Prelúdio


Kykiou atravessou a sala de estar a passadas lentas. Deteve-se em uma grande janela e admirou a vista; Tóquio estendia-se luminosa e agitada a sua frente. Olhou a sua volta: a sala ainda bagunçada do dia anterior, pratos sujos em cima da mesa, a jaqueta de Inu Yasha ainda jogada no sofá, seus livros empilhados na mesinha de canto. Permaneceu parada. O cheiro do ambiente era sufocante e dava-lhe náusea, mas ela esperava paciente.

Yô...

Inu Yasha vinha em uma corrida frenética pelas ruas da cidade. O carro já estava todo arranhado e batido, e ele cada vez mais acelerava. O velocímetro marcou 120, 140, 150.

Umi...

Um estalo, a porta já se encontrava aberta. Passos abafados. Uma risada fria.

- Estava me esperando, querida Kykiou?

A pergunta cortou o ar e atingiu Kikyou; um arrepio frio tomou conta da mulher que continuava parada.

- Acho que eu deveria dizer que sim. – respondeu com desprezo, admirando-se da frieza com que sua voz saia – Entretanto acho o senhor muito mal educado, não se apresentou ainda. – e virando-se para encarar o homem perguntou – Ou será que não tenho o direito de saber o nome da pessoa que irá me matar?

Kaze...

Inu Yasha fazia curvas tão fechadas que era um milagre já não ter acontecido um acidente. Todas as loucuras que fazia não haviam passado despercebidas pela polícia que o seguia.

- Kuso. – resmungou e acelerou ainda mais.

Iwa...

Kikyou sentiu algo salgado em sua boca; ainda não havia percebido, mas lágrimas rolavam em sua face percorrendo os contornos delicados de seu lábio.

- Não acho que você esteja em condições de exigir nada. – desdenhou a voz, aproximando-se.

- NÃO ENCOSTE! – gritou, as mãos do homem a poucos centímetros de tocarem-na – Acho que você esqueceu um detalhe. – fazia um grande esforço para que a voz soasse segura, tinha a visão embaçada pelas lágrimas – Holókauston.

- MALDITA!

Un...

Inu Yasha parou em frente ao prédio onde morava. Um forte clarão de chamas vinha do andar de seu apartamento. Correu do carro para o prédio, o coração acelerado parecia que não caberia mais em seu peito. Os policiais atônitos o seguiram, o sétimo andar do prédio estava em chamas.

...Hi

Mizu

Ten
Tsuti

Eien...


Esse é apenas o começo. Foi engraçado que a primeira vez que eu publiquei essa fic me mandaram um review assim: "Estou adorando a história, uma fic em que a Kikyou morre no primeiro capítulo deve ser muito boa." Nhai, eu adorei isso!! Bom, eu reformulei a fic e eu gosto (um pouquinho) do barro velho... Sobre as palavrinhas em itálico, isso eu só revelo na próxima atualização. Deixem comentários e façam uma criança feliz!

Meus agradecimentos ao Mestre Sai que betou a fic para mim.

Sf-chan