Capítulo 2 – Malfoy arruma um emprego
Entrou no prédio da loja e ficou deslumbrado com o que via. Era a maior loja que já tinha visto na vida! Era um prédio todo, só de lojas! Ao ouvir que aquilo era coisa de trouxas, ele lançou um certo olhar de desprezo ao local. Reparou que muitos que andavam na loja o fitavam com olhares curiosos, do tipo "O que Malfoy pensa que está fazendo andando assim, pelas ruas? Será que ele esqueceu que está sendo procurado?". Viu a recepção e aí lhe ocorreu: precisava de um emprego urgente! Estava mais pobre do que um Weasley! Ao pensar nisso, soltou uma gargalhada e lembrou de como era engraçado zombar com o Weasley pobretão e sua família.
Foi até a recepcionista e lhe perguntou:
— Ei! Você sabe se há alguma vaga de emprego por aqui?
— Sim, há, Malfoy! Como vai, não se lembra mais de mim, Draquinho? — Draco se lembrou imediatamente da voz enjoada de Pansy Parkinson, e lhe lançou um olhar de desprezo.
— Pansy, por que será que eu não estou surpreso de te ver aí, atrás desse balcão? Será que é por que você sempre foi burra como uma porta e que esse é o máximo que você poderia conseguir? — disse Draco, com o olhar gélido, e um tom sarcástico. Passou a odiar Pansy depois do tempo em que namoraram. Ela era um chiclete! Quanto mais ele pisava, mais ela grudava.
— Pois é, Malfoy. Mas me parece que você não está no auge da sua vida para poder dizer algo ao meu respeito, pois se tornou um pobre. Oh, coitadinho, você quer um ou dois galeões de esmola? — dizia Pansy, imitando uma voz penalizada, e devolvendo o olhar gélido a Draco, que por sua vez bufou, e apenas murmurou algo como "Me diga logo com quem posso falar para arrumar um emprego, sua buldogue desgraçada." Pansy, com um sorriso divertido em sua face de cachorro, ops, de linda moça (aham, lindíssima, sei...), indicou a sala da Supervisora de Empregos. Draco caminhou até a sala despreocupadamente, como se fosse o rei do mundo. Olhou para a porta da sala e lá estava escrito: Supervisora de Empregos, Srta. Luna Lovegood. E Draco pensou "Ah, não! Isso só pode ser um pesadelo! Depois da Pansy, ainda tenho que encontrar essa outra maluca fracassada? Me poupe...". Mas aquela era sua grande chance de arrumar um emprego, então respirou fundo, contou até dez e bateu à porta.
Luna abriu a porta, e com um susto, deu um pulo que a fez subir uns 30 centímetros do chão! Quase desfaleceu! Draco teve vontade de zoar Luna e perguntar se ela estava tentando voltar pra Lua com aquele salto, mas se conteve. Não era mais um garotinho de Hogwarts, e precisava do tal emprego.
— M-malfoy! O q-que você está fazendo a-aqui?? Você não e-estava fugindo d-do Ministério por... — Luna estava visivelmente trêmula e mal conseguia falar, mas Draco a interrompeu.
— Ser um Comensal? É isso que você quer saber? Não, Lovegood. Eu nunca fui, e já provei isso a Fudge hoje mesmo. Mas eu não vim até aqui à toa, afinal. — disse em um tom frio. Enquanto falava, Draco reparou que Luna continuava praticamente a mesma. Os cabelos loiros, a cara de quem não estava na Terra e aqueles grandes olhos arregalados. Não pôde deixar de observar que ela não tinha nada de atraente.
— E para quê veio então? — Luna não estava perturbada como antes, e parecia muitíssimo confiante. Chamou Draco para entrar no escritório.
— Vim em busca de um emprego. — disse Draco, sentando em uma cadeira de espaldar reto que ficava na mesa de Luna, enquanto ela permanecia em pé.
Com a frase de Malfoy, dita no tom mais comum do mundo, como se aquilo fosse igual a um mais um igual a dois, Luna teve um acesso de riso. Mas foi um acesso daqueles bravos, teve que apoiar as mãos nos joelhos para não cair no chão. Aos poucos, foi se contendo, e entre uma risadinha e outra, disse algo do tipo "É, o mundo dá voltas...", mas que Draco pôde ouvir bem, só não compreendeu por que Luna dissera aquilo.
— O que você quer dizer com "O mundo dá voltas", Lovegood?
— Nada... Esqueça. Aguarde um momento, vou pegar uns formulários e fichas pra você preencher.
Luna revirou uma gaveta, retirou uns papéis de lá e os entregou a Draco, que prontamente começou a preenchê-los, enquanto Luna o fitava com uma expressão meio indefinida no rosto. Draco reparou, e após soltar um suspiro disse com sarcasmo pesando na voz:
— O que é, Lovegood? Eu sei que eu sou totalmente irresistível, mas não precisa me comer com os olhos como se nunca tivesse visto um homem tão lindo, o que é bem provável...
— Ora, Malfoy, cale a boca! Se for pra dizer algo, que seja algo útil! É que eu nunca imaginei que você, um Malfoyzinho mimado, viesse aqui implorando por um emprego qualquer de vendedor.
Draco ficou furioso! Teve vontade de lançar um Avada na garota. Ficou pensando "Como aquela loira ridícula teve a coragem de me chamar de 'Malfoyzinho mimado'?" Ao invés de explodir, Draco resolveu ignorar o comentário dela, não queria perder a chance de conseguir um emprego, e continuou preenchendo as fichas silenciosamente. Ao terminar, Luna levou Draco para conhecer o resto da Loja de Departamentos e os funcionários. Na seção de Quadribol, Draco reparou que havia um vampiro velho vendendo vassouras, e tremeu de medo. Draco continuava o mesmo medroso, apesar de tentar esconder isso sempre que fosse possível. Luna reparou que o loiro tremia e olhava fixamente para o vampiro.
— Não se preocupe, Malfoy. Esse é um vampiro domesticado, e um ótimo vendedor, por sinal. Morava antigamente no porão dos Weasleys.
— Arght! Nada quem vem desses Weasleys me interessa. — pensou Draco, alto demais tanto que Luna pôde ouvir e esboçar um sorrisinho meio debochado meio desdenhoso, coisa que Draco achou muito típico da garota-dos-olhos-saltados. E achou que aquela Lovegood andava muito atrevida e metida.
Continuaram visitando a loja, e Draco achou mais interessante ainda, à medida que ia conhecendo os lugares melhor, e pensou que era uma idéia brilhante um bruxo trazer uma coisa inútil dos trouxas e transformá-la em uma a coisa tão útil por Mundo Bruxo. Realmente, era bem revolucionário para ele. Isso o lembrou de perguntar uma coisa para Luna.
— Então, que é o seu chefe? Digo, o dono de todo esse lugar?
— Você chegou justamente no ponto em que eu queria, Malfoy. Aqui, nenhum funcionário pode saber quem é o dono do local até completar alguns testes e adquirir uma certa experiência, sabe... Outra coisa! Você não pode dizer a ninguém que está trabalhando por aqui, tenha muito cuidado! É uma informação secreta, ordem superior! — disse Luna, num tom muito misterioso. Mas, na verdade, isso era uma grande mentira! Ela inventara aquilo por que tinha outros planos em mente. Draco ficou meio confuso com a resposta dela, mas não perguntou mais nada, apenas seguiu visitando a loja e ouvindo explicações de Lovegood, que parecia ansiosa para alguma coisa que não Draco não sabia o que era. Terminou a visita, e se hospedou em um alojamento ali no Beco Diagonal.
N/A: Não vão pensar que a fic é Luna/Draco, viu? É Draco/Gina! Uahuahuahah! Ah, desculpem por não ter nenhuma D/G action até agora e principalmentepor a Gina não ter aparecido ainda. Mas cada coisa tem sua hora certa, aguardem!
