Sango atirou seu osso voador e cortou a cabeça do youkai, que rapidamente formou-se de novo.
-Não consigo atingir o olho dele! – Sango.
-Vamos tentar outra coisa... Pergaminhos sagrados! – Miroku
-Os pergaminhos atingiram o youkai que se debateu e evaporou, mas em uma nuvem, foi formando-se novamente.
-Droga!
-É minha vez! Talvez não dê certo, mas vá lá...
Ayame lançou suas farpas. Elas atingiram em cheio o olho do youkai, o problema é que foi um dos olhos de cima, e não o que tinha a aranha. O olho do youkjai explodiu em mil pedaços e não se regenerou.
-Então é esse seu ponto fraco! Agora você vai ver... Ferida do ventooo!
Inuyasha mirou no olho da aranha, mas errou por pouco, pois o monstro colocou um dos tentáculos no meio do ataque, e logo depois o regenerou, com facilidade.
-Maldição...
-Inuyasha!...
Kagome disparou uma de suas flechas com toda a pontaria e acertou em cheio o tentáculo que prendia Inuyasha. Inuyasha, vendo-se solto, disparou contra o youkai, mas este desviou sua atenção para Kagome. Ao vê-la, gritou:
-Sacerdotisa Kikyou! – Sua voz soou como um ronco.
-Não, a Kikyou é ela! – Kagome apontou para Kikyou, que estava apenas observando toda a cena de ação.
O youkai, ao ver Kikyou, avançou para ela, mas Inuyasha pulou na sua frente.
-Não vou deixar que encoste na Kikyou, seu idiota!
-Saia da frente, meio-youkai inútil!
O youkai deu mais uma tentaculada(hum? O.o) em Inuyasha e atirou-o longe.
-Mas como... Como esse youkai sabe de nossos nomes?... O Naraku não se preocuparia em contar-lhe tudo... - Inuyasha
-Naraku... Por que uma parte de seu corpo está aqui? – Kikyou olhou para o youkai, sem medo algum.
-Acha que eu sou uma parte do Naraku, Kikyou?...
-Vejo o bebê que era o coração de Naraku em você, Onigumo.
Todos olharam, penalizados. Onigumo? Mas então, aquela era a parte humana do...
-Sacerdotisa! O que faz aqui? – Onigumo.
Kikyou apenas sorriu.
Onigumo, ainda com forma de youkai inseto, agora estava descontrolado. Correu na direção de Kagome.
-Se preciso, matarei todos para obter respostas!
Inuyasha, mesmo atordoado, teve um impulso forte. Sentiu uma dor enorme. Abriu os olhos, viu o youkai prender Kagome em três de seus tentáculos, e falar risonho:
-Você é mais poderosa que a Kikyou, garota... Sinto isso em você...
Sentada embaixo de uma árvore, como se nada estivesse acontecendo, Kikyou parou de sorrir ao ouvir aquilo.
-Não te interessa minha vida! Me solte!
Inuyasha ao ver a cena, sentiu o maior ódio que tinha de Naraku vir à flor da pele. Esqueceu que estava machucado, esqueceu-se de Kikyou, partiu para cima de Onigumo.
-Solte a Kagome, seu maldito!!!
Inuyasha deu um golpe muito forte. O youkai gritou. Explodiu em vários pedaços... Minúsculos... As primeiras partes de seu corpo a regenerarem-se foram a cabeça e os tentáculos. Kouga, que até ali apenas observara, atacou os tentáculos que se formavam. Com o golpe que gastara toda sua energia, Inuyasha caíra no chão. Kagome também, ainda enrolada em alguns tentáculos, que rapidamente foram arrancados por Shippou e Kirara. Miroku rapidamente anulou mais alguns com seus pergaminhos e Ayame com suas farpas. Sango aproveitou-se da situação e jogou seu Osso Voador no olho da aranha.
Uma luz enorme. Um gritou rouco... O youkai fora destruído, sendo transformado em apenas um pó que foi assim, levado pelo vento...
Assim, houve um pequeno momento de total silencio após toda essa cena de luta. Kagome, agora livre dos tentáculos que a prendiam, quebrou o silencio:
-INUYASHA!
Correu para o meio-youkai caído no chão. Sacudiu-o com força, violentamente.
-Vamos Inuyasha, acorde, vamos...
Kagome já estava pra se desesperar... Inuyasha abriu os olhos devagar, e sussurrou...
-Mulher burra... Já estou machucado e você quer me matar?...
-Ah, Inuyasha...Que susto...
Inuyasha desmaiou de novo. Kagome pediu Kouga para ajudá-la a levá-lo para o acampamento para que pudesse cuidar de seus ferimentos, o que Kouga relutante acabou aceitando.
Lá, Kagome e Kouga deitaram Inuyasha de bruços e Kagome pegou seu mochilão para pegar uns curativos. Sango tirou a parte de cima do Kimono de Inuyasha. Os garotos discutiam a aparição de Kikyou e o que fariam dali para frente. Miroku explicava a Kouga a história de Inuyasha e Kikyou.
-Então foi por isso que o cara de cachorro pareceu tão preocupado com aquela sacertotisa...
A essa frase, Kagome remexeu-se incomodada. Por mais que negasse, a história de Kikyou e Inuyasha a deixava meio desconfortável.
Kagome começou a limpar os ferimentos de Inuyasha com álcool.Ele soltou um grito de dor.
-Ah, então quer dizer que o poderoso Inuyasha tem medo de um remedinho? ¬.¬"
-O quê ò.ó?!
-Nada, nada! -
Kagome ficou feliz por Inuyasha estar bem. Depois de tê-lo colocado faixas no peito, ela o disse:
-Prontinho... Você só não pode se esforçar muito viu?...
-Há, eu não sou fraco como vocês humanos!
-Inuyasha, eu já falei: se você se esforçar esses ferimentos vão abrir, e aí você vai se arrepender!
-Eu sei me cuidar, Kagome...
-Eu sei que sabe. -
Inuyasha adormeceu no colo de Kagome. Kouga olhava de um canto, com "aquela" cara...
-Hum... Esse cara de cachorro anda muito metido a esperto com a minha mulher...
Kagome fita os fragmentos que conseguiram na batalha. Eram muitos. Tinham uma boa parte da jóia completa, mas pelo jeito Naraku ainda estava com os outros... Agora, pelo que parece, a jóia estava metade a metade. A parte que estava com Kagome estava purificada... Já a que estava com Naraku, estava corrompida.
Kikyou... Kagome fechou os olhos e suspirou, com Inuyasha ainda dormindo em seu colo. Como ela sabia que aquele youkai também possuía a parte humana de Naraku? Por que ela não pareceu importar-se com ele?...
-Inuyasha...
Kagome sussurrou pensativa. Suspirou. Mesmo que já tivesse aceitado o fato dele ter preferido a Kikyou a ela, Kagome ainda se sentia mal quando Inuyasha e Kikyou se encontravam... Sentia-se sobrando... Não é que odiasse Kikyou. Ela sabia que não poderia nunca odiá-la por ter os mesmos sentimentos que ela. Sabia que Inuyasha nunca poderia amá-la como ama Kikyou... Mas ainda assim...
Enquanto Kagome ficava perdida em seus pensamentos, o frio da noite que se aproximava marcava um silêncio entre todos, que faziam a mesma coisa que Kagome... Pensavam.
Sango cozinhava alguns legumes que Kagome trouxera de sua era. Pensava em Kohaku... E agora? Será que Naraku arrancara-lhe seu fragmento? Porque se metade da jóia estava com eles e a outra metade com Naraku... Não, não podia ser. Ele ainda deveria ter deixado com Kohaku... Tinha que ter deixado. Mas... Será que Kohaku poderia voltar a viver com ela mesmo com o fragmento em seu corpo?... Ele morreria sem o fragmento... Sango, de cabeça baixa, não pensava noutra coisa, até Miroku quebrar o silêncio passando a mão em um local impróprio e levar um tapão.
Miroku quietou o faxo, retomando todo o silêncio entre todos. Sango suspirou. Esse Miroku... Ainda tinham um compromisso de pé quando a batalha entre eles e Naraku terminasse. Mas... Sango não sabia o que Miroku sentia por ela. Nem ela mesma sabia o que sentia por ele. Toda essa perversão incomodava. Mas ele gostava... Amava? Talvez. Mas não admitiria isso enquanto não tivesse certeza de que seria bom pra ela.
Miroku, com a cara doendo, pensava em Sango também, e na proposta que lhe havia feito. Não, não se arrependia, mas... Pensava como seria viver realmente com uma mulher ao seu lado. É certo que pedia isso pra todas, mas nunca nenhuma aceitara. E com Sango também era diferente. Não sabia em que, mas era. Olhou para a mão. Buraco do Vento... Ainda continuava ali. Naraku não fora totalmente destruído ainda. Miroku tinha medo de terminar como seu pai e seu avô...
Ayame, deitada na relva ali perto, também estava perdida em pensamentos. Kouga não falara mais com ela desde que ele descobrira que ela podia sentir a presença dos fragmentos. Ayame sabia que nunca poderia sentir a presença deles como Kagome, pois não tinha sangue de sacerdotisa. Chixin-tau disse-lhe que deveria meditar muito. Deitara-se ali pra tentar fazer isso, esvaziar a mente e aumentar seu poder espiritual, mas não estava conseguindo... O que Kouga deveria estar pensando agora? Ayame, mesmo que agora pudesse sentir um pouco da presença dos fragmentos, sentia que ainda assim Kouga não a desposaria como prometera ao salvar-lhe quando era pequena...
Um barulho na relva. Agora já era noite. Os outros ainda estavam no acampamento. Ayame sentou-se, agora olhando as estrelas. Ela sabia que alguém estava ali.
-Ayame...
Kouga aproximou-se. Ayame não disse nada. Ele apenas sentou-se ao seu lado.
-Escute Ayame... Não precisava ter treinado pra sentir a presença dos fragmentos, eu...
-Kouga... – Ayame sorriu, calma – eu sei que você não vai se casar comigo nunca... Eu soube dês de que te vi de novo depois da promessa. Você não se lembrava, então provavelmente, quando pediu, não estava falando sério... – Ayame baixou os olhos, triste – Mas eu que fui boba Kouga. Desculpa por te atrapalhar... Às vezes as pessoas se deixam levar por promessas sem fundamento – Suspirou - Só sinto muito por você e a Kagome.
-Como assim sente muito? A Kagome é minha esposa!... Quando nos casarmos eu sei que ela vai me amar muito e...
-Ah, Kouga... Só você não vê o que todos já vimos.
-Ein?...
-Ayame levantou-se.
-É incrível como você é cego... Pense bem Kouga: você tem mesmo certeza do que me disse?... Bom, eu vou dormir com os outros. Até mais.
Ayame voltou andando calma pro acampamento. Kouga olhou pra ela. Aquela garotinha... Crescera. Ficara tão linda... E tinha um tom sábio quando falava seriamente... Kouga balançou a cabeça. Não, ele amava Kagome, e ela seria sua amada esposa. Ayame não deveria ter levado aquela promessa a sério. Levantou-se, e voltou ao acampamento também.
Lá, todos dormiam. Juntou-se a eles.
