Respostas às Reviews do Capítulo Anterior:
Lilibeth: O relacionamento entre esses dois, na minha visão, sempre será competitivo. Acho que esse é um dos motivos pelo qual gosto desse casal. Eu não gosto muito daquele lance de eternos pombinhos...
Youko Julia Yagami: Calma. Não vai me matar hoje, tá, eu sei que este capítulo está curto, mas foi o melhor jeito que achei de dividir. E amanhã tem mais.
Karla Malfoy: Puxa, ninguém jamais me falou isso! Você diz essas coisas lindas de um jeito que é só seu e depois diz que é repetitiva... Obrigada, lindinha.
Marck Evans: Você tem tanto talento que só ao recontar a minha história parece que lança novas luzes sobre as coisas. Minhas histórias ficam melhores quando você reconta!
Miwi: Realmente, aqui os personagens são melhor trabalhados, mas é porque a série gótica é para ser uma colcha de retalhos mesmo. Enfim, cada leitor tem suas preferências. A minha preferida é a série Mandala, com todos os seus altos e baixos. Obrigada por seus comentários - você é uma ótima escritora, e uma pessoa crítica, e isso me faz valorizar ainda mais suas palavras.
FabiChan: Você entendeu ou não, afinal? Rs. Fabi, eu não tenho nenhuma fic escondida, não. Mas algumas ficam só no meu site, porque é proibido postar certo tipo de fics aqui, você não sabia? Não tem rastreador no meu site, só um sistema que diz o conteúdo dele se o seu computador tiver uma babá eletrônica. (Agora que você não entendeu mesmo, né?)
Desculpem, o capítulo ficou curto mesmo. É que é difícil dividir essa história. Mas amanhã tem mais.
Capítulo 3
— Potter, precisamos ir até a cabana de Hagrid colher algumas ervas e raízes.
— Tudo bem.
Harry largou o livro que Severus o mandara ler, a respeito de poções alteradoras do estado de consciência, e acompanhou-o pelos corredores das masmorras, depois escada acima. Atravessaram o Grande Salão e saíram do castelo.
O sol estava brilhando forte naquele dia, e criava reflexos coloridos sobre as águas do lago.
— O que vamos colher? — perguntou Harry.
—Echinacea... Sabe me dizer para que serve?
Não esperava receber uma resposta coerente. No entanto, mais uma vez o aprendiz o surpreendeu.
— A Echinacea é usada em poções contra infecções, e para aumentar a resistência do corpo.
Severus arqueou uma sobrancelha.
— Nada mal. Mas sua resposta não está completa.
— Er... Serve como afrodisíaco também.
— Ahá. Isso mesmo. Vamos colher também Belladonna.
— Que é venenosa, mas serve também como antisséptico, em doses pequenas. E para a Poção Emudecedora.
— Exato.
— Er, está pensando em preparar uma Poção Emudecedora? — perguntou Harry, com o vento fresco soprando-lhe os cabelos revoltos.
— Não é má idéia, Potter. Você deveria tomar um cálice todas as manhãs.
Harry ergueu os olhos para o céu e teve de piscar, devido ao sol forte. Não viu, assim, o leve sorriso que pairava nos lábios de Snape.
— Vamos pegar também algumas raízes de margarida.
— Para a Poção Encolhedora, que você ensinou no terceiro ano.
— Ah, você se lembra bem dessa...
— Claro. Você mandou Ron picar as raízes de margarida e me mandou descascar o figo da Abissínia de Malfoy, que estava fingindo estar machucado.
— Fingindo! Ele foi atacado por um hipogrifo!
Harry suspirou bem alto, e Severus teve vontade de... esganá-lo? Estapeá-lo? Jogá-lo ao chão e possuí-lo ali mesmo?
Haviam chegado à cabana. Severus guiou seu aprendiz até os fundos, onde, protegido por um portão apenas encostado, havia um canteiro de ervas.
Severus orientou Harry sobre como colher cada uma das plantas. Como não machucar as folhas, não danificar os nós das raízes. As peculiaridades e idiossincrasias de cada planta. Algumas delas só podiam ser colhidas na lua cheia, mas não era o caso daquelas.
Severus mostrou a Harry a Scabius, que exibia suas flores azul-púrpura, e contou-lhe a lenda segundo a qual o diabo encontrara a planta, também conhecida como "Devil's bit" ("Mordida do Diabo"), no Paraíso e, percebendo como ela poderia ser boa para a humanidade, arrancara parte da raiz com os dentes para destruí-la. A planta continuara florescendo apesar disso, mas com uma raiz truncada.
— Potter, na próxima lua cheia eu vou ter de lhe pedir para vir aqui plantar algumas sementes. É melhor que... er... que você esteja nu.
Harry arregalou os olhos. Severus não pôde deixar de imaginar aquele corpo pálido e esguio esgueirando-se por aquele canteiro, à noite, o luar banhando-lhe as curvas e... Engoliu em seco, e pigarreou.
— É parte do ritual, Potter. Certas plantas... têm preferências estranhas. O asfódelo, por exemplo, precisa ser cultivado perto de túmulos. É por isso que não há nenhuma plantação de asfódelos aqui. Nós os cultivamos... em um lugar especial. Há muitos mistérios ocultos neste castelo — murmurou Severus, em voz grave.
Os olhos verdes brilharam.
— Gostaria que me mostrasse pelo menos alguns desses mistérios...
— Todos os que forem necessários para o seu aprendizado — respondeu Severus, tentando ser profissional.
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Enquanto Potter trabalhava para repor os estoques de Pomfrey — em poções simples, que não exigiam a atenção do Mestre —, Severus trabalhava na redação de um livro sobre poções. Já que não podia produzir nada de novo, podia, ao menos, registrar certas descobertas que fizera ao longo de sua carreira. Era uma forma de se distrair do drama de sua impotência mágica, de superar a sensação de inutilidade e... de não ficar olhando para Potter o tempo todo, e fantasiando cenas impossíveis.
O grito entusiasmado do garoto interrompeu-lhe as reflexões.
— Mestre, veja só que interessante! Como o nosso estoque de presas de basilisco havia acabado, eu utilizei pernas de tarântula e, ao que parece, em vez de obter uma poção regeneradora do sangue, esta poção regenera tecidos humanos!
— Você é louco, Potter? Passou uma poção desconhecida em sua mão? E em um local onde havia uma ferida exposta?
— Eu sei, eu sei. Mas eu sabia que daria certo. E veja só, minha pele, que eu machuquei ontem cortando espinhos de porco-espinho, agora está perfeita! Não é fantástico?
Severus olhou para o rosto de Potter, surpreso. O garoto irradiava entusiasmo. A única pessoa que Severus já vira vibrar assim por causa de uma poção fora... ele próprio, na idade de Harry.
Harry estava mudando. Aonde aquilo os levaria? Severus não conseguia mais pensar em não ter junto a si aquele garoto impossível. Não podia se permitir ter tais sentimentos de dependência. Afinal, ele era um Squib, e Harry era um bruxo poderoso. Não poderia prender Harry junto a si, impedir seu desenvolvimento.
— O que foi? — Harry segurou-lhe o ombro com a mão, apertando-o de leve. — Há algo o preocupando? Precisa de alguma coisa?
A pele parecia incendiar-se no ponto em que o garoto a segurava. Severus se desvencilhou dele bruscamente.
— Não, Potter. Não preciso de nada.
— Por que... por que você me evita?
— Naturalmente que você, em sua arrogância, espera que todos fiquem de joelhos a seus pés.
Enquanto falava, Severus corou, pensando no duplo sentido de suas palavras.
Harry piscou.
— O quê? Por que isso, de repente? Achei que havíamos superado essa fase.
— Você... pode imaginar o que é não ter magia?
Harry arregalou os olhos, depois baixou a cabeça.
— Não. Sinto muito. — Então ergueu a cabeça de novo. — Mas eu não o respeito menos porque você não tem mais poderes. Você ainda é forte e corajoso. Eu não me sinto superior a você só porque...
— Chega, Potter. Essa conversa não vai a lugar algum, e estou cansado.
Continua...
