Olá, espero que vcs gostem da continuação, eu confesso q eu estou satisfeita com essa parte...

Sesshoumaru levantou da árvore que lhe servia de encosto durante várias horas.Fazia 3 dias desde que reencontrara Rin e agora ele apenas esperava com certa impaciência, o momento certo para aparecer diante dela.Se fosse em qualquer outra ocasião, teria agido rapidamente quase em um instinto animal, mas aquilo requereria cuidados porque mesmo querendo acabar com todos os reles mortais da região, não queria arriscar-se em machucar a pequena humana que lhe fora uma companhia durante um período difícil de sua existência.

Possessão-pensava ele sempre que se questionava por agir daquela maneira.Só poderia ser isso, mesmo porque essa é uma característica comum entre yokais poderosos em relação a tudo que lhes rodeiam.Pra ele, Rin era algo indecifrável...Cheia de sorrisos, alegria e amor mesmo nos dias mais nublados e mesmo sem um membro sequer da família perto de uma criatura mortal como ela, frágil e pequena, podia ser tão forte e perseverante?Com certeza o yokai de cabelos prateados nunca havia encontrado ninguém assim em todas as décadas e poucos séculos que vivera até aquele momento.Rin nunca o questionara por ser de uma índole e raça diferente da dela e mesmo sem querer havia o transformado em alguém...Melhor?Desde que a conhecera deixara de matar humanos, simplesmente os evitava quando estavam em seu caminho.Agora, depois do tempo que estivera longe dela, pensava em acabar com a rotina e acabar com os mortais intrusos, então mais uma vez ela aparecera para atravessar o seu caminho e ser uma barreira invisível para impedi-lo. Coincidência?Talvez fosse, mas mesmo não tendo certeza do que aconteceria ele estava disposto a seguir em frente e eliminar qualquer um que lhe desviasse de seu objetivo e isso a incluiria se essa fosse a posição da humana perante ele.

Depois de caminhar por alguns minutos chegou no centro da floresta, podia sentir o cheiro inconfundível dela, com um pouco mais de atenção, podia até ouvir seus passos.Ela estava indo em sua direção, precisava apenas esperá-la, logo estariam frente-a frente.

Rin abriu caminho entre um galho com espinhos cuidadosamente e dando mais alguns passos deixou a vasilha pesada de água cair no chão.Seus olhos piscaram algumas vezes e mesmo tentando pronunciar algum som não conseguiu abrir a boca.As pernas tremeram involuntariamente enquanto a respiração ficava um pouco mais ofegante.Depois de tanto anos, ele estava lá, na sua frente, como em seus sonhos irreais.Talvez o calor tivesse a afetado e aquilo fosse apenas uma miragem.As mãos tiraram o lenço branco da cabeça enquanto ela movia os pés para sair do lugar:

- Se...Senhor Sesshoumaru... É você!- disse aumentando o tom da voz em cada sílaba.

Sesshoumaru permanecia em silêncio, sem demonstrar qualquer reação.

Ela correu até ele, mas parou antes de ficar muito próxima:

- O que o senhor está fazendo aqui?

- Essas terras são minhas-falou quase sarcasticamente.

- Su...Suas?

- É Rin...São minhas e é por isso que eu resolvi falar com você.

- Então não foi coincidência?

- Não.

- O que queres?

- Quero que você fale para os humanos da sua vila que eu ordeno que eles saiam daqui.

- Mas...Mas como?Eles não têm para onde ir!Aqui é o único lugar em que eles tem comida, água e proteção suficiente.

- Isso não me interessa, eu quero que eles saiam.

- Não!- gritou ela dando alguns passos para trás com uma expressão indignada.

- Como disse?- perguntou ele estreitando levemente os olhos por causa de tal reação da garota.

- Não posso fazer isso com eles, não há outro lugar e eles...Me acolheram quando eu precisei!Eu sou muito grata ao senhor por tudo Sesshoumaru-sama, mas não posso fazer isso que me pedes!

Ele olhou ferozmente para ela, como ela podia ousar desafiá-lo?Ela não havia entendido?Aquilo não era um pedido, era uma ordem.

- A minha única outra opção é matar todos da vila.- falou tentando conter a porcentagem de ira que se formava dentro dele.

- Eu não vou permitir isso, quando nós chegamos, esse lugar era um nada, agora ele nos pertence!- disse tentando controlar o tom de voz.

Sesshoumaru deu um passo adiante observando Rin olhar para ele decididamente.

- Como você pode me desafiar e me responder assim?Depois de tudo que eu fiz por você, devia tê-la deixado partir para o outro mundo e servir de alimento para os animais da floresta!

- Se o senhor pensa assim, porque não acaba com a minha miserável vida aqui e agora, eu sou um obstáculo para você...Faça comigo o que você faria com qualquer um que fosse uma perda de tempo para o senhor.

Sesshoumaru tirou a espada da bainha quase em um reflexo de seus instintos.A ponta da espada afundou levemente na pele macia do pescoço de um mover do punho e faria um furo atravessando seu crânio.Ela permanecia com a mesma expressão, talvez tivesse sido por influência dele que tivera aprendido a não demonstrar seus sentimentos em momentos cruciais.Obviamente estava nervosa, mas não demonstrava isso e apesar de ser uma situação crítica, ela simplesmente não conseguia ter medo dele.Ele olhava com mais concentração para o rosto dela, a mão mexeu milímetros e a ponta fez um leve corte surpeficial na lateral do pescoço dela.A garota fechou os olhos, mas sem contraí-los em sinal de um rugido que lembrava ao de um cachorro Sesshoumaru tirou a espada de perto dela.Rin abriu os olhos e passando o pano branco que ainda segurava firmemente nas mãos, limpou as gotas de sangue que começavam a escorrer.Sesshoumaru voltou a encará-la:

- Porque você sente tanto carinho por eles?A maior parte dos anos você passou comigo.Eu, de uma forma ou de outra, substituí sua família mortal, comigo você poderia ser muito mais que isso Rin.

- Poderia senhor Sesshoumaru, mas foi o senhor mesmo que me negou sua companhia.Você não quis o meu carinho, amor e dedicação e eles...Eles aceitaram de bom grado tudo que eu tinha a oferecer.

Sesshoumaru desviou o olhar do dela.Pela primeira vez desde que o ar entrara em seus pulmões, ele evitou olhar para alguém.

- Me mate senhor Sesshoumaru, essa é a sua chance, eu não vou mudar de opinião, não vou abandoná-los.Se você quiser eu dou a minha vida pela deles.

Rin abriu os braços deixando a cabeça tombar para trás, aceitaria ir para o outro mundo de bom grado se pudesse salvar a vida de inocentes.Em sua cabeça passaram imagens como a de Mitzu e das crianças de sua vila brincando.Uma rajada de vento balançou seus cabelos e ela abriu os olhos quase com receio.Sesshoumaru havia sumido, sem palavra alguma, sem reação nenhuma, apenas havia partido.

Rin abaixou os braços devagar enquanto a preocupação começava a atormentar seu coração, ele não era de desistir das coisas, por sorte não a havia matado, mas com certeza não aconteceria o mesmo com os humanos que lhe eram tão queridos.De volta para a vila, pensou em conversar com alguém á respeito, mas depois percebeu que espalharia o terror se tal coisa acontecesse, por isso não falou nada com ninguém e apenas deitou e dormiu para tentar aliviar o peso que a machucava por dentro.

Na manhã seguinte Sesshoumaru ainda permanecia acordado e imerso em pensamentos.Ao fundo podia ouvir a voz irritante de Jaken, mas ele na verdade não tinha idéia do que o yokai verde falava e muito menos lhe interessava.

Levantou deixando Jaken com seus murmúrios e foi até o córrego não muito longe dali.Depois de lavar o rosto, observou a própria imagem refletida.Parecia o mesmo de antes, então porque sentia que estava mudado?Mudanças internas? sentimentos?Não, aquilo não eram coisas de taiyokais como ele, estava apenas um pouco impressionado com os acontecimentos do dia anterior.Nunca imaginaria que Rin pudesse ser tão decidida daquela maneira e muito menos que ele pudesse ser capaz de recuar.

Botando a mão na espada, a tirou observando seus olhos âmbar refletidos.Virou a espada de um lado para o outro observando a luz do sol ser refletida até a visão se focalizar na ponta da espada, preenchida com quase invisíveis gotas de sangue.Sangue de Rin.A razão lhe dizia que a espada deveria estar coberta de sangue da humana, mas algum outro fator lhe dizia que a espada deveria estar totalmente limpa e o culpava por ter sido capaz de provocar um arranhão nela.

- O que você tem de tão especial Rin?– pensou antes de observar uma outra imagem não muito distante de si refletida na mesma água corrente.

Ele levantou calmamente, sem medo ou curiosidade.Os olhos permaneciam os mesmos como se a imagem refletida neles não mudassem.Respirou quase com tédio enquanto o rosto voltava-se para a figura de um homem de cabelos castanhos e despenteados.Homem não, um garoto que apesar da expressão aparentemente séria, não era nada para Sesshoumaru além de um simples verme que ele esmagaria com um dedo.

- Quem é você?- perguntou o estranho com o rosto retraído.

Sesshoumaru não respondeu, apenas virou o corpo totalmente observando a mão do garoto segurar a espada firmemente na bainha.

- Anda, responda, quem é você e o que faz nessas terras?Você está numa parte que pertence aos camponeses da vila e estrangeiros não são bem vindos.

- É morador da vila então...- continuou sem mexer mais nada além dos lábios finos.

- Meu nome é Mitzu e eu sou o responsável pela segurança dessa área.Eu quero que você vá em paz, apenas deixe esse lugar, está bem?

Sesshoumaru olhava fixamente para os olhos do garoto.Ele podia ver o medo, a expectativa, a ansiedade, o suspense que aflorava dentro dele.O humano já tinha percebido que ele não era qualquer um e que muito provavelmente seu fim estaria próximo.

- Quem você pensa que eu sou, humano?- falou rispidamente

- Um ....yokai?- perguntou Mitzu quase sem fôlego.

Sesshoumaru deu um passo para frente, a expressão parecia estranhamente irônica apesar dos olhos permanecerem sem sentimento algum.

- Pra você basta dizer que eu sou...A morte.- respondeu antes de sua imagem desaparecer e reaparecer em um piscar de olhos.

Em uma velocidade surpreendente Mitzu encontrou-se com os pés fora do chão, a mão do agressor segurava seu pescoço fazendo-o sentir os olhos lacrimejarem e o sangue colorir as bochechas.Rin não estava muito longe e viu quando Sesshoumaru levantou seu amigo como se fosse um boneco de pano.O desespero tomou conta de seu coração, o pobre Mitzu não tivera tempo nem de gritar e muito provavelmente estaria morto antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, mas mesmo assim ela não permaneceu imóvel:

- Sesshoumaru!!!!!- gritou Rin largando a cesta de flores e correndo até a beira do rio.- Senhor Sesshoumaru, por favor largue-o, não o mate...

Sesshoumaru não deixou de olhar fixamente para a expressão de dor do garoto, mas ele conseguia captar qualquer movimento que emergia de Rin e isso incluía sua expressão angustiada.A mão fechou-se um pouco mais quase involuntariamente pelo simples fato de ser essa a sua habitual reação.

- Não!!!- gritou ela agora puxando o braço de Sesshoumaru inutilmente como se fosse capaz de com sua própria força evitar a morte do amigo.

Mitzu agora estava vermelho passando para uma coloração mais escura.Sesshoumaru podia sentir que a vida lhe escaparia pela boca em alguns segundos.Rin deixou uma lágrima cair.Sesshoumaru abriu a mão deixando o corpo cair fragilmente.Mitzu tombou desacordado.

- Mitzu!Mitzu fale comigo por favor....Mitzu!- gritou Rin levantando a cabeça do garoto e tentando ouvir um mísero suspiro.

-Ele vai sobreviver, está apenas desacordado-disse o taiyokai virando-se e andando lentamente.

-Obrigada Sesshoumaru por...Poupar a vida dele.

-Não agradeça Rin, eu ainda não mudei de idéia.

- O que posso fazer para impedi-lo?Seria eu capaz de tal coisa?- gritou Rin correndo um pouco e parando logo atrás de Sesshoumaru.

- Conversamos depois Rin.Depois...

-Depois quando?Onde posso encontrá-lo?

- Eu encontro você...- dizendo isso desapareceu entre a folhagem deixando para trás apenas o silêncio e milhares de perguntas sem respostas

-Sesshoumaru...- disse Rin entre soluços ajoelhando entre o mato e deixando mais lágrimas escorrerem pelo rosto.

Deixem reviews e até sugestões, ok?Valew por acompanharem a minha primeira fic que naum é oneshot!Bjaum...até a próxima!