Capítulo 2
-Vocês não deviam estar no Salão principal, jantando? - perguntou Harry assustado
-No entanto - respondeu Hermione - Você também deveria estar lá não é? E enquanto isso foi visitar o Hagrid, e...
-Espero um pouco aí - interrompeu harry - Vocês andaram me espionando?
Rony se levantou da poltrona com uma espressão um pouco preocupada.
-Claro que não, cara. Só que você não apareceu para jantar, então viemos ver se você estava no dormitório passando mal ou coisa assim; acabou que a gente deu uma olhada na janela, e foi exatamente na hora em que você estava entrando na casa do Hagrid.
Hermione confirmou com a cabeça
-É Harry... Caramba, você tinha conciência de que já estava anoitecendo? Dumbledore avisou que não podíamos sair após o anoitecer...
-E Harry... - começou Rony - Porque foi sem avisar? Porque não chamou a gente pra ir junto?
Harry desviou o olhar de Rony para o chão.. O sentimento de culpa vinha crescendo a cada minuto... Afinal de contas, que espécie de amigo era ele, que não procurava Rony e Hermione para falar sobre Sirius?
-Eu.. haaa... fui só conversar um pouco.. - ele tentou fazer cara de pouca coisa - Nada de mais..
Hermione pareceu um pouco mais cansada do que de costume
-E seria.. hum.. perguntar de mais a você o que foi conversar com ele?
Harry não olhou pra mais para a amiga. Passou direto pelos dois e sentou-se em uma poltrona logo à frente da laleira. Enterrou o rosto nas mãos sem saber o que fazer. Será que estava na hora de lhes contar tudo? Quer dizer.. Essa história do Sirius.. Mas também.. da profecia? Porque mais cedo ou mais tarde ele haveria de contar aos amigos sobre isso.
Sentiu que os amigos se aproximavam. De fato, Rony sentara ao seu lado e Hermione ajoelhara-se para ficar na altura de Harry. E ele escutou a voz dela:
-Harry, o que tá acontecendo? Eu sinto que você tá escondendo alguma coisa da gente.. Só.. só não sei porque...
Harry respirou fundo. Não havia mais saída; ele já dera dicas o suficiente de que alguma coisa estava errada, a hora era aquela...
-Eu.. Hum.. - começou ele com a voz meio fraca
-Eu... - recomeçou ele recuperando-se - preciso.. haa... contar uma coisa a vocês e...
Mas nesse momento o quadro da mulher gorda se abriu, e muitos grifinórios entraram fazendo bagunça. A sala comunal se encheu de gente, e o barulho predominou.
Harry tentou não olhar para os amigos. Só conseguiu dizer:
-Falo com vocês depois.
E saiu pelo quadro da mulher gorda, antes que eles pudessem detê-lo. Sentia muita vontade de sair e caminhar por volta do lago; mas não podia, sabia que não. Então foi ao corujal, onde não poderia encontrar muita gente. Seria uma boa oportunidade para refletir sobre tudo que estava acontecendo.. Poderia também visitar Edwiges.
Aporta do corujal ranjeu muito quando ele a abriu. Ele logo avistou aquela coruja branquinha como a neve lá de fora.
-Alô Edwiges - disse de mansinho alisando e acariciando a penagem da coruja. Ela piou fraquinho para ele em retribuição ao carinho do garoto.
Da janela ele conseguia ver a casa de Hagrid. Imaginava o que o amigo deveria estar fazendo agora.. Começara sair fomaça pela chaminé, o que significava que ele estivera acendendo a lareira.
Escutou o rangido da prota do corujal ranhir em seus ouvidos; Rony e Hermione não podiam ter segui-lo!! Seria muita injustiça obrigá-lo a continuar a conversa. Ou talvez pudesse ser Filch querendo obrigá-lo a ir para o dormitório. Mas ao se virar, constatou que não era Rony, Hermione nem Filch; era Dumbledore.
-Olá Harry - comprimentou Dumbledore com um sorriso - imagino que esteja querendo mandar uma carta?
-Hum.. Não senhor - respondeu Harry lembrando que nem se quer teria alguém para mandar cartas, já que seu único correspondente fora de Hogwarts era Sirus. - Vim apenas.. ah... visitar a Edwiges.
-Perfeitamente - confirmou Dumbledore - Mas, Harry.. Gostaria de conversar com você.
Harry desenhou uma ruga em sua testa
-Algum problema, Pr. Dumbledore?
-Ah sim, Harry - disse Dumbledore com uma voz preocupada - Você não foi jantar hoje a noite. E no almoço percebí que não comeu quase nada.
Harry ergueu uma sombracelha. Então Dumbledore agora estava controlando o que ele comia era?
Foi como se Dumbledore lesse seus pensamentos, porque logo falou:
-Não pense que estou observando o quanto come, Harry. Mas não foi só hoje. Parece que está se tornando um costume para você, não aparecer para almoçar, tomar café e jantar; sempre é algum deles.
Isso apenas confirmou que Dumbledore andara de alguma forma notando o que ele comia..
-Mas estou bem professor Dumbledore, não se preocupe. Já fiz isso muitas vezes, e nunca ocorreu problema algum. - apressou-se Harry a dizer
-Claro que não... -concordou Dumbledore dando uma leve inclinada na cabeça - mas se continuar assim, vai acabar ficando doente.
Harry desviou o olhar do professor. Porque todo mundo tinha que tomar conta dele desse jeito? Não era justo.. Ele merecia um pouco de liberdade..
-Algum problema Harry? - o garoto percebeu que o professor o observava.
Era uma pergunta um pouco idiota é verdade; claro que haviam problemas, e comos e Dumbledore não soubesse de todos eles!
-Hum.. Não - mentiu Harry
Dumbledore não estava convencido
-Harry, lamento ter que voltar à esse assunto, mas é realmente nescessário. Sei que Sirius deve estar lhe fazendo falta. Mas ele não iria gostar de ver como você está por causa dele.
Harry ergueu a cabeça e encarou Dumbledore
-Não é só o Sirius - disse com a voz cava - é todo o resto junto...
Dumbledore olhou-o com mais intencidade
-Resto? Está falando da profecia, Harry?
-Mais ou menos, Pr. Dumbledore. - suspirou Harry - Nãoé que eu tenha pensamo muito nela; mas Romy e Hermione às vezes percebem que estou omitindo algma coisa deles. Porque não lhes falei o que tinha na profecia.
-E você pretende lhes falar? - perguntou Dumbledore lançamdo a Harry um olhar severo
Harry percebeu que talvez não fizera a coisa certa. Percebia agora que talvez Dumbledore fosse contra à Rony e Hermione saberem da profecia.
-Não tenho certeza - Harry disse com a voz cava - Acho que não vou conseguir esconder uma coisa tão importante deles, assim.. Por muito tempo.
-Harry, devo lhe avisar que o que quer que você for fazer, tenha muito cuidado.. Muita cautela quando se tratar da profecia.
-Porque? - Harry achou que não adiantaria Dumbledore ficar enrolando - O senhor acha que não devia falar a eles sobre a profecia?
Dumbledore suspirou
-Harry, a porfecia é algo que tem de se manter em sigilo o máximo que se puder. É uma coisa importante demais. No entanto, não estou dizendo que não deva contar a seus amigos o que ela diz; de fato, se é isso que acha melhor, o faça. Mas faça bem feito.
-Faça bem feito? - perguntou Harry confuso - O que quer dizer com isso Pr. Dumbledore?
-Primeiro, pense bem se é isso que realmente quer. Pense na reação deles, e veja se isso não iria só piorar a coisas. E Segundo, quando for lhe falar, arranje uma hora que não tenha ninguém por perto para ouvir. Se alguém ouvisse, e essa informação vasasse, estaria tudo perdido.
Harry suspirou. Não queria nem pensar no que poderia acontecer se o conteúdo da profecia se espalhasse. Tentou não pensar no pior.
-Acho que está na minha hora, Harry - disse Dumbledore - Tenho que ir para o meu escritório. Qualquer coisa que precisar de mim, e estou dizendo, qualquer coisa, me procure.
E saiu pela porta.
Mas Harry continuou lá, no corujal. Não sabia se teria coragem de falar tudo para Rony e Hermione ainda naquele dia. Talvez esperasse pelo outro dia, estava exausto. E também, não sabia se a sala comunal era segura para contar uma coisa como aquela.
Harry decidiu pensar nisso amanhã também. Estava sem cabeça pra nada. Talvez fosse um pouco de fome; é quem sabe ele não dava uma passadinha na cozinha? Até que seria bom rever Dobby.
