Harry Potter e a Maratona Incantatem

Capítulo Cinco – A Maratona Incantatem

Harry acordou animado com a perspectiva de começar o sexto ano em Hogwarts. Neste ano, apenas Rony e Gina dos Weasley estariam na escola. E ambos tinham posições nos times da Grifinória.

Com as coisas no Ministério da Magia mais tranqüilas, o sr. Weasley conseguiu arrumar um carro pra levar todos eles à King's Cross. Foi tudo como fora nos anos anteriores, até pegarem lugares numa cabine da locomotiva vermelha, o Expresso de Hogwarts.

Rony e Hermione ainda não se falavam direito; sempre que via Winky pela casa, Mione mordia a língua para não brigar mais ainda com Rony, mesmo sabendo que ela estava muito melhor ali.

Quando se acomodaram na cabine, Harry, Nádia e Catherina perceberam que já era hora de fazê-los retomar ao menos a amizade.

-Onde está que a Julliane está?-perguntou-se Nádia, muito cinicamente, e deixou-os.

-Vou com você!-disseram Harry e Catherina juntos, indo atrás dela.

Os dois ficaram furiosos com o que os outros tinham feito, até que Rony disse:

-OK.

-OK o quê?-perguntou Mione, sem olhar pra ele.

-Desculpe.

Mione olhou-o.

-Desculpe você.

Rony ficou surpreso; não se lembrava da última vez que Mione dera o braço a torcer.

-Sério?

-Claro.-respondeu Mione, muito vermelha.- Winky está mesmo muito bem.

-E eu nunca quis insinuar que você é uma Sangue-Ruim.

-Ah, Rony, isso você não precisava dizer...

-Mione, você não poderia... Me emprestar Hogwarts, uma história?

Gol de placa; não havia um pedido que pudesse mais agradar Mione.

-É lógico, Rony.-respondeu, beijando-o.-Eu menti quando...

-Eu também.-interrompeu ele.- Quites?

-Quites.


-Por onde andará a Jully?-perguntou Nádia.

-Como ela é?-quis saber Catherina.

-Ah, é bastante bonita, tem uns cabelos lindos encaracolados... De dar inveja.

Julliane Fletcher estava na cabine em frente de cuja porta estavam Harry, Nádia e Catherina. Ela era de pele bronzeada, olhos escuros e cabelos muito compridos, com suaves ondas. Julliane não fora muito a favor de ser transferida de Durmstrang para Hogwarts, mas seu tio Mundungo convencera seu pai de que aquela era mesmo a melhor escola de magia da Europa, e que em Hogwarts ela já conhecia sua prima Nádia. Ouvindo sua prima procurando por ela, Julliane hesitou em responder, não era chegada a apresentações.

-Oi, Nádia.

-Jully!-exclamou ela.-Estava procurando por você, que bom que está em Hogwarts!

Julliane olhou os dois amigos de sua prima e reconheceu-os imediatamente.

-Vocês são... Harry Potter e a portadora do Supraforce?

-Sou mais chamada de Catherina McFisher.-respondeu ela.-Que você conheça o Harry eu não estranho, mas como me...

-É que tem uma foto do broche em "Amuletos famosos em bruxaria", eu li no ano passado.

-Eu disse que ela era inteligente.-disse Nádia, sorrindo.-Por que não vai com a gente até a nossa cabine?

-Ah, não... Eu estava folheando os livros, pra ver se entendo melhor na aula.

-OK...

Julliane ficou aliviada por poder voltar à sua cabine.

-Por que você tem tanto medo da sua prima?

Sean estava ali dentro, olhando pra ela.

-Você sabe que não é seguro pra ninguém ser muito meu amigo. Nem mesmo você.

-Só porque veio de Durmstrang e sua mãe...

-NÃO PRECISA ME LEMBRAR DISSO!-trovejou Julliane.

-Calma, garota. Nós dois viemos daquela escola mas não fizemos nada de errado. Você é que é meio paranóica.

-Uma vez na vida, Sean, não fale idiotices.

-Taí uma coisa realmente difícil, devido à sua forte influência. Mas quer dizer então que aquela ali é que é sua prima? Nádia Fletcher?

-Ahã.

-Pelo visto, vocês não têm nada a ver uma com a outra, ela é muito bonita.

-Obrigada e volte sempre, mas o que você está insinuando?

-Nada...

-Olha aqui, a Nádia não tem nada a ver com os seus problemas nem com os meus, deixe-a em paz.

-Ela tem a ver sim, ela, o Potter e toda a panelinha dele, eles é que deram fim no Lord das Trevas no fim do ano passado. São a amizade perfeita pra alguém como você, já que também estão ameaçados de morte. Se você receber de novo, será obrigada a...

-Sean, vamos mudar de assunto, não quero mais falar disso.


Catherina, que estava na cabine com Harry, Rony, Mione (que anunciaram suas pazes) e Nádia, olhava pela janela, devaneando em algum lugar do novo ano letivo. De repente, um raio de uma imagem aflorou sua mente.

-Más notícias, Rony -disse ela.- Snape vai voltar a dar aula.

-Como sabe?-perguntou Harry, se arrependendo de ter perguntado.

-Acabei de ter uma visão dele sem o Fidelius.-explicou-se ela.

-Uma pena.-disse Nádia.-Meu pai foi um bom professor, não acham?

Para Catherina, tanto fazia quem iria dar aula de Poções, sua mente não tinha descanso: como uma lembrança de Voldemort tinha ido parar na cabeça de Harry, e ainda por cima lá no Brasil? Estavam praticamente em cantos opostos do mundo... Quer dizer, estavam em lados opostos sempre supondo que não haviam sido seguidos até lá. Ela mal prestou atenção quando passou a mulher com o carrinho de comida.

A tarde voou também para Harry, mas não foi assim com Nádia, que esperava ver Malfoy aparecendo a qualquer momento, ela estava começando a alimentar um medo irracional dele, sem motivo algum, pois Nádia Fletcher não devia ter medo de alguém como Draco Malfoy. Surpreendentemente, ele não apareceu a viagem toda.

O trem foi diminuindo a velocidade e, bem ao longe, o castelo de Hogwarts foi entrando em foco. A locomotiva parou na estação de Hogsmeade e os alunos desceram.

Julliane gostou daquela escola à primeira vista; parecia muito mais hospitaleira do que Durmstrang. Talvez Sean estivesse certo, talvez nada acontecesse, embora ela soubesse que estava criando falsas esperanças.

Harry desceu do Expresso de Hogwarts e logo ouviu a voz familiar de Hagrid chamando pelos alunos do primeiro ano. Ele foi com seus amigos até as carruagens (dessa vez felizmente Catherina não ouviu nenhum chamado misterioso) e de lá voltaram para o velho castelo.

O Salão Principal estava deslumbrante, cheio de luzes encantadas e outros enfeites brilhantes, mas Harry não pôde admirar muito a decoração da escola porque logo apareceu o prof. Flitwick atrás dele.

-Sr. Potter, pode me acompanhar?

Imaginando qual teria sido seu crime antes mesmo de pôr os pés na escola, Harry seguiu o miúdo professor até uma sala deserta. Nela, Harry viu o prof. Dumbledore e Snape, ainda fora de foco.

-Olá, Harry.-disse Dumbledore.- Eu lhe chamei aqui porque o prof. Snape resolveu abandonar o Fidelius para voltar a dar aula pra você e seus colegas.

O que deixou o garoto realmente alegre.

-Bem, sr. Potter, para quebrar o feitiço, basta revelar o segredo do professor.-orientou Flitwick.

-OK... Eu fui o Fiel do Segredo de Severo Snape, que se escondeu de Lord Voldemort.

O professor de Feitiços estremeceu ao ouvir o nome de Voldemort, mas Harry não se importou. Flitwick deu um aceno com a varinha a Snape, disse algumas palavras e o professor de que Harry menos gostava voltou ao normal -normal e cruel, como sempre fora.

-Muito obrigado, Harry. Volte para o Salão Principal com seus amigos, já estamos indo pra lá.-disse Dumbledore. Harry meneou com a cabeça e saiu da sala.- Muito bem, professores. Severo, acho que precisa selecionar os dois novos sextanistas antes que os alunos do primeiro ano precisem do Chapéu Seletor. Os dois são o filho da profª Dark-Angel e Julliane Fletcher.

Snape saiu da sala em direção ao Salão Principal para encontrar os novos alunos, o que não deu muito trabalho porque estavam muito deslocados e não sabiam onde se sentar.

-Ei, vocês dois.-disse.- A Seleção. Acompanhem-me.

Sem que o professor visse, Sean fez para Julliane uma careta muito engraçada e ela fez o máximo para continuar séria. Os dois seguiram Snape até a câmara onde Catherina e Nádia haviam sido selecionadas no ano passado. O professor acendeu a lareira e ergueu o Chapéu Seletor em uma mão.

-Sean Dark-Angel.-chamou.

-Perdão, mas o meu sobrenome não é Dark-Angel, e sim...

-Ande logo.-interrompeu Snape rispidamente.

Aborrecido, Sean sentou-se no banquinho e o Chapéu não comunicou sua decisão depressa. Ficou confuso. Snape olhava o relógio, impaciente, mas manteve-se calado.

-Sonserina!

-Sonserina?-repetiu Sean, indignado.

Snape pegou o Chapéu dele e o garoto voltou para o Salão Principal.

-Agora você.-disse, sem olhar para Julliane.

-Permita-me lembrar ao meu querido educador que tenho nome.-disse Julliane, se levantando.

-Não diga, eu também tenho um. Agora ande depressa.

Julliane se sentou e Snape pôs o Chapéu Seletor em sua cabeça.

-Grifinória!

-Perguntando-se o porquê de seu amigo ter caído na Sonserina, Julliane saiu da câmara e foi se juntar a sua prima.

Snape levou o Chapéu Seletor e o banquinho até a frente da mesa dos professores, onde ficava durante as cerimônias de Seleção e sentou-se com os outros professores. Depois da Seleção, o prof. Dumbledore disse:

-Vamos então principiar outro ano letivo. Para os alunos novos, ressalto que a Floresta Proibida e Hogsmeade são vetados, um para todos e o outro para os alunos até o terceiro ano, e que o sr. Filch aumentou a lista de objetos proibidos na escola também.

"Este ano, o prof. Snape voltará a ensinar Poções, e esta é nossa nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, a profª Dark-Angel.

Os olhares do Salão Principal voltaram-se para a mulher ao lado da profª McGonagall, baixa e magra, de cabelos escuros e médios, de olhos azuis. Pareci tão frágil quando Quirrell, mas Harry torceu para que ela não tivesse as mesmas inclinações que ele.

-Temos este ano também dois alunos transferidos de Durmstrang.-continuou Dumbledore.-Sean, o filho da nova professora, e Julliane Fletcher.

Pescoços viraram-se para as mesas da Grifinória e da Sonserina, e só então Snape olhou de verdade para Julliane.

-Mais duas mudanças: a partir de hoje, Hogwarts estará sendo guardada por este cão treinado, devido a motivos conhecidos por todos vocês e -Harry teve que se conter para não dar um pulo da cadeira quando viu Sirius, em forma de cão, apresentar-se aos alunos.- também o Ministério da Magia nos cedeu uma de suas melhores auroras para ajudá-lo, nossa antiga professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Melissa Figg.

Catherina ficou muito aliviada ao ver sua antiga professora. Ela era uma vidente e Melissa dava-lhe aulas para que ela aprendesse a controlar seus poderes.

-E, além de tudo isso, teremos um ano bastante diferente.-Dumbledore continuou a falar.-Porque a Copa Intercasas de Quadribol não será realizada novamente -ninguém parecia respirar em todo o salão -, já que vamos realizar a primeira Maratona Incantatem da História dos Bruxos.

Os alunos se entreolharam, curiosos. Ninguém sabia o que era a Maratona Incantatem.

-A Maratona Incantatem será um grande torneio de duelos.-explicou Dumbledore.- Realizada com os alunos a partir do quinto ano, todos já estão inscritos e todos serão obrigados a competir ao menos na fase inicial. O Clube de Duelos será reaberto para orientar vocês em suas lutas, a partir da semana que vem. A primeira rodada de duelos será no dia 28 de setembro, amanhã uma tabela da maratona será fixada no quadro de avisos. O vencedor da Maratona Incantatem trará duzentos pontos para sua Casa e um prêmio em dinheiro de duzentos e cinqüenta galeões.

Ninguém mais no Salão Principal parecia vivo. Todos tinham aparência de hipnotizados e não tiravam o olho de Dumbledore.

-Será uma rodada por mês, todo dia 28. Em junho teremos o nosso vencedor, e acho que estou sendo bem claro quando digo que Magia Negra, de nenhuma forma, será tolerada neste torneio. Conseqüentemente, os alunos a partir do quinto ano não terão aulas todo dia de duelo. Sobre a Maratona Incantatem, acho que é só isso.

O jantar veio, e todos agora tinham um novo assunto nas mesas; todos os alunos mais velhos tinham ganhado uma repentina injeção de entusiasmo e mesmo os mais novos estavam ansiosos. Afinal, se não podiam participar este ano, talvez mais pra frente fizessem outra maratona...

Depois de comer, enquanto Harry, Rony, Hermione, Catherina, Nádia e Julliane (o grupo estava ficando cada vez maior) subiam até a Torre da Grifinória, Sean rumou para as Masmorras da Sonserina. Ele seguiu os outros sonserinos e por ironia do destino, dividiu quarto com Malfoy, Crabbe e Goyle.

-Essa Maratona Incantatem é um absurdo.-comentou Malfoy.- Artes das Trevas proibidas? Esses duelos não vão passar de um joguinho de comadres.

E Sean logo percebeu o naipe de seus colegas sonserinos.

-Qual é a senha?-perguntou a Mulher Gorda.

-Duelo Honesto.-respondeu Hermione.

O quadro girou para admitir os alunos.

-Ao menos dessa vez não vou competir ilegalmente -comentou Harry.- Vocês lembram do que aconteceu no Tribruxo...

-E dessa vez o Rony não vai poder ter ciúmes -acrescentou Hermione.- Todos nós vamos ter uma chance.

-Quero só ver quem eu vou pegar na primeira rodada.-falou Rony, ignorando o comentário maldoso de Hermione.- Acho que ninguém da Sonserina logo de cara, não é?

-Provavelmente só no fim da Maratona.-opinou Nádia.- Bom, Julliane, o dormitório das meninas é pra lá. Vamos?

Julliane fez que sim com a cabeça e acompanhou a prima maquinalmente. Ela estava pensando era naquele professor carrancudo que a selecionara. Depois dela ter se sentado na mesa da Grifinória, ele não tirou mais o olho dela. Parecia desconfiado de algum modo. Por quê? Ele não poderia saber -ou poderia? Será que ela se parecia tanto com... Não, era absolutamente impossível. Ninguém sabia disso -era seu maior segredo desde que o descobrira.

Tentando tirar o olhar acusador de Snape da cabeça, Julliane deitou-se.

Na manhã seguinte, eles receberam os horários.

-Herbologia outra vez com a Lufa-Lufa e Trato das Criaturas Mágicas com a Sonserina.-disse Rony, desanimado.- E Adivinhação à tarde.

-Defesa é só na quinta.-observou Nádia.-E Astronomia ainda é tarde da noite...

-Poções na quarta, com Feitiços e História da Magia.-disse Hermione.-E Transformações amanhã.

Logo a sineta tocou, e os grifinórios foram para a aula de Herbologia com a Lufa-Lufa, nas estufas fora do castelo. A profª Sprout começou mostrando-lhes variedades realmente estranhas de plantas mágicas, e ao ver a cara de nojo de Simas diante de uma trepadeira-lesma da Mongólia, lembrou que agora estavam no sexto ano e as plantas começavam a ficar mais incomuns.

Trato das Criaturas Mágicas: para alívio de Harry, Hagrid continuava como professor. Ele só pediu um livro sem monstros dessa vez porque parecia ter consciência de que estava na hora de mostrar a seus alunos seus conhecimentos sobre bichos normais, como grifos e sereianos. Julliane ficou aliviada em rever seu amigo Sean, que enquanto Hagrid falava sobre os grifos, contou sobre como haviam sido as aulas de História da Magia com a Sonserina.

-Até agora não entendi por que você caiu na Sonserina.-sussurrou Julliane- Se eu mesma caí na Grifinória...

-Eu também não, mas é melhor que haja um bom motivo -sibilou Sean -, porque esses caras não são nada simpáticos, além das meninas, essas monstras. Será que você não me arranja um encontro com a Nádia...?

-Falando de mim?-sussurrou Nádia, ao ouvir seu nome.

-Pois é.-disfarçou Sean.-Lembra de mim, do Beco Diagonal?

-Claro.- respondeu Nádia, imaginando de que jeito poderia esquecer um menino lindo como aquele.-Você caiu na Sonserina?

-Foi, mas ainda não descobri por quê.

-Liga não, eu também estava na Lufa-Lufa, mas depois descobrimos que...

-Ná, depois você fala pra ele sobre o ano passado.-interrompeu Hermione.

Depois da aula de Hagrid, sonserinos (Malfoy não incomodou Nádia verbalmente, mas olhou tanto pra ela, que de repente a garota percebeu que sua saia estava se erguendo sozinha) e grifinórios apressaram-se para chegar ao Salão Principal e verificar a Tabela da Maratona Incantatem. Quando os garotos chegaram lá, havia um muro de outros alunos à sua frente. Nádia, que era a mais ágil entre eles, enfiou-se no meio dos alunos e depois puxou os colegas para onde ela estava. No meio de uma longa lista, dizia:

CATEGORIA : 6º ANO

Grifinória

Lufa-Lufa

Nádia Fletcher x

Ana Abbot

Julliane Fletcher x

Olga Moore

Hermione Granger x

Henry Hammer

Catherina McFisher x

Ernie McMillan

Harry Potter x

Justin Finch-Fletchley

Ronald Weasley x

Alfred Walters

-Peguei o McMillan!-exclamou Catherina, satisfeita.

-Já estou até com pena dele -riu Nádia.- Quem você pegou, Sean?

-Ricky Rockwell -respondeu o rapaz.- Não faço a menor idéia de quem é.

-Eu também não faço a menor idéia de quem viria a ser Alfred Walters.-reclamou Rony.

-E Olga Moore?-indagou Julliane.

-Eu caí com Justin.-disse Harry, sem emoção.- Só espero que ele não pense que vou açular uma cobra pra cima dele no duelo.

-Vamos ver como será o Clube de Duelos.-disse Hermione.- Esse Henry Hammer... Ele não é do time de quadribol?

-Bem, vou indo para a minha mesa.-despediu-se Sean.-Até mais.

Os grifinórios sentaram-se para almoçar.

-Em que matérias você se escreveu, Jully?-perguntou Nádia.

-Ah... Aritmancia e Runas Antigas, além de Trato, que tivemos hoje.

-Eu faço Estudo dos Trouxas, Trato e Adivinhação.-tornou Nádia.-Mas estou pensando em largar a matéria da Trelawney.

-E está certíssima.-disse Hermione.- Aritmancia é muito mais sensata.

Sem que Mione visse, Ron fez uma ótima careta que fez Harry controlar-se ao máximo para não dar uma boa gargalhada. Neste momento, um cachorrão preto aproximou-se dele.

-Ah, olá Sir... Snuffles.-disfarçou Harry.

O cachorro latiu, soltando no colo do garoto um bilhete, e depois se afastou. Sirius Black nunca poderia conversar com seu afilhado em plena mesa da Grifinória.

-Cathy, é pra você.-disse Harry, entregando o papel para ela. Catherina abriu-o.

-É da profª Melissa.-disse ela.-Sobre as aulas de Vidência. Todo dia, à meia-noite, menos de quinta, que tem Astronomia.

Naquele momento, no outro extremo do Salão Principal, dois pares de olhos estavam fixados num mesmo alvo. Sean e Draco Malfoy. Apesar de dividirem o dormitório, mal trocaram palavra o dia todo. Malfoy achara Sean um esquisito, que não chamava a panelinha de Potter de sangues-ruins, embora a maioria das garotas não pensasse isso; as sonserinas de plantão já estavam de olho gordo em Sean, "o filho da professora".

Pois é, os dois estavam observando Nádia de longe, cada um com pensamentos diferentes, um sem desconfiar das intenções do outro.

Julliane não parava de olhar constantemente para a mesa dos professores, onde viu aquele mesmo professor misterioso. Ele, que percebera o olhar dela, tentava desviar e disfarçar ao máximo, olhando para a mesa da Sonserina ou mesmo falando um pouco com o prof. Flitwick.

A aula de Adivinhações foi a mesma chatice de sempre: ao contrário dos outros professores, Sibila Trelawney não estava nem aí que aquela era a turma do sexto ano, podia ser até o vigésimo quinto que ela não estava nem aí, e ela parecia mesmo penalizada ao ver que Harry sobrevivera a mais um verão. Parvati Patil e Lilá Brown continuavam fãs incondicionais da professora, que por sua vez dobrara a atenção que costumava dedicar a Catherina -afinal, não é todo dia que aparece uma vidente de verdade na sua turma. Enquanto isso, Rony, Harry e Nádia tinham pena dela ao vê-la arrastada para a frente da turma, tendo que ler coisas incompreensíveis e eventualmente conseguindo, o que estimulava ainda mais Sibila, que a fazia tentar mais - Catherina chegava a fingir que não estava vendo nada. Harry observava Trelawney e Catherina e lembrava-se das aulas que ele mesmo tivera com Lockhart no segundo ano, em Defesa.

No jantar, eles encontraram com Julliane e Hermione, chegando da aula de Aritmancia. Catherina estava exausta, massageava a cabeça, dizendo que devia era largar Adivinhação. Ela ainda teria a aula de Vidência com Melissa Figg mais tarde, a garota parecia prestes a chorar, e aquele era só o primeiro dia de aula. Talvez usar a Vidência cansasse mesmo, pensou Harry.

O assunto dos outros alunos era a Maratona Incantatem; já explodiam brigas nos corredores entre os futuros combatentes, e logo Hermione estava tão cansada de separá-los (afinal, ela era monitora) quanto Cathy. Felizmente, Rony convidou-a para dar uma volta pelos jardins antes que escurecesse demais.

A terça-feira transcorreu sem problemas, e na quarta-feira a primeira aula era Poções. Julliane não conseguia nem erguer os olhos de sua Poção Para Consertar Ossos, pois Snape freqüentemente olhava para ela como se a estivesse vigiando. A vontade a garota era olhar bem na cara oleosa do professor e perguntar qual era o seu problema, mas Rony já a informara sobre o censo de justiça bastante duvidoso de Snape.

Naquela tarde, depois de tomar um cansaço de História da Magia com o prof. Binns junto da Grifinória, Sean foi andar pelos jardins perto do lago. Estava imerso em seus pensamentos, lembrando com saudades de alguns amigos de Durmstrang. Deu a volta na cabana de Hagrid e foi parar nas redondezas da Floresta Proibida.

Enquanto andava, deparou-se com um ratinho minúsculo correndo, enquanto uma grande cobra se esforçava em pegá-lo. Sem saber por quê nem para quê, Sean intercedeu pelo ratinho:

-Não o coma!

Depois de dizer isso, sentiu-se muito idiota, e olhou para os lados para ver se alguém vira a besteira que fizera. Antes que pudesse checar todo o lugar, viu que a cobra parara e o estava olhando.

-Quem é você?

Sean arregalou os olhos. Estava conversando com uma cobra?

-Sou aluno de Hogwarts. Você pode me entender?

-Sim, mas pelo me disseram, a floresta pe proibida aos alunos do castelo.

-É mesmo, só estou dando uma volta, nem está escuro ainda.

Nisso o ratinho já havia desaparecido entre as folhas.

-Você é diferente, rapaz, nunca vi nenhum humano que conversasse com cobras antes.

-Eu também nunca vi uma cobra que conversasse com humanos.-sorriu Sean.-Qual é o seu nome?

-Vipeblade.-respondeu a cobra.- E o seu?

-Sean. Bem, desculpe por fazer você perder o seu jantar... Vou voltar para o castelo.

-Não foi nada, há muitos ratos por aqui. Até a próxima, Sean.

A cobra sibilou e sumiu no meio das árvores. Meio aparvalhado com o acontecido, Sean se virou para voltar ao castelo.

Mas ali estava Harry, olhando atônito pra ele.