Harry Potter e a Maratona Incantatem
Capítulo Dezenove – Victoria esteve grávida
No dia seguinte as aulas recomeçaram e, pra variar, Harry não estava nem um pouco disposto. Rony e Mione ficaram chocados quando souberam do fim do namoro dele quando Harry os contou, mas não teve jeito, quando Catherina chegou, ela se sentou na frente de Harry, e não do lado dele, como costumava fazer. No dia seguinte, 28 de janeiro, seria outra rodada da Maratona, e Rony tentou não falar muito sobre isso pra não ficar lembrando todos de que Catherina teria que duelar contra Cho.
Mesmo com o fracasso que estava sua vida amorosa, Harry acabou terminando o dia preocupado com uma coisa totalmente diferente. Isso porque no almoço...
-Harry, você parece uma criança.-disse Hermione.
-Por quê?
-Está revirando a comida e mal tocou nela! Temos que ir subindo para as aulas da tarde. O senhor vai ficar aqui e comer direito!
-Tá bom, mamãe.-disse ele, rindo.
Ele ficou entre os últimos no almoço e subiu voando até a Grifinória, para pegar seu material. Assim que abriu a porta do dormitório, não entrou no dormitório.
Outra lembrança!
Há quanto tempo, eu já estava ficando com saudades, pensou Harry sarcasticamente, enquanto olhava para uma parte do Salão Principal provavelmente de cinqüenta anos atrás, onde estava um Riddle ligeiramente mais velho do que o que Harry vira no diário dele, quando estava no segundo ano. Logo, Victoria veio até ele, esfregando uma mão na outra.
-Tenho que falar com você, Tom.
-Ora, eu não era Riddle pra você?
-Vou explicar por quê.
-Estou esperando.
-Você quer que eu seja direta ou dê umas voltas antes de dizer?
-Seja direta.
-Estou grávida.
Harry pensou que Riddle fosse ficar furioso, mas não, aconteceu o contrário:
-Grávida? Victoria... Por favor, me diga que esse filho é meu!
-Claro que é, de quem mais seria? Não estou nem um pouco contente com isso.
-Mas quando você engravidou?
-Que foi, amnésia? Há um mês, quando eu cometi aquela fraqueza...
-Ah, Victoria, até que enfim uma boa notícia! Vamos nos formar este ano, não é? Posso assumir o filho, claro! Ele será outro nobre descendente de Slytherin!
-Tom, você não está pensando em...
-Casamento? Claro! Tenho direito de cuidar para que o meu filho seja...
-Outro assassino? De jeito nenhum, Tom! Eu vou cuidar dele, sozinha.
-De modo algum! É meu filho, você não disse?
-Sim, é, mas eu apenas queria que você soubesse, de jeito nenhum eu me caso com um assassino como você!
Harry não pôde saber qual foi a reação de Riddle àquilo, pois a lembrança se dissolveu e, sem desmaiar (ele tinha ficado mais forte com a prática das lembranças), Harry se viu de volta ao dormitório masculino. Pegou o material e tomou o caminho da Torre Norte, com pelo menos quinze minutos de atraso.
Então quer dizer que Voldemort tinha um filho? Imaginem só o monstro que devia ser, com um pai daqueles! E se herdasse a estatura da mãe, então? Seria uma figura cômica, não daria medo em ninguém! Mas ao mesmo tempo, nos dias de hoje ele já era um adulto, e com certeza já tinha passado por Hogwarts! Concluindo: afinal, Voldemort não foi o último descendente de Slytherin.
Ele estava pensando nisso enquanto corria para a aula. Pensando bem, pra quê correr se já estava atrasado? Ainda mais a aula em questão era a da profª Trelawney.
Começou a andar mais devagar, conseqüentemente prestando mais atenção nas coisas à sua volta. Foi quando encontrou outra lembrança, em uma sala que ele não fazia a menor idéia de quem era. Lá estavam outra vez Tom Riddle e Victoria, mas Harry teve a sensação de que era alguns meses depois da primeira lembrança em que ele mergulhara. Entrou na sala sem pensar duas vezes.
Victoria estava com umas roupas mais largas, mas estava com uma cara triste quando dirigiu-se a Riddle:
-O que aconteceu, Victoria?
-O bebê...
-Que tem ele?
-Não vai mais nascer.
Riddle ficou pálido subitamente.
-Não? Como não?
-Eu... perdi, ontem.
-Mas como foi isso?
-Não sei! Acontece às vezes, ele escorregou, sou muito jovem pra ter um filho!
Riddle pegou no braço dela com força.
-Você matou o meu filho!
-Era meu também, caso não se lembre!-exclamou Victoria.-Eu amava o meu filho, mas ele está morto, Tom! Não há mais o que fazer!
-Você não o amava! Não queria tê-lo!
-Quem é você para me acusar de falta de amor? Eu o carreguei por quatro meses dentro de mim e você fala que eu não o amei! Pra seu governo, eu já estava disposta a dar minha vida pelo bebê, se fosse preciso!
-Mas foi ele quem morreu, não você!-exclamou ele.-Eu devia te matar por isso, mas...
-Devia, é? "timo, por que não faz isso aqui, onde Dippet pode te pegar no pulo? Ou vai esperar terminarmos Hogwarts?
-Não vou te matar.-rosnou Riddle.
Com certeza, Victoria ia fazer outra provocação ao vilão convertido, mas novamente Harry não soube o que ela diria pois a lembrança se dissolveu antes disso. Ia saindo da sala quando gelou até o finzinho da coluna:
-Potter, o que faz por aqui?
Graças a Deus, não era Snape, doidinho para lhe aplicar uma detenção, e sim a profª Dark-Angel.
-Desculpe-me professora, eu estou atrasado para a aula de Adivinhação, e...
-E resolveu entrar nessa sala para descobrir se existia uma passagem mágica para a Torre Norte? Sinto muito, sr. Potter, terá de ir da maneira convencional.
Felizmente, a professora de DCAT não perguntou mais nada, e Harry pôde continuar seu caminho. Quando estava quase chegando, deu de cara com todos os seus colegas da Grifinória.
-Ué, o que houve?
-Nada especial, a morcega velha hoje resolveu terminar a aula mais cedo.-falou Rony.
-Puxa vida, isso não parece a Trelawney.-disse Harry, juntando-se aos seus amigos.
-Não mesmo, mas eu não achei nem um pouco ruim sair mais cedo...-falou Ron.- Eu que não abro a boca pra reclamar.
Catherina estava do outro lado de Rony, sem falar nada. Harry sentiu um peso na consciência, lembrando-se que não tinha mais direito de cumprimentá-la com um beijo, como antes... Eu só faço besteira, pensou.
Para Harry, o dia seguinte não teria nada de especial, mas para Rony, Hermione e Catherina, era dia de duelar na Maratona Incantatem. E era sobre isso que ele estava conversando com Rony, na sala comunal, pouco antes de ir se deitar.
-Acho que não vou assistir os duelos amanhã.-disse Harry.
-Não, de jeito nenhum!-exclamou Rony.- o meu duelo contra o Colin eu nem faço questão que você assista, mas você vai se arriscar a perder o duelo entre as duas únicas meninas que já te beijaram?
Harry olhou-o.
-A Catherina acabou deixando escapar para a Mione, e ela pra mim... Pensou que eu não sabia?
-E você não vai brigar comigo, falar que eu fui um tremendo idiota?
-Não é que você não tenha sido, mas a Catherina já rompeu com você, não é? O que mais há para se dizer?
-Certo. Mas acho que prefiro não ver, só vai fazer eu me sentir pior ao ver as duas juntas... E pior foi a história do prendedor de capa.
Harry então contou a Rony o sufoco que tinha passado com o pequeno adorno.
-Harry, sinto muito pela sinceridade, mas... você é um tremendo tapado idiota.
-Eu sei disso. Se você soubesse o quanto eu estou arrependido!
-Convença a Cathy disso, não a mim. Mas você não vai mesmo ver os duelos amanhã?
-É melhor não.
Pouco depois, foram se deitar.
Já no dia seguinte, depois de vencer o seu duelo, Julliane foi conversar com Sean na biblioteca, num canto onde ninguém os pudesse ver ou ouvir.
-Desculpe não poder conversar com você antes?-disse Jully.-Onde deu errado a inversão de hipnose?
-Em tudo, começando pelo início.-disse Sean.- Não foi hipnose o que o Malfoy usou!
-Devíamos ter pensado antes que ele não podia ser tão poderoso a ponto de controlar a Nádia vinte e quatro horas por dia.-falou ela.- Mas o que mais ele pode estar fazendo?
-Não tenho idéia.
-Catherina McFisher versus Cho Chang!!
Catherina sacou a varinha e ergueu a cabeça. Por mais que quisesse o contrário, aquele momento desagradável tinha chegado.
Desde que Harry tinha obliviado Cho, ela não estava mais atirada como antes. Mesmo quando soube que ele agora estava sozinho, a primeira coisa que fez não foi correr até ele como uma maluca, felizmente. Continuava não indo muito com a cara de Catherina e tendo ciúmes como antes mas não era mais tão agressiva.
Então, Catherina e Cho ficaram frente-a-frente, no palco. Mal se cumprimentaram e Cathy tentou não olhar nos olhos de Cho com cara de quem está se forçando para não ver outras intenções por baixo daquele duelo.
-Já!-ordenou McGonagall.
-Energium finite!
Cho se atrapalhou toda; como não sabia o feitiço de defesa, esquivou-se e quase caiu do palco. Algumas grifinórias deram risadinhas.
-Petrificus Totalus!
-Défesum! Imobillus!
O duelo foi rápido e terminou com facilidade, mas quando desceu do palco, já classificada para a sexta rodada, Catherina sentiu como se estivesse acordando de um sonho no qual tudo o que fizera fora maquinalmente e o mundo à sua volta não passava de um monte de borrões coloridos e irreais. Agora, a realidade ganhava uma nitidez assustadora.
Aquela rodada foi sem surpresas; Rony, Gina, Hermione, Catherina e Julliane venceram seus duelos sem problemas e passaram para a próxima fase. Harry não foi mesmo assistir e deu um tímido parabéns a Cathy quando Rony lhe disse que ela tinha ganhado.
No dia seguinte, começou a correr um boato pela escola. Harry não tinha a menor idéia do que poderia ser, quando percebeu que Lilá estava passando o boato para Hermione e Catherina, numa voz um tanto aflita.
-O que estão cochichando?-perguntou Rony às duas, quando se sentaram para almoçar.
-Lilá disse que a Trelawney está na ala hospitalar.-disse Hermione.
-Ala hospitalar?-estranhou Harry.- Mas por quê?
-É, por quê?-disse Rony.-Ela parecia muito saudável quando passou aquela pilha de lição de casa!
-Não sei -respondeu Mione.- Disseram que foi outro ataque, que a Trelawney está gritando a plenos pulmões que Dumbledore não devia ter colocado um Sinistro em Hogwarts, e que ele foi o culpado por Ashley Chang e Olga Moore terem morrido.
-É um horror essa mania de julgarem as ações do professor Dumbledore.-comentou Catherina.- Fico imaginando como um cachorrão preto poderia matar duas garotas e deixar nelas vestígios de Avada Kedavra. Nem que fosse na realidade outro basilisco!
Harry estava olhando para Catherina com os olhos desfocados, pensando se estava na hora de falar das últimas lembranças de Victoria, e acabou contando só naquela horinha clássica, depois das aulas e antes do jantar, quando eles estavam na sala comunal.
-Cada vez mais eu penso no porquê de estarmos descobrindo essas coisas.-disse Hermione.-Por que nós sabemos que houve uma certa Victoria que foi namorada de Voldemort, engravidou dele mas perdeu? Por que alguém ia querer que a gente se lembrasse disso? Vocês já pensaram nessas coisas?
-Quebro a cabeça com essas perguntas todos os dias.-falou Harry.- Mas nós não temos nenhuma pista para respondê-las.
Estavam conversando nesse ritmo quando Julliane entrou pelo retrato da Mulher Gorda e foi até eles.
-Sean e eu andamos trabalhando com hipnose -contou ela.- pra tentar ver se era isso que o Malfoy tinha feito com ela.
-E daí? O que descobriram?-perguntou Rony.
-Daí que o Sean tentou mas não é hipnose o que aquele loiro usou. O que mais poderia ser? Em Artes das Trevas não creio que tenha muito mais que ele pudesse fazer.
-É verdade.-disse Hermione.- O que mais alguém poderia fazer para outra pessoa se apaixonar à força?
Catherina foi tendo uma idéia:
-Mione, você é mesmo um gênio!! Vejam só: o que o diretor da Sonserina ensina?
-Ué, Poções.-falou Julliane.
-Então, qual supõe-se que seja o forte de todo sonserino?
-Poções.-falou Harry.
-E como Malfoy é um sonserino e é bom em Poções, o que ele usaria para obter o amor da Nádia??
-A Poção do Amor!!- exclamaram Harry, Rony, Hermione e Jully juntos.
