Capítulo 1 – A Fuga e o Retorno de Draco
Coitado do Draco, ficou exilado em terras trouxas (ele não sabia o que era pior: os trouxas ou os sangue-ruins... eca!), durante dois anos! Ele mal sabia como tinha agüentado por tanto tempo; talvez, por causa da necessidade extrema. Vivia pensando: "Oras, mas que decadência! Eu, Draco Malfoy, pobre, morando em um cortiço trouxa de Londres, agindo como um trouxa, pedindo dinheiro trouxa nas ruas para me alimentar, e sem nenhum galeão no bolso! É o fim..."
Draco não suportava mais sua vida. Resolveu que voltaria para o Mundo Mágico, de onde não tivera nenhuma notícia durante aqueles dois anos que passara na Londres trouxa, para verificar se as coisas estavam mais calmas. Mas é claro, para se prevenir, foi disfarçado. Ele continuava sarcástico e debochado; aos seus 23 anos, ainda mantinha aquele típico sorrisinho debochado no rosto. Por ser um Malfoy, não perdia a pose nem na situação deplorável em que estava. Ele realmente queria se restabelecer como bruxo, provar que nunca fora um comensal, e quem sabe conseguir um trabalho digno (coisa que ele nunca pensou que um Malfoy faria, pois além de arrogante e prepotente, ele era desonesto), afinal, ele já estava no fundo do poço mesmo, o que poderia ser pior?
No dia seguinte, ao ser chamado de esquisito por uma das lavadeiras que fofocavam à beira dos tanques de lavar roupa do cortiço, Draco embrulhou as poucas coisas que tinha em um lençol, e utilizou um feitiço que mudou suas feições, cor dos cabelos e olhos, que se tornaram castanhos. E assim, partiu para a Londres bruxa.
Ao chegar ao Beco Diagonal, Draco reparou o quanto sentia falta daquele lugar. Sentiu-se aliviado por seu disfarce estar funcionando, pois, graças a Merlin, ninguém o reconheceu. Já era fim das férias escolares, ele podia ver crianças ansiosas comprando seus materiais, pais afobados e adultos apressados, mas notou algo diferente: as várias lojas pequenas, antes abarrotadas de gente, estavam quase vazias. Logo ele descobriu o motivo. Havia um grande edifício, de uns 10 andares, com um grande letreiro enfeitiçado na frente, escrito "Loja de Departamentos". Draco não sabia bem o que era aquilo, mas havia um grande entra-e-sai de pessoas. Um alvoroço só!
Perguntou à uma transeunte que passava por ali o que era aquilo. Ela disse que era uma loja criada há quase um ano, mas que já fazia muito sucesso pelo mundo inteiro. Explicou para Draco que cada andar possuía um tipo de loja, e que era muito mais prático fazer compras por ali. Draco ficou muito interessado, mas deixou para visitar a loja em uma outra hora, pois no momento precisava resolver sua situação pendente no Ministério da Magia.
Chegando no imponente prédio do Ministério, pediu à recepcionista para falar com o Cornélio Fudge, que continuava sendo o Ministro, e ela o encaminhou até uma sala de espera, em frente à sala de Fudge. Draco aguardou por volta de uma hora, até que foi chamado pelo Ministro:
— Boa tarde, senhor...
Draco teve que pensar num nome falso rapidamente, e disse:
— Squell. Marvin Squell, muito prazer, senhor Fudge. — Draco tentou ser o mais gentil possível, mas achou que a frase saíra com um tom meio forçado.
— Vamos entrando, sim? — Draco assentiu e seguiu o Ministro até o interior da sala. Sentou-se em uma das cadeiras em frente à mesa de Fudge.
— Então, senhor Squell, o que o traz aqui?
— Bom, na verdade, eu preciso revelar uma coisa. Só que, para isso, o senhor vai ter que me prometer que vai aceitar ouvir tudo o que eu tenho para dizer. — disse Draco, em um tom muito sério
— Ora, é claro, meu jovem. — o Ministro já estava preocupado.
— Bom, se lembra de Draco Malfoy, não?
— Ah, é claro, aquele garoto fugiu... mais um Comensal fugitivo. Realmente uma pena nós não termos pego ele.
Draco teve que se conter para não lançar um Avada Kedavra no velho chato que estava à sua frente, o acusando de ser um Comensal, e prosseguiu.
— Pois é. Eu sei sobre o paradeiro de Draco Malfoy, e algumas informações sobre ele.
Foi aí que Draco viu o brilho de interesse e excitação nos olhos de Fudge, e resolveu continuar falando:
— Bom, ele estava refugiado em terras trouxas, mas agora está de volta ao mundo mágico, após os dois anos em que esteve longe dos bruxos. Mas, ao contrário do que o senhor pensa, Draco Malfoy nunca foi um Comensal da Morte.
O Ministro o olhava com um jeito desconfiado, mas mandou-o prosseguir.
— Draco só se tornaria um Comensal ao completar 22 anos, por ordem de Voldemort. Mas Voldemort nunca permitiu que ele contasse isso para ninguém, pois senão seria morto. Por fim, Voldemort foi derrotado pelo bombom-bomba, como obviamente o senhor sabe, antes do aniversário de 22 anos de Malfoy. Ele só fugiu porque não haveria jeito de contar isso a ninguém, senão Rabicho o mataria. Agora que Rabicho está morto, não vejo problema em revelar isso.
— Mas por que você veio me contar isso? Por que defender Malfoy? Você tem alguma relação com ele? — perguntou Cornélio, não acreditando na história. Malfoy percebeu que o Ministro não havia acreditado.
— É, eu já imaginava que o senhor não fosse acreditar em minhas palavras. Mas eu tenho bons motivos para lhe dar essas informações.
— Qual, por exemplo?
— Talvez esse seja de bom tamanho para o senhor. — disse Draco, retirando seu encantamento e revelando sua real aparência, o que deixou Fudge completamente chocado.
— Não, não pode ser! Senhor Malfoy, como teve a ousadia de vir até aqui e...
— Não diga nada, Fudge! — interrompeu Draco — Eu vim aqui por que quero minha vida de volta, e para isso eu preciso provar a vocês que NUNCA FUI UM COMENSAL! — bradou, já irritado.
— Certo, Malfoy... Mas a história que você contou não é suficiente, entende? Precisamos de provas!
— Oras, por que você não me dá um pouco de Veritaserum, senhor Fudge? — disse Draco, em um tom debochado.
— O senhor concordaria em tomar a poção?
— Claro! Eu sei que não estou mentindo.
— Então me aguarde aqui, eu irei pegar a poção.
— Ah, quando o senhor voltar pode me revistar pra ver se eu não tenho nenhuma Marca Negra pelo corpo. — disse Malfoy sarcasticamente, sob o olhar apreensivo do Ministro.
Por fim, Draco tomou a poção Veritaserum. Várias perguntas foram feitas, e como Draco confirmou a história e não disse nada suspeito, foi liberado. Ao sair do Ministério com um ar vitorioso e aquela cara de "Eu disse que tinha razão!", resolveu ir àquela tal Loja de Departamentos que vira horas antes.
