Harry Potter e a Maratona Incantatem

Capítulo Um – Contatos de Férias

A tarde estava cruelmente quente, e um menino de dezesseis anos, de olhos verdes e cabelo rebelde, conhecido por Harry Potter, cortava a grama do jardim da casa na rua dos Alfeneiros, nº 4.

Encharcado de suor, Harry ainda podia divertir-se lembrando do que acontecera momentos atrás: Duda (cujo último regime não dera o menor resultado) trouxera alguns amigos igualmente gordos e lentos para passar a tarde ali. Como costumava fazer antes de saber que Harry era um bruxo, caçoou dele frente aos amigos, crente de que ele não poderia revidar com magia, quando Pichitinho entrou pela janela, deu um belo rasante na cabeça de um dos colegas de Duda e pousou na cabeça do próprio. Harry conseguiu pegar a carta de Rony e enfiá-la no bolso antes que tia Petúnia chegasse e o despachasse para o quintal. Mas que fora engraçada a cara dos grandalhões amigos de Duda, ah, isso fora, com certeza.

Com o sol a pino castigando suas costas, Harry cortou o último pedaço de grama, sentou-se numa sombra e tirou a carta de Rony do bolso.

Harry,

Sorte sua estar vivendo com os trouxas agora. Todo o mundo da magia está alvoroçado com o desaparecimento de Voldemort. Ele ainda não deu as caras, mas a maioria dos Comensais da Morte continua em ação, e na minha opinião, o pai do Malfoy está entre eles. O número de mortes caiu bastante, sabe, mas um pouco daquele pânico do ano passado ainda ronda o ambiente. Mesmo assim, papai não pára em casa. Perguntei à mamãe se você, Mione, Catherina e Nádia não poderiam vir pra cá, mas pelo jeito...

Harry interrompeu a leitura quando um bando de corujas chegou, com vários pacotes. Cartas de Mione, Catherina, Nádia, Sirius e Hagrid caíram em seu colo. Bom, pensou ele, ao menos agora tenho uma coisa boa pra fazer. Continuou a leitura.

... pelo jeito este ano não vai dar, papai vai reformar nossa casa com o dinheiro de Ministro da Magia que ele está desembolsando. Mas mamãe me disse que se os trouxas estiverem te enchendo muito a paciência, você deve escrever pra mim e nós vamos te buscar do mesmo jeito.

Sobre o seu presente, vou tentar arranjar uma coruja maior, já que o Píchi não consegue carregar o embrulho e o Percy, pra variar, não quer me emprestar o Hermes. Até logo e Feliz Aniversário,

Rony.

Harry ficou chateado ante a perspectiva de passar as férias inteiras com os Dursley. Pra mudar seus pensamentos de direção, abriu a carta de Hermione.

Harry,

Feliz Aniversário! Como vão as coisas? Aqui em casa tudo está normal, com exceção do Errol que quase morreu quando trouxe uma carta do Rony.

Tenho lido o Profeta Diário, sabe. Tem aurores viajando a Europa inteira atrás do Voldemort, que não deu as caras desde aquela noite na Câmara Secreta. E como era de se esperar, tem muita gente achando que você deu fim nele de vez. O que é uma meia verdade, não é?

Ando louca atrás de algum livro que diga como ele poderia ter escapado de um desmoronamento daquele... Mas está pior do que achar um jeito de respirar embaixo d' água por uma hora.

Como talvez seu primo ainda esteja de dieta e você passando fome, estou mandando mais lanches sem açúcar; espero que tenham boa serventia.

Mione.

Faminto como estava, Harry estreou o presente de Hermione ali mesmo; depois, achou que era melhor levar tudo para seu quarto, assim Duda não poderia aparecer de repente e roubar tudo.

Felizmente, Duda e sua turma de baleias-jubarte estavam enfurnados no quarto, jogando Play Station (Duda ganhara um novo, tempos depois de jogar o antigo pela janela). Sorrateiramente, Harry se esgueirou até o seu quarto, e despejou na cama todos os presentes e cartas. Em seguida, abriu a de Nádia.

Harry,

Achou que eu ia esquecer de você? Feliz Aniversário! Espero que goste do presente que estou mandando.

Meu pai me disse que não poderá dar aulas de Poções este ano; o que é uma pena, pois agora talvez o Snape volte, já que Voldemort desapareceu. Na última reunião da Ordem da Fênix, Dumbledore me pediu pra manter você e Mione informados, já que ambos moram com trouxas. Eu soube que algum Comensal da Morte descobriu Karkaroff e... Acho que não preciso contar o que aconteceu depois.

Mas eu tenho uma boa notícia: com os Comensais sem seu líder, está ficando mais fácil o trabalho dos aurores. Você não vai acreditar: Crabbe e Goyle foram pêgos! Não é o máximo? Foram trancafiados em Azkaban.

Novamente, Feliz Aniversário, e até mais.

Nádia F.

Alegre pela última notícia, Harry pegou a carta de Catherina. Mas no instante seguinte, largou-a; preferiu deixá-la por último. Então pegou o embrulho de Nádia; continha um relógio como um que havia na Toca, mas apenas com cinco ponteiros: ele, Nádia, Rony, Mione e Catherina. Em lugar dos números, estavam escritas coisas como "Estudando", "Em casa", "Perdido", "Na enfermaria", "Quebrando o regulamento" e "Se escapar dessa, é milagre". Todos estavam "Em casa", menos o de Hermione que, claro, estava no "Estudando". Sem dúvida aquele relógio era ideal para ser usado em Hogwarts. Em seguida, abriu a carta de Hagrid.

Olá, Harry,

Como vão as coisas com você? Queria te desejar Feliz Aniversário e mandar seu presente. Tenho muitas novidades, é claro, mas Dumbledore me pediu para guardar segredo, mesmo dos que compõem a Ordem da Fênix. Espero que você esteja bem.

Hagrid.

Abrindo o pacote, Harry viu o que era: um pequeno espelho, mas olhando melhor, percebeu que não era um espelho normal. As sombras e os vultos que rondavam o vidro indicaram que aquilo era um muitíssimo útil Espelho-de-Inimigos, tal qual o que o falso Moody lhe mostrara e onde Harry vira mais tarde nitidamente as figuras de Dumbledore, Snape e McGonagall. Pensando no quanto ele seria útil dali pra frente, Harry abriu a carta de Sirius.

Harry,

Boas notícias: durante este ano vou estar em Hogwarts pessoalmente! Dumbledore vai inventar alguma coisa, mas o melhor será que não precisarei mais me esconder! Andarei como um cachorro, como se fosse uma espécie de patrulheiro, embora com o desaparecimento de Voldemort, muita gente vai achar isso desnecessário.

Eu soube que Melissa Figg não vai poder dar aula pra você este ano. Ela conseguiu emprego de aurora, e agora é um membro muito importante da Ordem. Por enquanto, não faço idéia de quem a substituirá, além de Poções. Snape parece que pretende continuar escondido, e Mundungo disse que está muito ocupado.

O presente que estou mandando foi muito especial para seu pai e eu; nós o usamos para... Bem, você vai saber quando abrir. Feliz Aniversário!

Sirius.

Ansioso, Harry rasgou o embrulho do padrinho e sorriu quando viu o que era: um livro de capa dura onde estava escrito: "O Guia da Animagia". Então eles haviam usado aquele livro para se tornarem animagos... Harry pensou em ler o livro inteiro naquele momento mesmo, mas seu olhar recaiu sobre a última carta e o último embrulho: os de Catherina.

Oi Harry...

Bom... Feliz Aniversário! Dezesseis, hein?

OK, eu assumo... Estou um bocado sem graça de estar escrevendo pra você, e acho que nós dois sabemos o porquê...

Mas vamos mudar de assunto: o Rony me escreveu falando que não vai dar pra gente ir na casa dele o verão todo, e isso é até muito bom, porque... Estou convidando voc, o Rony, a Ná e a Mione para irem pro Brasil! Estou morando aqui na Inglaterra por enquanto com meus avós brasileiros, e como vou pra lá daqui a pouco, eles acharam que seria ótimo se vocês viessem comigo!

Agora, pra te convencer: daqui a uma semana vai ter um amistoso internacional de quadribol: Brasil x Peru. Aposto como você leu no Quidditch Through the Ages (o Quadribol Através dos Séculos) que o Peru é a melhor seleção da América do Sul, seguida de perto por Brasil e Argentina. Acho que você vai gostar. Quanto aos Dursley... Você disse que o seu endereço é Alfeneiros 4, né? Pode deixar comigo. Sinceramente, meus avós são ótimos trouxas-falsos. Novamente... Feliz Aniversário!!

Catherina.

Pois é... Ela só fez uma pequena menção àquele dia... Harry esperava que ela falasse alguma coisa sobre eles, mas pelo jeito nem o Supraforce dava tanta coragem pra ela assim. Ele virou-se para o presente dela: ficou muitíssimo desapontado ao ver que era um livro de Poções. Por que justamente Poções? Mas quando abriu o livro, encontrou um bilhete dela: "Vá até a página 74". Seguindo a instrução, Harry encontrou a receita para uma tal Poção Mortum: "Permite a vivos terem breve contato com até duas pessoas mortas". Seus olhos se arregalaram de súbita compreensão; será que com aquela poção ele poderia falar com seus pais?

Ele ficou ali por alguns momentos, perdido em pensamentos, quando ouviu a campainha tocar, e apenas pela força do hábito, Harry foi até a janela.

Qual foi a sua surpresa quando reconheceu as pessoas ali! Começou a descer correndo, seu cérebro se recusando a acreditar. Quando chegou ao pé da escada, encontrou o tio Valter com uma expressão que Harry nunca vira antes. Ele disse:

-Desde quando... Desde quando você tem amigos normais?

Harry se limitou a sorrir. Na sala de estar, encontrou ninguém menos que Catherina e Nádia, sentadas com um casal de idade, que nem de longe lembrava bruxos. As duas se limitaram a sorrir e dizer:

-Oi.

-Como... Como vocês conseguiram...?-Harry perguntou, perplexo, indicando bem de leve com a cabeça tio Valter, que entrava na sala. O avô de Catherina, um senhor idoso, porém ainda altivo, se levantou e dirigiu-se ao tio Valter:

-Como dissemos ao senhor, sr. Dursley, nossa neta Catherina é amiga dele e pensamos em levar Harry conosco para passar o restante das férias no Brasil. Temos uma boa acomodação em São Paulo, sem contar que lá não há perigo de... De nada.-completou ele, corrigindo-se.- Pode deixar que vamos cuidar de tudo...

-Não, está tudo bem.-interrompeu tio Valter, impressionando Harry com sua expressão satisfeita.-Podem levá-lo.

Até Catherina e Nádia se mostraram surpreendidas com tamanha facilidade.

-Vá lá em cima buscar suas coisas.-disse tio Valter, rispidamente, a Harry.

-Nós vamos com ele.-disseram Nádia e Catherina em uníssono, se levantando.

Enquanto subiam as escadas, Harry falou:

-Puxa, mas que feitiço vocês usaram? O Imperius?

-É incrível como o seu tio pode se fascinar por trouxas aparentemente ricos.-disse Catherina, rindo.- Não sei se você reparou na Ferrari estacionada aí na frente. Meus avós enfeitiçaram, pois na verdade é um carro bem velhinho... Pelo jeito estiveram certos em fazer isso, seu tio deve estar pensando que nadamos em dinheiro.

-Recebeu os pacotes?-perguntou Nádia.

-Agora há pouco.-respondeu Harry.-Valeu mesmo, gente.

-Depois daqui, a gente vai na casa da Mione.-contou Nádia, observando em seu próprio relógio mágico os ponteiros dela e de Catherina em "Viagem".-E então na do Rony.

-Que legal.-murmurou Harry, abrindo a porta de seu quarto. Ele observou de esgrelha os colegas de Duda se espremendo na porta do quarto para verem que meninas eram aquelas que conversavam com o "esquisito do Harry".-Ah, vejam só... É a carta de Hogwarts.

Edwiges estava extremamente incomodada; a maioria das corujas fora embora, inclusive a que largara a carta de Hogwarts em cima da cama de Harry, mas Pichitinho e Nikki (a coruja de Catherina) continuavam ali. Enquanto arrumava o malão, Harry perguntou:

-Escuta, como é que a gente vai cruzar o Atlântico, hein?

-Chave de Portal Escalada.-disse Nádia.-É uma Chave de Portal com escalas, já que talvez a Chave normal não agüentasse uma viagem tão grande e a gente iria cair no meio do mar, então primeiro vamos com a turma que vai pra Nova York e de lá, pra São Paulo.

-Aposto como você está doido pra ver Brasil x Peru.-disse Catherina, adivinhando pela trocentésima vez por onde andavam os pensamentos de Harry.-Ah, um costume de lá é que a gente não tem o hábito de nos apresentar com nome e sobrenome, somos um pouco mais impessoais. Se perguntarem o seu nome, o que é bem improvável se você erguer a franja primeiro, é só falar Harry. Você não vai ver lá ninguém se chamando de sr. Weasley ou sr. Fletcher.

Harry achou curiosa a informação. Quando desceram de novo à sala de estar, encontraram tio Valter e tia Petúnia também conversando de um modo surpreendentemente animado com os avós de Catherina. No momento seguinte, Harry percebeu-se já no banco de trás da falsa Ferrari. Quando viraram a esquina, o avô de Cathy disse:

-Agora eu peço que todos toquem o meu banco; nós vamos aparatar.

Quando Harry tocou o banco, sentiu a mesma sensação de queda que sentira de quando o sr. Diggory o aparatara do coquetel do novo Ministro da Magia, e no momento seguinte eles estavam estacionados em frente a uma bela casa. Hermione imediatamente apareceu à porta, e todos desceram do carro. Os avós de Cathy conversaram com os Granger enquanto Mione veio falar com seus amigos:

-Vocês por acaso enlouqueceram?-perguntou ela.-Aparatar... Em plena rua de trouxas!

-Ora, Mione, não é pra tanto, a rua está deserta...-murmurou Nádia.

-É, eu sei, mas e se não estivesse?

-Vamos deixar isso pra lá.-disse Catherina.- Bom, Mione, ansiosa pra visitar um país subdesenvolvido?

Mesmo com a preocupação, Mione sorriu.

-É um país enorme, andei lendo a respeito... O quinto maior território do mundo, não é? Atrás de Rússia, China, Canadá, e...

Ela parou quando percebeu que os outros riam dela.

-Mione, não estamos indo lá pra aprender.-disse Harry, se contendo.-Só vamos nos distrair, estamos de férias!

-Ah, gente...-murmurou Hermione, muito sem graça.- E, sabem... Seus avós não deviam aparatar tanta coisa de uma vez só, Catherina... Pode ser perigoso, pelo que li...

Eles riram de novo.

-Teve notícias de Snuffles, Harry?-perguntou Mione em seguida, doida pra mudar de assunto.

-Boas e ruins.-começou ele, narrando a última carta de Sirius que recebera.

-Mas então nós temos um problema.-disse Catherina.- Eu preciso das aulas de Vidência que a profª Figg me dava, e agora?

-Ah, o prof. Dumbledore vai dar um jeito.-assegurou Harry.

-Só se ele descobrir uma vidente centenária.-disse Nádia.- Afinal, se tem uma a cada cinqüenta anos... Ela pode até nem ser britânica. Pelo o que diz a Trelawney, é claro.

Naquele momento, os avós de Catherina se aproximaram com os Granger, que traziam as coisas de Hermione.

-Aliás, -disse Harry, baixo o suficiente para os adultos não ouvirem.- você é a vidente mais distraída que eu já vi. Como se chamam os seus avós?

-Arnold e Melinda Black.-respondeu Catherina entredentes. Ao ver as expressões de Harry, Nádia e Mione perante o sobrenome, lembrou: - Esqueceram que Sirius é meu tio? Irmão da minha mãe?

-Como foi que você não pensou antes que Sirius Black era filho dos seus avós?-perguntou Nádia.

-Sei lá, achei que eram homônimos, também eu nem poderia imaginar que o padrinho de Harry Potter era meu tio!

-Vamos indo então, moçada...-disse o sr. Black, indicando o carro.-Vamos agora até a casa dos Weasley...

Harry montou no banco de trás que, mesmo agora com quatro pessoas, não parecia nem remotamente apertado.

-Acho que devemos ir da maneira trouxa...-disse a sra. Black.- Ottery St. Catchpole não é muito longe daqui...

Harry mal podia acreditar - em pleno aniversário de dezesseis anos, ele estava sendo levado pra realmente longe dos Dursley! Estava indo para a América! E ia outra vez assistir um jogo de quadribol profissional... Desde o último ano, as coisas estavam boas num padrão fora do normal. Desde que... Desde que beijara Catherina na ante-sala da Câmara Secreta, as coisas haviam começado a acontecer de um modo maravilhosamente positivo... Ele pensava nisso quando o carro chegou em frente á casa de Rony. Logo, este saiu de lá de dentro, radiante.

-Puxa vida, nem acredito que estamos indo...

-Uma mudança no roteiro de férias de vez em quando não faz mal a ninguém, não acha?-sorriu Hermione, sendo cumprimentada por um breve beijo do namorado.

Como havia acontecido na casa de Hermione, os Black foram falar com a sra. Weasley. Logo, Fred, Jorge e Gina apareceram também.

-E aí, Harry, os trouxas te deram comida nesse verão?-perguntou Fred.

-É, esse ano eles estavam com espírito de solidariedade...-brincou Harry.

-Olha só, a gente vai querer saber como o jogo!-disse Jorge.-Afinal, nós...

-Que foi?-quis saber Nádia.

-Fred e Jorge conseguiram um lugar no time reserva do Puddlemere United.-disse Rony.-Estão jogando com o Olívio outra vez.

-Mas... E a loja de logros?-perguntou Harry.

-Calma, nós estamos criando mais coisas...-respondeu Jorge.- Agora podemos fazer feitiços em casa, e com o dinheiro do Puddlemere mais um bom investimento que tivemos...-ele lançou um significativo olhar a Harry.- Logo vamos abrir uma boa loja.

-É... a Zonko's já comprou um monte de varinhas falsas e cremes de canário.-sorriu Fred, satisfeito.

Enquanto Fred e Jorge eram o centro das atenções, Gina aproveitou para, num grande impulso de coragem, dizer a Harry;

-Ah, Harry... O Rony me contou o que aconteceu na Câ... No fim do ano. Foi muito legal.

-Obrigado, Gina.-respondeu Harry, vendo a menina corar.- Achei muito bom que você tenha me contado sobre o seu sonho... Está treinando para o time da Grifinória desse ano?

-Ah, estou.-disse ela, mostrando-se agradecida por ele ter mudado de assunto.- Espero me sair bem.

-Quanto a isso, não se preocupe. Não foi Angelina Johnson quem te escolheu? Pois então; ela só escolheria uma boa artilheira.

A sra. Weasley então se aproximou e deu um forte abraço em Rony.

-Até logo, querido... Como vocês voltam uma semana antes das aulas, creio que poderão ficar aqui... Poderemos ir até o Beco Diagonal. Entrem, entrem.

-Entrar?-deixou escapar Harry.

-É... A sra. Weasley nos deixou usar o pó de flu.-explicou o sr. Black.

Sem ansiar nem um pouco por outra tortuosa viagem com o pó mágico, Harry entrou na Toca, arrastando seu malão.

-Façam como eu...-coordenou o sr. Black, jogando o pó verde na lareira e entrando nela.- Estação Travel e Travies!

Com o conhecido barulho de deslocamento de ar, Harry viu o avô de Catherina desaparecer. Depois dele, foram Nádia, Rony, Mione e ele.

Quando terminou a enjoativa viagem, Harry viu-se numa espécie de rodoviária, mas sem nenhum ônibus, ao invés disso grupos de pessoas que se agrupavam em círculos, tocando num objeto qualquer e repentinamente sumindo. Logo depois dele, chegaram Catherina e a sra. Black, e todos seguiram o sr. Black até a bilheteria.

-Sete pra São Paulo, por favor.

-Aqui estão. São cem galeões.-respondeu o bilheteiro, por trás do vidro. O sr. Black pagou e entregou uma para cada pessoa do grupo, segurando a última consigo.

-A chave sai daqui a meia hora.-orientou o bilheteiro.- Estação sete.

-Obrigado. Vamos tomar um lanche antes de ir, que tal?-sugeriu ele, virando-se para os outros.- Vamos chegar lá só de noite...

Harry, meio sem reação frente a tanta coisa nova, seguiu o grupo até o outro extremo da estação, onde haviam pequenas mesas, para quatro pessoas cada, e uma lanchonete.

-O que vão querer que eu pegue?-perguntou a sra. Black.-Cerveja amanteigada, um x-choice?

Harry ficou com muita vontade de perguntar o que seria um x-choice, mas como os outros fizeram que sim com cabeça, ele achou melhor não demonstrar mais ainda sua ignorância no mundo da magia. Observou o sr. e a sra. Black irem buscar os lanches.

-Bem, quem aí tem alguma novidade?-perguntou Ron, animado, mas perante o silêncio dos quatro amigos, murchou.- É... Pelo jeito vocês também andaram tendo umas férias monótonas.

-Mas isso acaba hoje.-disse Nádia.

-Acaba mesmo.-murmurou Catherina, olhando para alguém por cima do ombro de Harry.-Vejam quem também vai viajar.

Virando-se, Harry reconheceu um garoto alto e loiro, magrelo e de olhos castanhos - Alex Morgan.

-Aquele traidor...-murmurou Ron, que pegara sua cadeira de outra mesa pra se espremer ali.