Abri os olhos devagar.
Quando foi que eu dormi?
Me sentei com um pouco de dificuldade, e percebi algo no meu colo.
Acho bom não ser Jakotsu, ou eu o mando visitar toupeiras no subsolo.
Para a sorte minha e dele, era Kagome quem estava ali.
- Kagome... – tentei acordá-la.
Ela olhou sonolenta para mim.
- Hum? – ela sorriu para mim, ainda meio que dormindo. – Papai?
E tombou de novo no meu colo.
Comecei a rir.
- É melhor deixá-la dormindo... – Miroku se aproximou com um sorriso maroto. – Caso contrário, ela pode até pensar que você quer alguma diversãozinha noturna...
- Não se preocupe, Miroku, não sou como você. – respondi, friamente.
Ele deu uma risadinha e deslocou-se para um outro canto da caverna.
Fiquei olhando as feições calmas de Kagome.
O que estava acontecendo comigo?
Tudo bem, admito que eu estava... Estava apaixonado por ela, mas... Será que eu era capaz de amá-la tanto a ponto de roubar-lhe um beijo como fizera há pouco?
Ela se movimentou, enlaçando meu pescoço com suas mãos delicadas e me fazendo aproximar.
Será que ela estava realmente dormindo?
Não consegui pensar em mais nada quando meus lábios colaram-se aos dela, me fazendo sentir seu gosto doce novamente.
Kagome abriu suavemente os olhos.
É agora que bicho pega.
O que ela estaria pensando de mim agora?
Fui pego de surpresa quando ela entreabriu os lábios, aprofundando o beijo. Eu tinha imaginado que ela iria me dar, no mínimo, um tapa bem dolorido...
Não me importei.
Aproveitei o máximo que pude aquele momento.
Aquele beijo poderia ser o último...
Jakotsu se aproximou correndo, fazendo com que eu me afastasse de Kagome.
- O que pensa que tá fazendo aqui, sua besta??? – disse, quase sem ar, quando ele me abraçou com todas as suas forças.
- Você não vai me trocar por essa... – ele analisou Kagome com desprezo – Mulher humana, não é, Inu-chan?
- Pois já troquei – respondi, no mesmo tom de voz. – E experimente me chamar de "Inu-chan" outra vez pra você ver o que é bom pra tosse!
Ele fez beicinho e me olhou com cara de criança carente.
- Se acha que vou ficar com pena de você, pode esquecer.
Feh... Que imbecil... O que ele pensa que tá tentando fazer, me persuadir a virar gay??
Empurrei ele para um canto, dizendo com os olhos para que ele se afastasse antes que fosse tarde demais. Coisa que ele fez rapidinho.
Puxei Kagome para mais perto, resmungando algo que prefiro não traduzir.
- Por que ele gosta tanto de você, Inu-Yasha? – perguntou a garota, recostando-se suavemente em mim.
- Não faço a mínima idéia – admiti. – Só sei que ele me acha lindo de morrer, então fica querendo me agarrar.
Ouvi ela dar uma risadinha.
- Que coisa mais... Romântica. – disse, enquanto eu brincava com uma de suas mechas.
- O quê, o fato de eu ser perseguido por gays inúteis ou eu estar mexendo no seu cabelo?
- Simplesmente... Você.
Eu?
Nossa...
Eu não tinha nada de romântico...
Sinceramente, estava chegando à conclusão de que Kagome estava maluca.
-... Tá me chamando de coisa? – brinquei.
- Não disse nada disso! – ela se virou e me olhou.
- Como não??
- O que foi que eu disse??
- "Que coisa mais romântica".
Ela pareceu refletir em alguma desculpa convincente.
- Tudo bem, me desculpa.
Comecei a rir internamente. Não é que era divertido provocá-la com suas próprias palavras?
Vamos ver como ela reage se eu tentar seduzi-la brincando...
Meu plano quase foi posto em prática. Só me detive porque Bankotsu nos atrapalhou.
- Inu-Yasha... Tem uma mulher te procurando lá fora.
Uma mulher?
Mas que diabos uma mulher estaria fazendo ali fora, na chuva, procurando um hanyou fora-da-lei, machucado, que acabara de fugir da prisão?
Não tinha muito sentido.
Me levantei.
- O que ela quer? – perguntei, pegando minha espada.
- Não sei. Houjou foi pegar informações sobre ela.
O lobo fedido aproximou-se furioso.
- Foi pegar informações sim... E quase conseguiu, se não tivesse caído morto.
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AAAAAALELUIA!! Mais um cap no ar!! Custou, mas consegui escrever esse cap! E, consegui, finalmente, fazer uma estimativa d caps! Vaum ser por volta dos 18, pra kem kiser saber.
Ah, sim. Naum voh agradecer direito, mas valeu pra kem mandoh review!
