Reconciliação
Por Bia
"Avião sem asa.
fogueira sem a brasa.
Sou eu assim sem você.
Futebol sem bola.
Piu-piu sem Frajola.
Sou eu assim sem você.
Porquê é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante.
Nem mil auto-falantes.
Vão poder falar por mim.
Amor sem beijinho.
Buchecha sem Claudinho.
Sou eu assim sem você.
Circo sem palhaço.
Namoro sem amasso.
Sou eu assim sem você.
Tô louca pra te ver chegar.
Tô louca pra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço.
Retomar o pedaço.
Que falta no meu coração.
Eu não existo longe de você.
E a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver.
Mas o relógio tá de mal comigo.
(2X)
Por quê?
Por quê?
Neném sem chupeta.
Romeu sem Julieta.
Sou eu assim sem você.
Carro sem a estrada.
Queijo sem goiabada.
Sou eu assim sem você.
Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante.
Nem mil alto-falantes.
Vão poder falar por mim.
Eu não existo longe de você.
E a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver.
Mas o relógio tá de mal comigo.
Eu não existo longe de você.
E a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver. "
(Adriana Calcanhoto – Fico Assim Sem Você)
Harry prendia o fôlego. Naquela hora, só as tais das orelhas extensíveis de Fred e Jorge. Ele não conseguia ouvir nada! Se bem que, do ponto de vista de Harry, Rony tinha uma mão sobre o ombro de Dino e o pressionava contra a parede, e os dois pareciam estar em silêncio. Exatamente como a Sala Comunal da Grifinória. Dava para sentir a tensão no ar e então, Rony manifestou-se:
- Ei Dino, qual é a sua cara?
O garoto acuado parecia surpreso:
- Ah Rony eu tô de boa, por que você quer me bater?
Harry entendia a preocupação de Dino. Rony era mais alto que a maioria dos garotos de sua idade e naquele momento, parecia furioso.
- Eu fiz o que você pediu!
Não melhorou a situação. Aliás, surtiu efeito contrário.
- Isso Dino! Você foi me dedurar para ela, né? Ela tá muito zangada agora...
Dino parecia querer dizer algo, mas não obteve sucesso. Rony suspirou alto e soltou o colega de quarto. Dino soltou:
- Eu sei que ela é sua irmã, mas eu não ia fazer nada de mal. A Gina é legal.
Rony levantou os olhos. Dessa vez, ele estava muito sério.
- Você não a merece, é como Harry disse, você caiu fora porque não agüentou o tranco, então não é digno, sacou?
Dino parecia ter descoberto a luz quando o ouviu o nome Harry. Harry. Olhou para o garoto de olhos verdes, numa poltrona próxima.
- Eu saquei sim. Eu saquei tudo, Harry. Jogando por baixo dos panos hein! Se você quer a garota, pelo menos joga limpo!
Agora, a coisa estava quente. Um triângulo amoroso, brigas entre irmãos, confrontos entre rivais, heróis desmascarados, tudo isso assistido por uma platéia cheia de estudantes ávidos por fofocas. Aquilo era o céu! Sublime! Infelizmente, não para Harry, que via suas bochechas esquentarem feito fogo. Essa era uma ótima maneira de ver seus sentimentos expostos na frente de toda a Grifinória, excluindo Gina e Dino, que agora se dirigia ao quarto. Todos olhavam para ele esperando por uma reação, mas ele continuava ali, sentado, com a cabeça cheia de pensamentos confusos e enquanto ele ainda ouvia o ruído de seu coração palpitando rápido, escutou Rony gritar: "Isso não tem nada a ver com Harry!". Ele bem que queria apoiar o amigo, mas no fundo, sabia que tinha sim. Hermione o estudava, e ele sabia exatamente o que ela estava pensando. Harry era um idiota total e completo.
Naquela noite, ele não dormiu. Rondou a escola debaixo de sua Capa Invisível, imaginando como toda aquela loucura aconteceu.
Gina não falava, não olhava e nem passava perto de Rony. E isso incluía Harry no pacote. Mas o que realmente o chateou foi o fato da ruiva falar com Hermione de tanto em tanto. Será que isso significava que ela ficou sabendo do que aconteceu depois de sua saída da Sala Comunal? Rony sentia-se mal e o peso da culpa o corroia, da mesma maneira que algumas vezes tinha acessos de raiva e xingava Gina de todos os nomes possíveis. Hermione disse que o relacionamento entre irmãos era complexo mesmo e cedo ou tarde eles iriam se acertar e Rony enfim se consolou com a idéia de Gina e ele abraçados e rindo. Dino, Harry e Rony agiam como se nada nunca tivesse acontecido, como os garotos fazem quando alguma coisa desse gênero acontece. Porém, nunca tocavam num certo nome. Mais uma vez, Hermione tinha opinião psicológica e declarou que se impressionava ao ver como garotos eram sensíveis nesse aspeto. Mas ninguém se dignou a responder. Ninguém também comentou sobre as acusações que Dino fez sobre Harry, inclusive Hermione, o que o deixou um pouco mais aliviado. Apesar de que, ele precisava desesperadamente de um conselho, mas como estava fora de cogitação perguntar o que fazer a Mione, conselheira, ele apenas deixou de lado. No fundo, ele ainda esperava por alguma manifestação divina.
Era nisso que pensava, em milagres, enquanto estudava Feitiços na Biblioteca. Rony e Hermione tinham ido passear, ou seja, namorar, e Harry decidiu se afogar em desespero, porque sim, ele estava na fossa. De tão concentrado, ele só notou um saco de presentes amarelo cair sobre a mesa quando ouviu o barulho.
- Diga ao meu irmão que eu não sou comprada por presentes.
Era Gina. E se estômago que agora se encontrava em algum ponto muito alto do Pólo Norte dava voltas. Ela não aparentava sentimento algum e quando girava sobre os calcanhares, Harry suspirou "Espera". Óbvio que ele não esperava que ela o fizesse, mas Gina voltou-se para ele. Tudo bem, o mundo podia acabar, por favor?
- Eu sinto muito. - disse por fim. Mas não foi suficiente.
- Olha Gina, eu sinto muito mesmo. De verdade. Não vou tirar minha culpa, eu também queria que você e o Dino, sabe, hum, terminassem. Não que eu não goste de você, ou que te queira triste, juro que não é nada disso. O Dino é legal e tudo mais, mas ele não é legal como você. Acho que ele não é romântico.
Gina virou a cabeça de lado e seus cabelos escorreram pelos ombros. Harry estava realmente nervoso e Gina parecia incrédula.
-Romântico?
- É, romântico...Flores, corações, ursinhos, coisas peludas, sabe...Não faz o tipo dele. As garotas gostam de romance, né?
Gina conseguiu fechar ainda mais a cara.
- Talvez, esse não seja meu ideal de romance. Mas obrigada por se preocupar. - e então sorriu sem simpatia.
Harry estava perdido. Totalmente desencontrado. Será que seus joelhos poderiam voltar ao normal algum dia?
- Você não gosta de pompons rosa? Que bom, eu também não...Quer dizer, eu quero pedir desculpa. Você namora quem você quiser e com seu próximo namorado, não importa quem seja, eu juro que vou fazer o Rony gostar dele, eles vão ser tipo, melhores amigos, juro...Eu vou fazer de tudo...
Gina ficou em silêncio e refletiu por alguns segundos. Harry ponderava se aquelas palavras surtiram algum efeito. Ela suspirou dizendo:
- Ah, esquece Harry...Eu bem que gostei de ganhar penas voadoras de Rony! Ele nunca me dá presentes, sabe?
Harry sorriu e Gina também. Ele tinha conseguido que Gina o desculpasse, mas parecia que agora isso já não era mais suficiente. Então ele estendeu seus braços ridiculamente grandes, e Gina tocou desajeitadamente suas mãos, e um abraço estranho, meio de lado aconteceu. Eles riram sem graça e Gina disse:
- Nós vamos melhorar nisso. Questão de prática.
Harry consentiu e permitiu que Gina se afastasse um pouco, mas não o bastante para que ele não continuasse a sentir seu cheiro.
- Humm, Gina? Sabe, para você ver que estou realmente arrependido e tudo, e também para me desculpar outra vez...Será que você ia agüentar sair comigo um dia desses?
Gina estava surpresa e Harry a encarava por obstinação.
- Bom, tudo bem. Afinal, eu não tenho mais ninguém para me pagar cervejas amanteigadas. E a culpa é sua Harry!
FIMN/A: É isso...Obrigada msmo pra Brousire, Giovana , Dre, Juli-chan e miaka...Me fizeram MT feliz. Desculpa pela demora, e só pra dar o toque, eu planejo escrever sobre o encontro de Gina e Harry, ia me sentir honrada se vcs fossem dar uma olhada. Bjsssss!
