Jürgen Habermas, o famoso teórico da... Ops! Script errado. Olá, pessoal, como vão? Sentiram minha falta? Espero que sim...

Bem, hoje, dia 19 de novembro, olho pela janela do quarto dos meus pais e me deparo com diversos apartamentos que já ostentam a decoração natalina. Conclusão: cada ano o natal chega mais cedo. Mas quem sou eu para reclamar, visto que começo a comprar os presentes da minha lista em julho?

Bem, vamos parar de filosofar. Deixemos a filosofia para as horas de ócio. Quer dizer, que ócio? E eu lá tenho ócio? Quem me dera... Descobri que minhas férias começam dia 22 de dezembro e que vou ter que faltar com minha palavra... Pessoal, sinto informar, mas nada de "Doze Anos" por enquanto. E a data vai ficar em suspenso...

Mas vamos para pensamentos mais alegres, como esse capítulo, por exemplo. Tiago vai levar sua querida amiga ruivinha para jantar. Mas não pode ser para qualquer lugar. Afinal, estamos falando de alguém que adora surpreender...

Que coisa... Desde o capítulo passado estou com o filme Casablanca na cabeça. Vou fazer o seguinte: para que essa inspiração não passe batida, esse capítulo será especialmente dedicado à trilha sonora do filme. Mais especificamente a uma música; uma das minhas preferidas... Hehehehe... Aproveitem a viagem, mon petit...

Quem com ferro fere...

(ou "como enlouquecer de vez escrevendo uma história de amor (amor?!)")

Capítulo 02 – As time goes by


Dizem que quando se está querendo que o tempo passe depressa, ele anda bem devagar. Entretanto, apesar da impaciência de Lílian, a sexta logo chegou. Andando de um lado para o outro diante do olhar divertido do pai e do avô, a ruiva perguntava-se porque Tiago não lhe mandara nenhuma coruja durante a semana.

Surpreendera-se quando pediu ao pai permissão para sair com o grifinório. O interrogatório que esperava não veio; Ray Evans apenas assentiu sorrindo. E isso era tão estranho no comportamento de seu pai que ela se convenceu de que o maroto tinha aprontado alguma coisa, o que só a deixava mais nervosa.

Às seis e cinqüenta e cinco, a campainha tocou. E, dessa vez, o velho Evans foi mais rápido que a neta para abrir a porta.

- Ah... Boa noite, Dursley. – o velho senhor cumprimentou com evidente desapontamento.

E que decepção, não? Você esperar um Tiago Potter e surgir um Valter Dursley é o fim da picada. Não é à toa que nosso querido vovô ficou desapontado. Afinal, qual a graça de receber um futuro parente que só sabe falar de brocas quando se pode ter um futuro parente que é um legítimo bruxo? Pobre Dursley... A concorrência está bem desleal...

- Boa noite, senhor Evans. Petúnia está?

- Entre. – Ray convidou, sem conseguir conter-se a fechar a cara – Lílian, vá chamar sua irmã.

A ruiva assentiu e logo estava batendo à porta de Petúnia. A irmã abriu, mal humorada.

- O que foi?

- Seu noivo está lá embaixo. – Lílian disse simplesmente, voltando a descer.

Petúnia desceu logo atrás e quando elas chegaram na sala, depararam-se com uma grande surpresa. Valter Dursley estava encolhido a um canto, os olhos esbugalhados, enquanto Ray e seu pai sorriam satisfeitos para um rapaz no meio da sala.

- Tiago? Eu não ouvi a campainha tocando.

- Eu aparatei. – ele respondeu olhando confuso para Dursley.

Lílian também olhava para o futuro cunhado com uma expressão de sofrimento, enquanto Petúnia permanecia estática na escada. "timo, era tudo o que a ruiva precisava. Mais problemas.

Imaginem bem a cena... Valter Dursley conversa cordialmente com seus estranhos e futuros parentes (o sogro e o pai de seu sogro) quando alguém aparece do nada no meio da sala. É de dar taquicardia num pobre trouxa.

Tiago escolheu o momento em que Lílian meneava a cabeça, desesperançosa, para virar-se para ela. E não conseguiu conter um assobio.

- UAU! Você está linda! Isso tudo é porque vai sair comigo?

Ela sorriu, levemente sem graça, alisando a saia cor de vinho do vestido. Petúnia passou por ela nesse instante, quase como um furacão, caminhando na direção do noivo.

- Tiago, depois discutimos isso. Será que podemos ir?

Ele apenas assentiu e ela pegou o sobretudo branco que descansava no braço do sofá, aproximando-se dele enquanto o rapaz remexia no bolso de sua capa. Ele tirou uma delicada pulseira de gemas esmeraldinas, fechando-a a redor do pulso de Lílian.

- É seu presente de aniversário. E também uma chave de portal. É melhor se despedir, ela vai ativar em menos de cinco minutos.

- O que é uma chave de portal? – Ray perguntou.

- Depois eu explico, papai. – Lílian disse, encarando a irmã e o futuro cunhado com um sorriso misterioso – Até mais tarde!

- Três, dois... – ela ouviu Tiago sussurrando – UM!

Lílian sentiu ele fechar a mão em seu pulso e uma fisgada na altura do umbigo. Fechou os olhos com força e quando os reabriu, percebeu que estava no alto de uma torre e, a seus pés, uma cidade parecia pulsar na noite, cheia de brilho e música. Ela virou-se para Tiago, que a observava ansioso.

- Você me trouxe para Paris?

Alguém me falou, acho que em Mistérios, que eu adoro a França. É verdade. Eu acho esse país admirável em vários sentidos, especialmente no fato de conjugar arte e diversão como nenhum país do mundo. Talvez exceto pelo Brasil...

Eu queria trazer os marotos para nosso país... Mas todas as idéias que eu tive nesse sentido eram estrambólicas demais. Mas um dia, eu tenho certeza, vou conseguir fazer o Sirius dançar um samba.

Bem, eu escolhi levar nosso casal para Paris porque é uma cidade romântica e porque eu me lembrei de uma cena de outro filme... Anastácia. Alguém assistiu? É desenho. Um dos melhores que eu assisti. Muito meigo...

- Você gostou? – ele perguntou cuidadoso.

- Se eu gostei? – ela virou-se novamente para a visão que tinha do alto da torre Eiffel – É... Maravilhoso.

Tiago suspirou aliviado.

- É bom saber disso. Eu tive que passar pelo interrogatório do seu pai de novo para convence-lo a me deixar te trazer aqui.

- Quando você falou com meu pai? – ela perguntou, surpresa que tivesse pensado certo sobre o envolvimento do maroto com o sim de seu pai.

- Eu o segui quando ele saiu para o trabalho no começo da semana.

Lílian meneou a cabeça.

- Tiago, você é maluco.

Ele sorriu, estendendo a mão para ela.

- Vamos, temos reserva no restaurante da torre. E Sirius está nos esperando.

- Black está aqui? – ela perguntou com uma careta.

Tiago assentiu com a cabeça, sorrindo. Lílian se tornara amiga dele, mas não parecia ter perdoado o ego de Sirius que o fizera propor as eleições de "o cara mais gato de Hogwarts" no final do sexto ano.

- Essa vai ser uma excelente ocasião para vocês dois resolverem suas diferenças. Afinal, ambos são meus amigos e eu não quero abrir mão de um por causa do outro.

Lílian sorriu.

- Tudo bem. Mesmo porque, você não vai me dar escolha mesmo...

Eles adentraram o restaurante da torre e logo encontraram Sirius sentado a um canto, parecendo entediado. Mas assim que viu o amigo, abriu um enorme sorriso.

- Então você conseguiu trazer a ruivinha sem sofrer nenhum dano a sua saúde.

- Eu tenho cara de quem oferece algum risco a alguém, Black? – ela perguntou, parando diante do moreno.

- Não... – Sirius avaliou a moça por alguns instantes – Você parece um anjinho. Mas as aparências enganam, minha cara Evans.

Ah... O saudoso Almofadinhas e seus comentários totalmente inconvenientes... Seja bem vindo, cachorrinho. E se prepare para dar uma de cupido!

Tiago puxou a cadeira, fazendo a ruiva sentar antes de fazer o mesmo.

- Ei, que tal cessarem as hostilidades e começarem a se chamar pelo nome? O que me dizem?

- Tudo bem, Pontas, eu estou disposto a fazer esse grande sacrifício por você, meu velho. Você concorda, Lily? – ele estendeu a mão sorrindo.

Ela riu. Embora o sorriso de Sirius não a afetasse, finalmente ela começava a entender porque existiam tantas garotas loucas para ficar com o maroto.

Sei... O sorriso do Sirius não a afeta... Provavelmente porque é outro maroto que mexe com os pensamentos da ruivinha...

- Combinado, Sirius.

Os dois apertaram-se as mãos e Tiago sorriu, chamando um garçom. Durante as três horas seguintes eles comeram, beberam e conversaram rindo muito, de tal modo que, quando deixaram o restaurante sob o olhar divertido do maitrê, pareciam amigos de longa data, os três de braços dados, Lílian no meio.

A noite estava agradável e eles caminharam por um bom tempo conhecendo monumentos e outros lugares famosos, até chegarem a uma rua extremamente iluminada. Muitas pessoas passavam por eles, olhando-os com inveja. Como Sirius dissera, Lílian parecia um anjo e chamava atenção pelos traços quase inocentes. E os dois rapazes não ficavam atrás; diversas francesinhas passaram por eles suspirando sonhadoramente.

- E ali está! – Sirius largou o braço da ruiva, olhando com os olhos brilhantes para um letreiro luminoso – O Moulin Rouge!

Lílian sorriu enquanto o rapaz caminhava na direção do velho bordel quase pulando de contentamento. Mas antes que ela pudesse segui-lo, Tiago começou a puxa-la pelo braço. Ela virou-se para ele, confusa.

- Não se preocupe, ele vai nos encontrar depois. E aquele não é um lugar muito recomendável para "pobres crianças ingênuas".

- Sim, "Papai Noel". – ela respondeu rindo.

Tiago a guiou até uma porta quase escondida. Assim que entraram, ela pode ouvir os acordes de um sax em conjunto com uma voz feminina extremamente doce.

You must remember this

A kiss is still a kiss

A sight is just a sight

The fundamental things apply as time goes by

- Onde estamos?

Ele sorriu.

- É um pub bruxo. Meu pai costumava trazer mamãe aqui antes de eles se casarem.

- Seus pais são franceses? – ela perguntou enquanto tirava o sobretudo e eles desciam as escadas que os aproximavam da música.

- Não, os dois são ingleses. Mas foi preciso ambos se alistarem na Resistência Francesa durante a Era de Grindewald para se conhecerem. Minha mãe sempre fala que foi o destino...

Ela ia perguntar mais alguma coisa quando ele abriu a porta que fechava o grande salão. O mármore contrastava com as toalhas e cortinas vermelhas. Dezenas de mesinhas rodeavam a pista de dança, que ficava diante do palco em que a banda se apresentava.

O ambiente parecia estranhamente enevoado, lembrando algum filme antigo que ela assistira há muito tempo. Lílian sentiu Tiago passar a mão por sua cintura e inclinar-se sobre seu ombro.

- Você quer dançar?

Existe algum clichê em histórias de amor mais delicioso que a cena em que o casal principal dança uma música lenta? Na minha opinião, isso é muito mais romântico que mandar flores e bombons. Danças de salão são o máximo! E não seria eu se essa fic não tivesse uma cena dos dois dançando.

Ela assentiu de leve e Tiago a guiou para a pista. Lílian sentiu algo familiar naquela proximidade e lembrou-se do dia em que começaram a ficar amigos.

Na verdade, ela lembrou-se do que acontecera naquele dia um pouco antes de eles começarem a conversar amistosamente: o beijo que Tiago lhe roubara, recebendo em troca uma bela canelada.

E, por algum motivo insano, ela se pegou perguntando o que aconteceria se a situação se repetisse naquele momento.

And when two lovers woo

They still say "I love you"

On that you can rely

No matter what the future brings, as time goes by

Por algum estranho motivo, Tiago também se lembrou do beijo. Por um instante, ele pensou estar sentindo a dor na canela de novo. Ele sorriu e virou-se para Lílian, percebendo que ela fechara os olhos e encostara a cabeça em seu ombro.

Tiago suspirou, tentando desviar os olhos da ruivinha e falhando miseravelmente, ao mesmo tempo em que era assaltado por pensamentos indesejáveis. Afinal, por mais que, no fundo, continuasse a ter estranhos sentimentos pela garota, não tinha certeza se deveria arriscar a atual situação deles.

Sempre aprendera a valorizar a amizade; e saber que Lílian confiava nele a ponto de chamá-lo de amigo era maravilhoso. Mas o que fazer se assumir o risco poderia leva-lo a alcançar aquilo que almejara por tanto tempo?

Moonlight and love songs never out of date

Hearts full of passion, jealousy, and hate

Woman needs man, man must have his mate

That no one can deny

- Será que o senhor concederia sua dama para uma dança? – um rapaz perguntou com forte sotaque francês, quebrando os pensamentos do casal.

Lílian sorriu e Tiago, mesmo a contragosto, cedeu a ruiva ao recém-chegado, indo se sentar numa mesa próxima a pista para assistir. Não era o meio da canção quando outro rapaz pediu para dançar com Lílian. Em duas músicas, ela foi tirada para dançar por cinco rapazes diferentes.

Tiago sentiu vontade de rir ao ver o pedido mudo que ela lhe lançava desde que ele se sentara. Ao que parecia, os franceses não eram bons dançarinos, já que de vez em quando ela fazia umas terríveis caretas.

Na verdade, Lílian estava fazendo aquilo só para ver o rapaz rir. Não fazia a menor questão de dançar com quem quer que se apresentasse, mas preferia mil vezes estar com Tiago. Foi nesse momento que uma mão foi colocada sobre o ombro do francês com quem ela dançava e ela enxergou o porte alto de Sirius por trás do outro rapaz.

- Bem, licença, se não se importa, agora é minha vez.

Lílian riu, começando a dançar com Sirius.

- E então, como foi no Moulin Rouge?

- Fascinante. – ele respondeu com os olhos brilhando – Pena que nosso tempo aqui esteja acabando.

Ela assentiu e olhou para Tiago, percebendo que ele observava os dois. Sirius também olhou para o amigo.

- Porque você não dá uma chance a ele? – Sirius perguntou curioso.

- Quem disse que eu não dei uma chance a ele? Tanto que nós somos amigos agora.

Sirius meneou a cabeça.

- Não é só isso que ele quer. E, me arrisco a dizer, você também não. Mas se preferem se enganar e dizer que são amigos...

It's still the same old story

A fight for love and glory

A case of do or die

The world will always welcome lovers as time goes by

- Sirius...

- Ei, eu só estou expressando minha opinião. A constituição me garante liberdade de expressão, sabia?

Ela olhou para ele confusa.

- Onde você ouviu falar sobre "constituição"?

O moreno deu de ombros.

- Eu arranjei uma namorada nas férias que tem o pai juiz.

A ruiva estreitou os olhos, como se fosse perguntar algo, mas achou melhor ficar quieta. Finalmente a música acabou e Sirius levou Lílian para a mesa. Tiago se levantou.

- Bem na hora. Segurem meu relógio.

Lílian e Sirius seguraram o relógio no pulso de Tiago e pouco depois eles estavam novamente na sala de estar dos Evans, agora vazia. Sirius olhou interessado para os objetos tipicamente trouxas enquanto o casal de amigos conversava.

- Como você conseguiu essas chaves de portal? – Lílian perguntou curiosa, observando o relógio de Tiago.

- Às vezes é bom ter um pai que trabalha no ministério. Bem, Lílian, você está entregue. Nós temos que ir, não é, Sirius?

Sirius assentiu e abraçou Lílian.

- Falta uma semana para o dia primeiro de setembro. A gente se vê lá, ruivinha. E pense sobre o que eu te falei. – Sirius disse, aparatando.

- O que ele quis dizer com isso? – Tiago perguntou.

- Besteira dele. Você já deveria conhecer seu amigo.

Tiago assentiu, dando um beijo na testa de Lily.

- A gente se vê então. Aproveite sua última semana, certo?

Ela sorriu.

- Tchau, Tiago.

- Tchau, Lily.

E com isso ele aparatou, deixando Lílian sozinha com seus pensamentos.

E mais um capítulo chega ao fim. Infelizmente, eu não vou mostrar como vai ser a praia da Lily. Sabe como é, falta de tempo é uma coisa séria... Mas não se preocupem. Eu não abandonarei vocês.

Lembranças para Lily Dragon, Helena Black, Giulinha Black, BabI BlacK, G-Lily P, Laynier, Matsu Potter Black, Juliana Montez, witches, Sinistra Negra, Juliana, Mah Clarinha, Belle Potter e Babbi, Patty Felix, Marmaduke Scarlet, Mimi Granger, Lilii Evans, Lele Potter Black, Lisa Black, Adriana Black e todos que estão acompanhando a fic.

Até a próxima...

Silverghost.