Lili: você faz poesia na hora de me mandar reviews! Brigado

Hikary: Que bom que vc gosta. Eu tb quero saber como vai ser o primeiro beijo. Eu sei quando, mas ainda não sei como.

Paula: Eu tenho um carinho especial por essa cena do Draco com o Lobo, estava doido para chegar nela logo. Continuo achando que não é bom mexer com quem vc gosta, esse lance da varinha no nariz foi assustador.

Ptyx: Brigado, me sinto o máximo quando vc me manda review.

Morti, Lindinha: Estou gargalhando ao imaginar a cara do Draco ao ser confundido com o Colin. (certo, eu assumo: estou começando a tratar o personagens como pessoas, primeiro indício de loucura incurável.) O Draco é um fotógrafo sensível, artístico; o Colin é um paparazzo perseguindo celebridades como o Harry. Saudades de vc.

Querubyn: O Draco e o Remus vão ficar juntos no capítulo p/p/p/p/ um pouco depois de p/p/p/p/ e logo antes p/p/p/p/. Estou imaginando a cara do Snape ao ser chamado de fofo.... Obrigado pelos elogios.

Viviane: Pois é o Draco começou a viver, e o Sev e o Harry ainda vão pegar fogo.

Persephone Dartmoor: Eu achei a imagem dos dois de braços abertos no alto de uma colina tomando chuva tão legal que resolvi deixar o Remus babando um pouquinho. rs. nick legal o seu.

Momoni: Uma hora o Draco percebe. Eu adoro chuva.

Bárbara: que bom que vc enxerga as coisas desse jeito. Sexo é muito bom, mas sentimento é melhor.

Depois de dias confusos, viagens importantes e de alguns dias trabalhando no escritório do cliente, onde definitivamente não dá para navegar na net eu resolvi jogar cartas e tomar cerveja no final de semana. Pois é! Estive praticamente off por 10 dias, mas agora atualizei. Espero que vcs, assim como eu, gostem da magia dos eclipses.

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Parte III – Primavera

Época de Renascer

Capítulo X – Eclipse

Londres – 22/05/1999

Harry Potter:

Um final de semana com Severus em Londres é um acontecimento raro. Quando sugeri ficarmos no apartamento vazio de Remus ele quase desistiu, mas, no final das contas, acabou cedendo. Primeiro eu tive de ter a certeza absoluta de que Remus não viria em hipótese nenhuma esse final de semana. Merlin! Tem horas que Severus realmente é complicado.

Passamos a manhã na cama e, depois de um almoço calmo no Caldeirão Furado, viemos dar uma volta no Beco Diagonal. Acho que provocamos um escândalo.

Severus já relaxou com a situação. Parou de pensar que vou deixá-lo a qualquer momento. Apesar de manter a típica expressão de Bruxo-Perigoso-Não-Se-Aproxime, eu sinto o humor dele muito melhor. A tensão de esconder todo o tempo o que sentíamos estava nos fazendo mal.

Eu o acompanho à Floreios e Borrões, e ele senta-se ao meu lado enquanto tomo um sorvete. Severus é a única pessoa que eu conheço que realmente não gosta de sorvete. Depois nos separamos, eu vou à Artigos de Quadribol e ele se enfia na farmácia. Combinamos de nos encontrar no Caldeirão Furado para uma cerveja antes de voltarmos para o apartamento. Eu deveria estar lá há meia hora, mas encontrei tanta gente que acabei me atrasando. Parece que a maioria dos meus colegas de escola que sobreviveu à guerra resolveu vir às compras hoje.

Entro no pub acompanhado de Neville, e vejo Severus lendo um jornal, sentado em uma mesa isolada. Despeço-me de Neville, que ainda cultiva o mesmo medo de Severus que o paralisava na escola, e me dirijo à mesa.

Ele ergue as sobrancelhas e olha Neville se afastando.

-Algum problema com Longbottom? – Ele adora ver o medo que ainda provoca em alguns ex-alunos.

-Acho que ele ficou com medo de perder algum ponto para a Grifinória. – Sento-me e observo a ausência de sacolas de compras. - E então? Não ia comprar toda sorte de coisas esquisitas e fedorentas para pôr no caldeirão? Desistiu?

Severus abomina quando falo assim das suas poções. Me lança um olhar frio e faz um sinal para Tom trazer nossas cervejas.

Depois que a bebida chega, ele muda de assunto.

-Recebeu algum convite ontem?

-Convite? Não.

-Para um passeio de vassoura ao sul de Londres?

-Ah, isso? Tinha me esquecido.

-Sarah Goldstein parece que não. Ela estava comentando, bastante decepcionada, que você deu um fora nela.

-Certamente não estava comentando com você.

-Na realidade eu estava procurando Visgo do Diabo na botica e ouvi seu nome. E me aproximei para ouvir melhor.

Nessa frase dele dá para deduzir três coisas: primeiro, ele estava na seção mais escura do lugar; segundo, velhos hábitos de espião fazem com que ele não tenha o menor pudor de ouvir uma conversa alheia se achar que é do interesse dele, e terceiro, com o passado que tem, Severus pode se aproximar de quase qualquer um sem ser notado, quando ele assim o deseja. Quem quer que estivesse falando de mim não tinha a menor chance contra ele.

-E o que você ouviu?

-Goldstein reclamando que custou a criar coragem para falar com você e tudo o que você respondeu é que iria ver se eu não tinha outro programa, para que fôssemos os três.

-Achei que era um jeito de cortar logo essa bobagem. A Sarah é legal, e nós trabalhamos juntos, não estava afim de criar caso. Mas qual o problema nisso, Severus?

-Nenhum. – Ele está obviamente com ciúmes. - Você não ia me dizer sobre o convite de ontem?

-Sinceramente, não.

-Por quê?

-Por tantas razões, Severus. Porque não é importante. Porque eu já tinha apagado isso da minha mente. Porque ia aborrecer você sem necessidade. Porque não preciso lhe fazer ciúmes para me sentir seguro. Porque nós dois temos recebido muitas cantadas bobas que, quando essa gente arrumar outra fofoca, vão deixar de acontecer. Porque nem por um segundo considerei a hipótese de aceitar: simplesmente não me despertou interesse.

-Você não está novamente me poupando de problemas, está?

-Um pouco. Mas você também faz isso.

Ele estreita os olhos e me encara.

-O que mais, Harry, andaram buzinando no seu ouvido e você decidiu não falar para me poupar?

Bem feito para mim. Tenho de escolher justamente um espião como amante? Merda. Ele me olha, esperando uma resposta e, pela expressão dele, vou ter de falar tudo.

-Certo, Severus. Tem mais coisa, só que não é um assunto para discutirmos aqui. Vamos embora.

Ele concorda e, após pagarmos as cervejas, aparatamos na sala do apartamento de Remus.

Ele senta-se no sofá e espera que eu fale. Sento na outra ponta e cedo:

-Depois daquela discussão com a velha doida no Ministério, ninguém tem coragem de falar nada diretamente comigo. Acho que por isso eu recebi umas cartas anônimas falando mal de você.

-Que tipo de coisa?

-Um monte de bobagens.

-Que tipo de coisa, Harry? – ele insiste.

-Que você é um ex-Comensal, que é velho para mim, esse tipo de coisa.

-Isso não é bobagem, Harry. É verdade. Você não gosta de falar sobre isso, mas nós vamos ter de levar essa conversa até o final um dia. Hoje para mim está ótimo.

-Certo.

Ele está certo, não adianta só garantir a ele que eu o amo, é melhor esclarecer tudo de vez.

-Severus, você não é uma pessoa fácil. Quando começamos a ficar juntos, você foi brutalmente sincero comigo, sobre quem você é. Nunca me escondeu nada. Quando, pouco antes do último confronto com Voldemort, você me contou as coisas que você já tinha feito, eu fiquei chocado, e não escondi isso, mas não deixei de gostar de você. Você se apega ao que você foi; eu vejo o que você é. Por isso eu o amo tanto.

Ele me olha demoradamente e toca no assunto que sempre foi tabu entre nós dois:

-Eu realmente odiei você por algum tempo. Era tão parecido com seu pai que eu tinha ímpetos de estrangular você cada vez que o via. Parecia ser tão arrogante quanto. Só quando começamos a trabalhar juntos é que vi o quanto você era diferente de James.

-Mas tenho muita coisa dele, Severus. E me orgulho disso.

-Eu sei. Mas você se importa, Harry. Você é incapaz de humilhar ou ferir alguém gratuitamente. Claro, reage de forma irracional e explosiva quando provocado, mas não fere com a frieza com que seu pai e seu padrinho feriam. – Ele hesita um pouco. – A mesma frieza que eu uso para magoar.

-E manipular.

-Também. Entende porque eu digo que sou a pessoa mais errada do mundo para você?

-Não, não entendo. É me subestimar achar que eu só posso ser feliz com uma pessoa perfeita. Achar que eu não posso pelo menos tentar entender você. É me julgar muito ... não sei, muito imaturo.

-Não é isso, Harry. Não é você. Sou eu. – Ele fecha os olhos buscando dizer o que realmente o incomoda. – Sou eu quem destrói tudo que toca.

-Não. Que droga, Severus. Você não acredita em mim quando digo que você só me fortalece?

Ele me olha. Então, numa revelação, eu entendo. Ele está dividido em dois. Por um lado sabe que tenho razão, por outro tem medo de acreditar. Severus nunca foi amado. Ele teme se deixar amar e perder isso depois. De repente, eu sei o que fazer.

Me movo rápido, sentando-me no colo dele, com um joelho apoiado de cada lado, de frente para Severus, que me olha, surpreso.

-Eu já detestei você mais do que qualquer outro aluno que você tenha tido. Sabe, Sev, eu já falei coisas bem desagradáveis a seu respeito, a maioria verdadeiras. Pelo menos na época. Você pega pesado com seus alunos, especialmente com os que não são da Sonserina, mais especialmente ainda com os da Grifinória, e ainda mais comigo.

-Eu sei.

-Até o meio do meu sexto ano eu teria dado uma festa se alguém tivesse me dito que você estava morto.

-Está pretendendo arrumar uma briga?

Beleza, ele já está voltando ao habitual humor ferino.

-Estou sendo sincero. – Mantenho o tom sério. – Em algum momento, enquanto trabalhávamos naquela poção, eu me apaixonei. Não que você tenha começado a agir diferente comigo. Você ainda era um filho-da-mãe irritante e injusto.

-Então você está comigo por masoquismo? – Ele ergue a sobrancelha provocativamente.

-Não, Severus. Quer me deixar terminar?

Quando ele faz um gesto de "tudo bem", eu continuo:

-Eu me deixei fascinar pela sua intensidade. Foi a primeira coisa. Depois, quando fizemos aquele feitiço juntos, eu me senti feliz de estar ao seu lado. Mas o irônico é que não me dei conta ainda do que eu sentia. Naquela noite eu, Ron e Mione ficamos conversando no Salão Comunal até tarde. Foi a Mione que começou a falar de você, sobre como você tinha se arriscado, e como as coisas ficariam perigosas para você de agora em diante. Então Ron fez um comentário depreciativo sobre você e eu me zanguei.

-O Morcego Seboso é um babaca?

-Algo assim. – Não dá para não rir quando ele faz esse tipo de humor. – O fato é que eu achei um absurdo ele falar mal de você, e fiquei bravo de verdade com Ron. Apesar disso, só no dia em que você me beijou é que eu entendi o que sentia por você.

-No entanto você saiu correndo antes mesmo de acabar de fechar a porta.

Eu não sabia que ele tinha notado isso.

-Eu precisava ir a um lugar tranqüilo para entender o que eu estava sentindo. Estava feliz demais para um cara que nunca tinha se imaginado beijando outro homem. Naquele dia, comecei a perceber o que sentia por você.

Acaricio o rosto dele.

-Fodam-se os outros se não nos aprovam. Eu amo você, Severus Snape. Com toda sua teimosia, com seu gênio ruim e com sua péssima fama. Azar o deles se eles não vêem o que eu vejo; se eles não conhecem você, são eles que perdem.

Ele atravessa minha alma com seus magníficos olhos negros. Então ele me beija. Quando dou por mim, estamos fazendo amor no chão da sala.

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Severus Snape:

Quando lembro tudo o que já fiz na minha vida e olho para Harry, sinto-me perdido. Eu já torturei. Causei indiretamente mais de uma morte, e sou diretamente responsável por pelo menos uma. Busquei a redenção como espião de Dumbledore, sei que fiz muita coisa boa, mas nada redime o que eu havia feito antes.

Harry, ao contrário de mim, não tem essa frieza destrutiva. Nele tudo é calor e vida. Ele chorou abraçado comigo depois de destruir o Lord das Trevas. Não eram lágrimas de alívio, apesar do alívio estar presente. Foi doloroso para ele matar, até mesmo alguém tão nefasto; por isso as lágrimas.

Somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.

Fizemos amor no chão da sala. Fui quase selvagem ao possuí-lo, mas a paixão que senti era recíproca. Ainda sinto arder os arranhões que ele causou nas minhas costas, e a marca dos dentes dele no meu ombro é outra prova de que Harry também não foi propriamente delicado hoje.

Agora ele dorme em meus braços, e eu o observo.

O corpo já é de um homem feito. Mais baixo que eu, mais magro também. No entanto o Quadribol esculpiu muito bem os músculos dele. Os cabelos, espetados em todas as direções possíveis, estão espalhado na almofada. Ele resolveu deixá-los crescer; na minha opinião, ele fica muito bem assim. A boca adquire a cada dia traços mais másculos; o nariz está se tornando mais reto e menos juvenil; os cílios longos, quando ele está acordado, contrastam com os olhos espetacularmente verdes.

Olhos que se abrem lentamente e, buscando o foco, se prendem aos meus.

-Oi.

-Oi – ele responde com simplicidade.

Perco-me no mundo esmeralda dos olhos dele. É onde reside minha paz, é onde eu encontro forças. Lembro-me da segunda vez que fizemos amor. Se na primeira vez ele veio até mim cheio de dor e ansiedade, na segunda ele voltou repleto de timidez.

Nós combinamos que ele viria no dia seguinte, por volta das onze da noite, quando todos estivessem dormindo. Ele bateu à porta e eu abri quase imediatamente. Eu tinha estado andando em círculos no meu quarto há horas. Desejando e temendo que ele não viesse, temendo e desejando tê-lo ali.

Ele entrou, tirou a Capa da Invisibilidade e me encarou, tímido. Eu o puxei para mim e ele me abraçou, escondendo o rosto no meu peito. Quando chamei seu nome, intrigado, ele ergueu os olhos brilhantes para mim e levou minha mão ao seu peito. Seu coração batia acelerado, e eu percebi pela primeira vez o seu amor.

Levo a mão de Harry até meu peito. Meu coração bate tão forte!

Ele sustenta meu olhar. Nós dois mudos, mergulhados na alma um do outro. É assim, sem palavras, que nós nos entendemos.

Nesse momento, eu me rendo. Pela primeira vez na minha vida, eu me entrego. Meu menino percebe nos meus olhos que não vou resistir mais. Que vou confiar no que nós temos, e me deixar levar. Ele mergulha a mão nos meus cabelos e me puxa para mais perto.

-Diz de novo. – Eu peço, quase ordeno.

-Eu amo você.

-De novo.

-Amo você

Fecho os olhos, saboreando a doçura dessa frase tão simples.

Harry puxa meu rosto para perto do dele. Sinto-o esfregar o nariz na minha face e descer até meu pescoço, onde me beija.

-Acordou animado? – Eu o provoco.

-Eu? - Ele gira o corpo, colocando-se sobre mim. O treinamento de auror está lhe dando habilidades interessantes. – Não sei. O que você acha?

Estou completamente imobilizado, apesar de ele ser bem menor do que eu.

-É assim que vocês treinam combate corpo a corpo na Academia?

-Digamos que isso é uma livre adaptação, que eu criei especialmente para você.

-É bom que seja só para mim mesmo.

-Ciumento.

-Você também.

-Eu? Só um pouco – ele responde, rindo.

-O que você pretende fazer agora?

Ele solta meus braços e senta-se com as pernas em volta do meu quadril. Meu corpo começa a dar sinais de excitação; ele já está quase completamente ereto. Tem um sorriso provocante nos lábios.

-Você não respondeu minha pergunta – insisto.

-Que pergunta?

-Você está brincando com fogo, Harry.

-Eu sei. – Ele roça os lábios na minha orelha. – Eu gosto. – Lambe meus lábios, provocativamente. – E você também.

-Quem disse que eu gosto de brincar com fogo?

Ele movimenta o quadril, esfregando-se em mim.

-Eu digo. E mostro o tanto que você gosta de brincar com fogo.

Gosto quando ele fica assim. Mas esse é um jogo para dois. Puxo-lhe os cabelos rebeldes, trazendo o pescoço até minha boca.

-Hoje eu deixo você mostrar. – Mordo-lhe o pescoço muito branco. – Hoje, pode.

Ele geme.

Beija a marca da mordida em meu ombro e desce os lábios pelo meu peito. Sinto-o contornar meu mamilo com a língua, e espalhar beijos pelo meu corpo. Merlin, isso é tão bom!

Quando sinto a língua dele percorrendo a extensão do meu pênis, já totalmente ereto, eu não penso mais nada. Só o sigo, abandonando-me em suas jovens mãos. Sinto-me bem assim. Surpreendentemente seguro.

Ele me lambe, me suga.... sinto os dentes dele em meus testículos, me arranhando de leve. Aperto os lábios para conter o gemido, mas falho ao sentir a língua dele contornado minha entradinha.

-Harry..... oh.....

Ele me tortura mais um pouco, brincando de me penetrar com a língua, e depois volta a me sugar lentamente, alternando beijos e lambidas pelo meu pênis. Ele me olha, e posso ver o brilho excitado dos seus olhos.

Outro gemido me escapa ao sentir seus dedos lubrificados pressionando, pedindo passagem para dentro de mim.

-Oh Merlin! Harry.... assim…. Hummm isso é …. Oh, isso é perfeito.

Ele não pára. Na realidade, aumenta o ritmo. Assim não há controle que resista. Com dois dedos dentro de mim, tocando onde eu sinto mais prazer, e sua boca enlouquecedora me sugando, não vou conseguir me conter.

Já totalmente sem domínio, eu me contorço de prazer, gemo pedindo mais. Completamente entregue, completamente descontrolado, completamente feliz.

Ele sorri e lambe os lábios. Felino!

Vejo-o ajoelhar-se entre minhas pernas, erguer uma delas até seu ombro enquanto passo a outra pela sua cintura. Uma leve estocada, depois outra com um pouco mais de força e ele está dentro de mim. Arqueio o corpo de encontro ao dele fazendo com que ele penetre mais fundo.

-Rápido, Harry .... mais forte! Assim!

Enlouqueço de prazer, e o levo junto. Mal reconheço minha voz ao chamar o nome dele. A cada movimento, ele aprofunda mais a penetração, me levando à loucura.

Puxo seu corpo sobre o meu, e nós nos movemos juntos. Eu o sinto dentro de mim, cada vez mais rápido, cada vez mais profundo. O suor dele pinga sobre meu corpo. Incrível como até isso me excita.

Ele dá uma estocada mais funda e pára por um segundo para murmurar no meu ouvido:

-Meu amor, meu tesão.

Eu gozo ao som de sua voz rouca, e ele geme meu nome. Movendo-se cada vez mais rápido, Harry goza e deixa-se cair sobre mim.

Quando nossas respirações voltam ao normal, ele desliza para o lado e encosta a testa na minha.

Meu menino. Meu Harry. Meu. Só meu.

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País de Gales – 31/05/1999

Remus Lupin:

Eclipse Lunar é um fenômeno que encanta trouxas e bruxos igualmente. Mas que apavora os lobisomens.

Existe uma forte magia no ar durante o eclipse. Uma magia propícia à adivinhações e à auto descobertas. Quando a Lua se oculta as mentes dos bruxos entram em sintonia com seu próprio interior. É uma noite poderosa; mas não para nós, lobsomens.

Quando a sombra cobre a Lua, os lobisomens voltam quase totalmente à forma humana, apenas para ficarem presos em um ciclo que altera dor intensa com dor enlouquecedora.

Hoje é a terceira Lua Cheia desse ciclo. A última. Hoje vai haver Eclipse Lunar.

Não quero que Draco veja o que vou passar hoje. Talvez seja pudor, talvez seja medo de ver o rosto dele assumir uma expressão de nojo. Mas o fato é que não quero que ele veja.

Desde que me fotografou na forma lupina, ele vem toda noite de Lua Cheia me fazer companhia. Como eu o proibi de ver a transformação, ele só vem tarde da noite. Hoje eu pedi que não viesse. Avisei do eclipse. À contragosto, ele me prometeu não vir.

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Draco Malfoy:

Que merda! A Lua Cheia já domina os céus. Daqui a pouco vai começar o eclipse. Que droga, Remus. Será que você não entende que eu só quero ajudar você?

Tudo o que já li sobre o efeito do eclipse nos lobisomens me vem à mente enquanto espero, sem conseguir dormir, que o idiota do Remus passe pelo inferno sozinho, de teimosia.

A sombra começa a se projetar na Lua, e Remus uiva. É um uivo de dor, que ele não pode conter. Dane-se o mundo, eu preciso ver como Remus está.

Abro a porta do quarto dele devagar. Um ganido abafado vem do quarto onde Remus se tranca durante a Lua Cheia.

-Remus! – Meu coração se aperta ao sentir a agonia dele.

Tento abrir a porta; está trancada.

- Alorromora!

Remus está deitado no colchão, ganindo.

Nunca vi o processo da transformação. O que vejo agora é assustador. Seu corpo tem a forma de um homem, mas os pêlos cinzentos do Lobo o cobrem. Ele não tem pés ou mãos, mas garras. E gane, desesperado de dor.

-Pela Magia, Remus! Tem que ter algo que eu possa fazer!

À medida que a sombra vai cobrindo a lua, os pêlos vão desaparecendo e o rosto de Remus ressurge, crispado de dor. Ele esta caído no chão, nu e sofrendo.

Eu me aproximo dele e ele se encolhe, escondendo o rosto e as mãos. É obvio que está sentindo fortes dores.

-Remus!

Eu o forço a virar-se para mim, e ele abre os olhos. Seus olhos não são totalmente humanos, mas não são totalmente lupinos também.

Remus geme novamente, encolhendo-se de dor. Nunca na vida me senti tão impotente. Meu cérebro paralisado recusa-se a me dizer como posso ajudá-lo.

-Remus, quer um pouco de água?

-Sim – é tudo o que ele consegue dizer. Seus dentes parecem presas, e a dor torce suas feições normalmente tão calmas.

Demônios de todos os infernos, isso não é justo! Remus não devia passar por isso. Eu não quero que ele sinta tanta dor. Hécate, a quem ele ama tanto, proteja-o.

Eu o faço beber um pouco, retendo-o junto ao meu corpo o mais suavemente possível.

Ele se revira em agonia enquanto eu o olho, impotente. Seu corpo está coberto de suor, como se ele tivesse febre.

Compressa de água fria! Isso vai ajudar um pouco.

Uso a varinha para evocar água e um pano. Quando o toco para tentar pôr a compressa em sua testa, ele grita e enfia as unhas no próprio peito, arrancando sangue. Amanhã haverá mais cicatrizes nele.

Afasto as mãos dele e vejo o sangue sair das feridas. Quando olho para suas mãos, percebo que elas também não são humanas. Seus dedos tornaram-se garras capazes de ferir muito fundo.

-Draco, vá embora. Você não precisa ver isso.

-O cacete que eu vou abandonar você. Vou ficar, Remus.

Sua respiração está entrecortada; ele está cheio de dor e ainda tenta me proteger. Lobo louco.

Remus arqueia o corpo, preso em outra crise de dor. E eu seguro com força seus braços, evitando que ele se fira novamente.

Lentamente, meu conhecimento teórico vai voltando. Enquanto não terminar o eclipse Remus vai estar preso em uma crise de dor com picos mais violentos. A intensidade desses picos irá aumentar no decorrer do eclipse, junto com a freqüência. A transformação só voltará a se concretizar depois que a Lua ressurgir. Inferno! Tudo o que eu posso fazer é evitar que ele se machuque e, nos raros intervalos em que a dor é tolerável, limpar o sangue dos arranhões e tentar aliviá-lo um pouco molhando sua testa ou dando-lhe um gole de água.

Outra crise! Ele se encolhe em torno do estômago e, ao tentar evitar que ele enfie as garras na barriga, eu o seguro de mau jeito. Sem noção do que está fazendo, Remus fecha a mão em torno do meu braço, me ferindo. Tranco os dentes para não gritar. Ele gira o corpo, jogando o peso em cima de mim, e geme desesperado.

A crise passa, e eu o faço deitar-se. Enrolo um pano em torno do meu braço para que ele não veja que me machucou, e o faço beber um pouco de água.

-Obrigado. – Seus olhos, meio humanos, demonstram dor, doçura e gratidão.

Ah, Remus!

Luto junto com ele por um tempo que me parece horas, até que percebo que o eclipse está terminando.

Ele está tão fraco que nem as crises de dor o fazem mover-se mais. Eu o embalo como se fosse uma criança. Eu o nino como ele fez tantas vezes comigo.

-Já vai acabar, Remus. Já vai passar.

A transformação vai recomeçar. Sei que ele não quer que eu veja, mas não tenho forças para deixá-lo agora.

Ainda abraçado a ele, sinto seu corpo enrijecer-se, e Remus se encolhe, com um gemido. Pêlos cinzentos e ásperos brotam por todo seu corpo, seu rosto se modifica em um focinho; as mãos e os pés viram garras de vez quando a forma do corpo dele muda de humana para lupina, e os gemidos tornam-se ganidos.

Aconteceu.

O Lobo está tão fraco que não tem forças para sair dos meus braços. Deito-me ao lado dele, mantendo-o junto ao meu corpo. Sinto o corpo dele relaxar e Remus mergulhar no merecido repouso.

Não consigo dormir. Só agora, que ele está descansando, eu choro. Choro pela dor dele. Choro pela minha impotência. Choro de cansaço. E choro de alívio: por hoje acabou, por hoje ele não vai sofrer mais.

Vejo a noite passar vigiando o sono de Remus.

Então é assim que a gente se sente quando ama? Então eu posso amar, apesar de tudo? Porque está claro para mim. Eu amo Remus Lupin.

Que jeito louco de descobrir isso!

A Lua se põe, e Remus volta à forma humana dormindo. Vejo suas garras se retraírem, seu corpo assumir os contornos de gente, os pêlos sumirem e ele abrir os olhos sem conseguir mover-se. Eu o cubro e deito-me ao seu lado.

-Tudo bem, Remus. Eu estou aqui.

Amanhã eu penso no que vou fazer com meu amor. Amanhã eu me preocupo com o que sinto. Agora só quero descansar ao lado dele, que encosta a testa no meu ombro e dorme, tranqüilo como uma criança.