Olá, essa é a continuação, decidi não fazer um songfic, mas cho que tow melhorando e até tive umas idéias legais...Boa leitura e valew pra quem mandou review...
OBS: O Sesshoumaru e a Rin são personagens do Inuyasha, mas o Mitzu eu inventei pra agitar a história....bju
Os espinhos raspavam em sua pele enquanto ele se movia velozmente, em poucos instantes estaria próximo da dona daquela voz que cantava a canção existente mais conhecida por ele.A mão adiantou-se entre os ramos de um arbusto dando passagem para o resto do corpo que passou com mais calma enquanto os olhos sempre atentos tentavam vislumbrar a imagem de um alguém muito especial.A melodia havia cessado, mas aquele cheiro não lhe deixava dúvida de que suas suspeitas estavam rigorosamente corretas e que aquela criatura que ele farejava agora era a mesma que partira há alguns anos atrás em uma noite de grande cautela e sem emitir nenhum barulho, ele se aproximou quase prendendo a respiração para que ninguém reparasse em sua presença.A cabeça levantou ligeiramente e ele finalmente pôde ver a imagem de alguém.
Uma mulher muito jovem colhia algumas ervas com uma grande cesta debaixo dos braços, parecia distraída e ao mesmo tempo contente com tal tarefa.Os cabelos negros estavam parcialmente presos com uma fita laranja e vermelha um pouco desbotada, enquanto o vestido simples e maltrapilho nas pontas arrastava no chão encobrindo os pés pequenos.
Será que ele havia se enganado ao farejá-la?Aquela mulher não podia ser a pequena Rin. - pensou por alguns instantes antes que ele percebesse o quanto estava sendo ingênuo.Os olhos fecharam-se momentaneamente, se fosse um hábito seu, teria sorrido. É claro que ela havia mudado, que tinha crescido, afinal isso era normal para os humanos.Enquanto ele poderia levar séculos para mudar sua forma, um humano comum precisava de menos de um ano para mudar bruscamente.Era isso que havia acontecido: Rin...Havia crescido afinal.A forma de seu rosto estava diferente, menos arredondada, as curvas femininas acentuavam-se no vestido levemente apertado e os cabelos estavam compridos e mais brilhantes.Seu tamanho havia aumentado mais não muito de forma que ela ainda parecia pequena e frágil aos olhos dele, mas mesmo assim havia uma grande mudança.Se não fosse pelo cheiro indescritivelmente igual e constante, diria que era outra pessoa.
A garganta dele estava seca e ele podia sentir que estava coberto por muita adrenalina.Os efeitos eram intensos como se ele estivesse em uma luta violenta contra algum yokai muito forte, ele, porém, lutava apenas contra si mesmo, contra todos os pensamentos e sentimentos que borbulhavam em seu corpo imortal.
Rin abaixou mais uma vez para pegar alguma erva, porém a mão desviou-se da rota que ia tomar e acabou arrancando uma flor em vez das outras plantinhas ao redor.Ficou parada durante alguns segundo deixando o caule rolar entre seus dedos e observando atentamente os movimentos das pétalas.Sesshoumaru respirou um pouco mais fortemente – aquela era a flor que ela costumava colher e presenteá-lo quando ainda o seguia.Rin levantou-se botando a flor atrás de uma das orelhas enquanto ajeitava melhor o cabelo.Ele não sabia o que fazer, o que falar, pela primeira vez estava sem ação, sem nenhum plano em mente, se algum inimigo quisesse pegá-lo desprevenido, a hora era aquela, parecia hipnotizado, um pouco desnorteado.Talvez quem o visse não dissesse isso, mas Jaken que o acompanhava havia décadas, com certeza teria reparado na estranha e quase notável expressão em seu rosto.Um dos pés moveu-se para trás, talvez fosse melhor ir embora, não teria o que dizer para ela, não havia motivo para mostrar que estava por lá.O pé encostou-se ao chão quebrando um galho e fazendo um barulho.Rin agora olhava diretamente em sua direção.Os olhos centrados, a expressão estranhamente séria, denotavam que ela estava em alerta, provavelmente havia aprendido com seu guardião durante o tempo que estavam juntos.Ele a observou quase surpreso, parecia que ela o via, que olhava através dele.Apesar disso ela não se mexeu, não podia enxergá-lo, mas Sesshoumaru tinha certeza que ela sabia que havia algo ali e que ia averiguar para descobrir, com certeza sua curiosidade e determinação não haviam mudado.Por causa disso ele foi embora, tão rapidamente quanto havia chegado, as folhas no local rodopiavam e ao se aproximar Rin sentiu um estranho vento circular passar por ela, havia algo muito estranho naquilo, na verdade, algo muito familiar.
Sesshoumaru passou velozmente por Jaken, mas depois diminui a velocidade e retomou os passos lentos e tranqüilos.O servo correu para alcançá-lo enquanto Sesshoumaru se questionava por ter ido embora.Parecia um fraco medroso fugindo, era desprezível a forma como havia partido, devia ter ficado e a encarado, o que havia demais nisso para o incomodar afinal?Ele definitivamente não gostava quando sentia-se perturbado.Manter-se com uma constante expressão ilegível era crucial para que nenhum yokai pudesse adivinhar o que ele pensava ou pretendia fazer e mudanças nesse aspecto, sem dúvida não o agradavam.
Rin voltou para o vilarejo enquanto várias crianças a rodeavam com uma alegre ciranda, cantando e brincando, ou então lhe puxando a roupa e pedindo colo.Ela tinha um enorme jeito com as pequenas humanas, talvez ela ainda fosse uma delas.Não pelo tamanho, mas pelo coração e sorriso, se ela pudesse teria permanecido uma eterna criança sem responsabilidades ou receios, era incrível como ainda adorava cantar, colher flores e correr alegremente pelos campos, provavelmente nunca fosse mudar essas suas características.Ela seria sempre uma eterna criança, de coração bondoso e sorriso cativante.Entrando dentro da humilde cabana deixou a cesta em cima de uma bancada enquanto as crianças se empoleiravam na janela para vê-la realizar uma de suas tarefas diárias.Além de querida, ela era um grande exemplo para todos, principalmente para as jovens moças e para as crianças.Os homens mais velhos olhavam-na com carinho e até certa paternidade, mas os mais ousados e os mais jovens com desejo e obsessão.Não havia ninguém que não conhecesse a garota encontrada sozinha em uma estrada do outro lado das montanhas quando os aldeões migravam à procura de um lugar para morar.Ela disse que sua vila havia sido atacada por lobos e que ninguém havia sobrevivido.De fato, tal afirmação era verdadeira, Rin não gostava de mentir.O que ela não havia dito é que isso havia acontecido há muitos anos antes e não na noite anterior, nunca revelara a ninguém sobre o grande Lord das terras do oeste, que havia lhe devolvido a vida e ficado com ela durante muito tempo antes de finalmente, ela retomar uma vida entre humanos.Absolutamente ninguém sabia disso, nem os que haviam-na encontrado e nem o jovem Mitzu, um rapaz alegre como ela e grande amigo seu desde que haviam se conhecido.Algumas moças o disputavam, mas ele só tinha olhos para Rin e a cortejava já fazia alguns meses.
- Mitzu eu sei que está aí, pare de bisbilhotar!- disse Rin tentando enxergar atrás da pilha de crianças.
- Maldição, Rin!Desde pequena você sempre me acha, até mesmo nas brincadeiras de pique-esconde, como consegue?
- Ah, isso é um segredo! Agora venha aqui e me ajude, já que você veio mesmo...Me dá uma mão com essas ervas.
Ele sorriu e dando a volta entrou pela outra janela.
- Que mania que você tem de entrar pela janela...A porta serve pra quê?
- Rin não seja tão durona, você sabe que é um hábito que eu nunca vou deixar de ter, além do mais me deixa mais confiante, eu tenho mais certeza que faço parte da sua vida se eu entrar pela janela, mostra que eu tenho intimidade e que eu sou importante.
- Você não precisa disso pra ser importante, você sabe que é o meu melhor amigo...
- Eu sei, obrigado por ser sempre tão boa comigo.
- Amigos servem pra isso, agora vamos começar a separar os tipos de ervas que eu trouxe, temos muita coisa pra fazer antes de amanhã.
Mitzu abaixou os olhos disfarçadamente, talvez ela nunca deixasse de o ver apenas como um amigo querido.Ela sabia muito bem que ele tinha planos para os dois, que assim que tivesse uma casa só para ele, ia pedi-la em casamento então porque ela sempre tentava deixar claro que seu carinho era apenas fraternal?Dando um longo suspiro afastou uma mecha dos olhos e prontamente começou a ajudá-la enquanto os dois conversavam sobre a festa do fogo, a comemoração mais alegre do verão.Uma noite em que todos celebravam o dia em que eles haviam chegado na nova terra e reconstruído suas vidas longe de um local de muitas ameaças.Naquele lugar a vila parecia protegida, não tinham problemas com yokais e por causa disso a chamavam de abençoada.
- Sssssssenhorrrr Sessssshoumaru... Parece que esssstaissss muito nervoso...
- Jaken vá colher alguma coisa para acender uma fogueira e me deixe sozinho.
- Massss sssssenhorrrr...
Sesshoumaru olhou com certa voracidade para o pequeno yokai verde que rapidamente correu para cumprir sua missão entendendo bem que o mestre não queria conversa.
Rin...- deixou escapar enquanto olhava para as estrelas que ela tanto apreciava em dias de céu aberto com aquele.
Ela estava muito mudada, mas era incrível como ele ainda sentia que estava ligado a ela de alguma forma.O pior era que ela com certeza estava com os humanos que ele pretendia eliminar.As terras de seu pai tinham que ficar livres de qualquer tipo de habitante indesejado e isso a incluía. Os humanos não eram tão previsíveis, se levavam muito pelos sentimentos e a razão praticamente não existia, era difícil até mesmo para alguém poderoso como ele prever o que poderia acontecer se ele aparecesse para eles ou mesmo apenas para Rin.De qualquer modo, teria que arranjar um modo de resolver tudo, provavelmente teria que falar com a humana de cabelos negros e esse pensamento o perturbava.Sim, apareceria para ela, talvez Rin pudesse convencer todos a saírem de lá sem que ele se desse o trabalho de sujar aquele solo honrado de sangue impuro, mas talvez ela não o quisesse por perto e se recusasse a fazer qualquer coisa, então teria que matar e isso incluiria a mulher que um dia fora sua humana protegida.
Até a próxima parte....
