Baby: Eu gosto de pares contrastantes. Que bom que você gostou.

Lilibeth: É exatamente assim que eu vejo o Remus. Sofrendo com discrição, e renascendo da mesma forma.

Sophie: hehe, esses hormônios! O Mulciber tirou Lucius de Azkaban. O Draco pagou o preço.

Notívaga: Brigado! Eu se pudesse escrevia mais horas por dia e atualizava mais rápido, mas não dá. Que bom que gostou.

Paula: Pode deixar, seu segredo é sagrado rs. Remus é um romântico, e bem que o Draco gostou.

Serim: vou responder seus dois reviews de uma vez. Essa cena na mente do Draco foi uma das primeiras que eu imaginei, mas escrever, é claro, são outros quinhentos. Me afetou tanto que não consegui dar a ênfase que eu tinha planejado no jantar, e acabou sendo o capítulo mais curto da história.

Persephone: o Remus é muito apaixonante mesmo. Sorte do Draco. Que ficou sorrindo diante da tela fui eu quando vi tanto review, tão legais.

Fabi: que bom que eu deixei você feliz. :) Brigado.

Youko: O Draco também quer se entregar de verdade, ele já está quase pronto para isso.

Bárbara: você me dizer tanta coisa legal nunca seria chato. O velho me emociona muito, e eu estava louco para juntar Remus e Draco. Foi muito bom escrever esses capítulos.

Ptyxx: você esperou um pouco menos que os outros, mas também teve de esperar. E então eu fico ansioso esperando o que você vai dizer. Minha beta maravilhosa, minha amiguinha querida. Obrigado por tudo.

Kirina: é tão bom quando a gente percebe que a historia está tocando as pessoas do jeito que a gente desejou. Obrigado pelo review lindo.

Viviane: Os dois vão longe sim. Pelo menos e espero.

Feliz Natal Galera. E obrigado pelo carinho nos comentários.

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Parte IV – Verão

Sol Quente na Pele

Capítulo XVI – Celebrando a Vida.

Pais de Gales– 17/07/1999

Harry Potter:

Logo depois do Natal, comentei com Severus que queria viajar com ele esse verão, mas, com tudo o que aconteceu depois disso, acabei deixando esse assunto de lado. É por isso que eu estou com cara de bobo, olhando o folheto da casa que ele quer alugar por um mês. Uma bela casa em um vilarejo totalmente mágico no sul da França.

Na foto, tirada em um dia de sol, a construção cheia de varandas se destaca ao centro de um jardim, que desce em leve declive até uma rua tranqüila.

Fica em L'Abri des Mages, que, segundo Severus, é uma cidade litorânea bastante freqüentada.

-E então, Harry? Quer ir?

-Claro! Só fiquei surpreso. - inclino-me no sofá para beijá-lo. – Nunca fui à praia.

-Praia. É claro.

-O que foi? Conheço esse tom de voz.

-Harry, eu, areia, sol e mar não combinamos.

-Mas...

-Eu vou com você para L'Abri des Mages, mas espero que não se importe de eu não acompanhá-lo em certos tipos de programas.

Seria mesmo muito bobo acreditar que Severus passaria algum tempo estirado na areia tomando sol. Nem eu posso evitar o sorriso diante dessa idéia.

-Combinado, então. Faremos algumas coisas juntos, outras separados. De qualquer jeito, será como se fosse nossa lua-de-mel.

Ele me olha com expressão de susto.

-Harry, você não vai ficar esperando que eu me comporte como um.... tolo romântico, não é?

Ele se zanga por eu começar a rir, e a custo recupero o fôlego.

-Bobo. Eu espero que você se comporte exatamente como você é.

Agora ele fechou a cara. Nada em que eu não possa dar um jeito. Sento-me a cavaleiro no colo dele e o beijo. Ele me abraça e me beija de volta. Antes que as coisas fiquem mais interessantes, Dobby bate à porta e anuncia Fred Weasley.

Dia de surpresas. O relacionamento entre Severus e meus amigos melhorou, mas mesmo assim é uma surpresa ver um dos gêmeos aqui. Ainda mais um só.

-Fred! Que surpresa.

Ele entra rindo e me provocando como sempre:

-E ai, Harry? Essa vidinha de auror super star está cansando você?

-Mortalmente. E você? Já cansou de bancar o mega empresário de sucesso?

-Nunquinha, meu amigo arrepiado. Boa tarde Professor Snape.

-Sente-se, Fred. Está todo mundo bem?

-Sim, Harry. Ainda não começou uma nova guerra. Não que Ginny e minha mãe não tenham tentado. - Fred vira os olhos nunca imitação cômica de um falso sofrimento

Ginny e a mãe têm idéias bem diferentes sobre o que a pequena Weasley deve fazer agora que terminou a escola.

-Mas eu vim fazer um convite para você. Vocês. – Uma pequena correção, e a sobrancelha de Severus se ergue ironicamente. – Vamos fazer uma festa surpresa para o Remus hoje.

-Como?

-Vamos todos nos encontrar na Toca, e chegar de surpresa na casa dele hoje. Até o Professor Dumbledore virá.

Olho para Severus, que continua impassível. Vai deixar que eu lide sozinho com a situação. "Obrigado, meu caro."

-"Todos" quem, Fred?

-Basicamente a Ordem toda.

-Merlin! Vocês já avisaram ao Draco, pelo menos?

-E por que deveríamos falar algo com o Filhote de Veela?

Severus bufa acintosamente, mas se mantém em silêncio.

Tem um probleminha nisso. Eu não sei se Remus e Draco pretendem contar que estão juntos tão já. Uso um subterfúgio.

-Bom, ele mora lá. Podem ter alguma outra coisa planejada. Na realidade, eu e Severus vamos jantar lá.

-Então chegamos um pouco mais tarde, lá pelas nove da noite. Se achar que deve, Harry, avise o Malfoy.

-Farei isso, Fred. Pode deixar.

Draco Malfoy:

São quase sete horas quando Severus e Harry saem da lareira. Remus não leva nem dois minutos para contar que eu lhe dei um novo telescópio de presente. Eu sabia que ele ia gostar.

-Pode me mostrar, Remus? Estou pensando em comprar um.

Enquanto Remus vai levar Severus, que eu não sabia que se interessava por estrelas, para ver o telescópio, Harry me arrasta para fora com a desculpa capenga de que quer ver a vista.

Eu, hein?

-Draco, você sabe que os Weasleys sempre gostaram muito de Remus. Principalmente depois que ele salvou a vida da senhora Weasley.

-Eu sei disso.

-Você fica muito engraçado com essa cara de orgulhoso pelo Remus.

O Cicatriz está tirando onda com a minha cara?

-É mesmo, senhor Eu-Durmo-Com-O-Melhor-Espião-Do-Mundo? Fala logo o que você quer.

-A Ordem da Fênix virá em peso para uma festinha surpresa para o Remus.

Eu olho para a cara dele por alguns instantes. Não pode ser sério.

-Você está de sacanagem, Harry.

-Não estou, não. Achei melhor avisar, afinal você e Remus têm de decidir se vão contar do lance de vocês agora ou mais tarde.

-Morgana!

O energúmeno do Harry está às gargalhadas quando Remus e Severus nos alcançam.

-O que foi, Harry?

-Nada, Remus. Só acho o Draco engraçado.

Já entendi, Harry. Estou com cara de pasmo.

-Mesa interessante, Lupin. – E Severus o leva para longe de mim e de Harry mais uma vez.

-Draco, eles chegam às nove. Acho melhor você conversar com Remus antes.

-E estragar a surpresa? – Não consigo me privar de ser pelo menos um pouco irônico.

-Vocês têm um assunto para resolver.

-Merda!. Mas que merda!

E o idiota começa a rir de novo.

Remus Lupin:

Harry ainda está rindo de Draco quando entramos para jantar.

Draco parece chocado com algo que Harry lhe disse, mas não fala nada. Aos poucos ele vai relaxando, e um brilho malvado vai surgindo nos olhos dele.

Ele vai aprontar alguma com alguém. Eu deveria tentar impedir? Não.

Na mesa, a conversa se generaliza, e descubro que eu e Severus temos alguns autores favoritos em comum. E que Draco e Harry torcem por times rivais no quadribol. Acaba sendo um jantar muito agradável. Quando estamos na sobremesa, e na terceira garrafa de vinho, Draco olha para mim com um sorriso irônico:

-Se eu fosse você, não comia outra vez da sobremesa, ou não vai ficar espaço para o bolo.

-O quê? Que bolo, Draco?

-O bolo que os Weasleys vão trazer para sua festa surpresa.

Pela crise de riso de Harry, descubro do que eles falavam nos jardins, e o que tinha deixado Draco chocado.

-Quando descobriu isso, Harry?

Pelo canto do olho, vejo Severus esconder um meio sorriso na taça de vinho.

-Hoje de tarde. Tentamos falar com vocês várias vezes, mas ninguém atendia a lareira.

-Nós tínhamos saído.... Draco, posso falar com você um minutinho? Vocês nos dão licença?

No vestíbulo, eu abraço Draco.

-Tudo bem com você?

Ele faz que sim com a cabeça. E depois dá seu sorriso irônico:

-Quase todos eles já vieram aqui, uma ou outra vez. Acho que dá para agüentá-los em bando.

-São meus amigos, Draco.

-Eu sei. Prometo ser bem-educado.

-Vai ficar do meu lado?

-Como assim, Remus?

-Vai receber as pessoas junto comigo, deixando claro que nós somos um casal?

-É o que você quer?

Os olhos dele estão brilhando. Ele achou que eu não faria desse jeito! Ah, meu amor, você ainda não sabe tudo que eu faria por você.

-É o que eu quero. Mas só faça se você também o quiser.

-Quero sim.

-Adoro você, Draco. – Eu o beijo de leve. – Vamos acabar com aquele vinho, se é que Severus e Harry já não o fizeram.

Severus Snape:

Remus deu aos membros da Ordem uma surpresa bem maior do que a que eles planejaram para ele.

Alguém teve a boa idéia de fazer a festa nos jardins do Chalé, e foi lá que Remus recebeu os cumprimentos e felicitações. Os gêmeos, tentando encabulá-lo, pediram um discurso.

Eu deveria enviar uma poção antitosse para a Toca, porque metade da família Weasley se engasgou quando Remus, no seu discurso, anunciou que estava muito feliz por, nas palavras dele "ter encontrado o amor quando já tinha desistido de procurar".

Quando ele puxou Draco para perto dele, deixando claro quem era o tal amor, alguns podem ter confundido o suspeito tremor do queixo do meu ex-pupilo com emoção. Bobagem. Eu sei muito bem que aquilo era vontade de rir. Remus se continha melhor, mas sem dúvida as expressões em volta valiam uma risada.

No entanto, Harry não precisava ter escondido a cabeça no meu ombro e me mordido para se controlar. Vamos ver o que ele acha da mordida que vai ganhar quando chegarmos em casa.

Não creio que os infernais gêmeos tenham novamente a idéia de pedir a esse lobisomem desmiolado para fazer outro discurso. Algum lucro na noite, afinal.

No decorrer da noite, as pessoas vão se acostumando com o novo casal. Uma coisa boa sobre os gêmeos: eles não economizam no vinho, e isso ajuda a amenizar o choque. Provavelmente os dois perturbados adorariam ver todos nós de porre.

Minerva comenta comigo que os pares Sonserina-Grifinória são a novidade do momento. Albus devia dar um jeito nela!

Draco parece ter achado algo em comum com a prima troca-caras destrambelhada dele. Já faz algum tempo que ele e Remus estão conversando com Tonks e Charles Weasley. Por falar nisso, onde está Harry?

Ah, sim. Está com Granger e Ginevra Weasley. Inofensivo. Zeus Jones, que parece acreditar que realmente é um deus, está longe dele. Eu já vi muito bem como esse infeliz olha para o meu menino.

Consigo manter mais alguns minutos de conversa com Minerva e Albus, que se diverte com meu desconforto em festas.

Estou seriamente pensando em visitar a biblioteca de Remus quando Zabini vem falar comigo. Ele e a namorada, Luna Lovegood. Daqui a quinze anos, provavelmente vou estar ensinando os filhos deles. Isso é razão para qualquer um entrar em pânico.

Por alguma razão estranha, acabo me esquecendo da biblioteca, e permaneço na festa. Talvez tenha algo a ver com o sorriso que Harry me dá de tempos em tempos, ou com a conversa sobre feitiços exóticos e poções raras que Lovegood e Granger começam comigo. O mais provável é que tenha sido pela excelência do vinho.

Quando Remus e Draco nos acompanham até a lareira, já passa de duas da manhã, e os jardins ainda estão cheios. Os dois parecem felizes, e nos desejam boa viagem.

Harry fala demais!

E eu ainda não me esqueci da mordida.

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L'Abri des Mages– 24/07/1999

Severus Snape:

Em dois dias será lua cheia e, mesmo de férias, eu despacho as corujas com os frascos de Poção Mata-Cão. Elas partem em revoada; farão longas viagens daqui até os diversos locais na Inglaterra onde estão os destinatários. Minha parte terminou. Pelo menos por esse mês.

Depois de um longo banho, deixo a casa que eu e Harry alugamos por um mês, no povoado bruxo, ao sul da França, para esperar por ele.

L'Abri des Mages é um lugar pequeno mas agitado. Sabendo disso, escolhi a mais afastada das casas que pude encontrar. Temos apenas mais três casas que podemos chamar de vizinhas.

Ao lado estão os Miller, um casal de bruxos americanos, com três filhos adolescentes que me fazem acreditar que meus alunos não são tão ruins assim. Em frente, um grupo de jovens bruxos franceses, um pouco mais velhos do que Harry, e que parecem decididos a ir a uma festa por dia durante o verão. Na outra casa, estão os Murdoch. Ele foi meu aluno, deve ter uns vinte e três ou vinte e quatro anos agora, e ela é trouxa. São recém-casados, e Murdoch resolveu passar o verão em um balneário totalmente bruxo porque acredita que é melhor a esposa ir se acostumando ao nosso mundo aos poucos.

Estamos aqui há apenas quatro dias, mas Harry já fez amizade com os americanos, com o grupo de arruaceiros e com os recém-casados. Hoje ele, Murdoch e alguns dos franceses resolveram fazer um vôo de vassoura pela costa.

Da varanda de nossa casa eu observo, sem ser visto, a jovem sra. Murdoch sentada nos jardins da casa dela tomando sol enquanto aguarda o marido. Os filhos dos americanos logo se juntam a ela. Os garotos queriam ir junto com Harry e os outros, mas os pais muito sensatamente proibiram.

São mais de quatro horas quando o grupo retorna do passeio e pousa nos jardins dos Murdochs. Os pirralhos logo os cercam de perguntas e tumulto.

Harry ainda não me viu, e eu posso ficar aqui na sombra olhando para ele. Está muito bem, o meu jovem amante. Usa calça jeans e uma camisa branca meio aberta que revela o leve bronzeado que ele já começa a mostrar. A poção que lhe dei é muito eficiente na filtragem dos raios indesejados do sol.

Harry olha na minha direção e acena me chamando.

Ótimo! Realmente, Potter, era isso que eu queria. Um bando de gente me olhando e acenando para mim. Engraçadinho.

Harry Potter:

Severus desce pelos jardins da casa onde estamos com a pose de um rei. Ainda não consegui arrastá-lo para a praia, mas o ar marítimo lhe dá um leve colorido ao rosto.

Ele adotou vestes mais leves, negras é claro, e de manga comprida para poder esconder a marca de Voldemort que o acompanhará por toda a vida, mas ainda assim mais leves que as habituais. Para mim ele está lindo.

A garota mais nova dos Miller fica sem graça ao ver Severus se aproximando. Logo que a conhecemos, ela me perguntou se meu pai era tão bravo quanto parecia, e a irmã mais velha não foi nem um pouco gentil ao dizer a ela que Severus era meu namorado, e não meu pai. Desde então ela fica vermelha toda vez que Severus se aproxima dela.

Quando ele nos alcança, ergue a sobrancelha para os rapazes que estão na casa em frente. Eles podem não ter estudado em Hogwarts, mas o efeito é o mesmo que teria nos alunos dele. Severus não tem jeito! Doug Murdoch disfarça um sorriso: ele também deve ter lembranças bem interessantes das aulas de Poção.

Alheia às lembranças do marido, e sem acreditar totalmente nas histórias que ele lhe contou sobre Severus, Pat Murdoch é sua mais ardorosa fã. Às vezes eu tenho a impressão que é um alívio para ela encontrar um bruxo que realmente se pareça com a imagem de bruxo que ela cultiva desde criança.

-Professor Snape, o senhor e Harry não querem vir jantar conosco? Harry me disse que o senhor passou o dia ocupado trabalhando em uma poção muito importante. Um pouco de companhia vai ser bom agora.

E Severus aceita, para a tristeza de Doug.

É um jantar divertido, no final das contas. Sei que uma das coisas que Severus apreciou em Pat logo de cara foi o fato de ela não torcer o nariz por sermos dois homens, nem para nossa diferença de idade. Bom, ela se casou com um bruxo um mês depois de descobrir que nós realmente existíamos e que o noivo que ela julgava totalmente normal era um de nós.

Sei que Doug contou a ela muita coisa a meu respeito, mas Pat ainda não absorveu direito a enormidade da guerra contra Voldemort, ou a realidade desses fatos. É um alívio ter alguém que me trate tão naturalmente.

Nós dois nos alternamos contando as sensações e sustos com a descoberta de um mundo tão diferente do que fomos criados. Quando Pat conta os apuros dela com cabeças aparecendo pelas lareiras, até Severus se rende às risadas. Pat tem um senso de humor enorme e prefere rir dos problemas a chorar com eles. E ela consegue quebrar a muralha que Severus usa para manter as pessoas longe.

-Mas chega – ela avisa depois de algum tempo -, vocês já riram demais de mim e do Harry. Severus, para que mesmo era a poção que o reteve em casa o dia todo?

-Ah! Era a Mata-Cão. – Pelo brilho nos olhos de Severus, sei que ele já está prevendo a reação da nossa nova amiga. – É uma poção para lobisomens. Serve para evitar que eles fiquem agressivos durante a transformação.

Pat dá uma risada alegre e, como todo trouxa faria, exclama:

-Lobisomens não existem! Fala sério, Severus.

-Pat, meu bem – Doug interfere -, existem sim.

Ela leva a mão à boca e arregala os olhos:

-Sério! – Agora ela está realmente assustada.

-Sim. É uma coisa complicada. – É obvio que Doug quer acalmar a esposa.

-Pat – eu falo tentando ajudá-lo -, um dos meus melhores amigos é lobisomem. Foi mordido ainda criança, há mais de trinta anos. Ele acabou de escrever um livro sobre o assunto. Assim que for publicado, eu lhe envio um, vai ajudar você a entender melhor.

-O Professor Lupin?

-Exato, Doug.

-Ele foi meu professor no último ano de escola. Um sujeito incrível, Pat.

-Patrícia - nada no mundo faz Severus usar apelidos –, não precisa temer lobisomens, só não ande em locais ermos nas noites de lua cheia. Harry tem razão, o livro vai ser muito útil.

-Desculpe o chilique, mas é que às vezes tudo é tão estranho.

Severus toma-lhe a mão e fita o fundo dos olhos dela.

-Douglas foi meu aluno, não vou fazer nenhum comentário sobre a perícia dele em poções, mas acredito que ele não a colocaria em risco.

Pat consegue sorrir. Doug está pasmo. Ele nunca tinha visto esse lado do Severus.

Eu amo esse homem.

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Draco Malfoy:

Acordo sentindo falta de Remus na cama. Ele está parado na janela, olhando a Lua Crescente.

Gasto um tempo observando as costas dele. Ombros largos, braços longos, fortes mas bem longe de serem musculosos demais, cintura fina, pernas longas e fortes. E uma bunda que faria qualquer um perder o juízo. O tecido de algodão branco da calça de pijama que ele usa a cobre muito pouco. Vista daqui, parece perfeita para um apertão.

-Acordei você, Draco?

O mínimo movimento é suficiente para ele ouvir nesses dias.

-A cama está muito grande sem você.

Ele não responde, e eu procuro as calças do meu pijama, tirado às pressas algumas horas antes. Encontro-o jogado aos pés da cama. Eu me visto e me aproximo de Remus, que a essa altura já está achando graça na confusão que estou fazendo.

Ele me abraça, e deixa as mãos deslizarem por minhas costas até atingirem meu traseiro. Remus traz meu quadril para junto do dele e me segura assim. Mais um pouco e eu sei onde vamos parar.

-Seda preta combina com você, fica muito sensual – comenta, referindo-se ao meu pijama.

-Gosta, é? – Seguro-o da mesma forma que ele a mim, mas dou um apertão na bunda dele.

-Comporte-se, Draco.

-Mas eu me comporto muito bem – explico, antes de beijar o pescoço dele. – Qual é o seu problema, Remus?

Sinto o corpo dele reagir, mas há algo de melancólico na mente dele.

-A Lua Cheia é em dois dias.

-E eu vou coçar suas orelhas durante a noite toda.

-É a primeira vez em muito tempo que eu me revolto contra isso tudo. Eu não quero me transformar. Cada segundo longe de você é um roubo que eu não quero sofrer. – Ele me segura pelos cabelos, e me beija o rosto. – Estou com ciúmes do Lobo.

-Bobagem, Remus. Eu amo você sob qualquer forma, mas sei bem qual é a real. – Passo a mão no peito dele. – É essa. E é minha.

Remus brinca com o elástico da minha calça, enquanto eu brinco com o cordão antiquado que segura a dele.

Sabemos muito bem onde isso vai parar.

Remus Lupin:

Uso a boca e a mão para dar prazer a Draco, e ele me retribui da mesma forma. Isso é bom, mas eu quero mais. Eu quero tudo.

E digo isso a ele, sussurrando no seu ouvido, enquanto ele repousa em meus braços, nós dois ainda letárgicos de prazer.

-Eu sei, Remus. Eu também quero.

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L'Abri des Mages– 31/07/1999

Harry Potter:

Acordo com alguém balançando meu ombro e, antes de acabar de entender o que aconteceu, estou de pé, com a varinha na mão, apertando os olhos em uma tentativa fútil de enxergar.

-Harry, pretende me atacar? – A voz de Severus vem de bem mais à esquerda do local para onde eu estava apontando minha varinha.

-Não. Você é que parece que quer me enfartar.

Ele me entrega os óculos e acende algumas velas.

-Severus, porque você me acordou? – Olho o relógio na cabeceira. – São quatro horas da manhã!

-Eu sei. Vem comigo.

-Onde, Severus? – Ele enlouqueceu. Só pode!

Severus se volta e me toma nos braços. Se ele continuar beijando assim pode ficar louco o tanto que quiser que para mim está bom.

-Feliz aniversário, Harry. – Quando, como agora, ele sussurra no meu ouvido com essa voz rouca, eu fico louco de tesão.

Antes que eu o puxe para a cama, ele se afasta.

-Vem, Harry.

Só agora me dou conta de que Severus está usando uma calça trouxa e uma camisa minha. A única de manga comprida que eu trouxe.

Ele me arrasta para fora de casa e me faz pegar o atalho para a praia. Só pode ser brincadeira. Em dez dias, é a primeira vez que ele vai pisar na areia, mas faz isso às quatro da manhã!

O vento traz o cheiro do mar, e Severus me conduz pela mão. A lua minguante está quase se pondo, mas ainda lança reflexos prateados no mar. Andamos um pouco pela areia, descalços e de mãos dadas. Nosso mundo agora é feito de luz da lua, cheiro do mar, arrepio do vento, som de ondas e gosto de beijos, que trocamos de tempos em tempos.

Severus pára na ponta da praia, onde o mar faz um remanso, protegido por uma pequena ilha, e me abraça por trás. Por um minuto, ou pouco mais, nós dois ficamos olhando o mar. Eu sinto quando ele afasta meu cabelo do pescoço, e estremeço quando ele me dá o primeiro beijo na pele exposta. O primeiro de muitos.

Em instantes, estamos esquecidos do mundo. Ele sempre teve esse dom de me absorver por inteiro. Mal sinto quando ele tira a parte de cima do meu pijama, mas desabotôo a camisa que ele usa para lamber seus mamilos e ouvi-lo gemer meu nome. A calça dele vai fazer companhia à minha na areia. Estamos nus na luz cinza de um amanhecer que não demora.

Severus me puxa para a água; as ondas nos embalam, aumentando ainda mais a carga erótica de nossos carinhos.

-Severus, assim eu enlouqueço. – Minha voz é só um gemido rouco.

-Há muito tempo que nós dois enlouquecemos, Harry. – Ele lambe a água salgada nos meus lábios.

Com um gesto elegante, ele evoca minha varinha, que ficara caída na praia, e no instante seguinte nossas roupas e sapatos não estão mais lá.

-Sem pistas, Severus?

Ele me beija e pergunta, com os lábios colados aos meus:

-Consegue nadar até a ilha?

É perto, mas mesmo assim paramos algumas vezes. É difícil manter as mãos longe do corpo do outro.

Quando atingimos a ilhota, ele me leva até um abrigo que construiu do lado do mar aberto. É claro que ele estava planejando isso há algum tempo. Os feitiços nos protegem de olhares curiosos que passam por ali, mas nos deixam ver as últimas estrelas se apagando nos céus.

Como se lesse minha mente, ele volta a me beijar. Eu sinto um arrepio, nem sei se por causa do vento na minha pele molhada ou de excitação pelo toque dele.

Severus me faz deitar sobre o lençol magicamente protegido da areia e me beija sem pressa. Ele se afasta e sorri seu sorriso, que é só a insinuação de um sorriso mas mesmo assim me deixa nas nuvens.

Sinto seus beijos no meu rosto, no pescoço, sinto sua boca descendo pelo meu peito, os dentes roçando em um mamilo, depois no outro. A língua dele contorna meu umbigo, e quanto penso que vou sentir sua boca no meu pênis, ele desvia e me arranca um gemido a lamber minha virilha.

Um gemido rouco, quase um grito, escapa dos meus lábios quando ele morde a parte interna da minha coxa.

-Severus!

Ele ajoelha-se entre minhas pernas e, erguendo uma delas, lambe a parte de trás do meu joelho.

-Ah!!!! Severus! Oh, Merlin.... isso é bom!

Ele toca meu pênis levemente enquanto pega o frasco de lubrificante que havia deixado ali previamente.

Ele não me toca em nenhum lugar enquanto espalha a poção nas mãos. Só me olha nos olhos, e isso basta para que eu nem consiga respirar direito.

Ele posiciona minhas pernas em volta de sua cintura e começa a brincar com um dedo na minha entradinha.

-Gosta disso, Harry?

-Sim. Muito. – Mal tenho fôlego para responder.

-E isso? – Ele enfia quase todo o dedo dentro de mim, me fazendo gemer.

-Oh!

-Gosta?

-Adoro.

-Quer mais? – A voz dele está incrivelmente rouca, e o suor escorre pelo corpo dele tanto quanto pelo meu. Mas ele ainda mantém o controle, enquanto eu nem sei mais quem sou.

-Quero. Quero você dentro de mim. – Minha voz está entrecortada, mas eu não me movo, sentindo prazer em ser provocado assim pelo meu amor.

-Calma, garoto. - Ele agora usa dois dedos, me fazendo arquejar e, com um leve toque na minha próstata, me faz gritar.

Severus Snape:

O grito de Harry envia um choque de excitação por todo meu corpo.

-Severus, me penetra.... agora....... – Ele geme, não tão baixinho.

-Calma.

É sadismo e masoquismo negar a ele o que nós dois queremos. Mas hoje eu quero levá-lo ao limite. O segundo frasco que deixei aqui contém um óleo quase quente. Eu afasto minha mão, e Harry protesta. O protesto morre na garganta dele ao sentir o óleo escorrer pela entradinha, e depois pela ereção dele.

-Merda, Severus! Eu vou morrer de tesão!

-Não pragueje, garoto. – Principalmente não com essa voz que não sei se é um gemido ou um sussurro, senão eu não respondo por mim.

Eu deixo o óleo escorrer pelo peito dele, que fecha os olhos gemendo baixinho. Brinco com seus mamilos, e ele me olha já sem força para dizer nada. O tremor nas minhas mãos indica que não vou conseguir me conter por muito tempo. Deixo um pouco do óleo escorrer pelo meu pênis, vendo o fascínio no rosto de Harry diante do evidente prazer que isso me dá.

Ajeito as pernas dele e o penetro com uma estocada firme. Ele arfa um pouco e depois suspira. Mais alguns movimentos e estou todo dentro dele, que começa a mover-se junto comigo. Ajeito a posição para que eu atinja sua parte mais sensível ao prazer, e sou recompensado pelos seus gemidos e pelo espetáculo das contorções do seu corpo.

Ele pede por mais, com palavras, gemidos e movimentos dos quadris. O óleo faz com que nossos corpos deslizem um sobre o outro, aumentando a intensidade do prazer.

Quando Harry puxa meu rosto para junto do dele e fala entre os dentes o quanto me quer, o quanto eu estou lhe dando prazer, meu controle se vai de vez, e eu começo a me mover cada vez mais rápido e mais forte, como ele me pede.

Em um movimento brusco, eu giro o corpo e, sem sair de dentro dele, coloco Harry sentado em cima de mim. Por um instante, ele perde o fôlego, e então sorri excitado com a novidade e começa a mover-se. Nessa hora eu penso que as ondas de prazer que estou sentindo serão demais, mas não submergi ainda. Levo a mão à sua ereção e o masturbo no mesmo ritmo em que ele se move, enquanto sinto as unhas dele se cravarem no meu peito.

Eu grito o nome dele no momento em que ele chama o meu. Em sincronia perfeita, nós gozamos juntos, o prazer de um aumentando o do outro.

O corpo dele tomba sobre o meu, nós dois ainda perdidos em um mundo de sensações. Longos minutos depois, ele consegue girar para o lado, saindo de cima de mim. Não o deixo ir longe. Envolvo-o com pernas e braços, aconchegando-o no meu peito.

Ele ergue a cabeça e me olha. Os olhos ainda estão turvos de luxúria.

-Eu amo você, Severus.

Como sempre que Harry diz isso, minha alma se ilumina de felicidade, e minha garganta se fecha, não me deixando dizer de volta o que ele quer ouvir, o que eu sinto por ele. Normalmente eu me limito a beijá-lo tentando fazê-lo sentir o que eu não consigo dizer.

Hoje, no entanto, quando meus lábios roçam os dele, alguma coisa explode dentro de mim. Em um segundo, as memórias da minha infância sem amor, da minha adolescência obscura, dos erros da minha juventude e da minha solitária vida de espião passam na minha mente, e meu último medo morre ali, nos lábios de Harry. E eu renasço, mais uma vez, nos braços dele.

-Amo você.

Eu disse! Eu consegui dizer a ele!

Os olhos verdes brilham como se toda a luz do mundo estivesse se condensando ali. Na verdade, toda a luz do meu mundo está ali.

-Diz de novo.

-Eu amo você, Harry. Eu vou amar por toda a eternidade.

Dessa vez é ele que me beija, sem encontrar as palavras certas.