Capítulo 4

Naquela mesma noite, Harry, Rony e Hermione estavam sentados as suas poltronas preferidas em frente à lareira, como de costume.

Harry fazia a redação de Hagrid, e Hermione se ocupava em umas questões de Aritmancia. Rony no entanto murmurava febrilmente em cima de livros de poções, tentando fazer o trabalho de Snape de última hora.

Hermione olhou para o amigo

-Você ainda está aí?

Rony olhou-a irritado

-Quer parar de atrapalhar? - disse o garoto rangendo os dentes - Eu já ia colocar que as pedras lunares tem a função de fazer adormecer, quando você me interrompeu!

-Mas as pedras lunares não tem função de fazer adormcer - disse a garota puxando o trabalho do amigo - As pedras lunares são exatamente os antídotos para poções de adormecer, Rony.

-Mione, se você só quer me criticar... - começou Rony tentando pegar o trabalho de volta

-Não quero lhe criticar - disse Hermione indignada - só estava tentando ajudar!

-Ah, claro - vociferou Rony - que ótima forma de ajudar! Agora devolve o trabalho!

Rony estendeu a mão para Hermione. A garota deu a ele com indiferença.

-Só não me peça ajuda quando precisar

O garoto ignorou o comentário.

Harry abriu a bolsa para pegar o seu trabalho de Snape. Ele também havia colocado que as pedras lunares tinham função de fazer adormecer.

Aos poucos as pessoas foram se esvaindo, e subindo para os dormitórios. Não passou muito tempo e só restaram na sala comunal Harry, Rony e Hermione.

Harry já não fazia mais a redação de Hagrid. Estava na redação de 2 pergaminhos da Pr. Minerva. Hermione desenhava alguma coisa num pergaminho, e Rony ainda estava em seu trabalho para o Snape.

Mione colocou seu desenho de lado, e olhou para Harry.

-Harry, você precisa de alguma ajuda?

O garoto levantou a cabeça distraído

-Oh, sim. - disse dando uma olhada no seu trabalho - não consigo achar a fórmula que a professora McGonagal passou.

-Não estou falando desse tipo de ajuda - disse garota devegar, como se quisesse escolher as palavras certas - Bom, estou me referindo à conversa que nós íamos ter ontem.

Rony levantou a cabeça rapidamente para a amiga

-Hermione!

-Não dá mais pra segurar Rony. - disse ela ainda olhando para Harry - isso tem acabar logo.

Harry desviou o olhar da garota. O que ele ia fazer agora? Tinha que escapar de alguma forma.

-Harry, eu só não entendo porque não nos conta de uma vez o que tá escondendo - disse Hermione com uma voz suplicante - você ia falar ontem, não ia?

Devagar, Harry confirmou com a cabeça.

-Então - insistiu ela - porque adiar mais?

Rony olhava de Harry para Mione, sem saber bem o que dizer.

Ok.. Talvez Hermione tivesse razão.. Talvez fosse melhor acabar logo de uma vez com tudo aquilo. Resolveu de uma vez por todas que estava na hora de contar tudo. E dessa vez, era pra valer.

Harry respirou fundo, sentindo um aperto no coração.. Ia lembrar de coisas muito ruins agora... Mas sabia que não tinha escolha..

Estavam, é claro, sozinhos na sala comunal. Harry sabia que ninguém jamais, poderia entreouvir a conversa que iria ter com os amigos agora. Decidiu falar o mais baixo possíver, e afinal de contas, se alguém estivesse decendo as escadas, eles iam ouvir. Mesmo que talvez isso nem fosse acontecer por ser muito tarde da noite.

-Hum.. - começou ele com a voz baixa sem olhar para os amigos - Certo. Parte do que vou lhes falar agora, é completamente secreto; então talvez devêsse-mos ter certeza de que ninguém está por perto..

-Bom - disse Rony olhando para os lados - Não à ninguém aqui Harry. Ninguém além de nós.

-Certo.. - disse harry distraído. Caramba, por onde ele ia começar tudo aquilo? - Bom.. naquele dia em que fui para a casa de Hagrid, eu queria falar sobre o Sirius. Estava sentindo falta dele, entendem..

-Porque não falou isso com a gente, Harry? - pergntou Hermione, e Harry percebeu que havia um quê de desapontamento na voz dela

-Eu.. Eu não sei... - disse Harry constrangido - Não queria que ficassem preocupados comigo, só isso..

Harry sentia seu coração bater a mil por hora. A qualquer momento ele podia sair por sua boca; bom talvez tivesse sido melhor assim.. Quem sabe ele nãoprecisaria falar sobre a profecia?

Mas Harry continuou

-Na noite em que Sirius.. Haaa.. Morreu - Harry queria acabar logo com a pior parte - Eu fui diretamente para a sala de Dumbledore, através de uma chave de portal.. Esperei o Pr. Dumbledore lá, sentindo cada vez mais que tudo tinha acabado. O que eu mais queria era sair daquele lugar.. Eu não ligava pra mais nada.

Uma pontada forte atingiu harry.. Era quase como estar revivendo aquela noite. Mas ele fez um esforço para prosseguir. Agora já começara.

-Mas então, Dumbledore apareceu. E ele começou a me falar muitas coisas.

Harry achou que não havia necessidade de falar do seu pequeno descontrole naquela sala. Por isso, havia pulado essa parte.

-Ele começou me falando sobre a cicratriz. Explicou porque eu haveria de voltar para a casa de meus tios todo verão..

-E porque você tem de voltar para a ca.. - começou Rony mais Hermione interrompeu-o com um "psiu" muito ríspido. Ela mantinha o tempo todo os olhos fixos em Harry.

-Isso não vem ao caso. - disse Harry entendendo a pergunta de Rony - O centro dessa conversa não é o que Dumbledore me explicou porque devo ir a casa de meus tios todo verão ou que quer que seja. Na verdade, estou querendo me centralizar... Na profecia.

Rony levantou a cabeça rapidamente para Harry com uma expressão intrigante no rosto

-Mas ela não quebrou, Harry?

Hermione lançou um olhar muito irritante a Rony por ter interrompido Harry.

-Sim, quebrou - a voz de Harry começara a ficar fraca - Mas Dumbledore sabia o que havia nela.

-Dumbledore sabia? - dessa vez foi Hermione quem perguntou.

-Sim. Ele sabia Mione. - confirmou o garoto - Essa profecia foi feita a ele pela Pr. Sibila, no Cabeça de Javalí; quando ele a avaliava para o cargo de profesora de adivinhação. Então, ela meio que endoidou, como naquela vez no terceiro ano, e falou a profecia.

E Harry se lembrou com um certo temor, das palavras exatas da profecia. Sentiu um solavanco forte no estômago.. Estava começando a ofegar baixinho.. Ele baixou a cabeça, se intereçando por um pedaço do tapete.

-E Dumbledore lhe contou o que dizia a profecia? - Harry escutou a voz de Rony hesitante

Harry ergueu o rosto para os amigos, que ambos lhe olhavam com um profundo temor nos olhos; como se já esperassem, pela expressão de Harry, que alguma coisa horrível estava por vir.

-Essa é a questão. - Harry olhou para os dois lados, como se quisesse conferir se não havia ninguém alí - A profecia... hum... começava dizendo que aquele que seria capaz de vencer o Lord das Trevas, nasceria no final do sétimo mês, de pais que já o aviam desafiado três vezes...

Rony e Hermione se entrolharam depressa. Harry viu o medo perpassarem por seus olhos.

-Como assim... - soltou Hermione com a voz preocupada - isso não tem nada a ver com você, tem?

-Bom.. Existiam duas pessoas para o qual a profecia poderia se referir. Uma era eu - Rony fez uma careta - a outra era Neville.

A boca de Hemrione se escancarou

-Neville?? - perguntou a garota abobalhada - o que neville tem haver com a profecia?

-Nada, mas o que estou querendo dizer, é que ela poderia se referir a Neville ou a mim. No entanto - continuou ele quando Hermione fez menção de falar - ela se referia a mim, como deixou bastante claro o Pr. Dumbledore naquela noite.

Harry achou que talvez não aguentasse chegar até o fim. Tentava evitar o olhar dos amigos. Sabia que eles observavam cada expressão que ele fazia, por isso tentou não parecer muito preocupado, mesmo que por dentro ele estivesse gritando.

-A coisa é que havia um espião no bar, um espião de Voldemort. E ele escutou exatamente essa parte da profecia. Só que ele foi descoberto e expulso do pub. Mas claro, ele informou a Voldemort o que ouvira. E esse foi o motivo pelo qual ele veio atrás de mim. Para me matar ainda bebê; para que eu não pudesse crescer e um dia, derrotá-lo.

Hermione agora concentrara uma expressão tão grande de horror, que Harrya chou que ela poderia chorar.

-Mas eu estava protegido por um feitiço. Bom, vocês sabem dessa parte. Eu só saí com a cicatriz. E essa cicatriz me marca como o igual de Voldemort. Ele não sabia disso claro. Ele não havia escutado o final da profecia.. "e o Lord das travas o marcará como seu igual, mas ele terá o poder que o lord das trevas desconhece..."

-Como assim, Harry? - perguntou Rony com a voz fraca - Você tem um poder que Voldmort desconhece?

Harry meio que deu uma sacudida de ombros

-É o que parece - disse ele - Mas.. Ainda não acabou.

Hermione, por sua expressão, não parecia acreditar que ainda tinha algo por vir.

-O final da profecia falava: "... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nehum poderá viver enquanto o outro sobreviver..." - Harry lembrava bem dessa parte - e isso significa que algum dia, um de nós deverá morrer na mão do outro. Eu não tenho escolha. Ou sou o assassino, ou sou a vítima.

-Oh Meu Deus, Harry!

Hermione deruçou-se sobre Harry, abraçando-o apertado. Harry sentia as lágrimas dela passarem pelo seu pijama, tocando seu ombro. Ela fungava baixinho, chorava mais do que podia aguentar.

Por trás dela, Harry conseguia ver o rosto de Rony encarando-o. Era uma expressão de total e completo horror. Rony parecia que tinha corrido quilômetros, porque ofegava sem parar; a respiração tapando os olhos em profundo desespero. Ele abriu a boca, tentando falar alguma coisa, mas não parecia conseguir.

-Eu não consigo acreditar Harry - Hermione soltou-o, e olhava fixamente para ele. Seu rosto estava completamente inchado e vermelho, as lágrimas ainda escorrendo pelos olhos.

A reação deles estava sendo muito pior do que Harry imaginava.

Harry percebeu que os olhos de Rony começaram a brilhar um pouco; ele então desviou o olhar para a lareira. Harry conseguir contar uma lágrima escorrer sobre o rosto do amigo, que estava paralisado com uma expressão horrível..

-Harry cara - começou ele - eu... eu não esperava uma coisa dessas pra você. É como se você tivesse marcado desde o momento que nasceu ou coisa do tipo..

Bom... Ele realmente estava marcado desde que nascera.

-Entendem agora por que eu não queria lhes contar? - disse Harry olhando para os dois. Hermione o soltara, e agora olhava para o chão. - Não queria lhes preocupar.

Hermione suspirou, e enxugou as lágrimas.

-Certo - ela disse ainda sem olhar para Harry- Foi apenas um choque, mas já passou. A coisa com o que temos de nos procupar agora, é exatamente isso. Harry, você tem uma idéia de quando a hora vai chegar? A hora do duelo com Voldemort?

-Não - respondeu o garoto - Pode acontecer a qualquer dia, e qualquer hora.

-E eu estou certa em pensar que Voldemort não sabe disso? - entoou Hermione

-Bom, ele sabe que eu posso acabar com ele; o que ele não sabe é o final da profecia.. A parte que dizia que um vai ter de morrer na mão do outro. Ou seja, que obrigatoriamente eu tenho de matar ele, ou ele tem de me matar. E ele também não sabe que eu tenho aquele tal poder.

-Você tem alguma idéia de que poder é esse, Harry? - Rony finalmente conseguira falar

-Eu não tenho certeza. Dumbledore falou que ele fica naquela sala que está sempre trancada no Departamento de mistérios.

Harry, diferente de Rony e Hermione, estava se sentindo bem melhor que antes. Era como se aquilo fosse uma forma de dividir aquele peso todo... E ele agora tinha a consiência leve, contara de uma vez tudo que escondia dos amigos.

Hermione enterrou o rosto nas mãos

-Harry, eu só não sei que chance você vai ter contra Voldemort, sabe.. Eu sempre pensei que quem iria acabar com ele era Dmbledore. Mas nunca você. Porque você não é como Voldemort, Harry. Você não é capaz de matar.

Harry concordou com a cabeça

-Foi tanto choque pra mim quanto pra você, na noite em que eu soube. Quando Dumbledore me falou, eu achei que pudesse ser impossível. Voldemort é o bruxo mais poderoso que existe Mione. Com exeção, claro, do pr. Dumbledore. Então, como eupoderia conseguir matá-lo? Acho que é muito mais fácil ele me matar..

-Num diga isso nem de brincadeira, Harry - Disse Rony em voz baixa - Afinal de contas, a profecia falar que você tem tantas chances de derrotar Você-sabe-quem, quanto ele de derrotar você. E tem também esse tal de poder que você tem e ele não sabe. Vai ver que esse poder vai te ajudar a derrotá-lo.

-É, talvez - concordou Harry - Mas Voldemort tem uma vantagem muito maior. Ele sabe artes das trevas, não podemos esquecer disso.

-Acho que artes das trevas é uma coisa terrível de mais pra ser considerada como uma vantagem - disse Hermione - Só pessoas idiotas aprendem artes das trevas. Só pessoas malignas usam artes das trevas.

Harry achou que ele estava certa. Mas, de qualquer forma, não deixava de achar que as artes das trevas seriam uma vantagem sim!

-É, mas eu fico pensando.. Como é que eu vou matar Voldemort, sem usar a maldição Avada Kedavra? Porque decididamente eu não conseguiria efetuá-la. Ano passado tentei usar a maldição Cruciatus em cima de Belatriz, e não conseguí.

-Talvez a gente possa contornar isso Harry - falou Hermione pensativa - Tem de haver algum jeito..

-A gente bem que podia procurar na seção reservada. - falou Rony - lá deve tre alguma coisa do tipo..

-Mas quem nos dariapermiçãopara pegar lagum livro da lá? - perguntou Harry deprimido

-Bom.. Isso talvez nem seja um problema, Harry. - falou Hermione - Quero dizer... A gente podia falar com o pr. Dumbledore. Com certeza ele nos deixaria pesquisar sobre o assunto.

-É, talvez. Mesmo que eu ache que não deve se ter na seção reservada, como se matar um bruxo sem usar Avada Kedavra...

-Pois eu aposto que deve ter - Rony franziu a testa - Quero dizer... O Avada Kedavra não pode ser o único jeito de se matar um bruxo não é mesmo?

Harry suspirou.

-A gente dá um jeito nisso amanhã. É melhor irmos dormir, ou não vamos conseguir acordar para o café.

Os outros dois concordaram com a cabeça, cada qual subiu para seu dormitório. Harry e Rony dormiram quase imediatamente. Harry sentia que Rony qeria continuar a conversar, mas agora tinha osoutros colegas da Grifinória para escutar. O impostante é que aquele sentimento de culpa que estava sentindo se esvaiu... Finalmente contara aos amigos sobre a profecia.. Parecia que ao desabafar tudo, algo muito ruim tinha saído dele... Agora estava se sentindo melhor.