Olá, olá. Aqui principia a segunda parte da nossa história juntos, amado leitor, e eu espero que ela seja ainda melhor para vocês do que foi a primeira. Só posso agradecer a todos que me estimularam a esse retorno, e dedicar esse capítulo a essas pessoas especiais que são a sorte da minha vida.

DISCLAMER(esse é sério, prometo)- Que Tolkien não é meu é óbvio. Mas que as personalidades dos personagens são originários do maravilhoso cérebro da minha boa amiga Sadiesil. Vocês que são pessoas de bom gosto e lêem a maravilhosa fic "VIDAS E ESPÌRITOS" vão reconhecer a partir de agora essa parca cópia das coisas supremes que essa escritora fantástica criou. E vocês que não leram, assim que terminarem de deixar sua review aqui, voltem até a página de fanfics e leiam toda ela, crianças.

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Os dias se passavam, a paisagem mudava,e alterava-se também os espíritos e escolhas dos membros da nova comitiva. Miyoru, antes alegre e entusiasta como um passarinho, havia se transmutado em um ser alienado do grupo. Mal podia-se ver ser rosto sem que este estivesse voltado para as páginas amareladas de algum livro antigo e muito valioso que ganhara de Aragorn ou Gandalf. Legolas observava-a se desculpar e ir treinar nos arredores, sempre naquelas horas frias em que ninguém acordara ainda. Ouvia-a dolorosamente treinando suas habilidades com a espada até momentos antes do grupo despertar. Enquanto viajavam a cavalo ela se enredava nos livros de Gondor, que lia lentamente pela ausência de costume com a escrita. Poucos e raros foram os momentos em que ela juntou-se ao grupo para rir ou conversarem. Os outros habituaram-se com relutância, e exceto pelo elfo, quem mais sentia o apartamento de Miyoru eram Hotaru e Anna. Sem intimidade com o resto das pessoas, elas acabaram tornando-se amigas por necessidade.

Aragorn e Gandalf assistiam ao aprofundamento de Miyoru com um orgulho fraternal, a da parte do Rei isso existia, no fundo de sua mente, silencioso, como um pensamento da permanência de Miyoru para sempre entre eles. Afeiçoara-se á menina como uma verdadeira filha, e agora sentia que podia compreender Lorde Elrond melhor.

Frodo demonstrara que nascia, com a sutileza de uma manhã de primavera, algo em seu coração sobre a hobbit de cabelos vermelhos. Interessava-se pela beleza tradicional dos traços de seu rosto, e o espírito forte dela o divertia.Infelizmente ela não parecia partilhar o mesmo entusiasmo e repelia-o quase sempre violentamente. Preferia visivelmente a companhia de Legolas, sempre seguindo-o e acercando-se dele quando podia. Também tinha por hábito fazer companhia á Miyoru, mesmo que silenciosamente durante a leitura desta. Apenas sentava-se ao lado da garota e ficava por perto. E quando a bela menina deixava de lado os livros, Anna estava entre os primeiros que iam requerir-lhe a atenção e divertí-la. Também era a primeira a reparar e repreender qualquer erro ou indelicadeza de Miyoru, e reclamava da menina sempre pra qualquer um, mas via-se logo que era uma questão de afeto.

E nesse ritmo organizadamente caótico, eles contuavam a jornada como podiam, sempre seguindo a noroeste. No momento a bem-quista menina humana estava distando, ao nascer do sol, treinando exaustivamente. O som dos movimentos rasgando o ar chegavam perturbadores à audição élfica de Legolas. Sua curiosidade de ver, tocar aquela que agora treinava o exauria dia após dia. Fechou os olhos, sabendo que não adiantaria nada na tentativa de se acalmar. As linhas por trás de seus olhos formavam a imagem de Miyoru com perfeição artística, e ele deixou-se respirar essa figura que ele amava com devoção, até quase adormecer nela. Estalou os olhos com o som de um movimento da própria,vendo-se respirar aceleradamente e passar a mão pelos cabelos dourados, olhando ao redor. Todos dormiam.

Após algumas arfadas, se acalmou. Recostou-se suavemente contra uma árvore, sentindo-lhe a energia como uma cânfora. Realizava que estava enlouquecendo, cada dia ele travava batalhas internas de intensidade máxima, mas completamente novas. A lembrança de Aragorn tentando ajudá-lo tantas vezes foi um momento de paz em sua mente, abrindo-lhe um sorriso. O guardião certamente devia entender a turbulência de seu sentimento e confusão, tendo passado por uma situação similar. Mas Arwen o amava.

Abriu os olhos a procura ao ouvir um movimento próximo. Era a hobbit Ana que acordava e olhava ao redor com uma expressão ligeiramente preocupada, até notar o elfo. Quando ela abriu os lábios para a previsível pergunta, Legolas gesticulou com a cabeça na direção que Miyoru tinha ido. Ana voltou-se para o mesmo ponto, com um quê de impaciência no semblante. Aproximou-se de Legolas lentamente, com uma expressão severa.
-Você não deveria permitir que ela se afastasse do grupo.
-Ela não está distante, pequena. Apenas alguns metros.
-Ainda sim é contra as ordens do líder.
-Sim, é.- ele sorriu, complacente. Seria estupidez tentar explicar que ele jamais conseguiria negar um pedido de Miyoru. Então optou por agir como sempre agia com hobbits; com calma conivência.
-Eu poderia contar para Sr. Elessar.- o tom era de total inflexão na voz feminina. Fantástico.
-Poderia.
Passaram alguns minutos em silêncio, até que a cabeça ruiva assentisse lentamente. E caminhasse rapidamente na direção que o elfo lhe apontara, momentos antes.

-Onde você pretende ir?- Legolas levantou-se, seguindo-a.
Ela não respondeu, apenas continuando com o elfo agora ao seu lado. Até tirar algumas folhagens de seu caminho e encontrar uma clareira parecida com a que estavam, na qual Miyoru realizava movimentos elaborados com esforço e precisão. Ambos ficaram, por algum tempo, assistindo á demonstração de habilidade da humana, surpresos por nunca terem imaginado que ela lutava tão bem. Durante ás batalhas que presenciavam ela executava golpes mais fáceis e bem menos complicados ou letais.

Ela treinava com ambas as espadas com que Lady Galadriel lhe presenteara como se estas fossem extensões de seus braços. O suor escorria em gotas, o cabelo negríssimo, apesar de devidamente preso, grudava-se ao rosto e colo dela. Era uma visão interessante.
Ana cometeu, então, um erro. Se encostou em uma árvore para observar melhor, chamando a atneção da menina. Em alguns instantes,dois dardos de arremesso prendiam seus cabelos á árvore. Por sorte deles, ou muita presença de espírito da hobbit, esta não gritou. Miyoru abriu as folhagens que os protegiam com violência, arfando, mas com um sensível ar de imponência, até identificar os dois espiãos.
-Ana. o que...Legolas?O que vocês estão fazendo aqui?- ela arregalou os olhos verdíssimos, inquiridores, fazendo ambos gaguejarem. Até que, enfim, Legolas conseguiu dar uma visão entendível da situação presente.

-Ah, sim...- aquiesceu Miyoru, passando o olhar de um para o outro, e sorrindo afinal. -Bom, imagino que todos devem estar acordando agora. Melhor voltarmos, certo?- e partiu na frente, com Legolas em seu encalço e a hobbit logo atrás. Estes últimos com o coração acelerado, mal contendo a ansiedade que de espalhava em seus corpos, cada um por seu motivo em particular.

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-Vocês perceberam?- perguntou Pippin, agitadamente -Perceberam?Ah, digam que o fizeram-
Todos os outros desviaram sua atenção para o hobbit, que parecia encantado. À exceção de Miyoru, muito concentrada em sua leitura.

-Onde estamos?- o hobbit tentou por último, antes de um suspiro teatral e uma explosão de alegria -Estamos indo pra Valfenda!
Sorrisos, abertos ou furtivos, nasciam nos lábios de todos os presentes. Até a menina ergueu o rosto de seu livro, buscando por Aragorn.
-Aragorn-sama?
-Sim, Miyoru?
-Por que estamos voltando?Ainda falta muito pra nossa demanda se concluir.
-Sim, mas temos que chegar aos portos. Por isso nos permitiremos passar por Valfenda, no caminho. A idéia lhe desagrada?- o rei pareceu receoso em perguntar -Não. Até porque me lembro parcamente de lá.
Legolas olhou-a com notável espanto no semblante, mas a voz de Sam chegou antes da sua -Me perdoe senhorita Miyoru, mas eu acho impossível!Como esquecer um lugar tão belo, onde a paz e a felicidade parecem reinar incontestáveis?Cheio de plantas e coisas bonitas e elfos realmente ótimos por todos os lados.Já viu algo mais belo?
-Eu achei a Cidade Branca muito bonita, Sam.
-Sim, certamente, mas difícil de comparar á Valfenda.- Frodo entrou na discussão.
-Eu só não prestei atenção,está bem?- ela riu, desanuviando a tensão no ar -Prometo dessa vez notar cada vitral em cada janela de cada quarto.
-Apenas queríamos que você se lembrasse de apreciar um dos locais mais belos da terra-média, adorada criança.- Aragorn sorriu-lhe, e ela voltou-se para o livro novamente, liquidando qualquer tentativa alheia de lhe falar por um bom tempo.

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A chegada ao belo refúgio, a Última Casa Amiga a Oeste, foi para eles tal alegria que requereria palavras que não são mais tão fáceis desde os poetas élficos de cá esqueceram-se da língua que falavam os Valar. De qualquer modo Lorde Elrond soubera da sua chegada e prepara tudo para que se sentissem confortáveis e seus corações pesassem menos durante alguns dias. Eles aproveitaram com cansaço o banquete e as festividades de sua chegada, embora no fim seus corpos tivessem se sobreposto ás suas mentes e exigido-lhes descanso. Mas souberam recuperar isso nos outros dias que se seguiram.

Talvez para revidar as provocações dos hobbits, ou talvez, como justificou-se mais tarde, os livros tenham levado-a a se interessar naquele lugar que parecia ainda manter o viço impecavél contra o tempo, apesar do anel Narya ter sido destituído de poder. Mas que importância têm as justificativas?Miyoru interessou-se em cada detalhe, histórico ou arquitetônico. Parecia observar com cuidado tão meticuloso e dedicado que com frequência deixava de ouvir o que os outros diziam ao seu redor. A mesma atenção era dedicada ao Senhor de Valfenda. Nos jantares, ou nas vezes que ele se unia ao grupo, notava que era de uma forma delicada e agradável assistido pela menina com prazer. Suas atitudes e palavras eram embebidas por ela com o fascínio das crianças que subitamente descobrem um mundo rico ao seu redor.

Mas ele passou a gostar dessa criança em especial, como no passado gostara de Estel. Via os seus atos refletidos nos do dúnadan que criara ao reivindicar o cuidado da menina para si, e seu filho de criação a tratava como uma verdadeira filha de seu sangue. A partir disso, afeiçoar-se ainda mais como se a uma neta, era inevitável. O Lorde se via cedendo sorrisos e longas explicações sobre Valfenda e a Terra-Média. De bom grado também contava-lhe histórias, aprimorava-lhe o estudo de élfico, entre outras lições. Momentos de grande deleita para ambos, especialmente quando - observando um momento de descontração entre sua nova pupila e um querido elfo louro- seu coração conheceu e ansiou pela mesma coisa que todos os outros que os acompanhavam.

Os gêmeos também a receberam como se fosse a filha de seu irmão mais novo, e o retorno da jovialidade para a Casa de Elrond. Pouco lhes importava os avisos do pai para não se apegarem de mais a ela, preferiam acreditar que duraria para sempre. Elladan e ela discutiam frequentemente sobre assuntos mais variados, e a conversa deles era sempre rica e culta, embora muitas vezes Elladan tivesse que lhe esclarecer algum ponto. Com Elrohir ela treinava, e ambos divertiam-se imensamente perseguindo-se e provocando-a, mesmo quando fortemente repreendidos por Elrond ou algum outro. E ele lhe mostrava suas pinturas e técnicas, e muitas foram as vezes em que ele ficava pintando e ela lhe fazendo companhia, ambos em silêncio reconfortante. Mas eles tiveram tempo de aproveitarem seus 'irmãos' ausentes na grande parte do tempo, porque não era com nenhum deles que a nova herdeira de Elessar gastava a maioria do seu tempo.

A princípio o elfo não dera qualquer relevância a ela, dispensando-lhe somente a atenção necessária para provocar Legolas, e para ser justa, nem assim ela o notava. Mas isso mudou quando, durante um dos treinos, Elrohir tinha desarmado-a e ela continuava enfrentando-o como podia. Manteve-se irresvalável ás provocações do seu adversário e apesar de terminar sendo derrotada depois de um longo tempo, buscou a vitória até o último instante com uma firmeza de força de vontade pouco comum, sem exceder qualquer limite de agressividade ou honra. A partir dessa manhã, Lorde Glorfindel achou que ela merecia uma atenção maior.
Foram poucos momentos até que os dois se tornasem quase cúmplices. O louro elfo podia contar-lhe maravilhas que nem mesmo Elrond poderia, sobre tempos idos e outras terras tendo vivenciado aquilo, e tinha uma mente sensivelmente aguda. Por sua vez, Miyoru também lhe contava sobre o futuro e lhe ensinava curiosidades de sua cultura. Cabe aqui comentar que, para alguém que já viu tantas eras passaram como Glorfindel, a súbita perspectiva de existir uma coisa completamente nova e diferente era interessante, quase imperdível. As coisas que a menina contava em nada se pareciam com o que ele já tinha ouvido ou cantado, a sua índole rebelde dele e segura condizia com a dela em natureza, sendo que ambos não se encomodavam.Depois de alguns dias passaram a nutrir entre si um afeto e uma amizade verdadeira, enraizada nas semelhanças e nas diferenças, e principalmente na diversão e riso que inspiravam um ao outro.
Isso desagradava fortemente aos filhos de Elrond, e em especial a Legolas, que se sentia profundamente consternado cada vez que tomava conhecimento deles juntos. Surgiu-lhe uma dor e uma angústia na alma que se trasformaram numa mancha oculta sob a alegria do lugar, mas nem Elrond nem qualquer outro interviram

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Fora isso, a atmosfera lírica do lugar parecia reconstituir o vigor e a tranquilidade uma vez mais aos pobres viajantes. Tal era notado pela leveza e o espírito lúdico dos jovens. Frodo parecia esquecer-se das máculas em sua alma, Aragorn voltava a parece um guardião, só que ainda mais despreocupado e novo, e Gandalf fazia brincadeiras para eles. Mesmo Ana e Hotaru passaram a participar do grupo e a brincar com todos como se fossem amigos de infância. E Miyoru, a dedicada Miyoru, não se importava em perder alguns sábios ensinamentos de Elrond se fosse para se divertir com seus amigos, para alegria destes.

-Afinal- começou Merry, um dia, folgadamente recostado em um sofá que parecia imenso para ele -Nossa princesa finalmente desiludiu-se do papel e da tinta, e dos livros murmurantes nas madrugadas. Fato que a obrigou a buscar o convívio das pessoas de carne e osso.- ele levanto-se, equilibrando-se de pé sobre algumas almofadas -Bem-vinda ao mund..- infelizmente, o hobbit se desequilibrou e tombou para frente, espalhando ao redor algumas almofadas. O riso geral encheu o recinto, impedindo-o de terminar sua frase até que ele mesmo permitiu-se rir.

-Eu sinto imensamente, Merry, meus caros...- Miyoru desculpou-se, sua voz ainda com resquícios de riso -Mas fiquei encantada com tantas coisas por descobrir. Você não faz idéia- ela se dirigia agora a Merry -Das companhias que eu tenho encontrado, meu caro.- Por um intrincado momento todos pensaram sobre isso, e Aragorn, exalando tranquilidade, soltou anéis de fumaça, concentrando-se em seu cachimbo. Do peitoril da janela, o belo elfo queixou-se ao grupo

- Mas não os abandonou de todo. Apenas trocou as palavras escritas pelas ditas, e agora nos deixa saudosos para ir ouví-las serem contadas por alguém.Depois volta, canta e ouve poesias conosco, e logo nos foge novamente, ressurgindo apenas a tempo de eu não trancá-la para fora do quarto.- o tom era de chacota, mas o lamento escondido atrás dessa era presente e marcante. Miyoru sentiu-se terrivelmente arrependida, mas antes que pudesse se explicar ou desculpar, Aragorn ergueu a voz lentamente

-Por que vocês ainda dormem no mesmo quarto?Digo...- ele pensou em algumas palavras -Não que eu tenha qualquer desconfiança de vocês, mas minha bela filha não tem mais porque temer ficar sozinha, e talvez sinta-se acanhada de pedir um quarto novamente.- a respiração de dois foi suspensa nesse instante, encarando ao rei, evitando se olhar. Este fitou a ambos lentamente, até que ela se manifestou: -Eu aprecio a companhia de Legolas. Especialmente porque somos dois sonâmbulos que fazem companhia um ao outro nas madrugadas silenciosas.
-Mas não seria melhor se vocês dormissem em quartos conjugados então?Isso é facilmente arranjável-
-Não. Eu gosto assim, se Legolas não se incomodar, prefiro continuar apreciando o prazer de rir com ele sob as estrelas.- Mais uma vez a simplicidade de Miyoru desarmava as armadilhas que Aragorn lhe montava. Ele esperara qualquer reação que expusesse seu coração a todos, mas do modo que falara parecia tão simples, tão...inexpugnável. Tragou novamente, sorrindo para a leve derrota.

Já em Legolas os efeitos foram menos sutis, como de costume. Não conseguia evitar censurar-se pela falta de coragem para expor seus sentimentos, o medo de ser rechaçado. E ainda mais injuriava-se com a inveja dos momentos que ela passava ao lado de Glorfindel, imaginando que o lorde fascinava a garota de forma que ele jamais conseguiria. Tal aflição era tão forte que o impedia de ver que, a sua volta, todos apoiavam seus sentimentos e colaboravam, conspirando muitas vezes, para que tudo ocorresse de forma trazer felicidade para o coração de todos.
Resignou-se, suspirando pesadamente e observando o jardim, quando sentiu seus olhos envolvidos por braços suaves que ele jamais deixaria de reconhecer -Adivinhe quem é?- ela murmurou, alegremente -E como eu poderia deixar de adivinhar?- ele sorriu e permitiu-se levar pela torrente de emoções benéficas, esquecendo qualquer nódoa em sua mente.
-Você é terrível.- ela o abraçou, olhando para os jardins com ele -Acha mesmo que eu o estou negligenciando?- ela perguntou, genuinamente preocupada -Só ás vezes.- e acabou rindo da expressão de irritação dela -Certo. Então eu grudarei em você sempre que tiver tempo de respirar, até que você esteja repleto de mim, com meu cheiro impregnado.- ela riu, fazendo-lhe cócegas que terminaram com ambos rolando e rindo, estatelados pelo chão, para diversão dos espectadores.

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Muitas vezes foi registrado com pesar que os dias de boa ventura e felicidade passam e lépidos e sem serem notados, enquanto as desgraças se arrastam e se alongam de forma que cada segundo pareça uma eternidade. Já haviam se passado dois meses que eles permaneciam sob o suave enlevo de Imladris, e a partida tão irresponsavelmente adiada era iminente, como um lembrete terrível imediatamente rechaçado das mentes antes de se tornar um pensamento completo. Assim como em Minas Tirith, tudo que se relacionava a partida acontecia em vagarosa relutância e qualquer preparativo ou mesmo tocar no assunto era um tabu. E tampouco para os que viviam lá o momento da triste despedida era bem-vindo, pois eles se sentiam alegres e jovens novamente com tantas crianças próximas. Mas havia uma missão e o tempo parecia ferir-lhes a consciência a cada noite a mais que permaneciam em Valfenda. O momento decisivo chegou durante um jantar, e foi Gimli quem teve a coragem necessária para trazer o assunto a luz.

-Ouçam,eu não quero parecer ingrato ou desrespeitoso, longe disso, nutro um enorme respeito por Elrond e estou a disposição dele e de todos os seus, embora corra o risco de parecer o contrário. Tenho certeza que todos entendem o que eu falo, e todos lembram do que viemos fazer. Não estamos viajando a quase um ano para desfrutar da hospitalidade e das lareiras de Valfenda, mesmo que isso me parecesse bem razoável. Teremos, cedo ou tarde, de ir pegar aquele maldito pedaço de anel, e Aragorn ainda não nos disse onde devemos ir.- e ele terminou voltando-se para o amigo, que teve que se esforçar para mascarar seu pesar com a inevitabilidade do assunto. -Sim, temos que partir meu bom Gimli, e não pense que a demanda não pesou em meu coração todo o tempo que estive aqui. Não é segredo que a partida não é uma notícia agradável a nenhum de nós, mas necessária á todos. O que buscamos está além de Bri e do Condado, meus caros.

-Os Portos!- exclamou Frodo, com um súbito entendimento, ao que Aragorn assentiu.

-Sim, os portadores eram criaturas terríveis que buscavam atacar aos portos, mas uma comitiva de elfos que iam para lá os cercaram e tomaram o anel. Agora eles os guardam lá, e esperam que o busquemos.Partiremos então em uma semana.- e, durante todo o resto da noite para eles não houve comemoração ou mesmo conversas. Apenas Legolas e Miyoru conversaram, muitas horas depois, enquanto assistiam juntos o amanhecer.

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Ufa....até que não foi tão difícil. Não ficou tão ruim, ficou?Tá, eu prometo melhorar.

Meu agradecimento dessa vez vai para uma pessoa especial, que eu não tenho podido falar muito ultimamente, mas que é, em última análise, a responsável por esse revival da fic, e pela minha promessa de tentar atualizar toda semana. Ela me ajudou a escrever enquanto eu não conseguia pensar em nada, e apesar de se subestimar tem um poder de criação fantástico. Essa FANFIC toda é dedicada á minha cara amiga Serenity, para que ela e todos vocês saibam a minha gratidão por ter uma amiga assim.