Capitulo 10- Despedida a la Marotos
-Não me admira que tenhamos emagrecido desde que chegamos em Hogwarts-
disse um ofegante Sirius se apoiando na parede.
-Nem a mim. Passamos mais tempo correndo dos professores do que fazendo
qualquer outra coisa- disse Tiago, ele também ofegava e apertava a barriga
com os braços.
Estávamos em algum corredor do quarto andar, acabávamos de fugir do Filch e
era o último dia em Hogwarts.
-Culpa do Sirius-falei, ao mesmo tempo em que tentava engolir uma grande
quantidade de ar- ele não tinha nada que ter largado a bomba de bosta antes
da hora.
-Agora a culpa é minha?-perguntou indignado- Tiago que deveria ter mentido
para o Filch!
-Eu não minto-falou Tiago, já respirando normalmente.
-Que diferença faz?-perguntou Pedro, sentado no chão- Filch vai nos dar uma
detenção mesmo.
-Ele não pode, é o último dia de aula, não tem como nos dar uma detenção.
-É por isso que eu gosto de você Aluado!-disse Sirius dando palmadinhas nas
minhas costas- Conhece todas as regras e nos avisa qual a melhor maneira de
quebrá-las!
-Não sei não-falou Tiago sombriamente- do jeito que Filch nos ama é capaz
de ele deixar a detenção para o ano que vem.
-Ah, ele não vai fazer isso!-exclamou Pedro
-E por que não?-perguntaram Sirius e Tiago juntos
-Por que até lá ele já vai ter esquecido, com a confusão que vocês dois
ainda vão aprontar hoje, ele nem vai se lembrar de uma bomba de bosta
insignificante!
Rimos, era verdade, segundo os planos de Tiago e Sirius, hoje nós ainda
iríamos entrar na floresta, ir a Hogsmead, e fazer alguma coisa que eles se
recusavam a dizer, mas que parecia ser um pequeno trabalho para os
professores durante as férias.
-O que vamos fazer agora?-perguntei
-Comer. Estou com fome-falou Pedro
-São onze da manhã, Pedrinho. Não tem comida pronta.-argumentou Sirius
-Mas tem a cozinha-falou Tiago- o que é bem melhor, já que não é
aconselhável darmos as caras hoje no salão principal.
Quando saímos da cozinha, Tiago e Sirius planejavam as atividades para o
resto do dia.
-Podemos ir visitar Hagrid-disse Tiago dando uma mordida na maçã- para nos
despedirmos, depois vamos a Hogsmead e então entramos na floresta. O que
vocês acham?
-Acho que você podia parar de fala de boca cheia-irritou-se Sirius- é a
terceira maçã que você come. Não enjoa disso não?
-Eu gosto- falou ele simples- mas o assunto não é esse. O que vocês acham
de visitarmos o Hagrid?
-Acho uma boa-comentou Pedro- e depois vamos a Hogsmead.
-Ainda acho que não deveríamos fazer nada disso. Eu já nem deveria ter ido
com vocês tentar jogar a bomba de bosta no Filch! Assim eu nunca vou
conseguir ser monitor!
-Como assim monitor?-espantou-se Tiago
-Você não está falando sério, está?-perguntou Sirius
-Estou-falei cautelosamente- eu pretendo ser monitor
-Você não pode ser monitor! Vai sujar o nome dos Marotos! Onde já se viu
isso?-indignou-se Tiago. Sirius, por sua vez, optara por uma técnica
diferente, ao invés de reclamar ficava murmurando palavras sem nexo, mas
que eu conseguia identificar como "monitor" e "louco".
-Nós ainda não decidimos o que vamos fazer...-lembrou Pedro
-Não ainda não...Sirius!-chamou Tiago fazendo com que Sirius parasse de
resmungar- pare de falar sozinho, ainda temos quatro anos para convence-lo
do contrario.
-'Ta bom-falou ele- mas o que você acha de pormos em prática a nossa
surpresinha para os professores?
-Excelente idéia!-concordou Tiago
-O que vocês pretendem fazer?-perguntei preocupado
-Nada de mais-tentou me tranqüilizar Sirius. Mas eu já o conhecia bem o
suficiente para saber que quando ele estava com aquele sorriso, boa coisa
não era.
-Vai nos meter em alguma confusão?-tornei a perguntar preocupado
-Não se tudo sair de acordo com o plano-explicou Tiago
-E se não sair?-perguntou Pedro
-Então vai-simplificou Sirius. Era impressionante como ele conseguia tornar
tudo mais simples.
Tiago e Sirius pararam de repente. Estávamos em algum corredor no térreo da
escola, próximo as escadas que levavam as masmorras.
-Acho que podemos começar por aqui...-falou Sirius mirando a entrada para
as masmorras.
Por um momento ele adquiriu um ar canino, e eu fiquei me perguntando em
qual animal ele se transformaria. Fiquei tão concentrado nessa pergunta que
nem ouvi Tiago me chamar.
-REMO LUPIN!-gritou ele pela terceira vez
-O que é?-perguntei assustado
-E ainda reclama do apelido que ganhou...Em que mundo você estava Aluado?-
perguntou Sirius.
-Hã?Que? Ah esquece!-falei ainda meio sem entender
-Tiago estava querendo saber se você acha uma boa idéia começarmos por aqui-
me explicou Pedro
-Qualquer coisa que Tiago e Sirius estejam tramando, na minha opinião, já
não é uma boa idéia.
-A pergunta não foi essa, Aluado-argumentou Tiago.-mas não interessa, vamos
começar por aqui mesmo.
Eles tiraram a varinha das vestes e apontaram para o chão, uma substância
de cor bege se espalhou pelo chão, brilhou por alguns segundos e então
ficou totalmente transparente.
-O que aconteceu?-perguntei- o feitiço falhou?
-É o que veremos agora.-falou Tiago olhando para a escada que levava as
masmorras.
Por ela vinha subindo um garoto de pele macilenta, cabelos oleosos e nariz
adunco. Severo Snape lia um grosso livro de capa preta e parecia
absolutamente concentrado nele para reparar que quatro grifinórios estavam
parados alguns metros a sua frente. Dois deles parecendo absolutamente
suspeitos. Eu pensei seriamente em sair dali, mas quando comecei a andar
Sirius e Tiago me agarraram pela gola da camisa e me puxaram de volta,
permanecendo totalmente imóveis.
Olhando mais atentamente o chão eu pude ver que o feitiço dos dois não
ficara totalmente transparente, ainda era possível ver onde ele começava e
terminava. Snape, que não prestava atenção em nada, acabou pisando no
feitiço. Quando tentou continuar andando não conseguiu. Foi então que eu
percebi que ele estava colado no chão, literalmente.
Snape também pareceu demorar um pouco para perceber o ocorrido. Quando
percebeu olhou diretamente para Tiago e Sirius, que tinham sorrisos
irônicos espalhados pelo rosto.
-É...Funcionou...-falou Tiago como se observasse o resultado de uma
experiência.
-Isso é o que vocês consideram engraçado?-sibilou Snape
-Não exatamente-falou Sirius jovialmente- engraçado vai ser quando tentarem
te tirar daí- e deu as costas para ele
-Vamos gente- chamou Tiago agindo da mesma forma que Sirius.
-Potter e Black!-chamou Snape- fiquem sabendo que eu vou falar com os
professores sobre e isso, vocês não perdem por esperar.
-Claro! Assim que você conseguir sair daí você pode falar até com o
diretor!-provocou Tiago.
Deixamos Snape para trás e nos dirigimos aos jardins do castelo. Estava um
dia ensolarado e algumas pessoas aproveitavam para nadar no lago, outras
simplesmente se deitavam na grama e ficavam olhando o céu totalmente sem
nuvens.
-O que vai acontecer quando tentarem tira-lo de lá?-perguntou Pedro
-Aguarde e verá-falou Sirius
-Odeio quando eles falam isso-cochichei para Pedro que concordou com a
cabeça.
-Vamos visitar o Hagrid-sugeriu Tiago- depois podemos andar um pouco por
Hogsmead.
Batemos na porta da cabana de Hagrid e tivemos uma pequena surpresa ao
entrar.
-Olá Hagrid-cumprimentou Tiago- como vai? Olá professor!-disse ele se
referindo a Dumbledore.
Dumbledore aparentemente estava tomando chá com Hagrid.
-Entrem, entrem-convidou Hagrid- querem chá?
-Queremos sim- aceitou Sirius
Nos sentamos espalhados pela cabana, Tiago ao lado de Dumbledore, Sirius ao
lado de Tiago, eu e Pedro numa poltrona perto da mesa.
-Acho que você vai ter de interromper o seu chá-disse Tiago se referindo a
Dumbledore
-Por que?-perguntou o professor erguendo as sobrancelhas.
-McGonagall deve vim chamá-lo daqui a pouco...-comentou Tiago evasivo.
-Profª McGonagall-corrigiu Dumbledore- por que ela viria me chamar?
Me parecia obvio o motivo e aparentemente Dumbledore parecia estar apenas
querendo ouvir Tiago o dizer.
-Ah! Não me faça falar!-pediu Tiago- você já vai saber!
Dumbledore não falou mais nada sobre o assunto e acabamos por conversar
sobre banalidades.
Quando o Sol começava a se por e o assunto começava a se esgotar alguém
bateu na porta e Hagrid foi atender.
-Acho melhor a gente ir...-nos cochichou Tiago-vocês já podem imaginar quem
está aí na porta, né?
-Professor Dumbledore!-chamou uma exasperada professora McGonagall- você
não faz idéia do que Potter e Bla...-ela interrompeu a frase. Seu olhar
recaiu sobre Tiago e Sirius
-Eu já imagino Minerva-falou Dumbledore calmamente visto que a professora
parecia estar prestes a passar um sermão nos dois- vamos indo que eu
resolvo isso.
Eles saíram, não sem antes ouvirmos McGonagall falar algo que envolvia a
palavra detenção.
-O que vocês fizeram?-perguntou Hagrid
-Você não vai querer saber-falou Sirius
-É melhor nós irmos...-falei
-Ir aonde?-voltou a perguntar Hagrid desconfiado
-Sumir do mapa-falou Pedro- antes que a palavra detenção que McGonagall
mencionou faça parte da frase "detenção para Potter, Petigreew, Black e
Lupin"
-Tchau Hagrid-falou Tiago e saiu da cabana, nós o acompanhamos.
-Vamos a Hogsmead?-perguntou Tiago
Quando Sirius ia falar alguma coisa uma grande explosão foi ouvida de
dentro do castelo, as pessoas que ainda estavam no jardim correram para ver
o que estava acontecendo. Uma névoa começava a sair do castelo.
-Se formos é melhor irmos logo...-observou Pedro
-Por que será que eu acho que isso faz parte daquele feitiço maluco que
vocês dois fizeram?-perguntei irônico
-Talvez porque seu pensamento lógico seja perfeito...-rebateu Sirius
-Vamos logo. Como se usa a passagem do Salgueiro, Remo?-perguntou Tiago
-Por aqui-chamei e comecei a me dirigir ao Salgueiro Lutador.
O Salgueiro Lutador havia sido plantado naquele ano e por minha causa.
Guardava uma passagem subterrânea que levava para a casa dos gritos e que
eu usava nas noites de Lua cheia.
Me abaixei e peguei um graveto no chão, olhei para os lados para ver se
alguém nos observava. Com o graveto apertei um nó no tronco da árvore. No
mesmo instante esta se imobilizou e uma fenda no chão ficou a mostra.
Entramos por ela. Era uma passagem estreita e úmida, tínhamos de andar em
fila indiana, Tiago ia na frente, Sirius logo atrás, quase colado com
Tiago, eu um pouco mais afastado e Pedro bem mais atrás com medo. Durante
os sete anos que usamos aquela passagem a ordem nunca mudará.
Chegamos na casa dos gritos, sombria como sempre.
-Então é aqui que você fica todo mês?-perguntou Tiago
-É sim...No quarto no andar de cima-falei olhando ao redor. Pedro tremia de
medo e parecia achar que um lobisomem ia saltar da porta mais próxima.
-Vamos sair daqui-falou Sirius- nós viemos dar uma volta não ficar
lembrando de coisas desagradáveis.
Saímos da casa dos gritos para o anoitecer de Hogsmead. Andamos pelas ruas
olhando as vitrines, ninguém pareceu se importar que quatro alunos de
Hogwarts estavam andando pelo vilarejo a àquela hora da noite.
-Vocês conhecem o três vassouras?-perguntou Tiago apontando para um pub.
-Já ouvi falar...-respondeu Pedro
-Vamos até lá-sugeriu Sirius
Entramos num bar de aparência muito limpa. Poucos foram os que pararam para
prestar atenção em quatro alunos de Hogwarts. O bar estava lotado e
acabamos por escolher uma mesa no fundo do bar.
Uma mulher alta e magra veio em nossa direção.
-O que vão-parou a frase no meio ao ver nossos uniformes- vocês são de
Hogwarts?
-Acho que somos, não?-ironizou Sirius e acabou recebendo um chute meu por
debaixo da mesa
-Não era para vocês estarem aqui hoje-observou ela- o que estão fazendo
aqui?
-Nada- falou Tiago verdadeiramente
-Conheço os professores de Hogwarts-falou ela desconfiada- e sei que vocês
estão quebrando as regras...
-Nós também conhecemos os professores-falou Sirius agressivamente, ele não
gostava de ser ameaçado.
-Escute-começou Tiago olhando feio para Sirius- só queremos tomar alguma
coisa, estamos aproveitando o último dia de aula, só isso.
Ela olhou desconfiada para nós, mas pareceu aceitar a resposta.
-O que vão querer?-perguntou ela por fim
-Uma água de Gilly para mim-pediu Tiago se recostando na cadeira.
-Três cervejas amanteigadas para nós-pediu Sirius.
A garçonete voltou alguns minutos depois com as bebidas.
-Da próxima vez nos lembre de usar roupas comuns-me pediu Pedro
-Lembrarei-disse divertido ao olhar para a cara de emburrado de Sirius.
Após sairmos do três vassouras, voltamos a andar pelo vilarejo. Passamos
pela Zonko's onde Tiago e Sirius se sentiram no paraíso e saíram comprando
tudo que viam pela frente. Passamos pelo correio coruja e pela Dedosdemel,
onde Pedro se sentiu no paraíso. Quando eram por volta das sete da noite e
o tempo começava a esfriar decidimos que já era hora de voltar.
-É mesmo- concordou Sirius- quero ver o resultado do feitiço...
-E eu quero comer!-falou Pedro
-Pelo amor de Deus, Pedro! Você acabou de sair de uma loja de doces!
-Esquece Aluado...O Pedrinho aqui só pensa em comida!-falou Tiago
Pedro amarou a cara e saiu murmurando algo com "não é verdade...". Sirius e
Tiago riram.
Voltamos ao colégio. Uma névoa pairava ao redor do castelo. Os sorrisos de
Tiago e Sirius se alargaram. Quando cheguei mais perto pude sentir o cheiro
de algo podre misturado com banheiro público mal lavado. Além dos inúmeros
fogos que pipocavam no céu
-Isso é obra de vocês?-perguntou Pedro puxando as vestes até o nariz na
tentativa de respirar um pouco de ar inodoro. Movimento no qual foi imitado
por nós três.
-O que você acha?-perguntou um Sirius excessivamente irônico naquela noite
-Como isso aconteceu? Não era só um feitiço de cola?-perguntei com a voz
abafada pela roupa
-Era...-falou Tiago- mas nós descobrimos que se alguém tenta retirar o
feitiço ele se transforma nessa névoa fedorenta e começa a soltar fogos.
-Que feitiço é esse?-perguntei tentando me lembrar de algum feitiço que
produzisse esse efeito.
-Um que nós inventamos-respondeu Sirius
-Vocês inventaram esse feitiço?-perguntou Pedro espantado
-Por acidente...Sirius foi tentar executar um feitiço qualquer lá e não deu
certo... acabamos por criar esse aí...-explicou Tiago
-Ah já chega!-falou Sirius e conjurou feitiços cabeça de bolha para todos
nós. Eu fiquei me perguntando onde ele havia aprendido esse feitiço, já que
ele só era ensinado no sexto ano.
Chegamos no salão principal e entramos o mais discretamente possível. O
salão estava todo decorado de vermelho e dourado, Grifinória tinha ganho o
campeonato das casas.
Ao final do banquete Dumbledore se levantou para começar o discurso de
encerramento.
-Meus caros alunos-começou ele- chegamos ao fim de mais um ano. Espero que
com mais conhecimento do que quando começamos.
"Para alguns de nós esta será a última vez que me ouvirão discursar no
final do ano. Para outros tantos ainda terão de me ver no próximo ano
letivo-e deu um sorrisinho."
"Vocês terão as férias inteiras para esvaziar a mente, mas alguns de nossos
alunos fariam muito bem em lembrar das regras que regem este colégio"-seu
olhar se demorou em Sirius e Tiago.
"Os mesmos fariam bem em lembrar que as férias foram feitas para se
descansar e não bolar planos para a volta as aulas-alguns alunos riram.".
"Desejo a todos excelentes férias e uma viagem tranqüila de volta a casa".
Dizendo isso os alunos se levantaram já exaustos e rumaram para seus
dormitórios, Sonserinos e Lufa-lufos tomaram caminhos opostos, Sonserinos
em direção as masmorras, lufa-lufos em direção ao corredor que levava a
cozinha. Corvinais pegaram a escadaria principal assim como os Grifinórios,
mas pararam no terceiro andar.
***
O trem balançava e rumava a toda velocidade de volta a Londres, a paisagem
ia mudando conforme passavam-se as horas. O desejo de Dumbledore de que
tivéssemos uma viagem tranqüila, porém, não se concretizou. Quando era por
volta do meio dia Snape apareceu na nossa cabine, acompanhado de Lucio
Malfoy.
-Então aqui está o grupo Potter-comentou Snape-juntos como sempre
-Sabe, preferimos ser chamados de Marotos se você não se importar-disse
Tiago alegremente.
-Eu já estou me irritando com você Potter-sibilou Snape
-E eu com você, Seboso- sibilou Sirius e puxou a varinha das vestes
-Do que você me chamou?-perguntou ele alterando tom de voz
-De seboso, por que você não gostou?
Snape puxou a varinha das vestes, Malfoy e Tiago fizeram o mesmo, se
encaram por alguns minutos e então uma explosão de feitiços inundou a
cabine. Quando a poeira dos mesmos baixou eu pude ver o resultado.
Snape estava jogado a um canto da cabine, mas ainda consciente, Malfoy,
porém, estava jogado no chão inconsciente. Sirius estava com o cabelo
parecido com o de Tiago e Tiago tinha um corte na face.
-Eu volto-ameaçou Snape e saiu da cabine deixando Malfoy para trás.
-Ei! Leve isso com você!-mandou Sirius, mas Snape já estava longe. Sirius
olhou para Malfoy- me ajudem a tirar isso daqui- e saiu puxando Malfoy de
qualquer jeito para fora da cabine
Tiago voltou se sentar no seu lugar. O corte no rosto sangrava um bocado,
mas ele parecia absolutamente feliz e continuava a não ligar para o
ferimento.
-Maravilhoso! Fechamos o ano com chave de ouro!-exclamou ele feliz e se
serviu de um sapo de chocolate.
Passamos o resto da viagem conversando sobre o plano para as férias
O trem parou e uma avalanche de alunos apressados saiu do trem.
Tiago se dirigiu a um casal de bruxos que estavam acompanhados de uma
menininha de aproximadamente três anos.
O homem, que só podia ser o pai de Tiago, abraçava o filho. Nos aproximamos
mais para nos despedirmos dele.
-Tiago Potter você sabe quantas cartas de Hogwarts eu recebi de você esse
ano?-perguntou a mulher de cabelos loiros e pele clara e belos olhos azuis.
-Deixe ele, Rose. Ele está honrando os Potter!- exclamou o homem que era
Tiago mais velho.
-Para você está tudo bem não é Jonh? Você foi igualzinho a ele!
-Ah mãe! Eu até que me comportei!
-Deus me ajude para que sua irmã não seja assim!
-A Bel não vai ser assim não é Bel?-perguntou ele para a garotinha que era
a copia da mãe de Tiago exceto nos cabelos que eram extremamente pretos-
Você vai ser pior não é? Diz para a mamãe quem é o seu exemplo diz?
-Ocê Ti-falou ela com a voz infantil e errando as palavras
A Sra. Potter apenas balançou a cabeça em descontentamento.
-Que corte é esse Tiago-perguntou a Sra. Potter
-Não é nada mãe-respondeu ele e a Sra. Potter conjurou um feitiço pra curar
o ferimento
-Como vocês vão para casa-perguntou Tiago
-Monstro está me esperando- falou Sirius com amargura e apontou para um
elfo domestico parado um pouco mais distante
-Onde estão seus pais?-perguntou Pedro
-Sei lá- falou ele
-Seus pais não vieram, garoto?-perguntou o Sr. Potter- não ficaram
preocupados com a quantidade de advertências que você provavelmente levou?
-Devem estar mais preocupados com a carta de expulsão que não recebram-
falou ele irônico.
-Eu vou indo-falou Pedro e sumiu na plataforma ainda apinhada de gente
-Eu também-falei e me dirigi a minha mãe que já me chamava do outro lado da
plataforma
-Não quer que o deixemos em casa?-se ofereceu a Sra. Potter
-Não, não quero que vocês tenham o desprazer de conhecer minha família.-
falou Sirius- Tchau Tiago, vê se escreve.
-Tchau Sirius- disse Tiago apertando a mão de Sirius- ve se você escreve
também
-Sirius Black?-Perguntou o Sr. Potter quando Sirius se afastou- parece que
temos uma ovelha negra entre os Black.
-Oveia blanca-falou a irmã de Tiago. Os três Potter olharam para ela,
permaneceram calados por alguns instantes e então começaram a rir
-Tem razão Bel-concordou Tiago rindo e pegou a garota no colo- ovelha
branca.
Assim começaram nossas féria de verão.
-Não me admira que tenhamos emagrecido desde que chegamos em Hogwarts-
disse um ofegante Sirius se apoiando na parede.
-Nem a mim. Passamos mais tempo correndo dos professores do que fazendo
qualquer outra coisa- disse Tiago, ele também ofegava e apertava a barriga
com os braços.
Estávamos em algum corredor do quarto andar, acabávamos de fugir do Filch e
era o último dia em Hogwarts.
-Culpa do Sirius-falei, ao mesmo tempo em que tentava engolir uma grande
quantidade de ar- ele não tinha nada que ter largado a bomba de bosta antes
da hora.
-Agora a culpa é minha?-perguntou indignado- Tiago que deveria ter mentido
para o Filch!
-Eu não minto-falou Tiago, já respirando normalmente.
-Que diferença faz?-perguntou Pedro, sentado no chão- Filch vai nos dar uma
detenção mesmo.
-Ele não pode, é o último dia de aula, não tem como nos dar uma detenção.
-É por isso que eu gosto de você Aluado!-disse Sirius dando palmadinhas nas
minhas costas- Conhece todas as regras e nos avisa qual a melhor maneira de
quebrá-las!
-Não sei não-falou Tiago sombriamente- do jeito que Filch nos ama é capaz
de ele deixar a detenção para o ano que vem.
-Ah, ele não vai fazer isso!-exclamou Pedro
-E por que não?-perguntaram Sirius e Tiago juntos
-Por que até lá ele já vai ter esquecido, com a confusão que vocês dois
ainda vão aprontar hoje, ele nem vai se lembrar de uma bomba de bosta
insignificante!
Rimos, era verdade, segundo os planos de Tiago e Sirius, hoje nós ainda
iríamos entrar na floresta, ir a Hogsmead, e fazer alguma coisa que eles se
recusavam a dizer, mas que parecia ser um pequeno trabalho para os
professores durante as férias.
-O que vamos fazer agora?-perguntei
-Comer. Estou com fome-falou Pedro
-São onze da manhã, Pedrinho. Não tem comida pronta.-argumentou Sirius
-Mas tem a cozinha-falou Tiago- o que é bem melhor, já que não é
aconselhável darmos as caras hoje no salão principal.
Quando saímos da cozinha, Tiago e Sirius planejavam as atividades para o
resto do dia.
-Podemos ir visitar Hagrid-disse Tiago dando uma mordida na maçã- para nos
despedirmos, depois vamos a Hogsmead e então entramos na floresta. O que
vocês acham?
-Acho que você podia parar de fala de boca cheia-irritou-se Sirius- é a
terceira maçã que você come. Não enjoa disso não?
-Eu gosto- falou ele simples- mas o assunto não é esse. O que vocês acham
de visitarmos o Hagrid?
-Acho uma boa-comentou Pedro- e depois vamos a Hogsmead.
-Ainda acho que não deveríamos fazer nada disso. Eu já nem deveria ter ido
com vocês tentar jogar a bomba de bosta no Filch! Assim eu nunca vou
conseguir ser monitor!
-Como assim monitor?-espantou-se Tiago
-Você não está falando sério, está?-perguntou Sirius
-Estou-falei cautelosamente- eu pretendo ser monitor
-Você não pode ser monitor! Vai sujar o nome dos Marotos! Onde já se viu
isso?-indignou-se Tiago. Sirius, por sua vez, optara por uma técnica
diferente, ao invés de reclamar ficava murmurando palavras sem nexo, mas
que eu conseguia identificar como "monitor" e "louco".
-Nós ainda não decidimos o que vamos fazer...-lembrou Pedro
-Não ainda não...Sirius!-chamou Tiago fazendo com que Sirius parasse de
resmungar- pare de falar sozinho, ainda temos quatro anos para convence-lo
do contrario.
-'Ta bom-falou ele- mas o que você acha de pormos em prática a nossa
surpresinha para os professores?
-Excelente idéia!-concordou Tiago
-O que vocês pretendem fazer?-perguntei preocupado
-Nada de mais-tentou me tranqüilizar Sirius. Mas eu já o conhecia bem o
suficiente para saber que quando ele estava com aquele sorriso, boa coisa
não era.
-Vai nos meter em alguma confusão?-tornei a perguntar preocupado
-Não se tudo sair de acordo com o plano-explicou Tiago
-E se não sair?-perguntou Pedro
-Então vai-simplificou Sirius. Era impressionante como ele conseguia tornar
tudo mais simples.
Tiago e Sirius pararam de repente. Estávamos em algum corredor no térreo da
escola, próximo as escadas que levavam as masmorras.
-Acho que podemos começar por aqui...-falou Sirius mirando a entrada para
as masmorras.
Por um momento ele adquiriu um ar canino, e eu fiquei me perguntando em
qual animal ele se transformaria. Fiquei tão concentrado nessa pergunta que
nem ouvi Tiago me chamar.
-REMO LUPIN!-gritou ele pela terceira vez
-O que é?-perguntei assustado
-E ainda reclama do apelido que ganhou...Em que mundo você estava Aluado?-
perguntou Sirius.
-Hã?Que? Ah esquece!-falei ainda meio sem entender
-Tiago estava querendo saber se você acha uma boa idéia começarmos por aqui-
me explicou Pedro
-Qualquer coisa que Tiago e Sirius estejam tramando, na minha opinião, já
não é uma boa idéia.
-A pergunta não foi essa, Aluado-argumentou Tiago.-mas não interessa, vamos
começar por aqui mesmo.
Eles tiraram a varinha das vestes e apontaram para o chão, uma substância
de cor bege se espalhou pelo chão, brilhou por alguns segundos e então
ficou totalmente transparente.
-O que aconteceu?-perguntei- o feitiço falhou?
-É o que veremos agora.-falou Tiago olhando para a escada que levava as
masmorras.
Por ela vinha subindo um garoto de pele macilenta, cabelos oleosos e nariz
adunco. Severo Snape lia um grosso livro de capa preta e parecia
absolutamente concentrado nele para reparar que quatro grifinórios estavam
parados alguns metros a sua frente. Dois deles parecendo absolutamente
suspeitos. Eu pensei seriamente em sair dali, mas quando comecei a andar
Sirius e Tiago me agarraram pela gola da camisa e me puxaram de volta,
permanecendo totalmente imóveis.
Olhando mais atentamente o chão eu pude ver que o feitiço dos dois não
ficara totalmente transparente, ainda era possível ver onde ele começava e
terminava. Snape, que não prestava atenção em nada, acabou pisando no
feitiço. Quando tentou continuar andando não conseguiu. Foi então que eu
percebi que ele estava colado no chão, literalmente.
Snape também pareceu demorar um pouco para perceber o ocorrido. Quando
percebeu olhou diretamente para Tiago e Sirius, que tinham sorrisos
irônicos espalhados pelo rosto.
-É...Funcionou...-falou Tiago como se observasse o resultado de uma
experiência.
-Isso é o que vocês consideram engraçado?-sibilou Snape
-Não exatamente-falou Sirius jovialmente- engraçado vai ser quando tentarem
te tirar daí- e deu as costas para ele
-Vamos gente- chamou Tiago agindo da mesma forma que Sirius.
-Potter e Black!-chamou Snape- fiquem sabendo que eu vou falar com os
professores sobre e isso, vocês não perdem por esperar.
-Claro! Assim que você conseguir sair daí você pode falar até com o
diretor!-provocou Tiago.
Deixamos Snape para trás e nos dirigimos aos jardins do castelo. Estava um
dia ensolarado e algumas pessoas aproveitavam para nadar no lago, outras
simplesmente se deitavam na grama e ficavam olhando o céu totalmente sem
nuvens.
-O que vai acontecer quando tentarem tira-lo de lá?-perguntou Pedro
-Aguarde e verá-falou Sirius
-Odeio quando eles falam isso-cochichei para Pedro que concordou com a
cabeça.
-Vamos visitar o Hagrid-sugeriu Tiago- depois podemos andar um pouco por
Hogsmead.
Batemos na porta da cabana de Hagrid e tivemos uma pequena surpresa ao
entrar.
-Olá Hagrid-cumprimentou Tiago- como vai? Olá professor!-disse ele se
referindo a Dumbledore.
Dumbledore aparentemente estava tomando chá com Hagrid.
-Entrem, entrem-convidou Hagrid- querem chá?
-Queremos sim- aceitou Sirius
Nos sentamos espalhados pela cabana, Tiago ao lado de Dumbledore, Sirius ao
lado de Tiago, eu e Pedro numa poltrona perto da mesa.
-Acho que você vai ter de interromper o seu chá-disse Tiago se referindo a
Dumbledore
-Por que?-perguntou o professor erguendo as sobrancelhas.
-McGonagall deve vim chamá-lo daqui a pouco...-comentou Tiago evasivo.
-Profª McGonagall-corrigiu Dumbledore- por que ela viria me chamar?
Me parecia obvio o motivo e aparentemente Dumbledore parecia estar apenas
querendo ouvir Tiago o dizer.
-Ah! Não me faça falar!-pediu Tiago- você já vai saber!
Dumbledore não falou mais nada sobre o assunto e acabamos por conversar
sobre banalidades.
Quando o Sol começava a se por e o assunto começava a se esgotar alguém
bateu na porta e Hagrid foi atender.
-Acho melhor a gente ir...-nos cochichou Tiago-vocês já podem imaginar quem
está aí na porta, né?
-Professor Dumbledore!-chamou uma exasperada professora McGonagall- você
não faz idéia do que Potter e Bla...-ela interrompeu a frase. Seu olhar
recaiu sobre Tiago e Sirius
-Eu já imagino Minerva-falou Dumbledore calmamente visto que a professora
parecia estar prestes a passar um sermão nos dois- vamos indo que eu
resolvo isso.
Eles saíram, não sem antes ouvirmos McGonagall falar algo que envolvia a
palavra detenção.
-O que vocês fizeram?-perguntou Hagrid
-Você não vai querer saber-falou Sirius
-É melhor nós irmos...-falei
-Ir aonde?-voltou a perguntar Hagrid desconfiado
-Sumir do mapa-falou Pedro- antes que a palavra detenção que McGonagall
mencionou faça parte da frase "detenção para Potter, Petigreew, Black e
Lupin"
-Tchau Hagrid-falou Tiago e saiu da cabana, nós o acompanhamos.
-Vamos a Hogsmead?-perguntou Tiago
Quando Sirius ia falar alguma coisa uma grande explosão foi ouvida de
dentro do castelo, as pessoas que ainda estavam no jardim correram para ver
o que estava acontecendo. Uma névoa começava a sair do castelo.
-Se formos é melhor irmos logo...-observou Pedro
-Por que será que eu acho que isso faz parte daquele feitiço maluco que
vocês dois fizeram?-perguntei irônico
-Talvez porque seu pensamento lógico seja perfeito...-rebateu Sirius
-Vamos logo. Como se usa a passagem do Salgueiro, Remo?-perguntou Tiago
-Por aqui-chamei e comecei a me dirigir ao Salgueiro Lutador.
O Salgueiro Lutador havia sido plantado naquele ano e por minha causa.
Guardava uma passagem subterrânea que levava para a casa dos gritos e que
eu usava nas noites de Lua cheia.
Me abaixei e peguei um graveto no chão, olhei para os lados para ver se
alguém nos observava. Com o graveto apertei um nó no tronco da árvore. No
mesmo instante esta se imobilizou e uma fenda no chão ficou a mostra.
Entramos por ela. Era uma passagem estreita e úmida, tínhamos de andar em
fila indiana, Tiago ia na frente, Sirius logo atrás, quase colado com
Tiago, eu um pouco mais afastado e Pedro bem mais atrás com medo. Durante
os sete anos que usamos aquela passagem a ordem nunca mudará.
Chegamos na casa dos gritos, sombria como sempre.
-Então é aqui que você fica todo mês?-perguntou Tiago
-É sim...No quarto no andar de cima-falei olhando ao redor. Pedro tremia de
medo e parecia achar que um lobisomem ia saltar da porta mais próxima.
-Vamos sair daqui-falou Sirius- nós viemos dar uma volta não ficar
lembrando de coisas desagradáveis.
Saímos da casa dos gritos para o anoitecer de Hogsmead. Andamos pelas ruas
olhando as vitrines, ninguém pareceu se importar que quatro alunos de
Hogwarts estavam andando pelo vilarejo a àquela hora da noite.
-Vocês conhecem o três vassouras?-perguntou Tiago apontando para um pub.
-Já ouvi falar...-respondeu Pedro
-Vamos até lá-sugeriu Sirius
Entramos num bar de aparência muito limpa. Poucos foram os que pararam para
prestar atenção em quatro alunos de Hogwarts. O bar estava lotado e
acabamos por escolher uma mesa no fundo do bar.
Uma mulher alta e magra veio em nossa direção.
-O que vão-parou a frase no meio ao ver nossos uniformes- vocês são de
Hogwarts?
-Acho que somos, não?-ironizou Sirius e acabou recebendo um chute meu por
debaixo da mesa
-Não era para vocês estarem aqui hoje-observou ela- o que estão fazendo
aqui?
-Nada- falou Tiago verdadeiramente
-Conheço os professores de Hogwarts-falou ela desconfiada- e sei que vocês
estão quebrando as regras...
-Nós também conhecemos os professores-falou Sirius agressivamente, ele não
gostava de ser ameaçado.
-Escute-começou Tiago olhando feio para Sirius- só queremos tomar alguma
coisa, estamos aproveitando o último dia de aula, só isso.
Ela olhou desconfiada para nós, mas pareceu aceitar a resposta.
-O que vão querer?-perguntou ela por fim
-Uma água de Gilly para mim-pediu Tiago se recostando na cadeira.
-Três cervejas amanteigadas para nós-pediu Sirius.
A garçonete voltou alguns minutos depois com as bebidas.
-Da próxima vez nos lembre de usar roupas comuns-me pediu Pedro
-Lembrarei-disse divertido ao olhar para a cara de emburrado de Sirius.
Após sairmos do três vassouras, voltamos a andar pelo vilarejo. Passamos
pela Zonko's onde Tiago e Sirius se sentiram no paraíso e saíram comprando
tudo que viam pela frente. Passamos pelo correio coruja e pela Dedosdemel,
onde Pedro se sentiu no paraíso. Quando eram por volta das sete da noite e
o tempo começava a esfriar decidimos que já era hora de voltar.
-É mesmo- concordou Sirius- quero ver o resultado do feitiço...
-E eu quero comer!-falou Pedro
-Pelo amor de Deus, Pedro! Você acabou de sair de uma loja de doces!
-Esquece Aluado...O Pedrinho aqui só pensa em comida!-falou Tiago
Pedro amarou a cara e saiu murmurando algo com "não é verdade...". Sirius e
Tiago riram.
Voltamos ao colégio. Uma névoa pairava ao redor do castelo. Os sorrisos de
Tiago e Sirius se alargaram. Quando cheguei mais perto pude sentir o cheiro
de algo podre misturado com banheiro público mal lavado. Além dos inúmeros
fogos que pipocavam no céu
-Isso é obra de vocês?-perguntou Pedro puxando as vestes até o nariz na
tentativa de respirar um pouco de ar inodoro. Movimento no qual foi imitado
por nós três.
-O que você acha?-perguntou um Sirius excessivamente irônico naquela noite
-Como isso aconteceu? Não era só um feitiço de cola?-perguntei com a voz
abafada pela roupa
-Era...-falou Tiago- mas nós descobrimos que se alguém tenta retirar o
feitiço ele se transforma nessa névoa fedorenta e começa a soltar fogos.
-Que feitiço é esse?-perguntei tentando me lembrar de algum feitiço que
produzisse esse efeito.
-Um que nós inventamos-respondeu Sirius
-Vocês inventaram esse feitiço?-perguntou Pedro espantado
-Por acidente...Sirius foi tentar executar um feitiço qualquer lá e não deu
certo... acabamos por criar esse aí...-explicou Tiago
-Ah já chega!-falou Sirius e conjurou feitiços cabeça de bolha para todos
nós. Eu fiquei me perguntando onde ele havia aprendido esse feitiço, já que
ele só era ensinado no sexto ano.
Chegamos no salão principal e entramos o mais discretamente possível. O
salão estava todo decorado de vermelho e dourado, Grifinória tinha ganho o
campeonato das casas.
Ao final do banquete Dumbledore se levantou para começar o discurso de
encerramento.
-Meus caros alunos-começou ele- chegamos ao fim de mais um ano. Espero que
com mais conhecimento do que quando começamos.
"Para alguns de nós esta será a última vez que me ouvirão discursar no
final do ano. Para outros tantos ainda terão de me ver no próximo ano
letivo-e deu um sorrisinho."
"Vocês terão as férias inteiras para esvaziar a mente, mas alguns de nossos
alunos fariam muito bem em lembrar das regras que regem este colégio"-seu
olhar se demorou em Sirius e Tiago.
"Os mesmos fariam bem em lembrar que as férias foram feitas para se
descansar e não bolar planos para a volta as aulas-alguns alunos riram.".
"Desejo a todos excelentes férias e uma viagem tranqüila de volta a casa".
Dizendo isso os alunos se levantaram já exaustos e rumaram para seus
dormitórios, Sonserinos e Lufa-lufos tomaram caminhos opostos, Sonserinos
em direção as masmorras, lufa-lufos em direção ao corredor que levava a
cozinha. Corvinais pegaram a escadaria principal assim como os Grifinórios,
mas pararam no terceiro andar.
***
O trem balançava e rumava a toda velocidade de volta a Londres, a paisagem
ia mudando conforme passavam-se as horas. O desejo de Dumbledore de que
tivéssemos uma viagem tranqüila, porém, não se concretizou. Quando era por
volta do meio dia Snape apareceu na nossa cabine, acompanhado de Lucio
Malfoy.
-Então aqui está o grupo Potter-comentou Snape-juntos como sempre
-Sabe, preferimos ser chamados de Marotos se você não se importar-disse
Tiago alegremente.
-Eu já estou me irritando com você Potter-sibilou Snape
-E eu com você, Seboso- sibilou Sirius e puxou a varinha das vestes
-Do que você me chamou?-perguntou ele alterando tom de voz
-De seboso, por que você não gostou?
Snape puxou a varinha das vestes, Malfoy e Tiago fizeram o mesmo, se
encaram por alguns minutos e então uma explosão de feitiços inundou a
cabine. Quando a poeira dos mesmos baixou eu pude ver o resultado.
Snape estava jogado a um canto da cabine, mas ainda consciente, Malfoy,
porém, estava jogado no chão inconsciente. Sirius estava com o cabelo
parecido com o de Tiago e Tiago tinha um corte na face.
-Eu volto-ameaçou Snape e saiu da cabine deixando Malfoy para trás.
-Ei! Leve isso com você!-mandou Sirius, mas Snape já estava longe. Sirius
olhou para Malfoy- me ajudem a tirar isso daqui- e saiu puxando Malfoy de
qualquer jeito para fora da cabine
Tiago voltou se sentar no seu lugar. O corte no rosto sangrava um bocado,
mas ele parecia absolutamente feliz e continuava a não ligar para o
ferimento.
-Maravilhoso! Fechamos o ano com chave de ouro!-exclamou ele feliz e se
serviu de um sapo de chocolate.
Passamos o resto da viagem conversando sobre o plano para as férias
O trem parou e uma avalanche de alunos apressados saiu do trem.
Tiago se dirigiu a um casal de bruxos que estavam acompanhados de uma
menininha de aproximadamente três anos.
O homem, que só podia ser o pai de Tiago, abraçava o filho. Nos aproximamos
mais para nos despedirmos dele.
-Tiago Potter você sabe quantas cartas de Hogwarts eu recebi de você esse
ano?-perguntou a mulher de cabelos loiros e pele clara e belos olhos azuis.
-Deixe ele, Rose. Ele está honrando os Potter!- exclamou o homem que era
Tiago mais velho.
-Para você está tudo bem não é Jonh? Você foi igualzinho a ele!
-Ah mãe! Eu até que me comportei!
-Deus me ajude para que sua irmã não seja assim!
-A Bel não vai ser assim não é Bel?-perguntou ele para a garotinha que era
a copia da mãe de Tiago exceto nos cabelos que eram extremamente pretos-
Você vai ser pior não é? Diz para a mamãe quem é o seu exemplo diz?
-Ocê Ti-falou ela com a voz infantil e errando as palavras
A Sra. Potter apenas balançou a cabeça em descontentamento.
-Que corte é esse Tiago-perguntou a Sra. Potter
-Não é nada mãe-respondeu ele e a Sra. Potter conjurou um feitiço pra curar
o ferimento
-Como vocês vão para casa-perguntou Tiago
-Monstro está me esperando- falou Sirius com amargura e apontou para um
elfo domestico parado um pouco mais distante
-Onde estão seus pais?-perguntou Pedro
-Sei lá- falou ele
-Seus pais não vieram, garoto?-perguntou o Sr. Potter- não ficaram
preocupados com a quantidade de advertências que você provavelmente levou?
-Devem estar mais preocupados com a carta de expulsão que não recebram-
falou ele irônico.
-Eu vou indo-falou Pedro e sumiu na plataforma ainda apinhada de gente
-Eu também-falei e me dirigi a minha mãe que já me chamava do outro lado da
plataforma
-Não quer que o deixemos em casa?-se ofereceu a Sra. Potter
-Não, não quero que vocês tenham o desprazer de conhecer minha família.-
falou Sirius- Tchau Tiago, vê se escreve.
-Tchau Sirius- disse Tiago apertando a mão de Sirius- ve se você escreve
também
-Sirius Black?-Perguntou o Sr. Potter quando Sirius se afastou- parece que
temos uma ovelha negra entre os Black.
-Oveia blanca-falou a irmã de Tiago. Os três Potter olharam para ela,
permaneceram calados por alguns instantes e então começaram a rir
-Tem razão Bel-concordou Tiago rindo e pegou a garota no colo- ovelha
branca.
Assim começaram nossas féria de verão.
