Estio Negro
Autora. Kerosama/ keroclowiespana.es
Warnings: NC17! esta é uma fic Yaoi/lemon, logo é expressamente proibida a sua leitura por menores de 18 anos!
Par: Harry /Draco,
Atenção: Esta fanfic é baseada na série Harry Potter do qual suas personagens têm seus direitos autorais preservados pela editora e autora, e não devem ser confundidos com as personagens a que inspiraram.
Dedicado: ao meu amigo que me emprestou toda a série de livros - nunca gastei um sicles com eles.he!he! A Daniathena pelo trabalhão!! . Às meninas Yaoiartml que me mostraram que escrever fics não é bicho de 7 cabeças.
Conteúdo: Magia negra, sexo e solidão. Enjoi It! he!he! D
Nota: Quando escrevi era uma fã recente de Harry Potter e essa foi minha primeira fic. Talvez a achem estranha, ou surreal, ou quem sabe falhe na descrição das personagens - pelo menos esta é minha opinião. --' O primeiro capítulo nem parece tratar-se de uma fic yaoi/slash, mas garanto aos fans de carteirinha do estilo que é, e prometo que na seqüência vai melhorando. Então não desistam de ler, por favor!
Sugestões e críticas são bem-vindas!, Mas peguem leve, ok?;)
ESTIO NEGRO
CAP. 01 A NOITE
E eu fui aqui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo
sem nunca o perceber
O Mar
O Mar
madredeus
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Era noite de céu limpo. Ventos turvos brincavam de esconder as estrelas que continuavam incólumes, a observar os homens com indiscriminada curiosidade.
Elas o viam. Sentado, solitário. Numa sala aquecida apenas por uma lareira fria, pensamentos obsessivos sobre sexo e vingança.
Desejos mesquinhos paridos pela mesma mãe.
Há muito, a felicidade de achar-se vivo e pleno morrera, sobrando dela apenas uma fagulha como uma vela se apagando na própria cera fria. Sua chama, agora, era um monstro faminto. Alimentá-la, uma tarefa árdua. Sentia o desejo percorrer suas veias velhas, mesclando seu sangue numa insólita mancha ônix, até não mais se distinguir o que é o desejo da coisa desejada. Havia perdido a graça que sempre o distinguira quando jovem e, mesmo nos tempos maduros, o acompanhara. Suas feições antes fortes, antes suaves, eram nestes dias o espelho de algum tipo de animal medonho e nocivo.
Desconfiava se alguma das suas tão sempre fieis servas, ou servos, o acompanharia até a cama...
E sexo solitário era coisa para crianças. Crianças como o filho de Potter.
Franziu o cenho, seria Harry virgem? Bem capaz, se houvesse saído ao pai. Aquela lesma lerda! Felicidade inconcebível matá-lo! Gracejava se nas ternas e distantes noites da lua-de-mel não havia sido a dulcíssima Lílian a ficar por cima. Seios fartos a dançarem ao ritmo as ancas...
"Tom, Tom, esses seus pensamentos hão de arrastá-lo a memórias mais escorregadias..."
Mas vingar-se da criança que lhe havia impingido tamanha humilhação mostrava-se uma tarefa árdua. O pequeno bruxo ainda piava sob as asas do... diretor. A velha escola era um cárcere ao inverso, totalmente lacrado. Atacá-lo lá, intransigência metafísica.
Mas precisava encontrar um caminho, ansiava por isso, ou, na sua incontrolável fúria, iria enlouquecer. E se não pudesse matá-lo, que então o marcasse de novo. Que deixasse não em sua pele infantil, mas em sua alma cicatriz tão profunda que sangue vertesse ao mais suave toque.
Olhou para a lareira, receberia visitas àquela hora?
A sua bela cobra esmeralda, a refletir olhos inimigos, aproximou-se. Pediu-lhe afago, mas ele não deu. Aconchegá-la neste momento de vigília e solidão, seria distrair-se de seus pensamentos. Saciá-los. Viu-a, desgostosa, deslizar em direção à lareira sobre o chão cinza. Movia-se graciosa, suave, acariciando o chão como a um conhecido amante. Aquela visão o enternecia.
Foi então que uma coruja, grande como o pior dos devaneios, entrou na sala, piando esganiçada. O atrevido dos seus olhos a encará-lo, amarelos. Pousou, desafiadora, sobre sua poltrona. Mais corajosa do que muitos dos seus servos.
Atado ao seu corpo, papel marcado.
Com cuidado, para não assustá-la, o bruxo, libertou-a do fardo. Seu pio encheu a sala, e ela pousou no mármore sobre a lareira.
Segurou a carta. Cera alta e rubra evocava os Malfoy.
"Ah! Então tu me respondes?"
Seus sentimentos por Lucius e família oscilavam entre a admiração contínua, e a total desaprovação. Como dizer aos seus mais, e sofridos, fieis Comensais que aqueles que o traíram estavam mais próximos das verdades que pregara? Malfoy segurou a cabeça, fervoroso, evitou beijos amargos em Azkaban. Mentiu, subornou, fingiu e traiu. Agarrou com paixão a única, única verdade da sua curta vida, a sua família. Principalmente a criança.
A falta de elegância de Lucius escandalizava Voldemort. Odiava a maneira de pato choco de Malfoy a dançar nas ruelas da vida. Ouvira dizer que o garoto era diferente. Era a menina dos olhos de Snape.
"Ah!, esse também irá sofrer..."
Severus, como pôde aliar-se ao velho?
Entristecia...
Sozinho naquela sala antiga, mofo e pó sobre todas as coisas.
Vingaria-se de Malfoy se deitasse com Narcisa. Bastavam algumas gotas de qualquer afrodisíaco, ou uma ordem, para aquela ainda bela, madura e fria mulher entregar-se... Mas, não! Esse vaso era por demais vazio. Ele estaria mais bem servido no inferno de Hades.
Mas na sua fraqueza de corvo ferido necessitava de todos os cadáveres que pudesse devorar. Não! Abraçar Malfoy em um ninho de mentiras e falácias era ainda necessário. E esquecer Narcisa, seus cabelos loiros e seu ventre mole, relativamente fácil. Ele era, agora, filhote a esperar, faminto, os vermes no bico. E que estranhos sabores os vermes do filhote de Lucius teriam?
Quebrou o lacre da primeira carta. A menor delas.
"Meu estimado mestre,
Segue como combinado as informações que pedistes. Eu e minha humilde família nos sentimos honrados em servi-lo.
Narcisa Malfoy.
ps. Meu filho demonstrou grande satisfação em torna-se, de algum modo, útil. Ao requerê-lo sobre a tarefa seus olhos brilharam."
"Arrrg! Essas cartas me dão enjôo!"
"E afinal, desde quando os Malfoy são uma família humilde?"
Riu-se humorado. Então pegou a segunda carta. Ela transparecia numa onda morna de orgulho e elegância. Não havia nada em excesso, até os defeitos permaneciam em seu lugar legitimo. Havia algo, talvez Snape já houvesse percebido, e Lucius, com toda certeza, estava estragando esse algo. O menino era vulgar até o fundo do poço. Era cortês como só nobres da mais alta estirpe podem ser. Um fidedigno cavaleiro negro a entornar lanças nos peitos de seus inimigos graciosamente. Sua armadura a reluzir seus anseios por morte e poder. Paixão e instinto morando em sua casa. Alguém para o qual o Amor puro e sincero seria uma maldição imperdoável, insustentável.
Ao ler a carta, Voldemort, viu talento e um refinamento para as Artes das Trevas que o estimulou, para em seguida, deprimi-lo, enraivecê-lo. O menino nunca o seguiria com sinceridade. Em sua juvenil arrogância era auto-suficiente, e teve para si que se Lucius não o mantivesse, com cobranças desnecessárias, sobre rédeas curtas, aquele dragão devoraria o pai. E, se, afinal, o seguisse, seria apenas para usar a sua pele velha para seus propósitos egoístas...
Odiou-o.
Porém descrevia Harry de maneira lânguida e clara. E havia algo mais, algo que trouxe os velhos tempos de escola de volta.
"...esqueça!, apenas não pense sobre esses tempos..."
A precisão de suas palavras não era intensa o suficiente para esconder os monstrinhos que as habitavam. Viu o pior deles a correr num "D" e esconder-se por detrás de um "E": o Medo.
Medo do tribunal paterno, medo dos professores, medo dos colegas, medo de nunca ser melhor, medo de descobrirem seu medo tão bem vedado sobre uma máscara de arrogância pálida... Medo de que você percebesse a admiração, e mágoa, contida pelo declarado inimigo...
Ora!, esse menino, no âmago de seu corpo, clamava por vingança. Voldemort podia escutá-la rasgando suas tripas a cada derrota no Quadribol, a prisão do pai, a cada mínimo ultraje, ou num balançar de trem...
"Aquela criatura tocaria suas mãos para vingar-se de Harry?" Voldemort meditava.
Abaixo do anseio de dor, havia a mais misteriosa falta de vontade de escrever aquela carta. Ah! Como os pais podem se enganar. Pintam o pior dos demônios com o mais profundo azul.
Mas o convenceria! Esse garoto orgulhoso a unir-se a ele. Para fazer o que? Ainda não sabia.
Fechou os olhos e como Vingança ainda patinava sozinha sobre a imensa piscina de gelo negro de seu coração, o bruxo esforçou-se para a direção daquela menina de olhos vermelhos e pele ardente e vibrante, que lhe acenava com braços desnudos. A quantos invernos ela não o visitava? Por longas nevascas, ele a enxotou, e agora, que por ela ansiava, não obtinha respostas, a não ser aquele desbotado gesto. Ah! A Paixão...
Não seria vergonha, nem lhe traria problemas deitar-se com a mulher de Goyle... Mas, pelomordemerlin!, Por que diabos a mulher tinha que ser tão feia? Ei, e porque diabos havia cogitado essa... essa desgraça! Realmente estava nas últimas...
Era verdade que poderia preparar qualquer um dos simplórios encantamentos tântricos para sentir a respiração tênue de qualquer corpo ao seu lado. Pertencesse ele a um inimigo como a um amigo... Não fazia parte das Artes das Trevas em si, o obscuro lado da magia dedicado às paixões e aos instintos violentos?
Entretanto preparar o encanto seria suprimir a maior de todas as graças do amor, a Sedução.
"Esqueça, velho Tom, você não seduziria nem Nagini com esse seu pau murcho!"
Olhou as veias verdes a contornar suas mãos depostas sobre seus joelhos. Eram sensuais essas veias. Oh, ele sabia como eram! Sempre foram...
"Oh! Sempre tão sensuais..."
Cansado desses labirintos de sangue, levantou a vista, e viu a carta a reluzir sobre o chão cinza, como um sol brilhando numa tarde de inverno nebuloso. E ela foi brilhando, brilhando cada vez mais até clarear toda a sala. Até não sobrar mais sombra a ser coberta pela incandescência. Pássaros de asas negras a gracejar verdades e ilusões revoavam naquele amarelo. Iridescente.
E então, como se obedecendo aos passos de uma eterna dança, o relógio lilás da sua mente girou mais uma vez, e as coisas feias e bonitas juntaram-se qual amantes num único e sufocante abraço.
Arfantes.
continua...
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hehehe! E aí, oq eu será que o caprichoso Lord planeja.... Não perca a continuação!!!)
