lhe o pesado candeeiro das mãos e abriu um pequeno sorriso, o máximo que poderia conceder a qualquer elfo da casa.
- Tens razão. - Soltou uma pequena gargalhada enquanto olhava para o elfo. - A Pansy é horrível… - Dobby olhou-o com os seus grandes olhos de elfo arregalados como se não acreditasse no que o mestre acabava de dizer.- E já sei exatamente o que vou dar a Gina!
O elfo suspirou aliviado. Era um grande golpe de sorte: tinha sido insolente para com o seu mestre, ofendido um dos amigos da casa e em compensação o jovem Malfoy descobrira finalmente o que ia dar à amiga desconhecida e concordara com ele? Aquele estava a ser um bom dia. E Draco Malfoy era sem duvida uma pessoa simpática se o comparasse com todos os outros Malfoy e Black. Parecia quase humano.
- Dobby acha realmente que é melhor que o senhor se apressar. Mestre Malfoy já deve estar à espera.
Draco acenou, olhando o relógio. O pai já devia estar lá em baixo a bater com a sua bengala na porta, como sempre fazia quando Draco o deixava à espera durante muito tempo. Receberia mais um sermão quando descesse. Pelo menos dessa vez Lucius teria razão.
Enquanto se dirigia ao armário para escolher a sua roupa, lembrou-se do quanto o elfo tinha demonstrado ser útil. Chamou-o e esperou que a criatura chegasse junto dele. Debruçou-se para retirar um manto negro do armário e enquanto o fazia, comentou casualmente, como se dissesse aquilo todos os dias.
- Tenho de começar a tratar-te melhor.
O elfo sorriu e a sua face adquiriu um leve tom verde (corou a maneira dos elfos). Em silêncio, Dobby ajudou-o a vestir e mais tarde desceram juntos a grande escadaria da casa dos Malfoy. O elfo levava indicações para, assim que chegassem ao Beco Diagonal se escapulir para a Roalty Covering, onde compraria a prenda da misteriosa amiga do seu mestre, que tanta alegria trouxera à sua vida.
Quando Sr. Weasley percebera a ausência dos seus dois filhos mais novos, toda o Beco Diagonal se tornara uma confusão de feiticeiros e feiticeiras em busca das duas crianças desaparecidas. Os rapazes gêmeos e a menina de olhos dourados tinham sido despachados para dentro de uma das lojas com sérios concelhos para não abandonarem o local e sobre o olhar do dono que espreitava por detrás do balcão. A mãe, Molly Weasley, juntara-se às buscas até os nervos tomarem conta dela, fazendo-a desabar no banco mais próximo. O que não dava ela naquele momento para ser alvo de mais uma das tropelias da equipa Weasley.
Na velha e poeirenta loja de velharias, os gêmeos e Liza acabavam de se juntar atrás de um par de grandes caldeirões de estanho, decidindo o que fazer a seguir. Desde que tinham sido enfiados ali dentro que ansiavam um momento para poderem conversar e engendrar o plano que os tiraria dali. A oportunidade surgira quando o velho e embirrento dono do local fora obrigado pela mulher a retirar-se.
- Então, o que fazemos? – Fred abordou o assunto, olhando entusiasmado de dentro da loja para a confusão habitual do Beco Diagonal.
- Esperamos pela mãe enquanto rezamos? – respondeu Jorge.
Liza revirou os olhos. Aqueles dois eram impossíveis. Mesmo com os seus dois irmãos mais novos desaparecidos continuavam a ser as mesmas pestes de sempre. Olhou para as suas mãos que ainda seguravam o embrulho que trouxera da Floreios e Borrões. A prenda de Gina. Quando ela pedira aos gêmeos para manterem a menina afastada por uns momentos para que lhe pudesse comprar a prenda de anos, não esperava que aquilo fosse acontecer. A grande ironia era ela ter agora nas mãos o presente que tanto lhe custara a encontrar, quando tinha perdido a pessoa a quem o queria oferecer. Deixando os gêmeos agachados junto aos caldeirões, procurou um saco onde pudesse depositar o presente. Já começava a ficar machucado. Se continuasse a apertá-lo entre as mãos daquela forma teria de fazer um novo embrulho. Isto claro, se tivesse alguém a quem o entregar. Algo estranho se passava, ela nunca ficava assim quando estava nervosa…
- EI! Emily! Vem cá!- um dos gêmeos chamou-a do outro lado da loja, eufórico.
- Não me chames disso. É Liza! Por amor a Merlin! É preciso repetir de novo? L-I-Z-A! LIZA!
O gêmeo revirou os olhos impaciente. Como se estivesse realmente ansioso. Liza apressou-se a retirar uma velha mochila de couro de uma das prateleiras poeirentas e a pôr o embrulho lá dentro. Depois, correu até junto dos dois caldeirões, onde Fred e Jorge, agora de pé, apontavam para o outro lado da rua, estáticos. Liza olhou imediatamente na direção em que eles apontavam. Nada. A habitual confusão do Beco Diagonal. Os gêmeos estavam novamente a gozar com ela, certamente. Mas depois o viu. Vermelho e ofegante como se estivesse estado a correr por muito tempo e muito depressa, com a sua cabeleira vermelha colada à cara.
Sem prestar atenção alguma ao dono da loja ou às pessoas que estariam supostamente a olhar por eles, alcançou Rony, ajoelhado no meio da rua. Os gêmeos correram atrás dela, baixando-se para ajudar o irmão. E a primeira coisa em que Liza reparou, foi que o rapaz estava sozinho.
Longe dali, perto da Roalty Covering onde um elfo acabara de deixar os seus mestres para cumprir ordens, Draco Malfoy avistou uma pequena menina ruiva encolhida no chão e olhando-o de frente. Ficaram muito tempo a fitarem-se, ambos de sobrancelhas franzidas, ambos ansiosos para poderem falar um com o outro.
Isso aconteceu antes de Draco perceber que Gina estava exatamente no meio do caminho que separava Lucius Malfoy da conhecida loja de Magia Negra, camuflada num beco escuro, longe dos olhares do Ministério. E nem queria pensar no que aconteceria quando o pai notasse a sua presença.
N/A: Lamento o atraso. Não pretendia demorar tanto tempo com a actualização mas surgiram uma série de problemas e eu tive de me afastar da internet por uns tempos. Espero que ainda tenham a mesma vontade de ler. Enviei já o 7º capítulo para a Lanlan, minha querida beta Portanto não deve demorar muito.
Escrevi por fim o meu perfil. Está minimamente decente, melhor do que eu esperava. P Coloquei também os linnks para as capas desta fic e da minha song. Se puderem comentem também as capas.
Então o que acharam deste capitulo? Eu digo sempre o mesmo, mas este realmente não foi dos meus favoritos. Como foi escrito antes de eu ir de férias, foi meio sobre pressão. Espero que tenham gostado. Sim, sim, sim, Lucius e Ginny no proximo capítulo.
Achei que gostariam de saber que daqui a dois capítulos o Draco vai para Hogwarts. Provavelmentedaqui a três capítulos (que também podem ser quatro, conforme as coisas correrem) a Ginny e a Liza vão para Hogwarts.
Agradecimentos à minha querida amiga Sul, como sempre. E claro, à minha beta
Miaka: Obrigado. Como já disse, daqui a 3/4 capítulos temos as crianças todas em Hogwarts. Espero que pelo menos seja mais fácil de escrever, visto que já tenho mais informação. Já estou a ler o 1º livro de novo para poder encaixar. Ainda bem que você gostou.
Siiininha Malfoy: Muito Obrigado! Deus, essa é a melhor review que eu poderia ter lido nesta altura! Estou numa fase meio complicada da minha vida e acredite que se pudesse tentava escrever mais e actualizar mais vezes. Muito, mas mesmo muito obrigado! Quando ao Draco, eu bem que tento, mas ele acaba sempre poraparecermenos.No capítulo 8 espero conseguir fazer com que ele e a Lizaapareçam muito mesmo. Já escrevi algumas partes desse capítulo e das conversas entre Draco e Liza, que terão o seu primeiro encontro P
Serena R. Black: Obrigado também. E obrigado de novo e de novo e de novo. A actualização está aqui. Também você, perdoe-me pela demora.
