Respostas às Reviews do Capítulo Anterior:

Antes de mais nada, Querubyn, se você estiver lendo isso, um forte abraço!

Miwi: É verdade, eu prefiro escrever diálogos. Eu não sou uma pessoa observadora na vida real, por isso sou péssima em descrições e ação, qualquer coisa que necessite d-e-t-a-l-h-e. Que bom que você vê fluidez nos meus diálogos. Eu acho que eles são um tanto acima do padrão da fala, sabe? Quem escreve diálogos mais próximos à nossa fala real é o Marck Evans. Mas não adianta, eu não consigo escrever "errado", como diria a chata da professora de português na escola!

Marck Evans: Ah, mas nós todos somos noveleiros aqui, esperando o último capítulo de "As Quatro Estações"...

Paula Lirio: Como você disse, é muito difícil para ele, viver sem seus poderes e, ainda por cima, estar apaixonado por um pirralho que é o maior herói do mundo mágico. Tadinho. Que bom que você está gostando da história!

Konphyzck: Como é que eu consigo escrever? Acho que, no fundo, eu sou uma romântica. Suspiro. No fundo?!

Youko Julia Yagami: Ah, pobre Sev. Entendo que vocês esperassem que ele fosse espiar o Harry, do jeito que eu escrevi e parando onde parei. Mas não, eu não o colocaria numa posição tão ridícula! (Não nesta história, pelo menos.)

MEL MorganWeasley: Nossa, a tua review me deixou emocionada. Você escreveu uma fic por causa de uma história minha? Puxa, eu não sabia de nada. Vou ler! Quanto a Baphomet, pretendo escrever a continuação após ler o sexto livro. Agora já sabemos que ele sairá em julho. Portanto, é quando começarei a escrever. Obrigada por tudo o que você me disse! Por que você não entra no "Potter Slash Fics"? Ou já entrou? A gente se diverte muito por lá, e você tem fãs lá dentro!

Karla Malfoy: Ha, eu sei, às vezes eu devia incluir umas notas explicando as palavras mais difíceis, né? Sempre esqueço de fazer isso. Sev tava estranho? Neste capítulo ele vai continuar estranho, mas no fim acho que vai ficar mais claro o que ele está sentindo.

Baby Potter: Ah, você pensou o mesmo que a Youko (e a MEL também). Culpa minha, parecia mesmo que isso ia acontecer. Mas não, ele só tava fantasiando.

Fabi - Chan: Oba! Mas não comece pela série Gótica, é muito dark. Leia "Baphomet" e a série "Mandala" - devagarinho, senão você vai ter uma overdose!

Capítulo 4

Foi então que Severus percebeu que não havia mais como adiar: Potter teria de aprender a fabricar a Wolfsbane, pois o estoque da poção acabara, e Lupin necessitava dela.

Para começar, havia certas ervas que Potter não encontraria sem a sua ajuda.

— Potter, hoje eu vou lhe mostrar um dos mistérios deste castelo — avisou ele, assim que o aprendiz entrou de manhã em seu laboratório.

Severus o conduziu até o quarto andar e deslocou um espelho.

— Mas... essa passagem está bloqueada.

— Apenas para os que não sabem a palavra secreta — respondeu Severus, empinando o queixo. — Esta passagem foi bloqueada porque certos estudantes insubordinados a estavam usando para ir a Hogsmeade. Mas não é só a Hogsmeade que ela conduz. O encanto é Tumulus Rubeus Petra, Potter.

Tumulus Rubeus Petra.

As pedras que bloqueavam a passagem se dissolveram e os deixaram entrar, fechando-se logo em seguida.

Eles seguiram por aqueles sinuosos túneis escuros de paredes viscosas. Em certo momento, o leve ruído de seus cautelosos passos foi quebrado por um deslizar e um grito sufocado. Severus se virou para trás em um átimo e, tateando, encontrou Potter estirado ao chão.

— Potter?

— Eu estou bem. Não se preocupe.

O garoto já tentava se erguer, apoiando-se nas paredes viscosas. Severus estendeu-lhe a mão.

Eles continuaram sua jornada. De repente, Severus parou e deslocou algumas pedras na parede do túnel, revelando uma escadaria. Uma interminável série de degraus carcomidos conduziu-os a um alçapão e, então, ao ar livre, a um gramado, com apenas um imponente túmulo em pedras vermelhas.

Harry aproximou-se do túmulo, provavelmente curioso para ler a lápide.

— Godric Gryffindor! — exclamou, virando-se para Severus com ar interrogativo.

Severus apenas assentiu.

— E o que quer dizer: "Nunc non micat in tenebris"?

— "Agora já não brilha na escuridão."

— Devia ser um mago muito poderoso...

Como você, Severus não pôde evitar pensar. O garoto estava completamente marrom e verde, coberto de limo e, ainda assim, sua magia brilhava.

Severus começou a colher as ervas de que precisava ao redor do túmulo.

— Veja, Potter, este é o asfódelo.

— Eu sei. E você está colhendo também Star anise. Como consegue cultivá-la aqui, com esse clima?

Quem te viu e quem te vê, Harry Potter. Severus se surpreendia cada vez mais com seu aprendiz. Aparentemente, ele andava lendo até livros de Herbologia.

— São sementes encantadas.

Harry assentiu. Então olhou ao redor, depois novamente para Severus.

— E os outros fundadores, onde estão enterrados?

— Hufflepuff e Ravenclaw estão em uma cripta dentro do castelo. Quanto a Slytherin, não morreu em Hogwarts, e ninguém jamais encontrou seu corpo.

— No meu quinto ano, a canção do Chapéu dizia que eles haviam sido amigos, Gryffindor e Slytherin. Não sei por quê, mas eu gosto de imaginá-los muito próximos. Como amantes.

Os olhos verdes encontraram os seus, e pareciam incendiá-lo. Tentou quebrar o encanto sendo profissional.

— A atração dos opostos é muito importante na alquimia.

— Acha mesmo que... Gryffindor e Slytherin são opostos? Eu... não sinto assim. Quero dizer, falando de maneira geral.

— É porque ninguém é puramente apenas um Gryffindor ou um Slytherin.

— Eu sei. O Chapéu me disse, na Cerimônia de Seleção, que eu tinha várias qualidades de Slytherin.

Severus arqueou uma sobrancelha.

— Chapéu idiota. A mim ele disse que eu possuía várias qualidades de Gryffindor.

— Bem, o senhor é um dos magos mais corajosos que já conheci.

Severus sentiu-se corar, e resolveu mudar de assunto.

— Vamos voltar. Já temos todas as ervas de que precisamos.

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Passaram dias e dias nos minuciosos detalhes da intrincada poção. Muitas e muitas vezes tiveram de recomeçar tudo do princípio, pois a poção não admitia a menor falha. Mas, ao fim de uma semana de árduo trabalho, Severus examinou a poção e... balançou a cabeça em aprovação.

Harry abriu um sorriso estonteante, e se jogou em seus braços.

Severus passou os braços ao redor da cintura do jovem mago.

Surpreso consigo mesmo, Severus temia estragar a magia do momento. Separaram-se sem dizer nada.

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Era cada vez mais difícil resistir à proximidade de Harry. Severus vivia em estado de semi-ereção.

O fato de se masturbar todas as noites e todas as manhãs dizendo o nome de Harry com a voz abafada pelo travesseiro não melhorava em nada a situação.

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Severus havia aprendido a fazer chá à moda Muggle. Era uma boa distração. À hora do chá, ele chamava Harry, eles se sentavam à mesa, conversavam.

O Diretor mandara construir uma cozinha para ele em seus aposentos particulares, que ficavam aos fundos do laboratório.

Naquele dia, pela primeira vez, Severus estava fazendo um bolo. De chocolate. Porque era algo que Harry e ele tinham em comum — a paixão pelo chocolate.

Quando o bolo ficou pronto, Severus desligou o forno, ferveu uma chaleira com água, preparou o chá e voltou ao laboratório, deixando a porta de seus aposentos aberta.

— Que cheiro delicioso! — exclamou Harry.

Severus não disse nada, e viu Harry retomar o trabalho de mexer mais uma poção curativa. Andou pelo laboratório. Tudo estava no lugar certo, e a poção não demandava maiores atenções. Poderiam muito bem apagar o fogo e retomá-la mais tarde.

— Pausa para o chá, Potter.

Harry levantou a cabeça e seu rosto se iluminou.

Harry ficava feliz com coisas tão simples. Como ele podia ser assim?

Depois, à mesa, o garoto confessou:

— Quando minha tia fazia bolo, eu nunca podia comer.

Severus, que estava cortando o bolo em fatias, estancou. Um misto de ódio, culpa e afeto o inundou. Tentando sufocar o sentimento que o confundia, passou uma fatia de bolo a Harry e se sentou em frente a ele.

Tomou um gole de chá enquanto observava a expressão deliciada do garoto comendo o bolo.

— Hmm, ficou delicioso. Muito melhor que os bolos dos elfos.

Severus tomava um gole de chá atrás do outro tentando dissolver aquele nó em sua garganta e, junto, aquela voz dentro de si que insistia em dizer: eu nunca vou deixar de dividir nada com você. Tudo o que é meu é seu também, Harry. O bolo, o chá, as poções, a minha vida estúpida. Pena que eu tenha tão pouco a lhe dar.

Percebeu que se desconectara da realidade, que ficara olhando para o rosto de seu aprendiz como um idiota.

— O que foi? — perguntou o garoto, tocando-lhe o ombro com suavidade. — O que você tem?

— Nada.

— Oh. Você divide o bolo comigo, mas não seus problemas — sentenciou Harry.

Severus engoliu em seco.

— Se... se meus poderes não voltarem em menos de dois meses, o Ministério vai me aposentar por invalidez. E eu serei um completo inútil. Não poderei nem mesmo continuar sendo seu Mestre.

O rosto de Harry se tornou sombrio.

— Eles não podem fazer isso! Não depois de tudo o que você fez na guerra!

— Oh, eles vão me dar uma bela pensão por invalidez como vítima da guerra.

— Então nós poderemos, sei lá, montar um laboratório!

— Em um ou dois anos, você não vai mais precisar de mim. Terá aprendido tudo o que eu sei, e poderá dirigir o laboratório sozinho.

— Em um ou dois anos, então, nós veremos o que fazer.

Nós. Desde quando havia um "nós"?

Continua...