Armadilhas do Destino
Capítulo 3 – Horários, horários e horários.
- Bom dia! – disse Dino Thomas, quando Harry, Rony e Hermione se sentaram à mesa da Grifinória.
- Bom dia. – responderam os três simultaneamente.
- E aí, estão animados com o nosso último primeiro dia de aula? – perguntou Simas Finnigan.
- Claro!
- Nem um pouco.
- É estranho... – disse Rony.
- Estranho por que? – perguntou Dino.
- Nós já estamos no sétimo ano, e parece que foi ontem mesmo que passamos pelo Chapéu Seletor, e fomos selecionados para a Grifinória. O tempo passa tão rápido que a gente mal percebe. Amanhã estaremos casados e com filhos. – todos olharam-no, como se ele fosse um extraterrestre. – Eu não sei porque eu estou dizendo isso. – acrescentou rapidamente.
- Animação, Rony. – Hermione disse, dando tapinhas amigáveis no ombro do amigo.
- É, deixe esse pessimismo pro nosso último dia. – Harry disse, passando geléia na sua torrada.
- Vamos mudar de assunto, falar de coisas boas. – Neville disse, entrando na conversa. – E aí, conseguiram ficar doentes?
- Não tô acreditando no que estou ouvindo. – Hermione revirou os olhos.
- Infelizmente não. – Rony disse, se servindo de um enorme pedaço da torta de baunilha.
- Não, - Harry disse de boca cheia. – mas acho que faltou pouco.
- Quem sabe na próxima tempestade?
- Yeah.
Dennis Creevey, que estava distribuindo o novo horário das aulas, passou pelos garotos, entregando para cada um o seu respectivo horário.
- Olhem! Nós vamos passar a manhã inteira tendo aula com a Sonserina! – exclamou Simas, injuriado.
- Começamos o ano muito mal... – Rony disse num tom de desgosto.
- Ai não!
- O que foi, Hermione? – Harry perguntou desviando seu olhar para a amiga, que olhava fixamente pro seu horário.
- Ai não! Ai não! Ai não! Ai não! Ai não! Ai não! Ai não! Ai não! Ai nããão! Harry deixe-me ver o seu horário.
- Toma.
- Ai nããããão! – ela devolveu o horário de Harry.
- O que foi? – insistiu o moreno.
- Desembucha logo! – Rony disse, se irritando.
- Aqui não tem as minhas aulas de Aritmancia e Runas Antigas!
- Era só isso?! – Rony perguntou, irritado, não acreditando no que acabara de ouvir.
- Não era isso q eu ia dizer... – ela suspirou. – todas as nossas aulas vão ser com a Sonserina!
- O quê?! – exclamou Harry.
Todos pegaram seus horários, uma vez esquecidos, e olharam-no atentamente, com esperança de que Hermione estivesse enganada.
- Deve ter havido algum engano! – Harry disse, confuso.
- Pelo menos ainda teremos Herbologia com a Lufa-Lufa. – disse Neville calmamente.
- Será que isso aqui está errado? – indagou Dino.
- Só pode estar! Vamos agora falar com a McGonagall! – Rony disse, se levantando da mesa.
- Espera um momento Rony, a profª McGonagall não está na mesa dos professores.
- Droga! – o ruivo deu um soco na mesa e todos na mesa da Grifinória desviaram seu olhar para ele.
- Rony acalme-se! Nós iremos falar com a professora McGonagall mais tarde, mas agora faça o favor de se acalmar. – Hermione disse mostrando um leve tom de irritação em sua voz.
- Você está dizendo para me acalmar? Hermione, por acaso você não está ligando para a situação? – Rony começou a alterar a sua voz.
Poucos ainda tomavam seu café da manhã calmamente, a maioria já havia se virado para a mesa grifinória pra ver a discussão.
- É claro que estou. Mas você está se precipitando demais, está fazendo um escândalo à toa! Meu Deus, como você é cabeça oca!
- E é claro que você não é assim, não é senhorita perfeição? – o garoto deu as costas e saiu do Salão Principal.
- O QUE DISSE? – a garota gritou furiosa. Levantou-se e foi atrás de Rony.
Harry fez o mesmo.Ele já estava acostumado com as brigas infantis entre Rony e Hermione, por isso nem pensou em se meter. Sabia que mais cedo ou mais tarde voltariam a se falar normalmente, como se nada tivesse acontecido.
- Rony você quer esperar, você está andando muito rápido!! – Hermione e Harry tentavam acompanhar os passos de seu amigo, mas estava sendo em vão. Ele estava muito longe. – Quer ESPERAR!!! – gritou Hermione.
- Eu acho melhor a gente correr.
- Ok. – concordou Hermione.
Não foi preciso correr muito, logo, estavam bem próximos a Rony, e se por algum motivo ele parasse, certamente colidiriam. E foi o que aconteceu. Rony virou numa curva e levou um forte encontrão e com a força do choque caiu no chão, derrubando também Harry e Hermione. A pessoa que havia dado o encontrão caiu em cima do ruivo.
- VÊ SE OLHA POR ONDE ANDA! – Rony explodiu.
- Foi mal. – era voz de mulher. A garota saiu de cima dele, levantando-se e só assim Rony pôde ver quem era. Melanie Brandon, a nova aluna.
- Ai minha cabeça... – lamentou-se Melanie, massageando o lugar machucado. – Machuquei alguém?
- Eu estou ótimo. – Rony se levantou e ficou olhando para as pernas de Melanie. Enquanto isso, Hermione continuava caída no chão e Harry ajudou a sua amiga a se levantar.
- Eu perdi a hora e tive que correr pra não perder o café. – continuou Melanie, ainda massageando sua cabeça.
- Tá tudo bem. Não se preocupe mais com isso, se preocupe somente com o seu café. Acho melhor você correr.
- Beleza. – e a garota saiu em disparada para o Salão Principal, derrubando mais algumas pessoas pelo caminho.
- Uau, que pedaço de mau caminho, hein! Eu já nem lembro porque eu estava irritado.
- É por que... – começou Harry.
- Não me lembre.
- Me diz uma coisa, Rony, – começou Hermione. – qual era a cor da calcinha dela?
- Verde. – respondeu o garoto, automaticamente.
- Francamente! – Hermione saiu do corredor, bufando. Rony percebendo seu erro tentou contradizer.
- Eu não quis dizer isso.
- Mas disse! E por que você não tirou pontos dela? Ela estava correndo pelo corredor, e você sabe muito bem que é proibido! – Hermione parou de andar e ficou encarando Rony.
- É porque... e por que você não fez isso?
- Deixa eu te dizer, - Hermione ignorou o comentário do garoto. - você não fez nada por que estava ocupado demais olhando para as pernas dela!!! – ela deu as costas e continuou a andar.
- Se você quiser, eu olho pras suas...
- Ai seu... – ela procurou uma palavra suficientemente forte para usar contra ele, mas como não encontrou nenhuma, começou a andar mais rápido.
Harry deu de ombros, sabia que essa discussão não ia terminar tão cedo. Mesmo assim, foi atrás deles.
Melanie chegou ofegante à mesa sonserina. Ela apoiou seus braços na mesa e deitou sua cabeça em cima deles, com intuito de recuperar o fôlego.
- Seria bom se você não morresse logo no primeiro dia. – disse alguém, secamente.
Vagarosamente Melanie levantou sua cabeça pra saber quem falava com ela. Do outro lado da mesa estava em pé um belo loiro de olhos azuis acinzentados. Ela deu um pequeno sorriso.
- Bom dia, espera, eu vou lembrar, o seu nome é... – Melanie franziu o cenho, tentando se recordar do nome do garoto. - é... Draco Malfoy, não é? – disse por fim, num tom hesitante.
- Bom dia, Brandon. – Draco desviou o seu olhar para Pansy Parkinson, que olhava de Draco para Melanie, sem entender nada. – Bom dia, Parkinson. – o garoto disse sem muita emoção, se retirando do Salão Principal.
- Oi, meu nome é Pansy Parkinson. Você se chama Melanie Brandon?
- Exato.
- Você o conhece? – Pansy perguntou, se sentando mais perto de Melanie.
- Sim. Conheci ele ontem à noite.
- Interessante. – Pansy sorriu afetadamente. - Então é provável que já saiba que ele tem namorada.
- Não, eu não sabia disso. – Melanie encheu seu copo com suco de ameixa. – O que é isso? – perguntou apontando para uma travessa vermelha.
- Ovos com bacon.
Melanie fez cara de nojo. Não gostava de bacon, pois era vegetariana.
- Sim claro, mas como eu ia dizendo, ele tem uma namorada e eles se amam muito.
Melanie permaneceu calada, encarando seu suco de ameixa.
Pansy se levantou da mesa.
- Bem, isso foi só um aviso. Tome cuidado em quem você esbarra, você pode se dar muito mal.
Melanie tomou mais um gole de seu suco, e se voltou a encarar Pansy.
- Tá, valeu pelo aviso e ao mesmo tempo me desculpe por te desapontar, mas tampouco estou interessada no seu namorado.
Na falta do que falar, Pansy optou por ameaçar novamente a novata.
- Se você quer que seja assim, assim será. Você já foi avisada. Se eu achar que você está arrastando asa pra cima do meu namorado, eu vou te enfeitiçar de modo que o resto que sobrar de você, será enviado para a enfermaria em uma caixa de fósforos.
Melanie sorriu sarcasticamente.
- Não se preocupe, isso não vai acontecer. Quando você ainda estiver pensando em me atacar, eu já vou ter quebrado a sua cara, de modo que depois, não dará nem para chamar a sociedade protetora dos animais pra te socorrer.
- Sua insolente! – Pansy gritou esganiçada, agarrando na gola da camisa de Melanie.
- Por que você não experimenta me bater?
Ainda segurando com uma mão a camisa de Melanie, Pansy fechou seu punho direito e quando ia lhe dar um soco, foi agarrada por trás por dois sonserinos que impediram-na de bater na garota. Esta permaneceu imóvel, o tempo todo.
- Sabia que não ia conseguir. – disse Melanie, ajeitando a sua camisa. Virou-se e voltou a tomar seu café, tranqüilamente, não ligando para os xingamentos de Pansy, que tentava se esquivar dos sonserinos.
- Maldita!! Isso não vai ficar assim!! Soltem-me!!!! – Parkinson conseguiu se esquivar dos sonserinos e saiu bufando do Salão Principal.
Sorte de ambas que nenhum professor estava presente no recinto. Todos os poucos alunos que ainda estavam tomando café, começaram a comentar sobre a repentina briga entre as duas sonserinas. Todos se surpreenderam principalmente com Brandon, que apesar de aparentar ser calma, demonstrou ser exatamente o aposto, uma garota de personalidade forte.
Melanie estava ligeiramente irritada consigo. Havia arranjado confusão logo no 1º dia de aula. Queria ter evitado, mas não conseguiu. Do jeito que era, sabia que uma hora iria arranjar uma confusão qualquer, só não queria que tivesse sido no seu primeiro dia de aula, durante seu primeiro café da manhã. Mas agora não adiantava lamentar, era tarde demais.Suspirou profundamente, e prometeu a si mesma que não iria pensar mais no ocorrido. Tomou um último gole do seu suco de ameixa, se levantou e em meio a olhares curiosos dos alunos, se retirou do Salão Principal.
Graças as suas boas notas nos NOM's, Harry ainda podia sonhar em um dia se tornar auror. Trato das Criaturas Mágicas era uma matéria totalmente dispensável, porém ele e os outros grifinórios continuavam a estudá-la, pois gostavam da matéria e principalmente do professor. Por outro lado, os sonserinos visavam a expulsão de Hagrid por isso também continuaram a estudar a matéria.
Após descerem o gramado, Harry, Rony e Hermione (que não estavam se falando) chegaram a cabana de Hagrid, o habitual local das aulas, porém o professor ainda não estava lá. Quase todos os grifinórios e sonserinos já estavam lá. Pansy conversava animadamente com Mila Bulstrode e de tempos em tempos davam risadinhas e gritinhos bem agudos. Crabbe, Goyle e Malfoy também conversavam, e quando viram os três grifinórios chegando, lançaram-lhes uns olhares maliciosos.
O professor saiu de sua cabana carregando três pequenos caixotes, o que fez Harry imaginar que diabo de criatura se encontrava ali dentro. Algo lhe dizia que isso não era nada bom.
- Bom dia! – cumprimentou Hagrid.
- Bom dia! – somente metade da turma respondeu.
O professor contou o número de alunos presentes o que fez Draco dizer propositalmente alto: "Não sabia que ele sabia contar". Todos os sonserinos caíram na gargalhada.
- Está faltando um aluno. – Hagrid disse ignorando o comentário do sonserino.
- Sinto muito pelo atraso. – todos os alunos viraram para a direção de onde veio a voz.
- Tudo bem, srta. Brandon. Dessa vez não vou descontar pontos da sua casa. – disse o professor.
- Agradeço. – respondeu a garota, se aproximando da turma.
Pansy fez um careta.
- Agora que a turma está completa, vamos logo começar a aula. – Malfoy bocejou altamente, mas novamente o professor ignorou o sonserino e continuou. – A tarefa de hoje será bem simples, porém importante. Vocês estão vendo esses caixotes? – Hagrid apontou para 3 pequenos caixotes no chão, cobertos com panos. – Dentro estão os strapillococus, e quando retira-los do caixote a única tarefa de vocês será estudar o comportamento dessas criaturas adoráveis, por isso peguem suas penas e pergaminhos. Eu quero um relatório de no mínimo 70 linhas até o final da aula.
Hagrid retirou os panos e junto, os strapillococus e colocou-os no gramado.
- Pronto já podem começar! – o professor disse alegremente.
Os alunos se sentaram no chão, numa espécie de semicírculo.
Os strapillococus eram criaturas que pareciam ostras só que tinham a cor avermelhada. De vez em quando, abriam sua concha para se alimentarem de parasitas encontrados no solo. Para capturarem suas presas usavam seus dentes afiadíssimos. Estudar o comportamento dos strapillococus era uma tarefa totalmente maçante, já que se alimentar era a única que faziam.
Vários minutos depois, a preocupação já tomava conta de Harry pois ele não fazia idéia do que escrever (seu pergaminho estava quase todo em branco) e para piorar ainda mais sua situação, faltavam poucos minutos para a aula terminar. Olhou para Rony, seu pergaminho apresentava letras absurdamente grandes e horríveis. Olhou mais adiante na direção de Hermione. A garota não parava de escrever um minuto sequer. Harry tentou imaginar de onde ela tirava tanta inspiração, e desejou profundamente que ele tivesse pelo menos 1/3 dessa inspiração. Como não havia outro jeito, o moreno resolveu apelar pela velha tática, (e a mesma que Rony estava usando), a de escrever letras garrafas.
Harry estava tão distraído pensando no que inventar que nem percebeu que Melanie Brandon se levantara e agachara do seu lado.
- Olá. – disse Melanie tirando Harry de seus devaneios. – Você se importaria se eu usasse o seu tinteiro? A tinta do meu acabou.
- Não, de jeito algum... – respondeu Harry, um pouco atordoado.
- Valeu. – a garota se sentou no solo úmido. – A propósito a tinta acabou porque derramei tudo na grama.
Harry fez o que pôde para não rir.
Eles passaram os últimos 15 minutos da aula praticamente calados, só falando uma vez ou outra. Quando a sineta tocou, Melanie se levantou rapidamente, tirou a sujeira de suas vestes e novamente se abaixou para pegar sua mochila e seu pergaminho.
- Valeu pela tinta. – disse, se levantando. – Putz, esqueci de me apresentar. Sou Melanie Brandon.
- Harry Potter. – Melanie ergueu a sobrancelha direita.
- Bom, então tá, i Harry Potter /i .
Harry observou Melanie entregar seu pergaminho a Hagrid e sair do jardim. Novamente o garoto se distraiu, por isso nem percebeu que Hermione o chamara pela 3ª vez seguida.
- Harry! HARRY! Você está me ouvindo? – perguntou Hermione.
- Han? O que disse?
- Você tem andado bem distraído. Tá tudo bem contigo?
- Sim.
- Tem c-certeza? – disse Rony após um longo bocejo.
- Tenho.
- Bom de qualquer jeito acho melhor nos apressarmos se não chegaremos atrasados na aula do Snape. – disse Hermione.
O trio grifinório se despediu de Hagrid e rumou para as gélidas masmorras. Eles foram os últimos a chegar. Como sempre se arrastaram até as mesmíssimas carteiras ao fundo, se sentaram e começaram a conversar. Segundos depois o professor Snape entrou na sala como um foguete, e bateu a porta fortemente, assustando a todos os alunos que deram um pulo em suas cadeiras.
- Silêncio. – disse o profº secamente.
Nem era preciso pedir silêncio pois assim que ele entrara na masmorra todos se calaram imediatamente. Só a presença do profº era suficiente para a turma ficar quieta.
- Eu não mandei ninguém sentar. – Snape percorreu seus olhos frios e penetrantes por toda a classe. – Levantem-se! – disse rispidamente, e num instante estavam todos de pé. – Acredito que até os mais idiotas sabem que este ano irão prestar os exames dos N.I.E.M.'s. Receio que a grande maioria não tem condições mínimas de passar nos exames, portanto aconselho que se dediquem a estudar seriamente para não repetir o fiasco que foi o ano retrasado. – seu olhar recaiu em Neville, que engoliu em seco. – Como meu dever de professor de poções, irei preparar vocês para o N.I.E.M., mas creio que essa será uma tarefa muito complicada. Acho conveniente lembrar que não admito gracinhas durante a minha aula, e aquele que fizer qualquer palhaçada, será duramente punido. – dessa vez seu olhar recaiu em Harry. – Durante uma parte do ano vocês trabalharão em duplas, mas não se preocupem em se dividir, eu mesmo terei o prazer de escolher os pares. – vários alunos murmuraram indignados. – Calem as bocas!!– berrou Snape, e logo todos se calaram. – Agora, as duplas.
Naturalmente Snape misturou os sonserinos com os grifinórios, sendo que Hermione era a dupla de Goyle, e Rony, a de Crabbe, e por assim ia. Quase toda a turma já havia sido dividida, porém Harry, Neville, Draco e Melanie continuavam sem dupla.
Snape sorriu maliciosamente.
- Longbottom você faz dupla com o Malfoy, e Brandon com o Potter.
Os alunos (a maioria contra vontade) foi se sentar com a sua respectiva dupla. Harry desejou "boa sorte" a Rony e Hermione e recebeu como resposta "igualmente".
Melanie foi se sentar ao lado de Harry.
- A poção que vocês irão preparar hoje é a Poção Fortalecedora. Esta é uma poção muito complexa, porém rápida de se preparar. – o profº começou a andar pela masmorra. – Existe uma diferença crucial entre a Poção Fortalecedora e a Poção Revigorante. – Snape parou em frente á Harry. – Potter, você sabe qual é?
- Não senhor. – respondeu Harry com um ar entediado, encarando o profº. Malfoy deu uma risada. – Mas eu acho que o Malfoy sabe a resposta. – Harry desviou seu olhar para Draco, que imediatamente parou de rir.
- Eu acho que não foi essa resposta que te pedi. Menos 10 pontos para a Grifinória. – Harry lançou um olhar mal-humorado ao professor. – Diferente da Poção Revigorante, a Poção Fortalecedora deve ser tomada durante batalhas, somente se o indivíduo estiver muito cansado pois, restaura pelo menos 50 de sua energia. Caso contrário, se o individuo que tomar essa poção estiver saudável, os efeitos colaterais são diversos e podem até levar a morte. Era essa a resposta que eu queria, Potter. – o professor sorriu maliciosamente. – Apesar de sua complexidade é uma poção que fica pronta na hora. É muito usada pelos aurores. Alguma pergunta? – todos permaneceram calados. – Ótimo.
Snape tirou sua varinha do bolso e agitou-a agilmente, de modo que palavras apareceram no quadro-negro.
- As instruções estão no quadro, podem começar. – o professor disse por fim, secamente.
Imediatamente os alunos começaram a preparar a complicada poção.
Enquanto Melanie cortava e pesava os ingredientes, Harry lia as instruções e mexia a poção. Tudo estava correndo bem, até que Harry começou a se distrair e ao invés de ler a 6ª linha das instruções, releu a 4ª. Logo, ambos perceberam que estavam preparando a poção incorretamente, mas mesmo assim, continuaram. Pouco tempo depois, Melanie sem querer acrescentou um ingrediente errado, e a poção que deveria ficar azul, estava rosa.
- Droga! – reclamou Melanie, tirando a varinha de suas vestes.
- Espera, o que você vai fazer? – indagou Harry.
- Eu conheço um método que pode melhorar a cara disso aí.
Mesmo inseguro, Harry estava curioso para ver o que ia acontecer. Melanie agitou a varinha, mas antes que pudesse executar o feitiço, a poção começou a borbulhar estranhamente, mudando de cor para marrom, e segundos depois para vermelho, parecendo sangue. A garota, espantada, abaixou vagarosamente sua varinha. Novamente a poção mudou para sua cor inicial, rosa. Quando os dois achavam que a poção tinha voltado ao "normal", um estrondo assustou a todos. A poção acabara de explodir.
- Mas que diabos...?! – o professor parou de gritar com Neville e virou-se para Harry e Melanie. – Mas que diabos de coisa vocês aprontaram???? – explodiu Snape.
O professor puxou sua varinha e murmurou "Evanesco". Imediatamente os restos míseros da Poção Fortalecedora desapareceram.
- Menos 10 pontos para ambas as casas. – Snape disse mal-humorado.
Em meio a olhares de toda a turma, os dois afundaram em suas cadeiras. Harry bufou inconformado com sua falta de sorte, logo na 1ª aula já tirara um zero. Percorreu seu olhar pela masmorra e pousou no caldeirão de Hermione, cuja poção estava azul esverdeada. Rony, que estava atrás de Hermione, não estava tendo a mesma sorte, sua poção estava com uma aparência horrível e de cor laranja. Harry não culpou o amigo; fazer dupla com Crabbe tampouco ajudava.
- O que vocês pensam que estão fazendo, sentados?! – gritou Snape, o que fez Harry dar um pulo na cadeira. – Se não tem mais nada para fazerem aqui, podem se retirar.
Harry foi o primeiro a se levantar. Rapidamente ambos arrumaram suas mochilas, e em meio a olhares de todos, se retiraram da gélida masmorra.
Melanie disse após fechar a porta:
- Lamento pelo ocorrido, mas não posso fazer nada para contornar a situação. – a garota disse friamente.
- Não esquenta, a culpa também foi minha. – Harry disse sinceramente. – Além disso foi melhor assim, eu não estava com a mínima vontade de assistir aquela aula.
- Certo. – disse encarando o garoto por alguns segundos. Depois, virou-se e começou a andar para a direção contrária, a qual deveria seguir para sair dali.
- Espere. – a garota parou de andar e virou para Harry. – Se você quer sair das masmorras está indo para o caminho errado.
Melanie murmurou umas palavras estranhas, as quais Harry não conseguiu entender.
- Como eu faço pra sair da aqui? – perguntou a garota, voltando para o lugar onde Harry estava.
- Se você aceitar eu posso te mostrar o castelo. Não tenho nada pra fazer mesmo...
A sonserina ficou encarando Harry por alguns poucos segundos.
- Você faria mesmo isso? – perguntou a garota, não convencida da gentileza do garoto.
- Sim. – respondeu o garoto estranhando a pergunta.
- Bom... se não for incômodo, eu aceito.
- Certo.
Eles começaram seu "percurso" pelas masmorras, passaram, mais tarde, pela Torre de Astronomia, e terminaram no lago de Hogwarts. Gastaram todo o tempo caminhando pelos arredores de Hogwarts, porém o castelo era tão grande que não deu tempo de Melanie conhecer toda a escola.
- Bom, então conhecer o resto do castelo fica pra próxima aula de poções, quando explodirei a poção e também a masmorra. – disse Harry, sarcasticamente..
Melanie riu. Harry notou que foi a primeira vez que a garota sorrira.
A garota caminhou e se sentou na beira do lago. Harry fez o mesmo e sentou-se próximo dela.
- Ontem eu estava animada, animada até demais. Mas não sei porquê. – disse Melanie puxando assunto pela primeira vez. A garota parou de falar para retirar uma folha seca que havia caído no seu cabelo. – Vai ver é porque é o meu último ano. Nunca achei que seria fácil, mas também pensei que não seria tão difícil.
"Eu sabia que não deveria ter bebido aquela porcaria na viagem...", pensou Melanie com desgosto.
- Se você está se referindo ao nível da escola, não se preocupe, é só se esforçar e estudar que você passa de ano.
"Estudar?", pensou Harry, intrigado. Nunca havia realmente ligado para o significado real da palavra. Não até o ano passado, quando levou uma bronca inesquecível de Hermione por ter passado raspando nos exames dos NOM's. Desde então, passou a se dedicar um pouco mais ("Não o suficiente", de acordo com a amiga). Por conseguinte, suas notas melhoraram um pouco. Mesmo assim nunca havia passado por sua cabeça dar algum conselho relacionado a estudos.
- Não era isso que eu estava me referindo, muito pelo contrário. – Melanie foi interrompida momentaneamente pela sineta ressonante que insistia em tocar nas piores horas. – Como eu ia dizendo, agradeço pelo conselho, foi muito útil. – Melanie se levantou. – Até mais.
- Você vai almoçar agora?
- Não agora, não estou com muita fome. Irei passar primeiro na sala comunal da Sonserina. Se não fosse por isso, até te chamaria. – Melanie continuou andando distraída, até que tropeçou numa raiz de uma árvore e caiu no chão.
Harry imediatamente se levantou e foi ajuda-la a se levantar.
- Não preciso de ajuda, eu posso fazer isso soz... – a sonserina parou de falar quando Harry segurou-lhe suas mãos e ajudou-lhe a levantar.
- Machucou?
- Não... – os dois trocaram um olhar brando. – Obrigada. – Harry notou que pela primeira vez, a frieza de seus olhos desapareceu.
Melanie olhou uma última vez para o grifinório e continuou seu caminho e, pouco tempo depois desapareceu da vista do garoto. Enquanto isso, Harry permaneceu no jardim, pensativo. Melanie demonstrou ser uma garota fria, solitária, e independente; o tipo de pessoa que não está acostumada com gentilezas. Ele sentiu um pouco de pena, mas estranhou o sentimento, pois mal conhecia a garota. Ficou pensando no assunto por alguns minutos, e só se deu conta que ainda estava no jardim quando sua barriga roncou. O garoto levantou, pegou sua mochila e saiu do gramado, ainda pensativo.
Quando Harry entrou no Salão Principal, não foi difícil encontrar Rony, porém ele estava almoçando sozinho. Imediatamente pensou na pior e mais provável hipótese: a de que seus amigos novamente terem brigado. Preocupado, Harry percorreu seu olhar por toda a mesa grifinória e, para seu espanto, Hermione não estava sentada em lugar algum.
- Onde está a Mione? – Harry perguntou, se sentando ao lado de Rony.
- Ela foi chamada pela McGonagall. – respondeu o ruivo se servindo de purê de batata.
- Por que?
- Não sei direito, - Rony respondeu de boca cheia – mas pelo que entendi é pra combinar o horário das aulas de Aritmancia e Runas Antigas.
"Pelo menos não brigaram", pensou Harry aliviado.
- Mas mudando de assunto, o que você ficou fazendo depois que foi expulso da aula do Snape?
- Ah, eu fiquei passeando pelo castelo...
- Nossa, que interessante! – debochou o amigo. – Você tava sozinho? – perguntou sem maldade alguma.
Harry corou. Tentou disfarçar sua vergonha botando comida da travessa no seu prato.
- Que foi? Que cara é essa, Harry?
- Nada, nada...
- Até parece. Você não me engana fazendo essa cara.
- Que cara? – perguntou Harry, fingindo inocência.
- Ah, pára de enrolar e fala logo com quem você estava...
- Não estava com ninguém.
- Sei... era a Brandon?
- Que?
- Responde logo!
- Tá, era, pronto!
Rony deu uma risadinha.
- E aí, foi divertido?
- Até que foi.
- E como ela é? – disse Rony, se segurando para não gargalhar da cara do amigo.
- Legal. – respondeu encarando o prato.
- Só legal?
- Bom, ela também é meio distraída. Tropeçou no próprio pé umas 3 vezes. Além disso, levou um tombo quando estava saindo do jardim...
Rony não agüentou e caiu na gargalhada.
- Ela também é meio fria e pareceu ser um pouco solitária...
- Nossa, já sabe disso tudo num período tão curto de tempo? Tem certeza que vocês ficaram só andando e não pararam em nenhum lugar...
- Rony! Que idéia! – disse Harry, ainda mais ruborizado.
- Ah, mas vai dizer que ela não é bonita?
- Isso não vou negar, mas de qualquer jeito ela é sonserina.
- E se não fosse?
- Podemos mudar de assunto? – Harry disse zangado, tocando pela primeira vez em seu prato de comida.
- Como quiser...
Nesse instante, Melanie entrou no Salão Principal e se dirigiu à mesa sonserina. Sentou-se sozinha, de modo que ficou de costas para os 2 grifinórios. Harry ficou fitando a garota, mas logo voltou sua atenção para sua comida.
Os dois passaram o resto do almoço sem conversar muito. Faltando poucos minutos para a hora do almoço acabar, Hermione apareceu ofegante. Como ela estava sem fome, os 3 saíram do Salão Principal e rumaram para a sala da profª McGonagall. No caminho Hermione contou que a profª a chamara para combinar os horários das aulas de Aritmancia e Runas Antigas, exatamente como Rony falara.
Quando chegaram a sala da McGonagall, descobriram que não os primeiros. Todos os sonserinos estavam lá, inclusive Melanie, que para surpresa de Harry, estava conversando com Malfoy. Assim que ele os viu, levantou-se (Crabbe e Goyle fizeram o mesmo) e o loiro não tardou a provoca-los.
- Ora, ora, o que devemos às ilustres presenças? Quero dizer, de ilustres não tem nada, já que não passam de uma sangue-ruim, um pobretão e um mestiço metido a salvador.
Todos os sonserinos, com exceção de Melanie (que não estava prestando atenção), caíram na gargalhada.
- O que foi? Não vão responder? Por acaso a pergunta foi complexa demais para o cabeção vazio de vocês? Tudo bem, eu vou facilitar, eu perguntei o que vocês estão fazendo aqui. Respondam logo, pois eu i odeio /i ser ignorado. – Draco disse venenosamente as 4 últimas palavras.
- Primeiro, isso não é problema meu. – respondeu Harry, no mesmo tom de Draco. – Segundo, tanto a grifinória quanto a sonserina terão todas as aulas juntas, infelizmente, devo acrescentar.
Draco ergueu a sobrancelha direita, como sinal de quem não acreditava no que acabara de ouvir.
- Se não acredita em mim, por que não confere o que eu disse?
- Porque eu não obedeço a você, Potter.
Um silencio desafiador desabou sobre a sala de aula de Transfiguração. Os dois rivais ficaram se encarando e lançando olhares malignos um ao outro, por pouco tempo, embora parece o contrário.
- O cicatriz tem razão! O cicatriz tem razão, Malfoy! – disse Crabbe, balançando seu horário no ar.
- O que é, Crabbe? – perguntou Malfoy, com um ar aborrecido.
- Nós teremos todas as aulas com i esses /i grifinórios!
- O que...?! – Draco arrancou o horário da mão de Crabbe.
O sonserino ficou perplexo ao ver que seu arquiinimigo estava certo, porém manteve sua postura fria e não demonstrou se afetar.
- O que foi Malfoy? Vai ficar calado? Por acaso o gato comeu a sua língua? – provocou Harry.
- Coitado do gato... – debochou Rony, e os três caíram na gargalhada.
- Isto só pode estar errado. – murmurou Draco, com os dentes cerrados. – Mas que diabos...?! – o garoto parou de falar após ver mais grifinórios entrando na sala. – Desde quando nós, sonserinos, teremos aulas com i vocês /i ?
- Desde hoje, sr. Malfoy. – respondeu a profª McGonagall entrando imponente na sala de aula.
N/A: Como diria a minha avó, demorou mais saiu (naum pensem besteira...) XD. Quem acompanha essa fic desde o início sabe quanto tempo demorei a atualiza-la. Dá vergonha de dizer o tempo, portanto se houver alguém curioso o suficiente, me pergunte via e-mail, pois me recuso a responder na nota da autora XD. Bom, eu demorei principalmente pq de início estava sem inspiração (deu pane geral). Aí, depois tinham as aulas, eu naum tinha tempo, e blábláblá. Mas finalmente agora q estou de férias (sim sim desde o início de novembro) passei direito (Deus é pai) arranjei um tempo (e vergonha na cara XD) e finalmente atualizei a fic o/. Anyway, obrigada pelos comentários, eles me motivaram muito a continuar escrever e atualizar a fic. Por favor continuem comentando, pois quem é autor de fic sabe como esses comentários motivam a gente pra escrever. Ai, eu queria agradecer por nomes, mas naum dá, jah escrevi demais XD Obrigada a todos q estam acompanhando e naum comentaram e por favor comentem, viu? Ah, e um pequeno pedido... será que vocês podiam me dizer o que estaum achando da Melanie Brandon? Eu naum sei se ela é do estilo de v6, mas eu mao personagens frios, misteriosos... (Rei/Kurama). Aceito sugestões e criticas construtivas (naum vale xingar a minha mãe ¬¬). Bom, da próxima vez espero falar um pouco mais dela, e dar algumas explicações (será q tem alguém lendo isso até o final?). Droga, escrevi demais di novo... ok, prometo da próxima vez escrever uma n/a menor (sério) XD Valeu a todos!
