''Não posso.'' – fala Verônica.

''Como? Mas porque?'' – pergunta Roxton.

''NÃO POSSO! NÃO POSSO! NÃOOO...''- grita Verônica descontrolada e chorando sem parar.

''Meu Deus!'' – pensa Roxton ao vê-la daquela maneira.

Marguerite percebendo que não daria certo e falar com Verônica só estava deixando-a mais nervosa foi a Roxton:

''Venha Roxton, não adianta, venha.'' – fala Marguerite segurando Roxton pelos braços, pois ele também estava arrasado e não conseguia parar de chorar.

Marguerite era a única que conseguia se manter em si,mas a emoção também a tocava e as lágrimas dançavam em sua face.Challenger estava inativo, um homem tão sábio não sabia como proceder, tinha medo de se aproximar para não gerar mais conflito, então ficava ali, parado, com os olhos e rosto encharcados de pranto.Malone não desistia e tentava se aproximar para segurá-la.

''Então o que vai fazer ?'' – pergunta Malone.

''Ned...Ned...eu vou fazer o que você quer que eu faça.''- fala Verônica olhando para o abismo.

'' Não cometa nenhuma insanidade, eu te proíbo.'' -fala Malone com uma voz forte, impondo a Verônica não tirar o que ele tinha de mais precioso.

Verônica dá uma risada sarcástica e diz:

'' Daqui a pouco vou pronunciar a última palavra que irá escutar na minha boca, a última...''

''O que esta tentando fazer dizendo isto? Quer que eu pule daqui de uma vez, é isso? Jogando na minha feia.'' – diz Malone revoltado.

'' Daqui a pouco...'' – diz Verônica.

'' PARE PARE PARE! Não faça isso comigo, por favor...eu...você sabe que eu...eu te amo.'' – diz Malone olhando para a face melancólica de Verônica.

''Esta me implorando perdão?''- pergunta Verônica.

Malone balança a cabeça com um sinal de não.

''Estou te implorando amor.'' – diz ele.

'' Ei, eu te amo.'' – diz Verônica.

Malone levanta a cabeça e olha para ela, sorrindo...ela estava sorrindo para ele.

''Você é tão linda'' – fala Malone.

''Xiiiii, silêncio.Agora, é agora sim, eu já posso até ouvir o meu nome...'' – fala Verônica.

Assustado Malone pergunta:

''O que? Não pense em...'' – diz Malone.

''Adeus'' – diz Verônica interrompendo Malone de falar.

Marguerite tentava consolar Roxton ,que estava em prantos, abraçando-o forte. Challenger fechara os olhos, evitando ver a tragédia que estava por vir. Malone com os olhos arregalados fitava cada movimento de Verônica.

Verônica soltara as mãos da corda e abrira os braços para sentir o vento em seu corpo e uma pluma se desprende da ponte e se perde no escuro do abismo...

''NÃOOOOOOOOOOOOOOOO'' – foi o que se ouviu, só o que se ouviu depois que Verônica se foi, o grito de revolta e dor de Malone que estava a passos dela e não a pôde salvá-la.

Roxton não se agüentava de tristeza, abraçava com força Marguerite, que também chorava muito, para tentar equilibrar sua dor. Challenger abrira os olhos com o grito de Malone e não mais avistava Verônica, ele então começara a chorar profundamente chegando a cair de joelhos no chão.

Malone estava profundamente abalado, soluçando ele olhava para o abismo se perguntando se ela voltaria, se aquele negro abismo a traria de volta como fez uma vez com ele próprio.

''Se as estrelas do céu brilhassem mais que seus olhos você não existiria..oh meu amor...'' -Malone começara a cantarolar baixinho a música preferida de Verônica que ele a ensinara...uma canção de ninar...apenas deles dois...que ele cantava sempre antes dela dormir.

'' Agora dormes, mas não irá dormir sozinha, eu sempre estou do seu lado e cantarei nossa canção para você dormir....para sempre...meu amor...''- ao terminar de pronunciar essas doces palavras Malone se joga da ponte para dormir ao lado de Verônica para sempre.

''Oh Meu Deus!'' – grita Marguerite desesperada.

Roxton nem tinha mais forças para falar, só chorava, pelo menos abraçado a Marguerite não avistara Malone cair. Challenger estava pasmo, ainda de joelhos ele pára de chorar e então se levanta e tenta se dizer que aquilo tudo era um sonho, que nada estava realmente acontecendo e que logo iria acordar. Ele começa a dar uns passos em direção à ponte quando é surpreendido com um tiro nas costas, era Tara, e então Challenger acaba caindo da ponte e também se vai...

'' O que fez? Está louca? Solte logo essa arma!'' – grita Marguerite tentando proteger Roxton de alguma tentativa de Tara.

''Só falta você...'' – diz Tara se aproximando de Marguerite.

''Não se aproxime de nós.''- fala Marguerite.

''O que vai fazer? Atirar em mim por acaso? Há há há ...eu peguei todas as armas enquanto assistiam a essas cenas ridículas que teve aqui! '' – diz Tara rindo.

'' Por favor não faça isso.''- pede Marguerite.

Tara a pega fortemente pelo braço e coloca a arma na cabeça de Marguerite ameaçando atirar se Roxton se aproximar. Roxton por si tenta pegar um pedaço de madeira do chão e ao ver Tara pressiona a arma no rosto de Marguerite e novamente ameaça atirar.

''O que vai ganhar com isso Tara?'' – pergunta Roxton.

'' Você. '' – responde Tara segura de que iria possuí-lo.

'' O que?! '' – pensa Marguerite.

'' Eu? Mas acha que vou...'' – diz Roxton.

''Cale a boca!''- interrompe Tara.

Daí Tara se move em direção a ponte com Marguerite como refém e diz:

'' Não quero sujar de sangue as minhas mãos que irão te acariciar em breve. '' – diz Tara empurrando Marguerite ponte a baixo.

''NÃOOO, o que fez sua louca?!'' – grita Roxton.

'' Oh amor...louca? Não...não...eu só deixei o caminho livre para o nosso amor...bem...louca por você!''- cinicamente fala Tara.

De repente acorda Challenger muito suado e assustado.

'' Ele acordou! Ele acordou!'' – fala Verônica.

Então todos se aproximam de Challenger que estava deitado sobre uma cama ainda machucado.

'' Ô meu amigo, que bom que acordou! Estávamos muito preocupados com você, cientista.'' – diz Malone.

'' Challenger!'' – fala Marguerite de felicidade.

''Que bom que está de volta.'' – recebe Roxton.

'' Mas o que aconteceu comigo? E vocês estavam....'' – pergunta Challenger.

'' Não se lembra? Você foi atacado por um raptor e te achamos numa aldeia com uma mulher, não lembra?''- fala Verônica.

'' Uma mulher? Como era o nome dela?''- pergunta Challenger.

'' Eu não lembro direito mas acho que era...'' – diz Verônica.

'' Tara. '' – diz Marguerite.

'' Sim, era esse mesmo o nome dela.'' – complementa Verônica.

''Mas que cara é essa Challenger?'' – pergunta Malone.

''Não, nada.''- fala Challenger.

'' Bem, deixa eu te contar, ela era uma feiticeira Challenger, primeiro curou da sua ferida para te fazer de cobaia e quem descobriu tudo foi o Roxton.'' – diz Marguerite.

'' Isso, eu a vi fazendo um tipo de poção escondida num quarto e jogando sobre você, além de fazer você beber e também pronunciava umas palavras de um livro esquisito, então avisei ao resto que poderia ser feitiçaria.''- complementa Roxton.

'' Daí pegamos você e trouxemos para cá, e nem pense que foi fácil, tivemos que passar pelos feitiços daquela mulher!'' – fala Verônica.

'' Nem me lembre...'' – diz Malone.

'' Ficamos tão preocupados Challenger, você não melhorava e também não parava de pronunciar nossos nomes além do dela, da Tara, achamos que estava enfeitiçado, se lembra do que sonhou?'' – pergunta Verônica.

''Eu...lembro sim mas não quero falar sobre isso.'' – diz Challenger.

''Quanto mistério...'' – brinca Marguerite.

'' Sonhou com um raptor também?'' (risadas) – brinca Roxton.

''Por favor Roxton, nada de brincadeiras agora!'' – pede Challenger chateado.

''Tudo bem, me desculpa.''- diz Roxton.

'' Depois eu conto o que acon...o que eu sonhei, está bem?'' – fala Challenger.

''Claro, agora você precisa descansar.'' – diz Verônica.

Todos se retiram do quarto para Challenger poder descansar. Ele fica lá deitado, perdido em seus pensamentos:

'' Mas só feitiçaria? Não será um tipo de aviso, o que na verdade ela queria me dizer? Não faço idéia...''

Na cozinha Roxton e Marguerite preparavam juntinhos um chá de camomila para acalmar os nervos, enquanto isso Verônica e Malone se perguntavam o que Challenger tinha sonhado para deixa-lo tão assustado:

'' Ned, o que acha que Challenger sonhou, tem algum palpite?'' – pergunta Verônica.

'' Não sei, mas não deve ter sido nada bom.'' – responde Malone.

''Não quero saber de tristeza, vem cá...'' chama Malone.

Verônica se levanta da cadeira à frente de Malone e senta no colo dele.

''Sabe que...você nem me disse uma coisa hoje...''- diz Verônica toda manhosa.

'' O que é?''- pergunta Malone.

''Ah...que falta de romantismo, você sabe o que é...''- fala Verônica.

'' Eu te amo? Mas eu já te disse várias vezes hoje.''- fala Malone.

'' Não disse não, ta ficando doido é?''- pergunta Verônica.

''Más...eu me lembro, tenho impressão que sim...''- fala Malone meio confuso.

'' Que estranho,Verônica.'' – diz Malone.

'' É, coisas estranhas acontecem...'' – complementa Verônica.