Harry Potter e a Maratona Incantatem

Capítulo Sete – Os ataques recomeçam

Harry acabou não conseguindo arrancar mais nada de Catherina; tudo que ela fez, depois disso, foi dizer que estava muito sonolenta e fugiu para o dormitório feminino.

Na noite seguinte, ela foi ter com a profª Melissa.

-Bem, professora, que eu me lembre você tem algo pra me contar...

-É isso mesmo. Você tinha me perguntado o que o Supraforce tem a ver com a luta final entre Harry e Voldemort.

-Pois é.

-Bom, é uma intuição. O Supraforce não é como a pedra filosofal, que beneficiava apenas Flamel e sua esposa. Enquanto o broche estiver bem preso na sua roupa, ele não poderá cair em mãos erradas. Ele terá algum tipo de utilidade crucial no ano que vem, e você sabe que...

-... Que no ano que vem o Harry vai decidir a História dos Bruxos contra Voldemort pela última vez.-completou Catherina, também cansada de ouvir aquilo tantas vezes.

-Isso mesmo. E você se lembra do que Arabella te disse.

-Pra proteger o Harry até lá, mas se é assim...

-Você entendeu, não entendeu?

Ora, é claro, pensou Catherina, vou ter que usar o broche pra manter o Harry vivo...

-É isso aí.-disse Melissa, lendo seus pensamentos.


Quando ela voltou à sala comunal, Harry estava contando sobre Olga Moore a Rony, Hermione e Nádia:

-Mas quem a atacaria?-perguntou Mione.

-Não sei, mas não tem nada a ver com a Maratona Incantatem.-disse Nádia.

-O que aconteceu?

-Na enfermaria eu vi Olga Moore, ela tinha sido atacada por alguma coisa.

-Ah, de novo não!-exclamou ela, jogando-se no sofá.- Ninguém merece!

-Fora que Voldemort está ficando muito clichê.-disse Ron.- Ataques de novo...

-Clich?-repetiu Harry.- Rony, eu pensei que você estava lendo Hogwarts, uma história, e não o dicionário!


Sean não podia negar que estar na Sonserina, às vezes, gerava boas risadas. Todos gabavam-se de serem sangues-puros e ricos, e Sean adorava lançar feitiços pra esconder as coisas mais valiosas de seus colegas, principalmente de um loirinho aguado, um tal de Malfoy. Sean fez uma vez com que o vidro de gel dele sumisse, e ele pôs abaixo todo o dormitório, com seu fã-clube atrás, os cabelos lambidos jogados de qualquer jeito. Logo ele começou a ficar desesperado, então Sean ficou com pena dele e deixou que o gel reaparecesse, para mais tarde contar tudo a Julliane.

-Ah, eu estou só imaginando a cena!-riu-se ela.- Aquele filhinho de papai todo desesperado "Onde está meu vidro de gel?", devia entrar pra História!

Mas aquele filhinho de papai todo desesperado tinha mesmo um bom plano. O único problema eram os ingredientes: casco de centauro, escamas de sereiano, uma folha de salgueiro lutador, entre outras coisas esquisitas. Meu Deus, como conseguiria arrancar uma folha daquela árvore maluca? Ele nem sabia como sair do castelo de forma segura! Sem nenhuma dúvida, estava na hora de reunir coragem por um objetivo como nunca antes.

Ele nem estava tirando tempo pra pensar em seu oponente na Maratona Incantatem, um tal Ozzy Welling, e talvez tenha sido por isso que saiu bem na véspera dos duelos pra reunir os ingredientes.

A esta altura, Harry já estava super nervoso, assim como metade da escola, às vésperas dos duelos. Sua cabeça não estava mais no ataque a Olga Moore, nem nas aulas nem em Victoria, e como acontecia antes das Tarefas do Tribruxo, ele começou a se imaginar imobilizado diante de Justin Finch-Fletchley, pagando o maior mico de sua vida inteirinha. Hermione passou o dia inteiro na biblioteca, com Rony a tiracolo - esse era o modo dela de extravasar o nervosismo, arraste seu namorado para a biblioteca e leia quantos livros seus olhos agüentarem. Nádia e Julliane ficaram conversando com Sean na beira do lago, e de tarde Harry estava ao mesmo tempo entediado e nervoso demais para qualquer outra coisa que exigisse mais trabalho mental do que ficar enterrado numa poltrona, assistindo os dois Creevey avaliarem as chances de Colin na maratona com uma tabela copiada da original. Então Harry mudou seu olhar de direção e viu Catherina descendo do dormitório feminino, parecendo tão entediada quanto ele.

-Ah, oi Harry.-disse ela.- Vou perambular sem rumo pela escola, quer vir comigo?

-É, talvez eu me anime um pouco.-murmurou Harry, reunindo todas as suas forças para se levantar da poltrona.

Plena tarde, o verão nem parecia ter acabado, e os dois saíram andando.

-É incrível como a gente pode ficar entediado.-comentou ela.

-E como a gente pode ficar sem assunto.-sorriu ela.

-Pois é. Você tem alguma idéia dos feitiços que vai usar amanhã?

-Não, estou deixando pra pensar na hora, nem estou muito preocupada em vencer a maratona...

Quando iam passando por um corredor, vozes conhecidas chamaram à atenção dos dois e eles se detiveram. Com sorrisinhos muito maliciosos, eles viram Sirius e Melissa ali.

-Você está louco, Almofadinhas, se algum aluno vir você nesta forma...

-Ora Melissa, eu preciso ser humano de vez em quando, estou já desaprendendo a falar.

-Mas por que bem no meio do corredor, Almof...

A fala da professora de Vidência foi interrompida pelo renegado "criminoso" Sirius, que aproximou-se fatalmente e a beijou. Harry e Catherina se olharam rindo, e ela procurou se manter bastante afastada do rosto de Harry, falando com os olhos "Vamos deixá-los sozinhos", e os dois continuaram seu passeio.

-Percebe-se que eles estão se dando muito bem.-disse Harry, irônico.

-Bem mais do que o esperado.-riu Catherina.-Logo vou estar tendo aulas com a minha tia.

-E a minha madrinha, né?

-Que espécie de parentes nós somos, hein Cathy? Meu padrinho é seu tio...

-Algo bem distante, como primos-afilhados... Vamos ter que inventar um novo parentesco.

Seguiram pela escola, falando um monte de besteiras, pois a verdade era que nenhum deles tinha algum assunto interessante.

-Vocês garotos é que são felizes, nascer mulher é nascer sofredora...

-Você diz isso porque não tem conhecimento de causa, eu passei os dois últimos anos tentando imaginar por que as garotas são um espécime que anda em bandos.

-E eu fiquei me perguntando por que os garotos precisam sempre parecer os mais machos e garanhões quando vão falar com os amigos.

-Eu respondo se você responder.

-OK. A gente anda sempre em bandos porque é um modo de nos sentirmos seguras e à vontade... Andar sozinha por aí traz um certo desconforto.

-Então é por isso que você me chamou pra andar sem rumo com você!

-Também, mas você estava com uma cara de quem queria acabar logo com esse dia. E você não respondeu à minha pergunta.

-Ah, pelo que eu vejo por aí é porque é coisa de menino, a gente gosta de parecer os mais... Sei lá, não acho uma palavra que...

-Conquistadores, sedutores e viris.-completou Catherina.-Não é isso?

-Bom, é.

Estavam quase completando mais um corredor quando Harry e Catherina escutaram um berro.

-Você ouviu isso?

-Não, eu cheirei. Você acha que isso veio de onde, Harry?

-Hum... Daquela sala?

Ele apontou para uma porta entreaberta. Era a mesma sala onde, cinco anos atrás, estava guardado o Espelho de Ojesed. Os dois andaram bem devagar até a porta e Harry abriu-a.

Era outra lembrança, o lugar de repente pareceu o jardim de Hogwarts, e havia uma grande roda de alunos. Harry olhou a seu lado de viu Catherina, que parecia muito surpresa por ter entrado numa sala e saído no jardim.

Harry tentou enfiar-se entre os alunos que se empurravam.

-Samantha e Victoria vão duelar!-ele escutou alguns dizerem.

Passando por uns quatro adolescentes, Harry viu as duas, Victoria e Samantha, de frente e rodeadas por pelo menos trinta corvinais e sonserinos.

-Samantha, por que você quer duelar, olhe só a besteira que você está fazendo...

-Já cansei da sua bondade, mosca-morta! O que foi, tem medo de ser derrotada na frente de toda a sua Casa?

-Samantha, já que você quer mesmo duelar... Mas sabe que isso é uma grande idiotice...

-Cale a boca!-Samantha sacou a varinha.-Portaleonus!

Todos os alunos ali ficaram apavorados quando o Feitiço de Portal pegou Victoria, e ela sumiu num estalo. Harry lembrou-se daquele feitiço, era pura arte das trevas, levava qualquer um a um lugar todo branco, apenas branco, sem entrada nem saída... Ele deu muita sorte de Catherina ter descoberto o contra-feitiço, usando a palavra mágica ao contrário. Já a seu lado, ela parecia estar pensando a mesma coisa, quando tudo começou a ficar enfumaçado, até que Harry desmaiou.

Ele acordou primeiro que Catherina, ajeitou os óculos e se sentou. A seu lado, ela já estava começando a se mexer. Harry olhou em volta e soltou uma exclamação, e Catherina então acordou de vez.

-O que foi?

-Olhe ali!-exclamou Harry, apontando para a frente.

Gina Weasley estava caída ali, inconsciente, com um caderno na mão e uma pena caída a dois palmos da mão.

-Será que ela viu o mesmo que nós?-perguntou Catherina.

-Como ela veio parar aqui?-questionou Harry, sacando a varinha.- Enervate!

A garota começou a se mexer muito fracamente. Em instantes, abriu os olhos.

-Harry!-exclamou, se sentando.- Onde eu...?

-Gina, como você veio parar aqui?-perguntou Catherina.

-Ah, eu... Estava esperando minha amiga Jane Carter, íamos... Conversar. Quando eu entrei nessa sala, parecia que eu estava nos jardins da escola, vi um monte de alunos aglomerados, não entendi nada e desmaiei. E vocês...?

-Estávamos passeando e ouvimos você gritar.-explicou Harry depressa.- Você está bem?

-Estou. O que era aquilo?

-Nós vamos tentar descobrir.-assegurou Catherina.

Harry e Catherina ajudaram Gina a se levantar; depois voltaram à Torre da Grifinória. Logo depois, Rony e Hermione chegaram de outro passeio, e Ron disse, ao ver a cara deles:

-Coisa boa não aconteceu. O que houve, hein?

Harry ia abrindo a boca pra contar quando Gina falou primeiro:

-Nada, Ron, só estávamos conversando. Por quê?

-Vocês estão com umas caras muito suspeitas.-respondeu Ron, desconfiado.

-Impressão sua.-disse Catherina, ajudando Gina.

Já estava escurecendo quando Sean resolveu ir até o dormitório pegar sua lição pra fazer, Nádia e Julliane também já deviam estar na Grifinória àquela altura. Estava andando olhando para o chão quando alguém trombou em seu ombro.

-Que pressa é essa, Malfoy?

-Nada que te interesse, Dark-Angel.

-OK, OK, só perguntei pela força do hábito...-retrucou Sean, que estava sem o menor ânimo de começar uma discussão.

Enquanto ele continuava sua subida, Malfoy tentou sair o mais discretamente da Sonserina, e quando chegou aos jardins já estava escuro.

Ele estava ali sem saber ainda onde arranjaria tanta coragem a ponto de entrar na Floresta Proibida. Pensando bem, a folha do Salgueiro Lutador seria a coisa mais fácil de conseguir, já que não achava que os centauros deixavam seus cascos largados por aí nem que sereianos largavam um montinho de escamas na beira do lago.

Bem, pensou ele enquanto andava até o Salgueiro Lutador, vamos à folha primeiro.

Malfoy sacou a varinha a respirou fundo, olhando a árvore boxeadora na sua frente. Aquilo era só o começo, e se quisesse acabar com a amizade que Nádia estava fazendo com o Dark-Angel, teria que fazer coisas bem mais complicadas.

Ok, vamos pensar. Pra pegar uma folha viva não dava pra usar um Feitiço Convocatório -ele não queria que a árvore inteira viesse parar na sua mão. Talvez um Feitiço de Corte; mas não, a possibilidade de errar a pontaria era maior do que o tolerável.

O Desarmamento -é claro, por que não pensou nisso antes?

-Expelliarmus!

Três folhinhas saíram voando do salgueiro suavemente; depois, com um tranqüilo "Accio", pegou-as e as guardou no bolso. "timo, pensou, agora vamos ao mais complicado.

Malfoy arregaçou as mangas e entrou de vez na Floresta Proibida.

Seus nervos estavam à flor da pele, estava simplesmente apavorado, e dava grandes saltos que chegavam a ser muito engraçados quando ouvia um bicho mais próximo do que devia estar.

-Lumus!

Chegou a se esquecer até do motivo que o levava ali, e em determinado momento parou, e olhando à sua volta, percebeu que não saberia dizer de que direção viera. Ele chegou a entrar em pânico, visualizando a si mesmo eternamente preso na floresta, morrendo de fome ou devorado por um explosivim fugitivo.

Harry terminou seu jantar, e enquanto voltava pra sala comunal, ficou pensando na primeira rodada de duelos, no dia seguinte. Uns dias trás, Harry encontrou Justin num corredor qualquer.

-Oi, Harry. Pois é, tenho certeza de que você já viu a tabela da maratona.

-Vi, mas pode ficar tranqüilo porque sou péssimo em duelos. Nos únicos que venci -acrescentou, sorrindo graças ao duplo sentido de sua frase- só consegui vencer por muita sorte.

Justin sorriu e se afastou.

OK, Harry com certeza não era péssimo em duelos, mas ele sempre contou com muita sorte em seus dois últimos confrontos com Voldemort. Ainda estava pensando nisso quando entrou no dormitório e começou a fuçar em seu malão, à busca de algo para se ocupar, e resolveu outra vez decifrar o livro sobre animagos, mas quando foi puxá-lo o Mapa do Maroto caiu em seu colo. Murmurando monotonamente "Juro solenemente não fazer nada de bom", começou e olhar os pontinhos espalhados pelo castelo, até que quase caiu da cama quando viu o ponto "Draco Malfoy" quase sumir dos terrenos de Hogwarts pela Floresta Proibida.

Ainda surpreso e sem pensar muito no que estava fazendo, Harry passou a mão na Capa da Invisibilidade e foi atrás dele.

-Mione, você viu o Harry?-perguntou Nádia.

-Não, não vejo ele desde o jantar.-respondeu Hermione, erguendo os olhos por cima de um livro qualquer, enquanto ao lado dela, uma cena aparentemente impossível: Rony entretido no "Hogwarts, uma história".

-Posso ir ver se ele está no dormitório, monitora?-insistiu Nádia, em tom cômico.

-Pode, monitorada.-sorriu Hermione.

Pra encurtar: Nádia estava trás do livro de Transformações que tinha emprestado pro Harry, e quando ela entrou no dormitório encontrou o Mapa do Maroto na cama, esquecido e entendido, só esperando que alguém o olhasse.

Bom, isso vai me ajudar a achar o Harry, pensou Nádia, e quando encontrou o ponto correspondente a ele, logo viu o lugar para onde ele estava correndo -e, conseqüentemente, viu também o ponto de Draco Malfoy.

Agora ela teria que ir atrás dos dois. Fabuloso. Nádia pegou o mapa, o livro largado ali perto para ter uma desculpa quando passasse pela sala comunal, correu com tudo até seu dormitório, pôs sua própria capa da invisibilidade e, para evitar ter de passar invisível pela mulher gorda, pegou também sua vassoura e saiu pela janela. Ainda bem que ela estava invisível, pois a cena era engraçada.

Sem fazer a menor idéia da dupla de grifinórios que estava indo atrás dele, Malfoy continuava, tremendo, a andar. De repente, com um grito escandaloso que cortou o silêncio da noite, ele caiu num grande buraco -uma armadilha. Aterrorizado, o sonserino escutou uma risada aguda.

-Ah, ah, até que enfim! Esta noite o movimento está mesmo fraco!

Malfoy viu uma fogueira se acender de repente - e antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma teia fina como de uma aranha, mas muito mais resistente, envolveu-o e o ergueu, amarrado, até a frente da fogueira.

O outro lado estava uma amazona autêntica, cabelos longos, olhos escuros e pele morena, mas com muitas peles de animais enroladas nela, e podia-se ver uma espada de prata numa delas, e a amazona não aparentava ter mais de dezessete anos.

-Um humano?!?-exclamou ela.- Como você veio parar aqui?

Mas Draco estava ocupado demais entrando em pânico; ele se debatia na rede com todas as suas forças, até que a amazona estalou os dedos e a rede sumiu.

-Quem é você?

-Ora, eu é que pergunto!-respondeu Malfoy, transformando com habilidade o medo em fúria.

-Eu sou Faye Fairy, e voc, quem é?

-Draco Malfoy, qual o problema?

-Problema que você é aluno de Hogwarts e não pode estar aqui. Estou caçando, rapaz, volte para Hogwarts e não me atrapalhe.

-Por um acaso, não estou aqui à toa. Vim procurar cascos de centauro e escamas de sereiano para uma poção especial.

-Por um acaso, eu tenho essas duas coisas aqui comigo, mas não achei ararambóia nessa floresta e estou precisando.

-Se eu trouxer a ararambóia aqui, você me dá o que eu preciso?

-Amanhã eu vou na entrada da floresta e você me traz.

-Não, amanhã não, a escola vai estar movimentada demais. Depois de amanhã.

-A esta hora?

-A esta hora.

Harry já conhecia a Floresta Proibida razoavelmente. Por isso pôde manter à muito custo seu censo de direção e logo estava muito perto, muito perto... E passando por mais uma árvore, viu Malfoy se despedindo da amazona, e enquanto isso Nádia estava alcançando os dois, se orientando pelo mapa. Harry esperou Malfoy ir embora na direção apontada pela amazona, e assim que viu o sonserino sozinho, Harry tirou a Capa e segurou-o pelo ombro. Antes de se virar, Malfoy ficou mais pálido do que já era.

-Potter!! O que está fazendo aqui???

-Eu estou aqui vendo o que você está armando, Malfoy. Por que está aqui?

-Te interessa, por acaso?

Nádia atingiu o lugar onde eles estavam, e sentou-se num galho bem grosso da primeira árvore que viu.

-É claro que me interessa. Aposto como está armando alguma pra cima da Nádia.

-Qual é o problema, se eu estivesse? Ela não é nada sua, a não ser que já tenha enjoado da McFisher, e agora...

-A Nádia é minha amiga, se é que você sabe o que é isso. Francamente, Malfoy, você já me casou com a Mione, a Catherina e agora a Nádia, pelo jeito você confia mais no meu poder de sedução do que eu mesmo!

-Ora, Potter, você diz isso porque não conhece o meu poder de sedução. Agora me deixe em paz e volte para o seu protótipo de harém.

Harry sacou a varinha.

-Olha aqui, Malfoy, se você estiver armando como estava no ano passado, eu não vou responder por mim.

-Potter, pra mim você não precisa se fingir de herói. Não tenho medo de você.

-Eu não me irritaria se fosse você.-completou Harry, enfiando-se nas árvores e vestindo outra vez a capa. Malfoy bufou de raiva e continuou seu caminho.

Nádia, surpresa, montou na vassoura de novo com o Mapa do Maroto embaixo do braço, e, ainda com a Capa, voltou para o castelo.

-Aposto como o Harry está imaginando coisas.-ela falou sozinha, enquanto guardava sua vassoura e se preparava para ir devolver o mapa ao seu lugar, ainda com a capa.-O Malfoy não se daria ao trabalho de ir tão fundo na Floresta Proibida só pra fazer algo pra me... Bem, é lógico que ele estava lá cumprindo ordens de Voldemort outra vez. Ah, se eu tivesse uma prova de que o Draco estava na Floresta... Ano passado eu pequei mania de chamá-lo pelo primeiro nome, está na hora de parar com isso.

Mal ela acabou de devolver o mapa, guardar sua capa e voltar para a sala comunal, Harry voltou já sem sua capa:

-Preciso falar com vocês.

Felizmente, Julliane estava conversando com Parvati e Lilá do outro lado da sala comunal, não teriam que disfarçar. Nádia já havia levantado a hipótese de contarem sobre seus segredos à garota, mas não, disse Rony, vamos conhecer melhor a menina antes disso.

-Mas se for assim não estaremos fazendo justiça.-disse Catherina.- Vocês não demoraram nada pra confiar na Nádia e em mim.

-Ora, é óbvio o porquê disso.-respondeu Hermione.- Você tinha sonhado com a gente atrás da pedra filosofal, com o Harry na Câmara com a gente embaixo do Salgueiro Lutador e depois com o ressurgimento de Voldemort, e queria que não achássemos que você estava do nosso lado? E a Nádia já estava na Ordem da Fênix quando a conhecemos.

De toda a forma, Nádia não gostou nem um pouco daquela resposta, mas voltando, Harry narrou tudo que acabara de presenciar na Floresta Proibida.

-Puxa, mas por que você nem me chamou?-exclamou Rony, indignado.-Eu teria socado aquele loiro aguado até ele falar o que estava fazendo.

-Se ele estiver relacionado outra vez com Voldemort, temos que ficar mais espertos com esse moleque.-ponderou Hermione.- Ano passado nós o colocamos acima de qualquer suspeita e entramos pelo cano.

-Não precisa nos lembrar disso.-falou Nádia.

-E precisamos cogitar também que ele poderia estar armando pra cima de você, Ná.-disse Catherina.

-Ah, que besteira, ele não se daria ao trabalho.

-Bom, o caso é que amanhã vamos duelar e eu estou capengando de sono.-bocejou Ron.-Com um pouco de sorte, o Malfoy já começa a maratona derrotado.

Harry não dormiu muito bem, teve a impressão de ter acabado de deitar quando Ron já estava o cutucando, falando anda Harry, a maratona vai começar!

Logo ele estava tomando café, enquanto a profª McGonagall subia num palco onde ficariam os "duelantes", e leu o texto de iniciação da Maratona Incantatem:

-Hoje, vamos efetuar a primeira rodada da Maratona Incantatem, o maior torneio juvenil de duelos, do quinto ano ao sétimo, com os alunos divididos nas quatro chaves que são suas Casas. Artes das Trevas são proibidas. O primeiro a ser imobilizado ou estuporado perde. Cada vitória nesta primeira fase, que termina em novembro, vale 10 pontos, e a derrota, 4. Vitórias por pontos valem 8 pontos, e as derrotas, 5. Vamos ao primeiro duelo do dia, começando pela Categoria 5ª Série, macro-chave Corvinal versus Sonserina.

McGonagall chamou dois meninos que subiram ao palco tremendo, se cumprimentaram e deram distância. McGonagall se sentou com os outros professores, e Dumbledore deu o fatídico sinal.

Os dois gritaram seus feitiços ao mesmo tempo, e ninguém entendeu o que tinham feito, até um começou a rir feito uma hiena, e o outro, a andar molemente como um bêbado.

-O Feitiço das Cócegas e a Azaração das Pernas Bambas!-exclamou Hermione, do lado de Harry.

O das pernas bambas foi o que conseguiu recuperar o fôlego e ergueu sua varinha; o outro não conseguia nem se mexer de tanto rir e o bambo o petrificou.

-Vitória e dez pontos para Larry Alexander!-anunciou Dumbledore, se sobrepondo à zoeira da maioria dos alunos.

A manhã foi muito animada: às onze horas os duelos de Corvinal x Sonserina estavam acabados.

-Agora será aberta a macro-chave Grifinória versus Lufa-Lufa, categoria 5º ano. Eu chamo ao palco Alícia Darkfairy e Gina Weasley.