Harry Potter e a Maratona Incantatem
Capítulo Onze – Mudança de PlanosOs casais Rony e Hermione e Harry e Catherina estavam tão cegos em sua felicidade que o que estava acontecendo em Hogwarts e fora dela lhes era totalmente alheio. Mas eles não puderam ignorar uma notícia particularmente irritante que apareceu no Profeta Diário, no começo de novembro:
A nova loucura de Dumbledore
"Declare guerra ao Lord das Trevas antes que seja tarde demais", foi como terminou a carta de Alvo Dumbledore a Arthur Weasley, Ministro da Magia. O reconhecidamente poderoso diretor de Hogwarts, em carta aberta ao ministro e ao público, que a Revolução dos Gigantes "foi a gota d' água e o Ministério da Magia precisa impor sua autoridade". O Ministro, o que é pior, concordou com o tresloucado professor, e irá reunir o Conselho para tomar uma decisão, neste próximo dia 15. Deve-se lembrar, com realista certeza, de que o Ministério não tem armas para combater o Lord das Trevas que, por motivos ocultos, resolveu se esconder. Não dispões de nada mais a não ser de aurores e de uma organização clandestina que tenta combater os mais do que ativos Comensais da Morte.
E por aí a matéria seguia, um editorial equivocado que de modo algum deixou de irritar a Harry.
-Se esse jornal soubesse da metade do que nós sabemos -falou Hermione, tentando conter o volume e a raiva na voz.- A mudança começaria pelo título dessa matéria.
-Que absurdo...-murmurou Catherina, que agora estava lendo a notícia.-Como eles podem falar assim do Dumbledore?
-Rita Skeeter deve estar por trás desse editorial, eu tenho certeza.-falou Rony.-Ela é tão panaca que somente ela conseguiria se esconder atrás de um editorial, que não precisa ser assinado.
-Opinião do jornal.-desdenhou Harry.- Ah, tá! Concordo com você, Rony, deve ter dedo da Skeeter nesse texto.
Finalmente, o ano letivo assumiu aquele tom de bom-vocês-são-mesmo-o-sexto-ano, que fizera Rony se entusiasmar tanto pela escola na ida ao Beco Diagonal. Em Transformações, começaram a ver Transfiguração Humana.
Como no começo da matéria não podiam -nem conseguiriam- ir logo se transformando inteiros em alguma coisa, McGonagall mandou que eles transformassem o menor dedo da mão numa vela amarela.
O resultado da aula não foi dos melhores; Simas se queimou, pois seu dedo se transformou apenas no pavio e Dino o acendeu, Neville conseguiu transformar todos os dedos da mão esquerda em pura cera vermelha -ele teve a proeza de errar até a cor.
Hermione, é claro, teve pleno sucesso, sua vela-dedo saiu perfeita, e então ela mergulhou a mão e a vela num caldeirão de Poção Normalizante, feita por Snape especialmente para aquela aula, enquanto Harry, Catherina, Nádia e Julliane até conseguiram transformar seus dedos - só que a vela não se soltou da mão. Rony foi até bem, comparando com Neville, é claro, já que ele transfigurou o dedo minguinho em cera amarela com um pedacinho de pavio no meio, assim como a maioria da classe estava conseguindo fazer.
Saíram rindo da sala de aula quando tocou o sinal, mas quando chegaram ao Salão Principal entraram em contraste com os outros alunos de Hogwarts, que estavam muito quietos.
-O que houve?-perguntou Nádia a Gina quando se sentaram.
-Uma garota da Lufa-Lufa -a ruiva contou em voz baixa, como se fosse um segredo muito confidencial -foi encontrada morta há uma hora, no corredor que... -Gina engoliu em seco.- no corredor que dá para o banheiro da Câmara Secreta!
A cor sumiu do rosto de Julliane, que parecia prestes a desmaiar.
-Morta?-repetiu, quase sussurrando.-Mas Hogwarts é tão segura...
-Quem foi que encontraram?-perguntou Hermione, num tom cauteloso.
-Parece que ela se chamava... Olga Moore.
Os garotos se entreolharam, com cara de terror.
-Olga Moore?-repetiu Harry.- Mas como ela morreu?
-Ninguém sabe muito bem?-respondeu um menino do sétimo ano, ali perto.- Dizem que não foi a Avada, mas que ela não tem nenhum ferimento.
-Onde você ouviu isso?-perguntou Rony.
-Foi uma menina da Corvinal, a Cho Chang, que encontrou o corpo.-disse o rapaz.- Ela me contou agora há pouco.
-Alguém tem algo contra os alunos da Lufa-Lufa.-disse Colin Creevey, do lado de Nádia.-Primeiro matam Diggory, agora a Olga Moore...
-Que besteira, Colin.-retrucou Gina.-Ano passado ninguém descobriu quem tinha matado aquele Jake Warbeck, da Sonserina.
Harry, Catherina, Nádia, Rony e Hermione trocaram olhares furtivos.
-Descobri que ele era mesmo parente da Celestina Warbeck.-falou Ron, num tom falsamente despreocupado.-Eles er irmãos, por isso ela veio cantar aqui no Baile de Natal, era o último ano dele.
Harry se lembrou de outra coisa estranha que ficara sem resposta no ano passado, e se dirigiu à sua namorada.
-Ano passado você disse que tinha ficado até os cinco anos aqui.-ponderou.-Mas você não saiu do país no dia da queda do Voldemort?
-Eu tive que convencer alguém que eu aprendi inglês do jeito normal, igual a vocês... Meus pais e eu fomos pro Brasil de mala e cuia, meu pai não sabia uma palavra de português, e quando eu fiquei um pouco maior, ele inventou de me ensinar inglês. Ele sempre sonhou que eu estudaria aqui, mas quando eu comecei a falar dos meus sonhos ele mudou de idéia...
-Você gosta tanto de falar do seu pai...-Harry falou.- Eu queria poder falar do meu.
-Ah, seu bobo, não é hora de pensar nisso.-disse ela, num maroto sorriso.- Só não te dou um beijinho de consolação agora porque a Gina está ali do lado.
-Depois eu vou cobrar juros e correção monetária por este momento!-sorriu Harry.
-Mas não vão fazer alguma espécie de... autópsia?-a voz de Hermione voltou a atenção deles para a conversa dos outros.
-Parece que sim.-disse o garoto do 7º ano.-Os pais dela vêm amanhã.
Pelo resto do dia, Hogwarts ficou silenciosa, como num luto subentendido para Olga Moore. Harry sentiu um peso no coração ao pensar que para Jake Warbeck quase nada fora feito.
No dia seguinte, os alunos que fingiram o luto para Olga Moore voltaram a falar alegre e normalmente como antes. Naquela quarta-feira chegou o correio-coruja, e Catherina notou que Nikki trazia uma carta pra ela. Como ao abrir a carta ela não ficou pálida nem começou a chorar, Harry esperou que ela lesse para eles.
Catherina,
Eu me senti na responsabilidade de te tranqüilizar quando deixei Lisa te assustar com aquela outra carta. Boas novas: o Piore Mago não era tão piore assim. Um colega meu conseguiu prendê-lo, o assassino não passava de um psipocata...
-Psipocata?-estranhou Harry.
-Deve ser psicopata.-traduziu Nádia, rindo.
... não sei se essa é a palavra, mas aqui em casa estamos muito felizes porque agora você poderá passar no Natal aqui sem problemas, e se quiser, pode trazer seus amigos outra vez, gostamos muito de tê-los conosco.
Desde que você voltou para Hogwarts este ano, Lisa e eu temos conversado sobre o que aconteceu ano passado, quando você e seus amigos acompanharam Harry até o duelo com Você-Sabe-Quem. Se quer mesmo saber, Catherina...
-Ah, meu Deus...-murmurou Cathy, lendo agora apenas no pensamento.
-Que foi?-perguntou Rony.
-O resto da carta não dá pra gente ler aqui. Depois da aula eu mostro pra vocês, tá?
-Pelo menos já temos uma boa notícia.-comentou Hermione.- O tal Piore Mago foi preso!
A sineta tocou. Apenas dois casais -Rony e Hermione e Harry com Catherina- é que agora se preocupavam, e ainda vagamente, com o novo plano de Voldemort em Hogwarts e com essa estranha história de um assassino brasileiro. Nádia estava muito ocupada em esconder seu namoro com Draco.
-Mas até quando vamos ter que esconder de todo mundo?-perguntara ele, com cara de coitadinho.
-Relaxe, Draco, estou pensando num jeito de falar com eles...
-Mas aquela sua prima já não sabe? Pensei que ela fosse sair espalhando pra todo mundo...
-Ela me prometeu que guardaria segredo.-retorquiu Nádia.- Por favor, Draco, vamos deixar passar mais um tempo!
E enquanto isso, Julliane se perguntava se deveria contar a seu melhor amigo Sean o que acontecera nas masmorras no dia das bruxas. As coisas tinham mudado de lado: agora era Julliane quem olhava Snape com curiosidade, e agora era ele quem ficava todo vermelho e fazia de tudo para desviar o olhar. Nas aulas, bem que ele tentava agir com naturalidade, mas simplesmente não conseguia mais olhar nos olhos de Jully. Por fim, depois das aulas de uma carta tarde, ela foi conversar com Sean na porta do Salão Principal.
-Você está me dizendo que o Snape...
-Não estou dizendo nada, Sean, só estou contando o que aconteceu.
-Jully, sinceramente, você conseguiu me pegar de surpresa. No duro. Snape, o professor mais temido de Hogwarts, estando a dois centímetros de distância da minha melhor amiga?-ele riu.- Ah, deve ser uma piada, não é possível!
-Foi muito estranho.-disse ela, com o olhar distraído.-Eu esbarrei nele, e daí eu ergui a cabeça pra mandar ele sentar e...
-Mas me fala a verdade: vocês não se beijaram mesmo ou você está com vergonha de me contar?
-Não aconteceu nada demais, Sean.
-E agora o Snape está com medo de você?
-É. Quer dizer, não. Ele não está com medo, deve estar só com vergonha. Mas pode ser coisa da minha cabeça também! Ele pode não ter dado a mínima e eu é que estou imaginando coisas.
Sean riu mais alto.
-Eu poderia dizer um monte de coisas agora, mas só vou te fazer uma pergunta: por acaso, Julliane, você está se apaixonando por Severo Snape?
-Não! Claro que não! Quero dizer, seria um desastre, hein? O cara nem é bonito nem nada.
-Não fale isso pra mim.-replicou Sean.-Que é que eu vou fazer se as garotas têm uma queda por vilões, por mais feios que eles sejam? O Snape poderia ter a cara do Olho-Tonto Moody que iria estar acontecendo a mesma coisa.
-Atração por vilões? De onde você tirou isso?
-Deve ser mal de família. A Nádia me contou que no ano passado ela se apaixonou pelo Malfoy, imagine, e que chegaram a se beijar. Ela parece ter preconceito com os caras da Sonserina, mas espero que comigo ela esqueça da minha Casa...
-Você gosta da minha prima?-perguntou Julliane, temerosa.
-Gostar, gostar pra valer ainda não.-respondeu Sean, fazendo-se de melindroso.- Mas ela é muito bonita, é legal também... Não falta muito.
Frase esta que colocou Julliane num terrível dilema; prometera não contar a ninguém que na verdade Nádia estava namorando Malfoy em segredo. Nem conseguiu continuar a conversa, teve que inventar uma desculpa e voltar para a Grifinória.
Encontrou com Harry, Catherina, Rony e Hermione na frente do retrato da Mulher Gorda, e Nádia estava lá dentro, fazendo a tarefa de Feitiços.
-Posso falar com você, Ná?-pediu Julliane.
Quando Nádia ia responder, seu olhar encontrou-se com o de Hermione, e disse:
-Ah... Não pode ser depois, Jully? Tenho algo importante pra falar com eles agora...
Julliane se afastou, enquanto os dois casais corriam pra falar com ela, e rapidamente Catherina tirou a carta de Emílio de dentro das vestes:
... Se quer mesmo saber, Catherina, Lisa e eu achamos que o Supraforce já trouxe problemas demais pra você. O broche veio sendo passado de geração em geração entre as mulheres da família, e sua mãe, você se lembra bem, era trouxa e ainda não gostava de usar o Supraforce. Estamos pensando se, para sua proteção, não gostaria de entregar o broche para Lisa, afinal agora o Brasil é um lugar é um lugar seguro e todos sabemos que o motivo pelo qual Você-Sabe-Quem te perseguiu ano passado foi apenas este. Quando você vier pra cá no Natal, conversaremos melhor, mas queremos que pense no assunto.
Emílio.
-E agora, gente, o que nós fazemos?-perguntou Cathy.
-O que voc faz.-disse Nádia.- Mas a profª Figg falou pra você guardar o broche, não é?
-Sim, é por isso que eu não sei se entrego.-disse ela.-Mas acho que este ano talvez não faça mal deixar o Supraforce com os meus tios. Escuta, e alguém de vocês vai querer ir comigo?
-Não sei.-disse Nádia, depressa.- Meu pai pensou em levar eu e a Jully e eu pra Alemanha, pra ver o tio Ralph.
-Ainda bem que este ano as férias de Natal serão diferentes.-disse Hermione.- Poderemos ir ao Baile de Natal dia 23 e ir pra casa.
-Mas e a Maratona?-perguntou Rony.-Dia 28 vai ser a quarta etapa!
-Calma, Rony.-disse Harry.-Nós nem passamos pela terceira ainda.
-Eu acho muito difícil que a gente não passe pelos sonserinos.-retrucou Rony.-E a partir de dezembro vão misturar as categorias, poderemos até pegar gente da 7ª pelo caminho!
-Dia 28 desse mês é a última chance de classificação pra quem ainda não tem pontos suficientes.-comentou Nádia.
-Bem, gente, vamos concluir pra eu poder dar um fim logo nessa carta.-disse Catherina.-Eu vou passar o Natal no Brasil e vou entregar temporariamente o broche pra tia Lisa, OK pra vocês?
Os outros assentiram.
No fim de semana, iriam para Hogsmeade. Na sexta, Rony e Hermione foram visitar Hagrid, mas quando estavam quase chegando no Salão Principal, encontraram uma porta escancarada que deixava que vissem uma luzinha azulada de uma bacia em cima de uma mesa.
-Aquilo é o quê?-questionou Rony.
-Parece uma penseira.-disse Hermione.-Pelo que o Harry nos falou no quarto ano... Essa penseira deve ser do prof. Dumbledore, o que está fazendo ali?
-Talvez um negócio desses precise de uma limpeza de vez em quando.-chutou Rony.- Acho que o Filch foi pegar alguma coisa pra limpar e largou aí.
-Tem razão, Ron... Mais tarde eu procuro na biblioteca pra dar uma conferida...
-Biblioteca? Mione, você acha que vai encontrar um motivo pra se ver uma penseira num lugar até onde o Neville pode achar?
-Não sei, Rony, mas talvez algo possa ajudar...
-Tá bom, Mione. Agora vamos esquecer isso, tá?-finalizou Rony, dando um beijo rápido na namorada.
-Sabe de uma coisa?-disse Harry, quando ele e Catherina estavam indo juntos para a Dedosdemel.-Estou adorando ser uma pessoa normal, pra variar. Não estou na Maratona Incantatem por trapaça, e sim dentro do regulamento, e apesar dessa história de Samantha e Victoria, está tudo bem.
-Não estou querendo te deixar pra baixo, mas não é o que os amigos da Olga Moore andam dizendo por aí.-falou Catherina.-Só que você está certo, até agora nada do que aconteceu aponta para nós.
-Nem pra mim, nem pra você, nem mesmo pro Ron, pra Mione ou a Nádia.-disse Harry.-Não pensei que um dia eu poderia me sentir assim, desde que descobri que eu sou um bruxo.
-Em casa foi uma festa no dia em que eu consegui ligar a tv sozinha, com magia. Eu era bem pequena, minha mãe tinha me mandado dormir mas eu não queria... Eles não tinham a menor idéia se eu acabaria bruxa ou não.
-Sua infância deve ter sido muito legal.-murmurou Harry, enquanto entravam na loja de doces.-Por que não comemoramos com um diabinho de pimenta?
-Prefiro uma delícia gasosa, que tal?
Logo atrás deles vieram Rony e Hermione, pelo jeito na mesma felicidade que eles. Eles se sentaram na mesma mesa do Três Vassouras minutos mais tarde e começaram a se perguntar por onde andariam Nádia e Julliane.
Bem, Julliane estava tentando salvar Sean do enxame de meninas que o rodeava; embora as mais tímidas tenham sido obrigadas a se afastar, as mais fogosas continuavam a rodear Sean (e Jully, que conversava com ele) de modo mais discreto, mas muito incômodo.
-Caramba, Sean.-murmurou Julliane, enquanto andavam.-É assim o tempo todo?
-Mais ou menos -respondeu ele- mas acho que hoje elas planejaram um ataque em massa. Escuta, Jully, cadê a Nádia?
-Puts, isso me lembra que eu preciso falar com ela!-exclamou Julliane.- Aquele dia ela me driblou, mas hoje ela não escapa... Ah! Eu não tenho idéia de onde ela anda, Sean.-acrescentou, como que saindo de um transe.
Só que Nádia não estava numa situação onde por um acaso ela quisesse ser encontrada. Ela e Malfoy continuavam com seu namoro secreto; ele estava feliz da vida, finalmente conseguira e com certeza seria a coisa mais fácil do mundo derrotar Potter na maratona, que inclusive não estava muito longe.
Voltando à mesa dos casais felizes no Três Vassouras, os sorrisos se alargaram ainda mais quando viram Melissa Figg entrar com o cão preto, de modo muito mais discreto do que seria esperado de uma dupla como aquela (Sirius em sua forma canina foi algo muito mais polêmico do que foi contado até agora: Sibila Trelawney começara a predizer um fim catastrófico de Hogwarts, já que todos estavam expostos ao Sinistro, e que em data não muito longe, todos morreriam. O que, é claro, deixou Lilá Brown e Parvati Patil com os nervos à flor da pele, nervosas e irritadiças. O pobre Dino, que estava com Lilá, tinha de ficar ouvindo repetidas vezes as baboseiras da profª Trelawney na boca de sua namorada).
Imediatamente, Harry deixou à mostra os lugares vagos em suas mesas que felizmente Melissa ocupou. Sirius sentou-se mesmo no chão.
-Não dá mesmo pra ele virar humano aqui?-perguntou Hermione, quase com pena.
-Já que você perguntou...-disse Melissa, com um gesto de varinha fazendo surgir uma espécie de cobertor semi- transparente, que cobriu Sirius e ele se transformou em humano, como se nada o estivesse cobrindo.
-Que foi isso?-quis saber Rony.
-O Cobertor da Ilusão.-explicou Melissa, olhando carinhosamente Sirius se sentar à mesa.- Se alguém olhar pra cá verá o cachorro, do jeito que Almofadinhas estava agora há pouco.
-E aí, Sirius, como você está?-perguntou Harry, vendo o padrinho com uma das aparências mais saudáveis que enxergara nele.
-Muito bem, Harry.-disse Sirius, observando Madame Rosmerta, que vinha trazer mais um copo de cerveja amanteigada pra Melissa.-E com voc?
-Nunca estive tão bem.-responder Harry, sorridente.-Ah, Sirius, ainda não te contei, né...
-E como vão as buscas pelo castelo sobre Voldemort?-interrompeu catherina, subitamente vermelha.
-Sem grandes novidades, sobrinha.-respondeu ele, num largo sorriso.-Pois é, hein, até hoje não nos tratamos como parentes que somos!
-É a falta de hábito.-disse Melissa. A alegria naquela mesa era contagiante.
-Logo vamos nos acostumar, não é, tio Sirius?-riu Cathy.
-Tudo bem, agora vamos ver se aprendi algo passando tanto tempo com Melissa... Rony e Hermione, não estou errado em dizer que vocês estão namorando, estou?
Os dois deram risos culpados.
-Eu sabia. E Harry, nem preciso falar que além de afilhado você se tornou meu sobrinho...
-Ah, pode até estar certo.-disse Catherina, tentando envergonhar o tio e não ela mesma.-Mas nós também estamos vendo você! Estou ganhando uma tia ou não estou, profª Melissa?
-Então vamos pôr as cartas na mesa!-exclamou Sirius, em tom jovial.-Nesta mesa estão sentados três casais e ponto!
Todos caíram na risada. Harry não queria saber de nada, não queria pensar de nada, apenas aproveitar aquela época feliz pela qual ele estava passando.
-Draco...
-Hum.
-Draco, pára...
-Ok, parei.-falou ele, se afastando a duras penas da namorada. Estavam no finzinho de Hogsmeade, perto do antigo esconderijo de Sirius.-O que você tem?
-Nada, mas se não voltarmos vão começar a dar pela nossa falta.-disse Nádia.
-Mas ainda está cedo... Anda, podemos ficar aqui mais um pouco.
-Por favor, Draco, eu também queria ficar com você, mas entenda o meu lado, não posso deixar os meus amigos sequer suspeitarem.
-OK. Mas nós vamos nos ver de novo à noite?
-Combinado. Agora eu saio, você conta até trinta e sai também, tá?
-O que eu não faço por você...
-Não... Pára, por favor. Até mais, tá?
Antes que cedesse à tentação, ela foi correndo procurar seus amigos. Encontrou Julliane e Sean na porta da Zonko's.
-Puxa, Nádia, até que enfim! Por onde você andou?
-Estava no correio, meu pai me deixou comprar um Estojo para Manutenção de Vassouras.
-Mas você estava lá até agora?-inquiriu Sean.
Nádia já começava a gaguejar na resposta, quando Julliane a ajudou:
-Ah, Sean, eu esqueci de te contar, ela ficou fazendo a lição de Poções que essa madame quase deixou pra última hora! Falando em deixar, Sean, você não poderia nos deixar à sós? Preciso falar com a minha prima.
-Tá, OK.-respondeu Sean.-Você sabe onde o Harry está, então?
-Acho que lá no Três Vassouras.-opinou Jully.
-Até mais, então.
-Tchau.-disseram Nádia e Julliane juntas.
Antes que Nádia pudesse perguntar o que sua prima queria, Julliane pegou-a pela mão e começou a levá-la para os confins de Hogsmeade, mais ou menos de onde Nádia acabara de chegar.
-Eu quero saber -disse Jully, de forma objetiva.- se você ainda está com o Malfoy.
-Fala baixo!-interpelou Nádia.- Sim, estou com Draco, por quê?
-O Sean está quase gostando de você, Ná. Por isso quero saber se eu posso contar pra ele que você está ocupada.
-Pensei que você e ele estivessem ficando.-disse Nádia, num tom quase distraído.- Estão sempre juntos por aí...
-Nada a ver.-replicou a outra.-Ele é meu melhor amigo desde os tempos de Durmstrang. Mas me responda logo: eu posso contar pro Sean que você está namorando o Malfoy?
Mesmo por trás da Poção do Amor, Nádia se lembrou daquele dia em que conversara com Sean nos jardins de Hogwarts, e imaginou a cara que ele faria ao saber que dias depois de ouvi-la dizer que não agüentava mais ver o Draco por aí, os dois agora estavam namorando.
-Puxa, Jully, você me pegou de surpresa... Por enquanto não conte nada pra ele, vou falar com o Draco sobre isso.
Julliane olhou-a.
-Você tem certeza?
-Tenho. É melhor assim, visualize a cara dele quando descobrir... Vai achar que eu tenho não um parafuso, mas uma caixa de ferramentas inteira a menos.
-Bom, Ná, você me desculpe mas eu também acho isso. No começo do ano você o detestava com todas as suas forças, e agora...
-Eu também não sei o que aconteceu, mas estou me sentindo ótima do modo que estou com Draco... Vamos deixar rolar mais um tempo, por favor.
-Vou ficar quieta, mas saiba que estou de olho nesse cara, você me contou da armação dele no ano passado.
-Olha lá, hein, Jully, não vai me trair!
-Nossa, Nádia, não precisa fazer esse drama, não vou falar nada.
