Diz-se que depois dos quarenta é a fase do "com dor". É dor nas costas, é dor nas pernas, é dor nos braços, dor, dor, dor... Pois é, eu tenho dezoito... Mas já entrei nessa fase. Ando direto com uma dor na nuca, que acho ser enxaqueca. Fui andar ontem na praia, de noite quase não agüentava minhas pernas. E, como se não bastasse, a tendinite voltou. Ai, meu ombro...

Tomei remédio agora há pouco. E, adivinhem? O remédio aliviou a dor no ombro e no pulso. Em compensação, me deu dor de estômago. A vida é bela...

Perguntem então o que estou fazendo aqui. Não é muito difícil adivinhar, não? Estou de férias, graças a Deus, mas o tédio me impede de ficar quietinha, curtindo minhas dores embrulhada em meus cobertores enquanto o vento de fim de tarde penetra pela janela. Hum... Eu já disse que moro no vigésimo terceiro andar? Meu quarto tem vista para o mar. Pessoas com medo de altura não poderiam viver aqui. Mas tudo bem.

O capítulo, acredito eu, será pequeno. Afinal, não estou podendo fazer muito esforço e tenho que me poupar ainda para em janeiro começar a estudar para a prova de introdução e escrever a monografia de ciência política. Eu adoro meus professores... Aproveitem bem o presente de natal.

Quem com ferro fere
(ou "como enlouquecer de vez escrevendo uma história de amor (amor?!)")

Capítulo já não sei mais que número: O expresso polar


O inverno chegou muito antes do esperado e não demorou para que os campos de Hogwarts ficassem cobertos de neve. Logo seria natal. Era pensando nisso que Sirius caminhava, sozinho, em direção à torre dos leões.

Tiago ia para Las Vegas com Lílian. Rabicho também iria viajar. Dos marotos, apenas ele e Remo ficariam no castelo. O que seria do seu natal?

- Falando sozinho, Sirius? - uma voz feminina veio bem de perto do rapaz.

Sirius virou-se, dando de cara com Hannah.

- Que milagre é esse? Você não deveria estar agarrando o Diggory em algum canto?

A loirinha ficou quase roxa de vergonha.

- Ele é meu noivo, Sirius. E eu não estava me "agarrando" com ele por aí. Eu estava na biblioteca.

Ele assentiu, ainda sorrindo maliciosamente, até alguém pular em cima dele, montando em suas costas.

- Alô, Black! - Marianne exclamou, rindo - Bom dia.

- Marianne, eu agradeceria se você arranjasse outra montaria pra você. - Sirius murmurou, virando a cabeça para a garota.

- Você está muito chato hoje. - a morena resmungou, pulando para o chão - Vocês não vão se despedir do pessoal? As carruagens já chegaram.

- Eu acabei de deixar Lílian, Tiago e Pedro numa delas. - o rapaz respondeu - A propósito, a quantas andam nossas apostas?

Hannah tirou uma pequena lista do bolso.

- Continuamos em vantagem. Aqueles boatos que vocês dois espalharam sobre Lílian e Tiago estarem acabando o namoro renderam mais cem galeões no time daqueles que acreditam que eles não duram até a páscoa. Se eles voltarem namorando sério dessa viagem, teremos trezentos galeões para dividir entre nós.

Marianne meneou a cabeça.

- Sirius, só você mesmo para lucrar com o relacionamento daqueles dois.

O moreno sorriu, piscando o olho e pouco depois eles estavam em seu salão comunal, na companhia de Remo.

- O que vocês acham que vai acontecer em Las Vegas? - o lobisomem perguntou, observando os amigos.

- Não faço a menor idéia. Mas espero que os dois se resolvam. - Sirius caiu no sofá, colocando os pés no colo de Marianne, que acabara de se sentar - Estou pensando em encomendar uma moto com os lucros desse nosso negócio.

Pessoal, essa pequena participação do Sirius me lembra de uma coisa... O meu caro amigo que me inspirou a personalidade de Sirius Black descobriu essa minha "homenagem". E agora ele está me enchendo a paciência para saber o que vocês acham dele... Ou melhor, do Sirius. Poderiam me fazer esse favor antes que ele decida entupir meus e-mails?

Enquanto isso, no expresso de Hogwarts, Tiago acabava de embarcar os malões tendo Pedro bufando logo atrás de si. Lílian estava conversando com algumas colegas na plataforma e os dois marotos começaram a procurar uma cabine para eles. O que não era muito difícil, já que não havia muitas pessoas no trem.

Lílian embarcou poucos minutos antes do trem partir e, antes que pudesse encontrar a cabine onde estavam seus amigos, deu de cara com, ninguém mais, ninguem menos que Artur McKinnon.

- Olá, Lily. - o rapaz cumprimentou sorrindo.

- Hum... Olá, Art. - ela respondeu meio incerta, desconfortável com o sorriso malicioso dele.

Ai, Merlin... Esses carrapatos que ficam enchendo nossa paciência... Não que o Tiago seja muito diferente... Mas ainda assim, não gosto desses caras melosos.

Ela voltou a caminhar, dando as costas para ele, pedindo a todos os deuses que pudesse encontrar Tiago e Pedro logo.

- Lily, eu ouvi dizer que você e o Potter estão meio mal... É verdade?

Os boatos do Sirius... Esse cara não presta...

A ruiva finalmente avistou pelos vidros das cabines os cabelos arrepiados de Tiago.

- Não, Art. Na verdade, não podíamos estar melhor. - ela respondeu, caminhando a passos largos na direção dos cabelos espetados.

Tiago ergueu a cabeça quando ouviu a porta da cabine ser aberta e deparou-se com Lílian, que tinha a face extremamente preocupada. Logo atrás dela, estava Artur McKinnon.

- Até que enfim, Lily. - ele sorriu para a ruiva, segurando-a pelo braço e puxando-a para seu colo.

A ruiva resistiu mas Tiago mexeu os lábios, de modo que só ela pudesse ver, pedindo que ela se comportasse por causa do corvinal. Suspirando, ela se deixou ir para o colo do susposto namorado.

Artur franziu as sobrancelhas e Tiago sorriu arrogantemente para o "rival".

- McKinnon! Eu não tinha visto você aí...

Claro que não tinha visto... E eu sou a fada dos dentes...

Artur sorriu meio forçado enquanto Tiago passava as mãos pela cintura de Lílian, que de repente parecia muito concentrada em observar a neve que caía lá fora. Pedro murmurou alguma coisa, saindo da cabine esperando encontrar a mulher do carrinho de doces.

Lílian encostou a cabeça à bochecha de Tiago e o moreno aproveitou para roubar um beijo rápido. Artur não esperou para ver o resto e rapidamente deixou a cabine. Tiago soltou a cintura dela, deixando-a livre para levantar-se.

Entretanto, Lílian não se mexeu.

- Lily?

- O que é? - ela perguntou, parecendo que estava aterrisando naquele instante.

- Aconteceu alguma coisa com você?

Ela balançou a cabeça.

- Você não percebeu? - ela perguntou curiosa.

- Percebi o quê? - ele perguntou, aproveitando-se que ela ainda estava em seu colo para abraçá-la mais uma vez.

- O trem, Tiago. - ela falou, finalmente levantando-se e quase fazendo o maroto se estatelar no chão no processo - O trem está parando.

Os dois rapidamente andaram atéa cabine do condutor, ao mesmo tempo em que o trem parava totalmente. Não havia um único monitor à bordo.

Chegaram ao primeiro vagão do trem no exato instante em que o condutor saía da cabine.

- O que aconteceu? - Lílian perguntou, sentindo um estranho pressentimento.

O condutor coçou a cabeça.

- Está tendo uma nevasca. Tem muita neve acumulada nos trilhos. É impossível continuarmos.

-E até quando vamos ter que ficar parados? - Tiago perguntou.

O condutor suspirou.

- Receio que teremos de improvisar nossa ceia por aqui mesmo...

Pessoal, eu infelizmente vou acabando o capítulo por aqui. Não dá mesmo, meuombro está doendo muito. Espero, de qualquer forma, que apesar de eu não estar lá muito inspirada, tenham gostado do capítulo.

Beijos para todos que estão lendo!

Silverghost.

p.s.: caso eu não melhore até sábado... FELIZ NATAL PESSOAL!