Algumas pessoas preferem compartilhar seus problemas com alguém, para aliviar o peso nas costas. Outras preferem guardar seus problemas para si, e assim continuar a vida sem instigar piedade nos outros. Mas às vezes, não compartilhar os problemas, pode fazer uma pessoa cometer suicídio, ou alguma loucura do tipo. E quando se chega a esse ponto, mesmo a pessoa mais reservada e segura de si precisa desabafar.
Esse era o caso de Kagome Higurashi. Ela precisava falar com alguém. E esse alguém estava numa pequena sala, nos fundos do Serendipity, esperando por ela. Só terminaria de preparar um drink e sairia dali. Pelo menos era o que esperava até um homem entrar no bar.
-Boa noite, prima.-Kagome só teve tempo de murmurar um "agora não" antes do rapaz se posicionar a sua frente, do outro lado do bar.
-Vá embora. Não estou com disposição para discutir com você.-Dizendo isso, ela começou a tatear por baixo do balcão, em busca de sua arma.
-Isso é jeito de me tratar? Grandmère não vai gostar di-Ele não teve como continuar a frase, pois Kagome apontou um revolver para seu rosto.-V-você não vai ter coragem de atirar.
-Você acha? Lembre-se que eu já atirei uma vez. E dessa vez, eu não vou pensar duas vezes antes de matá-lo.- O rapaz abriu a boca, pronto para alegar algo. Mas Kagome foi mais rápida.- E não se esqueça que eu posso alegar legitima-defesa, afinal, a maioria das testemunhas presentes estão tão bêbados, que não vão discordar do que eu disser. E o resto, não hesitará em testemunhar ao meu favor.
-Tudo bem, você venceu. Eu já estou indo.- Ele dirigiu-se a porta rapidamente. E disse apenas uma coisa antes de sair.-Mas eu vou descobrir o que se passa nessa linda cabecinha mais cedo ou mais tarde.
-Deficiente!-O xingamento saiu apenas como um murmúrio. Mas ela não ia continuar se preocupando com seu primo. Tinha coisas mais importantes a fazer.- Carol, eu vou lá nos fundos um pouquinho, pode cuidar do bar pra mim?
-Claro. Mas depois você me explica o que acabou de acontecer entre você e o Andy.
-OK.– A jovem passou pelo corredor escuro com passos pequenos e rápidos, até chegar a uma porta de madeira lisa e entrar num quarto bem iluminado. Lentamente ela entrou e sentou em uma poltrona preta, de frente para outra pessoa.- Não sei se você quer ouvir tudo isso, mas é importante saber o que está acontecendo, já que você pegou essa confusão no meio...Eu não quero que você ache que eu sou alguma maluca de inventar um casamento, por isso acho melhor contar tudo.
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i Quase quatro horas da tarde e, como estava nublado, as sombras já começavam a envolver a sala. Kagome acendeu um abajur. Tinha acabado de voltar de uma viajem de um mês e meio. Nesse momento o telefone tocou.
Foi atender. Uma voz aparentemente desconhecida falou-lhe do outro lado do fio:
-Alô, tesoro! Que tal um encontro hoje à noite?
-Quem é que está falando, faça o favor?- Perguntou ela franzindo a testa.
-Você não me conhece, um bem, mas estou disposto a dar-lhe uma oportunidade de ter esse prazer. Sou muito generoso, não sou?
Esse não era o primeiro telefonema anônimo que Kagome recebia naquele dia. Já havia recebido outros e, em todas às vezes, batera o fone. Dessa vez, porém, sentiu curiosidade em continuar a conversa, pois a voz do desconhecido, não obstante a sua impertinência, era muito agradável, além de ter um sotaque italiano sutil.
-Afinal, quem é o senhor e o que deseja?
Sabia perfeitamente bem do que se tratava. Todos os telefonemas se referiam sempre ao mesmo assunto.
-Eu li aquela noticia no jornal a seu respeito, belíssima. Por falar nisso, você deve ser bem bonita, não é verdade?
-Ao contrário, sou muito feia.-Retorquiu Kagome.
-Está falando sério?
-Sim. Tenho os dentes saltados e sou estrábica. É preciso dizer mais alguma coisa?
-Ah! Assim vai mal, muito mal. Mas como nunca tive uma amiguinha vesga, quem sabe se a experiência não será divertida?
-Duvido.
-Não procure desanimar-se, meu bem. É preciso que alguém olhe por você, e para isso ninguém melhor do que eu. Não acredite que essa história de que "preferir um velho"passa de uma grande tolice. É bom que saiba disso antes que acabe estragando a sua vida. Eu sei como são essas coisas. Tenho vinte e oito anos, justamente a idade de um homem mais velho que te convém. Tenho certeza de que vai gostar de mim, como, aliás, sempre acontece com as outras.
-O senhor quase não é pretensioso.-Observou Kagome com frieza.
Não podia compreender a razão de continuar aquela conversa ridícula.
-Se eu mesmo não gostar de mim, como posso esperar que os outros gostem? Bem, agora que já sabe tudo a meu respeito, que me diz do nosso encontro? É só marcar a hora e o lugar.
Kagome riu levemente.
-Que tolice! O senhor sabe muito bem que eu não iria encontrar com um desconhecido.
-Por que não? Será, talvez, por causa de algum velho? Já disse que entre os mais velhos, sou o que mais convém.
-Não existe nenhum velho em minha vida!-Replicou Kagome zangada-Sabe o que mais? Tenho a impressão de que estou falando com um louco.
-Se não existe velho algum, por que motivo andou dizendo que preferia ser amada por um velho?
-Não foi isso! Tudo não passou de uma história ridícula do jornal. Não disse escrevi aquilo a sério, isto é, não com essa intenção.
-Ainda bem, pois a impressão que tive, ao ler a noticia, era que você devia ser uma desses casos de debilidade mental. Fico satisfeito por ver que não se trata disso. Agora, mais do que nunca, estou ansioso por vê-la. Então, que tal se eu aparecesse na sua casa, lá pelas nove horas?
-Não pense que irei atendê-lo.
-Ótimo! Irei de qualquer maneira!
Kagome pôs o telefone no suporte, um sorriso a bailar-lhe nos lábios. Achava que o homem não viria. Muito natural. Seria realmente ousadia da parte dele se viesse. No entanto, a sua voz não deixava de ser bem agradável...
E dizer que, durante o dia, recebera telefonemas com conversas ainda mais absurdas do que aquela, como, por exemplo, no chamado interurbano de uma cidade do Arizona de que nunca ouvira falar. Alguém que se dizia fazendeiro, rico, com sessenta e sete anos de idade, chegara a propor-lhe casamento, oferecendo-lhe um mundo de felicidades.
E depois fora a vez de uma voz toda solene recomendando que consultasse um psicanalista antes que fosse tarde demais. Onde já se viu uma garota de dezessete anos preferir as caricias de um homem velho as de um moço? Sem dúvida ela estaria sofrendo de algum complexo. Aconselhou-a que vencesse semelhante fraqueza antes que completasse o período de seu reajustamento a vida.
Kagome acendeu um cigarro e, enquanto fumava, abriu a gaveta para tirar o recorte de uma revista publicada no dia anterior. Era um artigo escrito por Dolly que aparecera na primeira página, a causa do problema. Ocupava quase a terça parte de uma coluna. Lia-se no cabeçalho:
n "As viúvas negras do século XXI" n
Na verdade o fato ocorrera uns dois ou três dias antes, quando George mandou Kagome à outra cidade para fazer uma daquelas pesquisas com perguntas originais. A daquela vez fora: "O que as mulheres preferem, ser amada por um velho rico ou por um jovem pobre?"
A mulher que Kagome abordou, era uma muito amável e bem apessoada, e, por esse motivo, com o gravador em mãos Kagome entrou na conversa dela.
-Acho que prefiro ser amada por um jovem pobre. E você?-Kagome hesitou um pouco antes de responder, aquilo não era exatamente profissional.-Vamos, a reportagem seria muito mais interessante se expressasse sua opinião.-Ela depois de pensar um pouco sobre o assunto, abriu um sorriso e disse com um tom brincalhão:
-Prefiro ser amada por um velho.
-Não acha que seria mais interessante ser escrava de algum jovem atraente?
-Não- Kagome sacudiu a cabeça com ênfase- Longe de mim querer ser escrava de alguém, seja ele velho ou novo.
Para desarmá-la, a mulher recorreu ao mais amável dos sorrisos e perguntou:
-Cá entre nós, aposto que a senhorita já tem em vista algum velho generoso e muito rico, não?
-Concerteza!-Respondeu Kagome com um ar brincalhão. Nunca lhe haviam dito que não se deve brincar com trabalho, principalmente se você é uma repórter. Abaixando a voz e, com os olhos brilhando de malícia, acrescentou- Não diga nada a ninguém mas esse homem já está com um pé na sepultura e possui um milhão de dólares em bônus do governo. Não gostaria de ser amada por alguém nessas condições?
Como tinha esquecido de apagar aquilo da fita, ela mesma não sabia. Quando George disse para mandar a fita e procurar mais um furo, nunca imaginou que ele mandaria Dolly escrever a matéria em seu lugar. Dolly não se limitara a narrar simplesmente a entrevista. Dotada de fértil imaginação, torcera e embelezara de tal forma os inocentes e jocosos comentários de Kagome que eles se transformaram em algo completamente diferente do que a jovem dissera. Pelo menos ela havia colocado apenas suas inicias.
Enquanto a jovem observava o movimento na rua, sua mãe abriu a porta. Kagome jogou o cigarro pela janela e se virou, como se nada estivesse acontecendo. A senhora Higurashi parecia um pouco cansada. Era uma ótima mãe e professora, apenas um pouco controladora, tanto na profissão como no papel de mãe. E, apesar de ter como filha uma jovem mulher, ainda era jovem. Sempre muito discreta e reservada, trajava uma saia escura e uma blusa bege.Trazia consigo uma pequena caixa de flores que entregou a Kagome.
-Parece que alguém lhe mandou umas flores querida.-Podia-se notar uma leve irritação e uma grande curiosidade no tom de voz da senhora Higurashi. Todos acham normal uma mãe se preocupar com a filha, mas ela exagerava um pouco na dose, principalmente quando se tratava da vida amorosa de Kagome. Tendo engravidado com 15 anos, ela faz de tudo para manter os homens longe de sua preciosa filha. Quando Kagome quis se mudar, ela comprou o apartamento que ficava em cima do seu e fez uma escada, ligando os dois apartamentos. Tudo para evitar que sua filha cometesse o mesmo erro.
Kagome ignorou a curiosidade da mãe e abriu a caixa. Rosas branca, úmidas e aveludadas jaziam umas sobre as outras. Levou algum tempo em descobrir o cartão que as acompanhava. "Envio-lhe rosas brancas porque não sei que cor prefere", dizia o cartão. Assinava-o "O senhor quase não pretensioso".
Ao virar o cartão, Kagome arregalou os olhos. A principio ficou intrigada e, depois, um pouco zangada. Havia um desenho feito a lápis. O desenho representava uma aranha negra, com grandes olhos azuis atacando o rosto simpático de um senhor de meia idade com um pé numa lápide.
-Que ousadia!- E Kagome rasgou o cartão, jogando-o na cesta de papéis. Teve ímpetos de atirar as rosas na cesta de papéis. Seria uma pena joga-las fora. Tão lindas e perfumadas. Pousou a caixa na mesinha, ao lado do telefone. Logo mais colocaria as rosas na água.
-De quem eram as flores?-Ao ouvir a voz da mãe Kagome pensou um pouco. Sempre tentava agradar a mãe, por isso criava um personagem só para ela. Uma Kagome comportada e obediente, que quando ficava nervosa tomava suco, em vez de fumar, não ia a bares, em vez de trabalhar em um, que começou a trabalhar para se auto-descobrir, e não para ser independente e, principalmente, que tinha amigos mais velhos por ser muito madura, e não porque eles tinham a idade mental de crianças de cinco anos. Sabia que a mãe só iria dar escândalo se ela aparecesse grávida, pois, tirando a vida amorosa de Kagome, ela era bem moderna e compreensiva, nunca faria ou falaria algo para machucar a filha, mas o que custava fingir ser certinha e tentar causar um pouco de orgulho na mãe?
-Uma brincadeira do pessoal do trabalho.-Kagome observou a expressão duvidosa da mãe por alguns instantes. Só parou quando a voz da própria a despertou de seus devaneios.
-Que estranho...Está sentindo cheiro de cigarro?-Kagome nem pensou muito antes de repetir a desculpa usada tantas outras vezes para despistar a mãe de seus hábitos.
-Deve ser algum vizinho.-Ela fez uma pausa antes de continuar-Olha, é melhor a senhora ir...Eu vou dar uma passadinha no hospital para ver a Sango. Acho que Carol também está lá e eu quero falar com ela.
-Espere um pouco. Eu preciso falar com você.
-O que quer que seja, não pode esperar até amanhã? Eu realmente preciso falar com a Carol.- A senhora Higurashi respirou fundo para criar coragem. Sabia o quanto aquele assunto incomodava a filha.
-Kagome, juro que não quero aborrecê-la, mas...temos de falar sobre Inu Yasha.
-Não!-A palavra escapou dos lábios de Kagome como uma explosão abafada, e ela estremeceu como se tivesse acabado de receber um golpe. Lembrou-se dele com uma pontada de dor.
-Mas você não entende, Kagome. Temos de falar sobre isso porque ele...-De repente a voz de Kagome adquiriu uma tonalidade fria como gelo e ela fechou bem os olhos antes de responder.
-Este apartamento ainda é meu. Estou lhe pedindo para sair, para eu poder encontrar minha amiga.
-Mas, Inu Yasha....
-Para! Eu não quero, nem vou discutir sobre essa pessoa. Nem agora, nem nunca.- Kagome observou sua mãe cerrar as pálpebras, derrotada, e deixar o recinto. Mas uma vez ela foi até a janela e observou a rua, as nuvens se afastaram e o dia estava bastante ensolarado. Vestiu uma blusa branca que deixava os ombros aparecendo, uma saia azul um pouco rodada e comprida, colocou uma das rosas que recebera enfeitando o cabelo e saiu.
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Enquanto caminhava, lembrou-se de Inu Yasha Yasaki, e sentiu mais uma pontada de dor. Tudo parecia tão recente.... Conhecia Inu Yasha desde sempre. Quando ele teve os pais assassinados, foi adotado junto com o irmão por uma grande amiga de sua mãe. Gina, uma italiana muito simpática, dona de uma rede de hotéis, que sempre quisera ter filhos, mas infelizmente era estéril. Os meninos eram primos postiços de Kagome, se bem que ela mal conviveu com o mais velho, Seshoumaru. Ela nunca iria esquecer a decepção que sofrera naquele fim de semana, na Itália. Ela já havia morado lá quando nasceu e mudou para o Japão depois do nascimento de seu meio irmão Souta. Depois que o padrasto morreu ela mudou-se, mais uma vez, só que para a França, onde ficou morando até se mudar para New York. Quando foi passar as férias com a tia postiça, Inu Yasha estava lá. Ele foi contar para a mãe sobre seu sucesso. Ele, tão novo estava seguindo os passos tornando um magnata do ramo hoteleiro. Já tinha hotéis na Grécia, na Itália e em pequenos países ao redor. Foi nessas férias que ela se descobriu apaixonada por ele.
Era um sábado quente quando ela, na inocência infantil, declarou-se para ele. E com muita vergonha, mas sem conseguir se controlar, roubou um estalinho dele. O rapaz não fez disse nada. Surpreso e um pouco abobalhado ele afagou-lhe os cabelos negros e entrou. Ela, que já estava deprimida com a decepção, piorou muito quando, no dia seguinte ele apresentou a família, como sendo sua noiva, uma mulher de sua idade, com um ar muito maduro, chamada Kikyou. Nem quis saber o fim do casal. Fez cara de cachorro sem dono, e conseguiu que a mãe voltasse para a França no mesmo dia e o pior foi ouvir os comentários desta a respeito.
-Boa tarde, Kagome.- Uma voz a despertou de seus devaneios.
-Boa tarde, Kirk.- Kirk era o irmão mais novo de Carol. Como a mãe teve complicações no parto, Kirk não parecia muito saudável. Ele era muito magro e pálido, o cabelo um pouco mais escuro que o da irmã, porém tinha os mesmos olhos castanhos. Ele era completamente fraco, a não ser pela voz. Kirk possuía uma voz grossa e imponente, completamente contraria a sua aparência.
Ao olhar para ele, pode notar o transporte ridículo que ele usava. Estava montado numa bicicleta presa a um assento onde três pessoas poderiam sentar tranqüilamente. Parecia o cruzamento de uma bicicleta com uma charrete. Concerteza mais uma de suas incríveis invenções. Ele tinha o habito de aparecer com coisas estranhas às vezes, e depois de um grande fracasso, e de alguém machucado ou humilhado, ele desistia, dizendo que nunca mais inventará coisa alguma.
-Kirk, o que é isso?
-É o meu novo invento. É o mais novo transporte da cidade, o "Biciclotaxi".- Kagome teve que se controlar muito para não cair na gargalhada. Dessa vez ele havia se superado.
-Um "Biciclotaxi"? Interessante...
-É bem simples. Olha só: os passageiros sentam naquele banco e eu vou pedalando. É quase a mesma coisa que um táxi, só que não polui o ar.
-Kirk, eu não quero ser estraga prazeres, mas você vai agüentar uma pessoa sentada aí?
-Claro que vou. Eu só preciso achar alguém que aceite testar.-Ele levantou o tom de voz, como se estivesse reclamando com alguém atrás dele- Mas parece que ninguém está muito afim de ajudar a ciência a evoluir!
-Não se preocupe. Os grandes gênios nunca são compreendidos....
-Acho bom que você pense assim. Entre. Você vai ser a primeira a ter a honra de andar no "Biciclotaxi".-Qualquer pessoa normal diria não. Era obvio que aquilo não passava de uma grande perda de tempo, mas Kagome nunca fora uma pessoa normal.
-Ok!
-Para onde?
-Para o hospital.
-Você estará lá antes que perceba, senhorita!
-Olá senhorita.-Meia hora depois o vizinho manco de Kagome os ultrapassou
-Olá.- Kagome olhou mais uma vez o relógio e tentou argumentar.
-Er...Kirk, eu acho melhor ir andando. Você sabe, eu tenho que me exercitar.E o café no hospital é pouco, se não chegar logo acaba e eu realmente estou precisando de um café.
-Fica...arf...aí. Nós....arf....esta..arf...mos qua-se ....arf... lá.
-Kirk, nós nem saímos da quadra. O meu vizinho já nos ultrapassou! E você está quase morrendo.
-..........................
-Kirk? Você está bem?-Quando viu Kirk de cabeça baixa, sem se mover, com as mãos na perna, Kagome começou a se preocupar.- Kirk? Meu Deus, você não está conseguindo falar! Kirk, faça alguma coisa! Você está bem? Responda! Uma batida na perna para sim e duas para não.- Kirk nem se mexeu.- Nenhuma batida? O que isso quer dizer? Kirk? Quer dizer que você não conseguiu dar a primeira batida?
-Eu...arf....estou...arf.....bem.....
-Ainda bem! Eu já estou com a consciência muito pesada para uma semana só. Então....Eu vou indo a pé, ok?-Kagome desceu rapidamente e foi andando. Quando estava quase chegando foi incomodada por Kirk, andando no "Biciclotaxi" no caminho do hospital.
-Ah....È bem mais fácil quando não se tem tanto PESO atrás. Eu mal posso esperar para chegar ao hospital e comprar todo o café que conseguir.- Quando Kagome se deu conta da vingança planejada por Kirk, ela saiu correndo atrás dele.
-KIRK!!!!!!AQUELE CAFÉ É MEU!!!!!!!!!!!!
Alguns minutos depois Kagome conseguiu encontrar com Carol. Ela estava no balcão conversando com Mirok.
-Carol! Se irmão me paga!
-Nem precisa me contar. Eu já sei de tudo. Ele entrou com aquele "Biciclotaxi" aqui. Você acredita?
-Eu não acredito que aquele miserável comprou o meu café. É meu. Quer dizer, ele nem gosta de café!
-Pega leve com ele....Você sabe como ele é.
-Mirok, onde está a Sango?
-Acho que ela está no necrotério.
-Ok...Vou falar com ela. Não a vejo desde antes da viagem. Quero mostrar a ela o meu novo corte de cabelo.
-Se me permite dizer, o seu cabelo ficou inovador dessa maneira senhorita.-Kagome se virou e encontrou o zelador do hospital, com um daqueles carros cheios de produtos de limpeza e coisas do tipo. Ele era um homem alto e forte, mas às vezes tinha umas crises de personalidade. A do momento era "o poeta incompreendido"-Agora, quando eu vejo um esfregão, eu penso nas mechas negras de uma jovem que está sempre visitando os amigos no hospital.
-Sério? Era exatamente esse o efeito que eu queria dar!- Com louco não se discute....
-Ei, quer uma carona?- Ele disse, apontando para o carrinho.
-Claro. Pior que a do Kirk não vai ser.-Kagome sentou-se na ponta do carrinho e, com o braço estendido ela gritou ao estilo D. Pedro I na Independência do Brasil (só que ela estava com um esfregão, e não com uma espada).-Ao necrotério!!!!!!!!!!!!!!!!
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A tarde já estava quase no fim. Depois de combinar de se encontrar com Carol, Sango e Mirok uma noite dessas, Kagome saiu e pegou um táxi. Admirava a paisagem distraída, quando o carro parou num semáforo vermelho e alguém abriu a porta ao seu lado.
-Mas o que...-Ao virar a cabeça, Kagome não conseguiu mais falar, ao avistar a figura alta e elegante entrando e sentir o impacto dos olhos dourados de Inu Yasha.
-Agora podemos ir.-Num gesto automático, o motorista avançou com o veiculo. O processo mental de Kagome foi disparado ao mesmo tempo. Enquanto a raiva a consumia, procurou com os olhos uma vaga, pronta para pedir ao motorista que parasse. Não iria com ele a lugar algum.
-Pare aqui.-Disse ele, num tom provocante, como se tivesse lido os pensamentos dela e estivesse se divertindo muito.
Kagome cerrou os dentes, olhou para a direção que Inu Yasha indicara e viu que se tratava da garagem de um motel.
-Não pode parar ali. O estacionamento é do...
-Tudo bem.-Disse Inu Yasha.-Eu trabalho nele.
Zangada,Kagome pediu que conduzisse o veículo para o estacionamento, seguindo as instruções dele de ir para uma área restrita a funcionários. Assim que o carro parou, Kagome virou pra Inu Yasha, com os olhos azuis flamejando de raiva.
-Agora posso saber o que você está fazendo?
-Olá, Kagome. Há quanto tempo...
-Nem de longe o suficiente. Por que entrou no carro? O que quer?
O sorriso que curvou aqueles lábios duros fez um arrepio percorrer a espinha dela. Kagome agarrou a bolsa para evitar que as mãos tremessem.
-Quero falar com você.-Respondeu Inu Yasha com suavidade.-E olhá-la.
-Já olhou. Agora, fale.
-Aqui não. Está quente demais e seria terrível vê-la derretendo pelo tapete. Venha comigo. Tenho um apartamento nesse complexo. Ou tem medo?
-Medo de você?-Kagome sabia que era tolice aceitar o desafio, mas também sabia que tinha de provar algo a Inu Yasha e também a si própria. Assim, abriu a porta dizendo:-Pode me levar em sua toca.
Aquela risada suave tinha efeitos perturbadores sobre o equilíbrio de Kagome, e só por isso Inu Yasha permitiu a si mesmo a liberdade de segurá-la pelo braço.Ela rapidamente se desvencilhou do toque.
-Eu não quero que me toque.
-Qual o problema? Me odeia tanto assim?
-Eu simplesmente não gosto que homem algum me toque.
-Tudo bem....
Ele a conduziu pela entrada lateral até o saguão, elegantemente decorado com motivos dos mares do sul. Passara pelos olhares curiosos de dois homens ao balcão da recepção e foram pela escada curva. Quando terminou de subir o último degrau, Kagome mal teve tempo de registrar o fato de que as escadas acabavam em uma passagem estreita que ligava os dois setores do motel, porque Inu Yasha avançou pelo caminho sem hesitar. A única diferença entre a porta que ele abriu e as demais era a falta de números. Adentraram em um quarto de bom tamanha, com uma mesa e duas cadeiras perto de uma varanda.
-Vou preparar uma bebida.-Enquanto ele cuidava das bebidas, Kagome aproveitou para examina-lo. Inu yasha mudara e amadurecera, e as mudanças eram de parar o transito. Ele já tinha boa aparencia aos vinte anos.Agora, aos vinte e seis, a vida começou a produzir suas marcas. As linhas retas e determinadas do maxilar denotavam um controle férreo. A pele dourada e sedosa continuava emoldurando o nariz longo e perfeito, as maças salientes e os planos angulosos de rosto. E o seu metro e oitenta e alguma coisa de altura combinava mais do que nunca com seu ar de sedutor. Antes que começasse a seguir todos os movimentos dele com os olhos, Kagome começou a admirar a vista.
-Você gosta?- Kagome se assustou ao ouvi-lo.-Eu pensei em ficar por aqui mais algum tempo, mas já encontrei um apartamento.
-Ah, é bem adequado...-Fez um gesto de desdém-...para um homem.
-Você cresceu.-Inu Yasha entregou-lhe a bebida.-Também ficou mais bonita.- A última frase foi acompanhada pelo sorriso sensual e inquietante. Ele ergueu o copo para Kagome, para simular um brinde, e ela arqueou as sobrancelhas ao ver o liquido cor de âmbar.
-Está meio quente para um drinque forte bem no meio do dia, não?
-Foi-se a época que um único copo de bourbon com água me tirava o controle. Hoje, eu preciso de coisas um pouco mais fortes.-Ela sabia muito bem o que aquela "coisa" era. Um corpo feminino quente, qualquer um. Empinou o queixo sem encara-lo.
-Disse que queria falar comigo, Yasaki. Sobre o que?
-Sobre como você está. E o que tem feito.
-Estou bem.-Disse ela sentindo a garganta seca.-Tenho trabalhado.- Inu Yasha começou a acariciar as tiras da blusa dela com seus dedos longos e firmes. Kagome ergueu a cabeça e abriu a boca para pedir-lhe que parasse. Inu Yasha se curvara, e seu rosto ficou tão próximo que ela sentiu o aroma pungente do bourbon.
-Sobre com quem você tem dormido...-Por cinco segundos ela permaneceu imóvel, indignada e furiosa.
-De onde tirou isso?-E afastou-se dele, colocando o copo numa mesa com tampo de vidro e se dirigindo a porta, com a mão na maçaneta.
-Eu tenho um amigo que trabalha em um pequeno jornal. Você deve conhecer, é o New York Times. Parece que você atrapalhou uma investigação por ser amante do investigado.- Esse foi o golpe final. Kagome sentiu-se quebrar por dentro. Ela devia saber como reagir. Ela sabe como reagir, e não daria mais espaço para ele machuca-la.
-Pelo menos ele beija melhor do que você.-A mão de Inu yasha forçou com firmeza a madeira, obrigando-a a fechá-la. Kagome não se moveu, com medo até de respirar. A aparente calma dela só servia para irrita-lo mais.
-O que essa última agressão quis dizer?- Inu Yasha a fez virar-se, obrigando-a a encará-lo. Kagome apoiou o corpo contra a porta, detestando as sensações que a presença e o aroma dele provocavam. A boca firme e tentadora estava perto demais. O alerta veio ao mesmo tempo que a vontade de beija-lo.
-Não sou tola, Yasaki. Nunca fui a idiota completa que você pensou que eu era.
-Nunca achei isso de você. Menina, menina...Porque fugiu de mim?
-Por que?-De alguma forma, ela conseguiu arrancar uma risada seca da garganta.- Porque esta idiota ficou esperta de repente e descobriu o que não queria!
Ele tocou-a nos lábios e brincou com ela.
-Diga-me que você não queria isto.- Inu Yasha deslizou as mãos para os quadris dela, arqueando-a para si. Então, movendo-se com possessão, subiram até a cintura, repousando, possessivas nos seios arredondados.-Ou isto.-Quando sentiu-a estremecer, os longos dedos tocaram o pescoço, acariciando o colo macio. Com a respiração ofegante, ele disse:-Ou isto.-Concluiu, beijando-a com força. i
CONTINUA..............................
nOI GENTE!!!!! DESCULPE A DEMORA MAS EU ANDEI MUITO OCUPADA E ACABEI DEMOARNDO PARA ESCREVER.....MAS OLHA SÓ ONDE EU PAREI.....EU SOU MUITO MÁ!!!!
AGORA, VOU AGRADECER AS REVIEWS.
MARAHCHAN: MUITO OBRIGADA PELA REVIEW! EU MAL POSSO ESPERAR PARA VER A SUA FIC.....TÁ DEMORANDO MUITO!!!!!!KISSUS!!!!!
NAT D: AINDA BEM QUE VOCÊ GOSTOU! ESPERO QUE VOCÊ TENHA GOSTA TANTO DESSE CAPITULO QUANTO GOSTOU DO PRIMEIRO!!!!!!! BEIJOS!!!!!!
HARUNA: SINCERAMENTE, VC NÃO TORROU MINHA PACIÊNCIA NEM UM POUCO....E ESPERO QUE A HISTORIA NÃO ESTEJA TÃO CONFUSA AGORA.... E AGORA, VOCÊ PODE TER UMA IDEIA DO QUE ACONTECEU, SE BEM, QUIE AINDA TEM COISA PELA FRENTE...KISSUS!!!!
CaHh Kinomoto: TÁ AÍ O 2º CAP DA FIC. GOSTOU? ESPERO TER ATENDIDO AS SUAS ESPECTATIVAS! E MAL POSSO ESPERAR PARA VER SUAS FICS, TODAS ELAS!!!KISSUS!!!
M. Sheldon: OI!!!!!! QUANTO TEMPO!!!! EU TENTEI FALAR COM VOCÊ UM DIA DESSES MAS ERA O SEU PAI NO MSN....Eu fiquei MUITO FELIZ DE VOCÊ TER GOSTADA DA FIC!!! E FICO MUITO AGRADECIDA PELOS ELOGIOS!!!!!!! KUSSU!!!!!
LARI-CHAN: NÃO SE PREOCUPE QUE EU NÃO BRIGUEI COM A LU POR ISSO, MAS EU TENHO UM PEQUENO TRAUMA COM PASSATEMPO.....MAS ISSO NÃO É ASSUNTO... E ESPERO QUE AGORA VOCÊ POSSA TER UMA IDEIA MELHOR SOBRE A FIC....KISSUS!!!!!
HITOMI HIGURASHI:OBRIGADA PELA REVIEW! E COMO VOCÊ PODE VER, O INU JÁ APARECEU E JÁ ESTÁ MEXENDO COM A KAGOME....KISSU!!!!!!
TASSI HIGURASHI: TIPO..... ESSA É A ESCRITO NAS ESTRELAS REENSCRITO! EU SEI QUE A HISTÓRIA MUDOU UM POUCO, MAS É PARA FICAR MENIS CONFUSA.... ESPERO QUE GOSTE!!!!!BEIJOS!!!!!
CAROL:NÃO SE PREOCUPE QUE EU VOU BOTAR ALGUMAS CENAS DO KOHAKU...MAS POR ENQUANTO É SÓ! E NÃO ME PROCURE NO MSN ATÉ QUARTA, POIS EU VOU ESTAR VIAJANDO.... MAS NA QUARTA EU VOU CHEGAR PREPARARDA PARA O SEU ESPORRO POR TER PARADO NESSA PARTE DA FIC.......SUPER BEIJOS!!!!!!!!!
E AGORA, UM AVISO IMPORTANTE:
EU NÃO ODEIO PASSATEMPO!!!!!!!!!!!!!!!!!!EU SÓ TENHO UM TRAUMA DE INFANCIA ENVOLVENDO DUAS AMIGAS, UM BRAÇO QUEBRADO, CINCO PONTOS NO JOELHO E PASSATEMPO!!!!!!!!!
OBRIGADA PELA ATENÇÃO.n
