Harry Potter e a Maratona Incantatem
Capítulo Vinte e Cinco - Casais Reunidos
Conversara com seus pais, pela primeira vez em toda a sua vida. Era mais do Harry podia agüentar, e ele saiu correndo daquela sala, esquecendo que estava no alto do dormitório feminino. Se ele passou por alguma garota no caminho para a sala comunal, nem deu por isso. Só se lembrou de correr e de se esconder depois em um sofá enorme, espremido contra a parede.
Mas nem se importou com isso. Ali, ninguém podia vê-lo, ninguém poderia encontrá-lo, nem mesmo Julliane com seu dom de sensitiva. Logo, ele ouviu passos chegando, e podia saber quem eram, apenas por seu ritmo de caminhar: Mione, Catherina e Sirius, na forma de cachorro.
-Onde será que ele se meteu?-perguntou Hermione.
-Pelo jeito ele não quer que o encontremos.-murmurou Cathy.
Sirius andava pela sala comunal, e Harry teve certeza de que estava tentando farejá-lo.
-Já está tarde.-falou Mione, olhando seu relógio.
-Mas... e o Harry?-perguntou Catherina.
-Mesmo do jeito que ele ficou, ele não iria sair da Grifinória sem a Capa da Invisibilidade.-disse Mione.-Snuffles, poderia deixar a Capa do Harry nas coisas dele, no dormitório masculino?
Em seguida, Harry ouviu o barulho de sua Capa sendo dobrada e posta sobre o dorso de Sirius, que tomou o rumo de seu quarto.
-Estou morrendo de sono.-disse Hermione, bocejando.-Duas Poções Mortum num dia só... É pra acabar com qualquer pessoa.
Hermione fez menção de subir.
-Você não vem?
-Ainda não.-falou Catherina.- Vou ficar aqui por mais algum tempo.
Catherina sentou-se no sofá, enquanto Hermione a desejava boa noite e subia.
-Harry, eu sei que você está em algum lugar por aqui -disse Cathy, depois de alguns minutos.-Não pode estar em nenhuma outra parte. Sei que foi difícil o que aconteceu agora há pouco, não se esqueça de que passei por isso há algumas horas... Eu não quero que você sofra...
Harry arriscou tirar a cabeça detrás do sofá, e ela ainda não podia vê-lo, mas ele a ela sim.
-Então... Espero que você fique bem. Nos vemos amanhã.
-Por que não nos vermos agora?-disse ele, se levantando. Catherina o viu e abriu um sorriso suave.
-Que bom.-disse ela.-Quer conversar sobre algo?
-Sobre a nossa ligação silenciosa.-respondeu ele.-Nós nos conhecemos quando bebês, nossos pais foram mortos por Voldemort, você e eu acabamos unidos, querendo ou não. Você já pensou sobre isso?
-Você não sabe o quanto.-disse ela.- E pensar que somos três divididos numa guerra de dois lados. Qualquer um poderia desequilibrar a balança.
-E você desequilibrou.-respondeu ele.- Há mais de um ano. Foram coincidências demais: primeiro os sonhos, um ano atrás do outro, depois você conheceu a Hermione, e por ela, Rony... e eu. Voldemort e eu somos rivais até que um de nós morra, e você poderia ter escolhido...
-Errou, Harry. Você, na verdade, escolheu por nós dois, quando tinha onze anos. Lembra-se de Quirrell e o Espelho de Ojesed? A trave de Quirrell, Voldemort ofereceu aliança a você; Você ficaria vivo e seria aliado dele, e em troca ele acharia um modo de trazer os seus pais de volta.E não duvido que conseguisse, se quisesse, com magia negra.
-Mas como eu posso ter escolhido por nós dois?
-Você fez uma escolha, naquela noite Voldemort reconheceu para si mesmo que você viria a ser um bruxo muito poderoso, e que poderia derrubá-lo no futuro. Você percebeu isso, bem lá no fundo. Há alguns meses estava pensando e percebi isso, você escolheu ficar do lado de Dumbledore, do Ministério e dos Aurores, e sabe de uma coisa? Naquele dia, pela primeira vez em três, Voldemort teve medo de você. Preferiria que você se juntasse a ele a ter que enfrentá-lo.
Harry ficou por um tempo calado, lembrando-se daquele dia. Minutos depois falou:
-Você disse que Voldemort teve medo de mim três vezes... Como assim?
-A primeira, quando te ofereceu parceria; a segunda você percebeu claramente, qualquer um veria: quando as suas varinhas se uniram, no quarto ano, e a terceira com certeza foi ano passado, quando você derrubou a Câmara Secreta em cima dele.
-Catherina...-murmurou Harry.-Como você sabe tudo isso?
-Eu não sei, eu só supus, deduzi. O segredo de ver essas coisas nenhuma vidência me mostrou... Foi a minha mãe. Ela dizia, como pintora que era, que se eu observasse tudo à minha volta com atenção, perceberia coisas que ninguém mais veria.
-Foi tão bom falar com nossos pais, não é?
-Ótimo.-sorriu Cathy.-Mas talvez eu não tenha esperado que você fosse ficar tão... emocionado de falar com os seus.
-Que bom! Quer dizer então que eu consegui te surpreender?
Cathy limitou-se a sorrir.
-Harry -disse ela, um tempo depois.- Eu queria falar sobre uma outra coisa com você.
Já descontraído, Harry pulou do sofá em que estava pra se sentar do lado de Catherina.
-Pode dizer! -Naquela noite, quando o Rony e a Mione brigaram, nós acabamos... nos beijando, e...
-Ah, já sei o que você vai dizer.-antecipou-se Harry, encostando e cruzando os braços.- "Oh, Harry, me desculpe, perdi o controle, você gosta da Cho e eu não devia ter deixado isso acontecer..."
-Não.
-Como não?
-Não, ora. Você também errou sobre mim.
-Então...
-No começo, o que eu pensava em te dizer era exatamente isso que você falou. Mas depois... Fiquei com raiva de mim mesma, se quer saber eu quase me odiei por ser tão complicada. Vou ser sincera com você sobre o que eu pensava. Sabia que você não gostava da Cho, sabia que eu ainda gostava de você e você de mim, mas... Eu tenho um pouquinho do Rony dentro de mim, tenho medo de ser pouco pra você, porque você merece uma garota com a beleza de uma veela, a inteligência da Mione, o humor dos gêmeos Weasley, sábia como o prof. Dumbledore, animada, perfeita... Enfim, uma Mary Sue ainda pior do que eu.
-Uma quê?
Desculpa. Outra falha na Matrix.
-Mas ninguém é assim, porque ninguém merece alguém assim. Todos têm seus defeitos... Com tudo o que nós dois temos em comum, como podemos não... não ser simplesmente um casal?
Catherina sorria.
-Promete me fazer suportar-me um pouco mais?
Harry também ria.
-Claro, posso até "te suportar" por nós dois.
Morrendo de saudades um do outro, Harry sentiu Cathy pousando uma mão sobre seu ombro e em seguida ele tocou o rosto dela, com muito carinho, e o beijo envolvente daquele dia se repetiu com a mesma paixão, mas com o acréscimo da felicidade por estarem juntos de novo.
Ambos sentiram que talvez, em todo o resto de suas vidas, nunca mais fossem capazes de beijar outra pessoa daquele mesmo modo. Quando o primeiro beijo daquela noite acabou, Catherina disse, devagar e suavemente:
-Isso é aquilo que sentimos uma vez na vida?
-Tenho certeza que é.-falou Harry.
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Finalmente, um de seus grandes problemas estava resolvido. Rony e Mione, cada um a seu modo e a seu canto, manifestaram muita legria por Harry e Catherina terem reatado o namoro.
Dias depois, Harry se deu conta de quanto tempo fazia que não praticava telepatia. Ele percebeu isso porque, no final de abril, Dumbledore falou com ele. Pediu seu Mapa do Maroto emprestado, dizendo que pretendia lançar um feitiço de proteção nele, de acordo com o plano que estava bolando.
Aquele seria um sábado em Hogsmeade, e ele tinha combinado com Cathy de aproveitarem ao máximo a tarde. Então ele resolveu pedir um favor a Julliane, que sabe-se-la porquê preferia ficar no castelo. Foi até a Grifinória, pegou o Mapa e, antes de sair, pediu a Jully que o levasse até Dumbledore. Sob a insistência dela em saber o que era aquilo, acabou abrindo-o para ela e mostrando. Maravilhada com o objeto, ela concordou em fazer o favor.
Grande parte dos alunos não estava em Hogwarts, Jully gostava muito de ter o castelo só para si. Ela tinha planos para ir ver Snape depois do favor a Harry. Por coincidência, acreditava ela, encontrou o diretor na porta de sua sala, nem precisou quebrar a cabeça para adivinhar a senha. Antes de entregar o Mapa do Maroto, ela percebeu que um ponto estava se movendo rumo à sala de Snape, com um nome: Tom Riddle.
Assim que entregou o Mapa a um excepcionalmente nervoso Dumbledore, tomou o rumo bem depressa das masmorras. Às vezes, durante o caminho, chegou a sentir a presença de uma ou outra pessoa, mas sempre muito longe para que pudesse identificar quem era. Às vezes esse dom me dá raiva, pensava ela, eu sei que passei um pouco perto de alguém mas não posso saber quem é!
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Sean foi a Hogsmeade, mas chegando lá, percebeu que não tinha quem acompanhar: Harry e Catherina estavam no Três Vassouras, mas não queria atrapalhá-los; Mione estava por ali conversando à toa com Verônica Golden, e Rony não estava à vista. Resolveu entrar na Zonko's pra ver se encontrava alguma novidade, quando avistou Nádia e Malfoy, lá nos confins da rua.
Tenho a tarde livre mesmo, pensou ele, então não há nada de mau em segui-los... Julliane me influenciou muito contando histórias de espionagem.
Sim, ele ainda gostava de Nádia, e se odiava por isso. Mas ela tinha ficado tão diferente ao lado de Malfoy... adquirira muitos hábitos sonserinos, na opinião dele. Mas continuava linda. E atraente. E tudo o mais que achara desde que se esbarraram no Beco Diagonal, antes do ano letivo começar.
Agora já estava perto o suficiente deles. Ouviu Malfoy pedir que ela o esperasse no "lugar de sempre" que ele iria no correio pegar uma encomenda de seu pai. Quando os dois se separaram, claro, Sean deu preferência a seguir Nádia. Estava na hora de tomar alguma última atitude, algo que... Uma última tentativa, pronto. OK, Sean Edward Riddle, é hora da ação.
Nádia dobrou uam esquina e pouco atrás dela, Sean reconheceu o lugar onde a vira aos abraços com Malfoy pela primeira vez.
O que eu posso fazer, diabos, Sean repetia mentalmente para si mesmo, ela está sob a Poção do Amor, então nada vai resolver...
Nesse instante, uma segunda voz marcou presença em sua mente. Oras, se eu não tenho chance mesmo, vou fazer ela me odiar. Virou a esquina e deu de cara com ela.
-Sean?? O que faz aqui??
-O que sempre quis fazer, desde que te conheci.
Sean encostou Nádia contra a parede com um empurrão e, prendendo-a ali com seus braços, beijou-a com toda a força.
E a galera grita: ALELUIA! ALELUIA! ALELUIA! ALEELUIAAAA!
Nádia não ofecereu resistência, embora fosse isso o que tinha em mente antes de Sean tocar seus lábios. Quando se beijaram, por incrível que parecesse, ela esqueceu que logo Malfoy estaria ali (Malfoy? Mas ela não o chamava de Draco?) e lembrou-se apenas de Sean, Sean, Sean e mais nada. Ele havia beijado-a sem muita esperança, mais como uma despedida ou um atestado de desistência.
Pois é, com o beijo de Sean, Nádia se livrou dos efeitos da Poção do Amor.
Sean soltou-a. Foi dizer adeus a Nádia quando seus olhos encontraram os dela, e ele deixou de "ler" ali o nome Draco, como sempre lhe parecera, desde o dia das bruxas.
-Sean, o que você fez comigo?-questionou Nádia, atordoada.
-Nádia, você não rejeitou meu beijo... por quê?-quis saber ele, ignorando a pergunta da garota.
-Porque... Eu não sei... O que aconteceu com o que eu sentia pelo... Malfoy??
-Do que você está falando?
-Você... me beijou e... de repente... é como se eu nunca tivesse gostado dele...
Sean mal podia acreditar no que estava ouvindo.
-Isso então significa que você está livre da Poção do Amor?
Nádia recuou um passo, surpresa.
-Poção do Amor? Então era mesmo verdade?
-Nós te dissemos, mas você não acreditava... Malfoy fez você bebê-la, ainda não descobrimos como.
-Ele me enfeitiçou... AH, ESPERA SÓ ELE CHEGAR!
Obedecendo fielmente à fala de Nádia, Malfoy chegou, com um sorriso que se desmanchou imediatamente, assim que viu Sean ali.
-DRACO MALFOY -berrou Nádia, furiosa.- QUER DIZER ENTÃO QUE VOCÊ USOU A POÇÃO DO AMOR EM MIM?!?
Malfoy sentiu suas entranhas revirarem de um modo nem um pouco confortável.
-O que esse moleque te...
-ESSE MOLEQUE É O SEAN, QUE ME FEZ APAIXONAR POR ELE SEM UM PINGO DE MAGIA!!
Os dois, Sean e Malfoy, olharam para ela, surpreendidos. Malfoy se recuperou primeiro e olhou para o outro, os olhos faiscando de fúria:
-Como você descobriu o antídoto, Dark-Angel?
-Meu nome não é Dark-Angel! Eu consegui curá-la por acaso, e meu nome é Sean Riddle!
Mais surpresa, para Nádia e Malfoy.
-R-Riddle?-repetiu ela.
-Ora, você não pode ser um Riddle!-debochou Malfoy, novamente recuperado.
-Como não?-desafiou Sean.
Malfoy respondeu, segundo o que seu pai havia lhe contado nas férias antes do terceiro ano:
-Ora, Tom Riddle é o nome verdadeiro do Você-Sabe-Quem! Para ser um Riddle, você teria que, no mínimo, ser filho dele!
Sean sentiu como se o tempo de repente tivesse parado. Nádia olhava para ele, preocupada, e ali estava Malfoy, com sua repulsiva cara de deboche. Ele, filho do... Não, impossível. Totalmente impossível. Aquela fala de Malfoy tirara todo o chão debaixo dos seus pés. Não encontrou palavras nem voz pra responder.
-Seu estúpido!-Nádia xingou Malfoy.-Não sabe calar essa boca?
-Nádia, todos aqui sabemos que Dark-Angel inventou esse nome...
Virando as costas para eles e voltando-se para Hogsmeade, Sean disse, muito baixinho:
-Meu nome é Sean Edward Riddle.
E foi-se.
Nádia, fula da vida, deu um tapa com tudo na cara de Malfoy.
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Julliane não tinha noção do risco que estaria correndo.
Snape estava ajeitando sua mesa, no fundo da sua sala, quando ouviu a porta se abrindo, muito devagar. Ele também esperava por Julliane, e pensou que fosse ela.
-Estava esperando por você...
Mas, quando se virou, Snape gelou até o fundo de seus ossos, diante do próprio, do desaparecido e eternamente perigoso, Lord Voldemort.
Vestes negras e largas, a seu tradicional modo, a cara viperina e os olhos vermelhos quase fizeram o coração de Snape parar. Por um instante, criou uma ilusão de que fosse um pesadelo. Mas era real. Voldemort estava ali, bem na sua frente, rindo dele, a meio castelo de distância de Dumbledore.
-Esperando-me, Severo?-disse Voldemort, a varinha apontada para ele.-Sei que sabia que eu estava planejando vingança, mas me surpreende toda essa sua conformidade.
As mãos de Snape tremiam; mas mesmo assim, ele não conseguia aceitar que Lord Voldemort estivesse ali em Hogwarts, em plena luz do dia.
-Não acredito que tenha vindo aqui e corrido todo esse risco só para vir me matar.
-Ah, meu amigo Severo, posso dizer que você tem exclusividade no meu planejamento para o dia de hoje... Se eu encontrar Potter pelo caminho, talvez o mate também, mas sinta-se honrado por ser minha preferência do dia. Avada...
Snape dava adeus à vida quando a porta se abriu de sopetão. Julliane!
Ela simplesmente ficou paralisada de pânico. Conhecia muito bem o rosto de Voldemort. Ele virou-se para ela, e Snape teve que controlar-se ao máximo para não perder a cabeça.
-Julliane, fuja agora...
-Ora vejam... Se não é a nossa amiguinha Julliane Karkaroff, Severo! Outra que não fará mais falta a mim...
Snape viu Voldemort direcionar sua varinha para o coração de Julliane, com um olhar assassino. No fundo de seu pavor e pânico, o sexto sentido de Jully deu um sinal, alguém estava chegando... Logo, ela identificou quem era, e achou que tudo só iria piorar... Mas ela ouviu uma voz de aproximando...
-Então, prof. Dumbledore, acho que a Jully foi por ali...
-Idiota, você está acabado!-blefou Julliane.
Foram suas últimas palavras.
-Avada Kedavra!-gritou Voldemort.
Julliane Marie Karkaroff foi atingida pelo feitiço, e a última pessoa que voi antes de cair morta no chão foi justamente Snape, que sentia uma grande parte de si mesmo morrendo junto com ela, naquele instante.
A porta fez menção de abrir outra vez; Snape, perplexo, olhou-a, e quando foi dirigir a palavra a Voldemort... ele não estava ali. Simples e somente isso. Desaparecera. A primeira coisa em que pensou foi que ele não poderia ter aparatado, mas então a porta abriu-se de vez.
Rony.
Ele entrou, pálido como um fantasma; ao perceber, por trás da porta, o que estava acontecendo, fingiu estar com o diretor para fazer Voldemort fugir de algum modo. Fora um blefe perigosíssimo! Mas não salvou Jully, pensou ele, enquanto debruçava-se sobre o corpo dela.
-E Dumbledore?-Snape perguntou, minutos depois, falsamente recomposto.
Rony tinha o rosto virado para outro lado, não querendo mostrar que chorava.
-Eu o chamei por Telepatia, estará logo aqui.-por um minuto ficou calado, olhando Jully ali, morta, e fechou seus olhos com a mão esquerda, delicadamente. Em seguida voltou-se para Snape, pouco se importando que ele notasse suas lágrimas.- MAS SERÁ QUE VOCÊ NÃO TEM CORAÇÃO, SEU INFELIZ? JULLIANE ESTÁ MORTA!
Snape também queria chorar. O corpo inerte de Julliane, bem ali na sua frente, soou ao professor de Poções como um dèja vu, da cena mais dolorosa de toda a sua vida. Aquilo não podia estar acontecendo outra vez. De novo não.
Mas, acima de tudo, Weasley não podia perceber nada disso. Ela tinha que parecer apenas mais uma aluna.
-Weasley, desde quando você sabe Telepatia?
-INTERESSA, POR ACASO?-berrou Rony, descontrolado. Ele ia aproveitar a situação pra xingar Snape de todos os nomes que se lembrasse, mas Dumbledore chegou primeiro.
O diretor também pareceu chocado ao ver Jully morta.
-Foi aquele maldito Voldemort.-disse Rony, surpreendendo Snape de novo.-Pessoalmente, diretor! Ele estava aqui!
-Isso é verdade, Severo?-perguntou Dumbledore, tentando ficar calmo.
-É.-disse Snape.- Ia me matar, mas... Weasley assustou-o, fingindo estar com o senhor.
-E o que estava fazendo hoje no castelo, Rony?-quis saber o diretor, pensando em como devia estar sendo difícil para Snape admitir que Rony salvara sua vida.
-Eu estava saindo, mas vi a Jully indo na direção das masmorras e fiquei pensando que diabos ela estava vindo fazer aqui, e segui-a. Mas não pude salvar a vida dela!
-Fique calmo, Rony.-disse Dumbledore.-Vou mandar buscar todos os alunos em Hogsmeade agora e colocá-los nos seus dormitórios. Sossegue, que Julliane Fletcher não será esquecida.
Rony teve que voltar para a Grifinória e lá esperar que os outros chegassem, com a sensação de nada daquilo era real, nada além de um pesadelo... Mas não adiantava se enganar. Julliane estava morta e ele tinha agora que se preocupar em como contaria isso aos outros.
